Seddie, a história continua escrita por Nany Nogueira


Capítulo 97
Filhos de pais separados




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/578641/chapter/97

Sam abraçou Carly e deixou as lágrimas rolarem:

– Carly, eu fiz tudo errado. Freddie nunca vai me perdoar.

– Calma Sam, não é a primeira vez que faz tudo errado e o Freddie te perdoa.

Com a conversa das duas os meninos começaram a se mexer em suas camas, então saíram do quarto para não acordá-los.

No quarto de Sam, as duas sentaram-se na cama e começaram a conversar:

– Me conta Sam, o que houve?

– Eu deixei o Brad me beijar e o Freddie viu.

– O que??? - perguntou Carly, levantando-se e surtando – Como isso? Você perdeu o juízo?

– Fica calma, vou te explicar tudo desde o começo.

Sam contou tudo à Carly sobre o seu plano fracassado de acabar com Brad para protegê-la, bem como a Freddie.

– Você é doida Sam? Se arriscar desse jeito! Nem sei por que eu pergunto, óbvio que você é doida! Mas pensei que tivesse ficado mais ajuizada depois que virou mãe. Deveria ter pensado na sua família em primeiro lugar – disse Carly.

– Eu pensei na minha família em primeiro lugar, não queria que Brad matasse Freddie, como já tentou antes, deixando meus três filhos pequenos órfãos de pai.

– É, isso faz algum sentido. Mas, mesmo assim, acho que você foi longe demais.

– Tá bom! Eu fiz tudo errado e agora perdi o Freddie pra sempre, ele nunca vai acreditar em mim depois do que viu, nem mesmo quer ouvir o que eu tenho a dizer.

– Ele tá com raiva agora, normal. Dê um tempo pra ele e depois vocês conversam. Você sabe que ele sempre acaba te escutando quando você pede desculpa.

– Nesse caso é um pouco mais complicado – falou Sam, voltando a chorar.

Carly a abraçou e disse:

– Quer que eu prepare um sanduíche de presunto? Também posso fazer um de bacon e limonada.

– Quero, exceto a limonada, porque é horrível.

– Também não precisa desfazer, já volto.

Carly voltou com o lanche para Sam, que o devorou, depois passaram a noite vendo séries na televisão e conversando, até que adormeceram perto de amanhecer.

Foram acordadas por Isabelle e Cristopher, que adentraram ao local.

– Mamãe! - chamou a menina, chacoalhando Sam.

Cris fez o mesmo com Carly.

Sam abriu os olhos e a filha reclamou:

– Pensei que não ia acordar hoje, estou com fome.

– Você sempre está – disse Sam, sonolenta, olhando para o relógio no criado-mudo – Nossa, quase 11h da manhã!

– Eu te ajudo a fazer o almoço Sam – falou Carly, sentando-se na cama, igualmente sonolenta.

– Cadê o papai? - perguntou Isabelle, desconfiada – Não o vejo desde ontem no colégio, quando ele deixou a gente ir com a dinda e com o tio Gibby pro shopping.

– O papai vai passar um tempo no apartamento da vovó Marissa, você pode ir lá vê-lo sempre que quiser – respondeu Sam.

– Por que?

– Porque sim. Você não estava com fome? Vou preparar o almoço – disse Sam, levantando-se.

– Eu não sou mais bebê mamãe. O papai foi pra casa da vovó Marissa porque você brigou com ele?

– Você ainda é muito pequena para compreender minha filha. O fato é que mesmo o papai morando com a vovó Marissa, nada vai mudar pra você e para os seus irmãos. Nós moramos no mesmo prédio e vocês podem se ver o tempo todo – explicou Sam, sentando-se na cama e colocando a filha no colo.

– Vocês vão se separar? Que nem os pais da Alice...

– Quem é Alice?

– É uma menina da nossa turma do colégio – explicou Cris, antes mesmo de Isabelle responder.

