Seddie, a história continua escrita por Nany Nogueira


Capítulo 96
Inexplicável


Notas iniciais do capítulo

Como Sam poderá explicar isso?



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Sam afastou-se de Brad e olhou para o lado, vendo aqueles olhos castanhos que tanto amava a fuzilando.

– Freddie, eu posso explicar! - disse a loira, nervosa.

O moreno não deu ouvidos a ela e saiu do restaurante a passos largos. Ela o alcançou na esquina, falando:

– Me escuta Benson. Isso tem uma explicação...

– Isso não tem explicação Puckett! Eu vi, ninguém me contou! Eu nunca poderia esperar uma coisa dessas de você, nunca! - falou Freddie, consternado.

– Eu sei que é difícil de acreditar, mas eu não estava te traindo – defendeu-se Sam, sentindo-se tremer, com o coração acelerado e suando frio – Acredita em mim. Vamos conversar, por favor – puxando o braço de Freddie.

Freddie puxou o braço, dizendo:

– Acabou! Não sou tão ingênuo quanto você me julga Samantha! Cansei de fazer papel de palhaço!

– Não acho que você é ingênuo no mal sentido, eu juro! Eu imploro, não faz isso comigo, não faz isso com a gente, pensa nos nossos filhos... - pediu Sam, chorando.

– Você não pensou nos nossos filhos quando resolveu me trair com o Brad e desestruturar a nossa família! - disse Freddie, alterando o tom de voz.

As pessoas começaram a olhar para o casal. Sam disse:

– Vamos pra casa, precisamos conversar sem plateia, lá eu te explico tudo. Foi tudo um plano, eu queria me livrar do Brad pra ele parar de incomodar você e a Carly...

– E esse plano envolvia você se envolver com ele? Meus parabéns Puckett – disse Freddie batendo palmas – Já sei! Enquanto ele estava muito ocupado te agarrando, nos deixava em paz – concluiu ele em tom de deboche.

– Não é nada disso! Me escuta nerd! - gritou Sam, perdendo a paciência.

– Não tenho que escutar nada, o que eu vi vale mais que mil palavras.

Freddie deu as costas para Sam e caminhou até o seu carro, entrando e dando partida, saindo cantando os pneus.

Sam chutou uma lata de lixo na calçada, espalhando tudo, rendendo-se ao um choro sentido que despertava a atenção de quem passava, sem que ela se importasse. Quando conseguiu se acalmar um pouco voltou ao restaurante, onde Brad a esperava sentado em uma cadeira com os pés sobre a mesa. A loira empurrou as pernas dele e quase o derrubou da cadeira com o gesto, dizendo:

– Vaza daqui Brad!

– Olha só quem tá com a cara toda vermelha de chorar – zombou Brad.

– Não enche! Você já conseguiu acabar com a minha vida, agora some daqui pra sempre.

– Está me demitindo?

– Entendeu muito bem, não preciso repetir.

– Você me beijou porque quis e aposto que gostou. Já que seu marido pateta não te quer mais, podemos ser felizes juntos, aposto que vai ser muito mais divertido comigo – disse ele, puxando-a pela cintura.

Sam se desvencilhou e deu um soco no olho de Brad:

– Corre se não quiser apanhar mais!

– Bem que eu desconfiei que era uma falsa! Nunca foi minha aliada! Bem feito que se deu mal! - provocou Brad.

Sam deu um soco no outro olho de Brad:

– Pronto, agora terá os dois olhos roxos, vai parecer um panda – disse ela satisfeita.

– Vai ter volta Samantha Puckett – jurou Brad, saindo do local com os olhos doloridos.

Enquanto isso no Bushwell Plaza, Freddie entrou no seu apartamento nervoso, foi até o quarto do casal, pegou uma mala grande e começou a jogar suas roupas dentro de qualquer jeito. Quando terminou o trabalho, sentou-se no chão e não conteve mais o choro que sufocava seu peito. Pegou um porta-retrato no criado-mudo ao lado da cama, era do casamento civil dos dois em Los Angeles.

