Untouchable escrita por Gilya


Capítulo 6
Capítulo 4 - Colegas de Trabalho


Notas iniciais do capítulo

Olars!!
Então, demorei pakas, hein?
E voltei cheia das novis:
♛Eu acabei tirando qualquer vínculo com A Seleção (personagens, lugares etc). Mas os personagens que são meus, ou das leitoras (no caso os personagens da outra fic) Ainda estão aí.
♛Annabelle virou Alice (WHAT??). SIM! Eu mudei o nome dela. E fiz isso porque todo mundo comentava que Annabelle é a boneca demoníaca x-x (sorry, mas não queria que isso fosse a coisa que as pessoas mais associassem a personagem). Espero que entendam.
♛ Um guiazinho rápido para se situar:
Aritânia é uma monarquia nos dias de hoje (Yass!). Não vou revelar a localização exata, mas sinceramente pensei de ser aqui na américa do sul, mas pode dar asas a imaginação docês. A capital é Caster, e além disso algumas cidades/regiões de Aritânia são Ewoa, Halley, Pedrazul, e Southlake.
♛ Não tem castas
♛ E algumas mudanças pequenas no texto que vocês nem devem notar :D



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I - Teddy

Eu me dirijo à fila do meio. Não sei porquê, mas gosto de me sentar exatamente no meio do auditório na faculdade. Os psicólogos da Universidade diriam que é uma tendência do meu subconsciente ao egocentrismo. Mas a verdade é que o lugar do meio oferece as vantagens tanto das fileiras do fundo, quanto das da frente. Porém hoje há alguém sentado no meu lugar. Uma garota. Ela já se instalou com seus livros de anatomia esperando que o professor chegue. Eu posso pedir para trocar de lugar com ela, mas isso seria levar minha preferência até um nível de TOC.

Sento me ao lado dela e deixo os meus materiais sobre a mesinha minúscula. A garota me olha com o canto do olho sob seus cabelos castanhos e armados.

— Você não vai pedir seu lugar de volta? — pergunta ela com uma voz suave, mas não exatamente sensual.

Viro-me para ela e dou um sorrisinho tranquilizador.

— Não, não se preocupe. Pode ficar com ele. — Respondo-lhe. Volto minha atenção aos meus livros, mas ela insiste.

— Sou Brya. — Ela diz com a mesma voz suave e cuidada. — E você é o... ?

Pode ser impressão minha, mas ela parece estar flertando comigo.

— Edvard. — Completo.

Ela sorri abertamente.

— Edvard! Realmente um nome...

— Estranho? — Interrompo com um sorriso. Brya não se deixa abalar.

— Eu diria exótico... — Responde ela.

Dou uma risadinha que a faz franzir a testa.

— Exótico é como as pessoas chamam coisas estranhas, quando não querem ofender. — Argumento.

Brya franze os lábios pensando e depois com uma risadinha diz.

— É, talvez...

Não tenho tempo de responder, porque o professor finalmente entra na sala interrompendo nossa conversa.

─ » ♛ « ─

A aula se arrasta de modo monótono e construtivo ao mesmo tempo. Ao meu lado Brya passa a aula inteira concentrada. Ela é bonita. Tem a pele negra, cabelos crespos e armados que combinam com seu rosto.  

Quando finalmente saímos do aquecimento do auditório para os frios corredores da Universidade Real de Angeles, sinto alguém me cutucar nas costas. Quando viro, uma Brya sorridente olha para mim.

— Oi! Eu... Bem, eu queria saber se você quer tomar um café? — ela pergunta. Coça um pouca a orelha de modo nervoso.  

Ela parece ser uma garota legal. Daquelas que são sutis na medida certa. Com certeza um namoro com ela seria mil vezes menos complicado que o meu com Charlie. Mas a vida tem dessas coisas, não é? Você só se apaixona pelo caso mais complicado.

— Eu tenho trabalho agora a tarde. Que tal deixarmos para outro dia? — pergunto esperançoso.

Brya finalmente parece entender o recado e um pouco desapontada assente.

— Está bem então... Outro dia. — Ela sorri para mim uma última vez antes de seguir pelo corredor.

─ » ♛ « ─

II - Sett

Eu acordo com sol da manhã em meu rosto. Pisco várias vezes até enxergar o gigantesco quarto em que me encontro. Arregalo os olhos assustado e a primeira coisa em minha mente é: Onde diabos eu estou?!  E então uma mulher aparece no meu campo de visão. Uma mulher rechonchuda de pernas grossas e um sorriso caloroso.

— Bom dia senhor Follmann! — Deseja ela enquanto abre as cortinas com um rascar alto.

Pisco mais uma vez e sinto a neblina do sono se dissipar.

— Hã... Bom dia...