Isabelle olhou feio para o garoto, dizendo:

– Não se mete na minha conversa com a minha mãe.

– Tá, desculpa – pediu Cris.

– Alice não vê mais o papai dela desde que a mamãe dela colocou ele pra fora de casa – contou Isabelle.

– Mas isso não vai acontecer com você. Como eu te disse seu papai está pertinho e jamais deixaria de ver você e os seus irmãos.

– Por que vocês se separaram? Você não ama mais o papai? - perguntou Isabelle.

– Eu amo muito o seu pai, mas às vezes acontecem coisas ruins na vida das pessoas que acabam separando elas, mesmo quando não querem.

– Eu não entendi.

– É difícil de entender mesmo. Vá tomar banho, enquanto eu preparo o almoço.

Isabelle saiu do colo da mãe e disse:

– Eu vou falar com o papai e pedir pra ele voltar pra casa, ele vai me ouvir.

– Melhor ficar fora disso, está bem? Agora vá – determinou Sam.

No quarto de Isabelle, a menina quase fechou a porta na cara de Cris:

– Ei, não tá me vendo? - reclamou o garoto.

– Sai daqui Cris, eu vou tomar banho e meninas não podem ficar sem roupa na frente de meninos.

– Não quero te ver pelada. Só quero dizer que sinto muito pela separação dos seus pais e que se você ficar triste pode me procurar.

– E pra que?

– Sei lá... para conversar ou pra isso – falou Cris, abraçando a menina.

Isabelle também abraçou Cris, estava triste, mas voltou a si e o empurrou:

– Tá bom, agora chega, sai daqui.

Cris obedeceu, saindo do quarto e fechando a porta atrás de si.

Naquela tarde, Sam não impediu que Isabelle fosse atrás de Freddie. A menina tocou a campainha do apartamento da avó e foi recebida pelo pai.

– Oi, minha princesinha! - pegando-a no colo e a enchendo de beijos.

– Por que você se separou da mamãe? Você não ama mais ela? A mamãe falou que ainda te ama – contou a pequena.

– A mamãe tem um jeito meio estranho de amar.

– Como assim?

– Querida, você ainda é muito pequena para entender o que houve entre mim e a sua mãe. O importante é que saiba que nada mudou pra você e para os seus irmãos. Eu e Sam continuaremos sendo seus pais e vamos amá-los da mesma maneira para sempre.

– Que droga! Todo mundo acha que sou bebê como Eddie e Nick e não me explicam as coisas! - reclamou Isabelle, irritada.

Marissa entrou no apartamento cheia de sacolas de compras, Freddie colocou a filha sentada no sofá e foi ajudar a mãe. A menina quis dormir com o pai naquela noite, porque, no fundo, tinha medo de perdê-lo como Alice perdeu o seu pai.

Enquanto isso no apartamenteo 13-B, Sam colocava Eddie e Nick para dormir. Nick perguntou:

– O papai não vai terminar de contar a estólia (história)?

– Outro dia o papai termina. Hoje a mamãe vai cantar para vocês – disse Sam, certificando-se de que os meninos estavam cobertos.

– Cadê o papai? - perguntou Eddie.

– Ele foi dormir na casa da vovó.

– Por que?

– Porque ele está com saudade da mãe dele – mentiu Sam.

– Eu também fico com saudade da mamãe – disse Eddie, puxando a mãe e a enchendo de beijos.

– Já sei! Querem dormir comigo hoje? - perguntou a loira.

– Sim! - responderam os meninos, começando a pular na cama.

Sam ajeitou os dois no colo e os levou para a sua cama. Os pequenos logo adormeceram e ela pensou que valia a pena continuar vivendo por eles e por Belinha.

Freddie teve o mesmo pensamento ao olhar a filha adormecida ao seu lado.

Na manhã seguinte, Carly tocou a campainha de Freddie.

– Bom dia Carly! Já sei veio tomar o partido da Sam – disse ele, contrariado.