– Como pode fazer isso comigo Sam? Eu te amo tanto e pensei que me amasse da mesma forma, nunca poderia imaginar que fosse capaz, não você que sempre foi tão autêntica em tudo – disse ele.

Teve vontade de atirar o porta-retratos contra a parede, mas acabou colocando-o dentro da mala. Pouco depois estava tocando a campainha de Marissa.

– O que faz aqui meu filho? E essa mala?

Freddie não respondeu nada, apenas entrou, largou a mala na sala mesmo e sentou-se no sofá. Marissa sentou-se ao lado do filho:

– Não me diga que brigou com aquela loura má e ela te colocou pra fora de casa. Aquele apartamento também é seu, ela não tem direito de fazer isso.

– Eu sai porque eu quis mãe.

– O que? - perguntou Marissa, surpresa – Você deixou da Samantha? Não me diga que finalmente abriu os olhos e enxergou quem ela é? Deus finalmente atendeu as minhas preces! Obrigada senhor! - disse ela, ajoelhando-se no chão e colocando as mãos para cima num gesto exagerado.

– É mãe, parece que a senhora sempre teve razão. Eu nunca enxerguei quem era realmente Samantha Puckett – falou Freddie, desanimado.

– Antes tarde do que nunca! Não quer me contar o que aconteceu?

– Não, eu vou para o meu quarto – disse ele, pegando sua mala e caminhando lentamente para o seu antigo quarto.

– Está bem querido, você me conta outra hora. Vá descansar que a mamãe vai preparar uma sopinha de legumes bem gostosa pra você.

Sam chegou ao apartamento e encontrou tudo escuro. Ascendeu a luz e observou o local sempre tão movimentado com crianças agitadas e a presença do moreno que tornava seus dias mais felizes e a desestruturava com o irresistível sorriso de lado e aqueles olhos cor de mel inundados de amor por ela, os quais foram invadidos por um ódio que partiam seu coração da última vez os vira.

Ela caminhou até o quarto a fim de se certificar de uma coisa. Abriu os armários e, como já esperava, não encontrou as roupas de Freddie ali. Deitou-se na cama e pegou o travesseiro dele, ainda podia sentir o seu perfume, então o abraçou. Precisava desabafar com alguém, por isso pegou seu celular e ligou para Carly.

No shopping, Carly e Gibby divertiram-se no parque de diversões com as crianças (Cris, Mabel, Isabelle, Eddie e Nick) e naquele exato momento estavam tomando sorvete na praça de alimentação.

– Podemos ir ao cinema? - perguntou Isabelle, devorando seu sorvete com duas bolas, uma de morango e outra de chocolate.

– É uma boa ideia – disse Cris.

– Ninguém pediu a sua opinião – retrucou Isabelle.

– Mas eu estava apoiando a sua ideia – defendeu-se Cris.

– Mas não precisa apoiar – respondeu a menina.

– O Cris é legal com você e você é má com ele – observou Mabel.

– Calma crianças – disse Carly – Não vai dar pra ir ao cinema, porque tá ficando tarde. Seus pais já devem estar em casa Belinha e com saudade de vocês.

– Eles nos vêem o tempo todo, nem dá tempo de sentir saudade, devem estar mais é de saco cheio de nós mesmo, eles podem aproveitar o tempo sozinhos para se agarrar como adoram fazer, vivem trocando saliva o que é nojento – comentou Isabelle.

Carly riu ao comentário da afilhada e se lambuzou com o sorvete. Gibby pegou um guardanapo e limpou o canto da boca da morena delicadamente, dizendo:

– Sujou aqui. Mas você fica linda até lambuzada.

O olhar dos dois se cruzou e o momento parecia congelado, até que foram despertados pelo toque do celular da morena.

– Eu preciso atender, é a Sam, deve estar preocupada com os filhos.

– Mas ainda tá um pouquinho sujo – falou Gibby, tentando aproximar novamente o guardanapo do rosto de Carly.

– Pode deixar Gibby, sei me limpar sozinha. Aproveita e limpa os gêmeos, se duvidar estão com sorvete até nas orelhas.

Gibby atendeu ao pedido da morena e foi limpar Eddie e Nick, muito lambuzados, enquanto ela atendeu ao telefone.