As memórias das últimas semanas vão chegando aos poucos. A proposta. A expectativa. O voo. A imprensa. A limusine. A princesa. Grunho de frustração ao ver que até o pesadelo que tive era melhor que a atual realidade.

Levanto da cama. Para sorte da Sra. Kell (a mulher rechonchuda) estou vestido com minha bermuda surrada e minha camiseta de dormir. Ela me olha como se eu tivesse dez anos.

— Hora do banho matinal. — Avisa ela, enquanto praticamente me empurra para o banheiro.  

Uma banheira já foi aquecida ali, o que é exagero. Eu poderia apenas tomar um banho de chuveiro. Mas a Sra. Kell parece tão satisfeita consigo mesma, que eu apenas sorrio sonolento e pego as toalhas que ela me oferece.  

Depois do banho saio vestido num roupão, para descobrir o que vestir a Sra. Kell agora tem ajudantes perambulando pelo quarto. Uma delas me lança um sorrisinho tímido quando me vê. Devolvo o sorriso confuso.

— Senhor Follmann! — Chama a senhora Kell, animadíssima. — O rei Andrew pediu-nos para encher seu guarda-roupas com algumas roupas de marca. Cortesia da casa.

Olho por sobre o ombro dela e vejo o enorme closet abarrotado de ternos, camisas sociais, suéteres de cashmere, blusas polo de marca e calças de linho. Olho novamente para a Sra. Kell.

— Ah... Eu fico muito grato. — Digo genuinamente — Mas se não for incômodo gostaria de usar minhas próprias roupas...

O sorriso da senhorita Kell se abre ainda mais.

— O Rei estará confortável desde que você esteja confortável.

─ » ♛ « ─

Eu desço para o café da manhã e no corredor encontro Alice. Ela me olha de cima à baixo, me julgando. Cruzo o olhar com o dela.

— O que aconteceu com a suas roupas? — Pergunta ela com um ar de superioridade.

Suspiro sem paciência.

— Eu prefiro usar as roupas que eu trouxe de Ewoa. — Respondo.

— Bom, pelo menos os moradores de rua vão se identificar. — Comenta ela com um sorrisinho maldoso.

Ela entra na sala de Café da Manhã, deixando-me sozinho no corredor. Eu entro logo depois.

Alice se junta com sua prima, Charlotte Bhenz. Charlote é completamente diferente de Alice fisicamente. Seus cabelos são castanhos escuros assim como seus olhos. E parece, à primeira vista, simpática. Mas não vou cometer o mesmo erro uma segunda vez. Dou bom dia a todos e me sento para tomar o café-da-manhã.

Em pouco tempo estou conversando com o Príncipe Lewis sobre Ewoa. A família inteira é muito simpática comigo. Estou um pouco desconfiado, depois de conhecer a princesa, mas eles realmente parecem legais, por isso dou uma chance.

— Então Septimus, porque resolveu trabalhar com as causas sociais? — Indagou a Duquesa Scarlett.

Abro um sorriso.

— Pode me chamar de Sett. — Digo um pouco vacilante. — Todo mundo me chama assim. Eu… Hã… Não sei bem quando decidi isso. Quer dizer, meus pais me criaram visitando abrigos e ajudando pessoas. Era a minha aventura. E no que eu sou bom. Nunca realmente me imaginei fazendo algo diferente.

— Eu também me interessei bem jovem por isso, na verdade. — Admite ela. — Antes de me casar com o Lewis, eu abri uma escola de dança para crianças carentes.

— Ah sim! Temos um projeto parecido. Ajudar crianças de comunidades carentes através do teatro. Temos até ex-alunos que hoje fazem faculdade.

Scarlett sorri. Ao seu lado Alice parece interessada na conversa, mas quando olho para ela, seu olhar se desvia para a comida, e ela volta a conversar com Charlotte.

─ » ♛ « ─

III - Alice

Depois do café da manhã eu me despeço de Lotte e vou até o Salão de Apresentações do prédio oeste, que foi reservado para a realização do projeto. Quando chego na porta do Salão ouço conversas e risadas. Sett já está lá dentro, conversando com Ghael e o resto da equipe de filmagem. Olho ao redor, para ter certeza de que não sou observada, fico ali encostada na soleira, escutando.

— … Sim! E ele simplesmente não vem! Qualquer cachorro já teria corrido e se jogado ao seus pés. — Comenta Sett, no que parece ser uma conversa sobre animais de estimação.

Ghael ri e completa:

— Não os cães que eu tive na infância. — Ela ri mais um pouco e então pergunta: — E onde está Lorde agora?

Pausa.

— Com meus avós, em Halley. — Responde Sett. E mesmo sem vê-lo, sei que está sorrindo. — Meus pais vivem viajando, e meus avós já são aposentados. Podem cuidar melhor dele. É a alegria da casa. Volta e meia meus avós me mandam fotos do pestinha.