– Não vim tomar o partido de ninguém, vocês dois são meus melhores amigos, só quero ajudar.

– Numa boa Carly, melhor ficar fora disso. Por acaso Sam te contou o por que me separei dela?

– Contou e isso tem uma explicação, dê uma chance a ela, escute-a, pelo menos.

– Sam me decepcionou de uma forma que eu jamais poderia imaginar. Não há mais nada a ser dito.

– Ela só quis te proteger de um jeito atrapalhado. Acredite nela.

– Você caiu na conversa fiada dela? Não acredito! Pensei que fosse inteligente Carly.

– Eu sou inteligente, quem está agindo feito um jumento é você!

– O que? - perguntou Freddie, indignado – Você nunca falou comigo desse jeito!

– Não posso ver a minha amiga sendo injustiçada sem fazer nada. Todo mundo tem direito de defesa, mas você não deu esse direito à mulher que diz que ama, à mãe dos seus filhos.

– Eu vi com os meus próprios olhos, nada que ela diga pode mudar isso.

– Você também viu com os seus olhos a Sam jogar sua mãe com a perna quebrada da cama e não era verdade – recordou Carly.

– Então você acha que o Brad conseguiria agarrar a Sam? Sim, porque essa é a única explicação que eliminaria a culpa dela. Eu vi a Sam parada, sem qualquer movimento no sentido de afastá-lo. Ela é mais forte que ele, sem dúvida, poderia impedir se não quisesse.

– Ela não quis impedir, porque...

– Viu? Até você concorda que ela não quis impedir.

– Você não me deixou terminar!

– Chega Carly, eu não quero mais falar desse assunto, isso ainda me doi muito, se é minha melhor amiga como diz respeite esse meu momento.

– Está bem. Você deve estar mesmo precisando de um tempo para digerir tudo, mas não espere tempo demais pra esclarecer essa situação, se não pode ser tarde demais, você sabe que quando a Sam se magoa ela não volta atrás.

Já estava anoitecendo em Seattle quando a campainha tocou. Sam terminava de assar um empadão e o tirava do forno. Estava fazendo comida sem parar como forma de tentar esquecer a sua dor e não ter crises de choro na frente dos filhos.

– Belinha! A porta! - gritou ela para a filha que jogava video-game no quarto.

Isabelle foi correndo para a sala e abriu a porta:

– Rick! - falou a menina animada, indo abraçar o amigo.

Sam apareceu na sala, ainda de avental e luva pra tirar coisa quente do forno.

– Pelo visto chegamos em boa hora. O cheirinho de comida está ótimo! - observou Jade, pouco antes de abraçar a amiga.

– Mas não viemos pra jantar, não é Jade? - perguntou Beck, tentando conter a animação da esposa – Na verdade, vamos ter que regravar umas cenas do curta metragem nesse final de semana novamente em Seattle, porque Jade implicou que não ficaram boas o suficiente.

– E não ficaram mesmo! - disse ela.

– Enfim... gostaríamos de pedir, de novo, pra você e pro Freddie, o grande favor de cuidar do Rick enquanto trabalhamos – falou Beck, sem jeito.

– Eba! Rick vai poder ficar aqui né mamãe? - perguntou Isabelle, animada.

– Até que ele não incomoda, então acho que consigo dar conta das crianças sozinha – concordou Sam.

– Sozinha? Cadê o Freddie? - perguntou Jade.

– No apartamento da mãe dele, onde mora agora – contou Sam.

– Vocês se separaram? Eu sinto muito – disse Beck.

– Ele descobriu, não foi? - indagou Jade à amiga.

– Da pior forma possível – respondeu Sam.

– Qual o número do apartamento da mãe dele? - perguntou Jade.

– 8-D, mas por que quer saber? - questionou Sam.

– Eu vou ter uma conversinha com ele – disse Jade, decidida, caminhando para o elevador.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Seddie, a história continua" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.