– Sam está com algum problema, precisamos ir agora – informou Carly assim que desligou o telefone.

Carly chegou ao apartamento da amiga com Isabelle, Cris, Eddie e Nick. Gibby foi com Mabel para sua casa.

Isabelle e os gêmeos entraram correndo no quarto dos pais.

– Mamãe, eu fui no barco pirata no parquinho do shopping – contou Isabelle, contente – E ganhei do Cris várias vezes naquela mesa que desliza o disco, ele é muito ruim!

Cris ficou emburrado ao ouvir o último comentário da amiga. Sm disse desanimada:

– Que bom querida. Vocês também gostaram do passeio? - indagou aos gêmeos.

– Sim mamãe, eu fui no cavalo do parquinho que nem um caboy – contou Nick.

– É cowboy amor – corrigiu Sam.

– Foi muito legal mamãe. A gente comeu sorvete – informou Eddie.

– Que ótimo – disse ela, passando a mão na cabeça do filho – E pelo visto tem sorvete até no cabelo – sentindo os dedos melados – Espera aí! Você deu sorvete para o Eddie, Carly? - perguntou, nervosa.

– Dei, por que?

– Por que ele é intolerante à lactose Carlotta! - disse Sam, indignada.

– Mas ele está ótimo – defendeu-se Carly – Só um pouquinho não faz mal.

De repente Nick começou a vomitar sobre a mãe, espirrando até nos irmãos que estavam sobre a cama e sairam correndo.

– Eca! Eddie vomitou em mim! - reclamou Isabelle, enjoada, tentando se limpar em Cris.

– Para sua doida! - insurgiu-se em Cris, empurrando a garota.

Sam pegou o filho no colo e correu para o banheiro a fim de continuasse vomitando na pia.

Depois de algum tempo, o menino numa palidez branco esverdeada voltou para o quarto no colo da mãe. A roupa de ambos muito sujas.

– Desculpa Sam, eu não imaginava que isso podia acontencer – justificou Carly, sem graça.

– Você sabe que o menino não pode comer nada com leite, eu tô sempre cuidando com tudo que ele come. Isso não tem desculpa Carly – falou Sam, nervosa.

– Eu entendo que esteja nervosa, mas eu não fiz por maldade, não precisa ser tão grosseira comigo.

Eddie começou a chorar segurando a barriga.

– O que houve meu amor? - perguntou Sam, preocupada.

– Dói a minha barriguinha – explicou o menino, segurando o local.

– Vamos nos limpar e mamãe vai te levar ao médico.

Sam entrou em baixo do chuveiro com o filho, depois ambos estavam limpos e com roupas trocadas e prontos para sair.

– Quer que eu vá junto? - perguntou Carly.

– Não, cuida das crianças pra mim. Eu pego um táxi.

– Mas e o Freddie?

– Deixa ele pra lá.

– Como assim?

– Longa história, tenho algo mais importante com que me preocupar agora.

Mais tarde Sam voltou do médico com Eddie adormecido em seus braços. Carly cochilava no sofá e as crianças já dormiam nos quartos.

– Como ele está? - perguntou a morena despertando com o barulho das chaves de Sam.

– Tá melhorzinho. O médico deu um remédio para aliviar as dores abdominais. Intolerância não tem cura, só dá pra amenizar os sintomas. Acho que o remédio dá sono e ele logo apagou. Amanhã acordará bem.

– Que bom. Vou para o meu apartamento agora, não quero mais incomodar. O Cris dormiu na cama da Belinha, os dois estavam assistindo desenho. Posso deixá-lo aqui? Ele tá muito pesado para carregá-lo.

– Claro, dorme você aqui também.

– Desculpa amiga, mas o seu sofá não é dos mais confortáveis.

– Dorme na minha cama.

– Mas o Freddie não vai chegar?

– Não – respondeu Sam, deixando lágrimas rolarem por sua face.

Ela foi deitar Eddie na sua cama infantil ao lado da de Nick no quarto dos pequenos. Carly foi atrás e a abraçou:

– Tá tudo bem loira. Você quer me contar o que aconteceu?


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