Cansada de escutar, entro no Salão. Sett realmente está sorrindo, em pé encostado na parede. E Ghael está sentada na beira da mesa observando ele. Quando eu entro ela desce e abre um sorriso para mim.

— Princesa Alice, bom dia!

Eu devolvo o sorriso.

— Bom dia.

— Preparada para o primeiro dia de projeto? — Pergunta ela, animada.

Faço que sim com a cabeça, mas na verdade não tenho certeza.

— Ok então. When vai ficar aqui gravando, não se preocupe, ele não vai interferir. — Tranquiliza ela. — Espalhamos outras câmeras pela sala, e é isso. Bom trabalho!

Eu e Sett agradecemos, e Ghael, junto com quase toda a equipe de filmagem, sai da sala, nos deixando sozinhos.

Olho para Sett desconfiada. As câmeras estão gravando cada movimento nosso. Ele me lança um olhar neutro antes de me perguntar:

— Então, que ideias tem em mente?

Olho para a grande câmera que When está segurando, e depois de volta para Sett. Não tenho nada em mente. Nunca participei de nada parecido.

— Eu... hã… Nada na verdade.

Olho novamente para a câmera que When segura. Sett suspira e se volta para When.

— When, a gente pode começar sem câmeras e depois que a gente pegar o embalo vocês começam a gravar? — Pergunta Sett.

Viro-me para ele confusa.

— Pode ser. —Responde When, pensativo. — Vou falar com Ghael então.

When sai da sala, deixando Sett e eu sozinhos. Viro-me para ele.

— Por que fez isso?

— Porque você estava mais preocupada com seu cabelo do que com o projeto em si. — Ele rebate de modo áspero.

Olho para a sala, preocupada com as câmeras escondidas. Mas prefiro confiar que Ghael escutou o pedido de Sett e parou de gravar.

— Ok. Eu nunca fiz nenhum projeto social. Não sei como funciona.

Sett pega uma das várias pastas que estão espalhadas pela mesa.

— Bom, nós já temos um público-alvo, por assim dizer, as crianças. — Ele diz e me entrega uma das pastas. — Principalmente a de comunidades carentes.

Suspiro e começo a folhear diversas fotos de casa socadas em morros e crianças jogando futebol descalças por ruas despavimentadas. Em uma foto, uma criança e um cachorro vasculham o lixo atrás de comida. Sinto meu estômago embrulhar ao ver as imagens, e me sinto culpada por ter comido um café da manhã tão gostoso. Levanto o olhar para Sett e vejo que ele está estudando minha reação.

— O-Onde é isso? — Questiono, curiosa.

— A maioria foi tirada aqui nas favelas de Caster mesmo. — Responde ele, cruzando os braços defensivamente.

Pigarreio desconfortável.

— Eu não sei como ajudar essas crianças. — E então completo. — Quer dizer, nunca pensei sobre isso.

Sett sorri para mim, e eu não sei se é um sorriso genuíno ou de deboche.

— Eu meio que percebi. — Diz ele.

Fecho a cara. Ele está rindo de mim. Ele levanta e vai até o quadro branco e pega um piloto.

— Bom, se você não vai contribuir com ideias, — começa ele. — eu vou começar a esboçar um projeto.

Ele começa a rabiscar no quadro. Fico ali com as fotos na mão, tentando encontrar alguma ideia. Mas simplesmente não consigo pensar em nada bom o suficiente. Olho para as crianças jogando futebol, e o menino revirando o lixo.

— Podemos fazer uma escolinha de futebol. — Eu digo com rapidez.

Sett se vira para mim com um sorriso surpreso. Ele levanta a sobrancelha, ponderando.

— Temos projetos parecidos, mas acho que futebol com certeza iria manter os meninos frequentando. — Conclui ele.

Cruzo os braços satisfeita. Quem não estava contribuindo com ideias agora?

Passamos o resto da manhã discutindo detalhes do projeto. Sett era realmente bom naquilo, e entendia como ninguém da realidade das pessoas da comunidade. Ele era meio irritante, isso era fato, mas era bom ter alguém que realmente sabia o que estava fazendo. Talvez Lotte tivesse razão, e toda aquela ideia de projeto não fosse tão terrível afinal.


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Notas finais do capítulo

Espero mexmo que tenham gostado. PELAMORDEZEUS deixa REVIEW. Se não Alice vai pessoalmente passar na sua casa e vai dar na sua cara U-U
Vou tentar postar toda semana ^-^ (ou até antes, quem sabe)
Kkkkk é isso, Ah e se gostaram, Favoritem, Recomendem porquê eu me alimento disso O-O
Xauzin



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