Seddie, a história continua escrita por Nany Nogueira


Capítulo 95
O flagrante




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– Poxa Jade! Você estragou a surpresa! - reclamou Sam, olhando para a amiga que fez cara de desentendida.

– Que surpresa? - perguntou Freddie, ainda desconfiado.

– Seu aniversário de 25 anos está chegando bebê. Terá ¼ de século! É uma data muito importante, então eu tô preparando uma surpresa pra você – mentiu Sam.

– Mas eu ouvi muito bem a Jade falar em jogo e não em surpresa – falou Freddie.

– É que essa surpresa envolve um jogo.

– Que jogo?

– Não posso contar se não estraga a surpresa.

Beck e Richard surgiram na sala interrompendo o interrogatório de Freddie para alívio de Sam.

– O carinha não queria acordar – informou Beck com o filho no colo – Acho que peguei todas as coisas dele – mostrando uma pequena mala de mão.

– Cadê o ursinho Pooh? - perguntou Jade – É o preferido dele! Vai me encher a paciência se não o levarmos para Los Angeles.

– Filho, cadê seu ursinho? - perguntou Beck ao pequeno sonolento em seu colo.

– Não sei papai – respondeu o menino tentando manter os olhos abertos.

– Boa ideia Beck! Perguntar pro menino mais dormindo que acordado – ralhou Jade, irritada.

– Tem uma ideia melhor? - perguntou Beck.

– Vamos procurar lá no quarto dos meninos – disse Jade indo ao local.

– Espera! Vai acordar os gêmeos! - alertou Sam, correndo atrás.

Jade revirou o quarto. Sam teve que acalmar os filhos que acordaram chorando. O ursinho não apareceu.

Na manhã seguinte, Isabelle acordou cedo, viu que Mabel ainda dormia, então pegou o ursinho de baixo da cama e o abraçou, dizendo baixinho:

– Agora você é meu... Eu tenho uma coisa do Rick.

Naquele final de tarde, Sam ligou para Freddie, que ainda trabalhava na Pera Store:

– Oi amor, pode buscar as crianças no colégio hoje?

– Não sei se vai dar, tô cheio de trabalho aqui na Pera Store, chegaram mercadorias novas e eu vou ter que averiguar se tá tudo na tabela e se os preços do sistema conferem, se não depois dá problema na hora da venda...

– Que saco nerd! Você faz hora extra quase todo dia. Um dia que eu peço pra pegar as crianças você não pode sair no seu horário normal do seu paraíso nerd – reclamou Sam.

– E posso saber por que você não pode buscar as crianças como sempre?

– Tenho reunião com um fornecedor – mentiu Sam.

– A essa hora? Pensei que suas reuniões com fornecedores fossem de manhã.

– Esse é um fornecedor novo, só tinha esse horário, é muito ocupado, mas os preços são muito bons e vale a pena ficar até mais tarde para atendê-lo.

– Está bem, se é o melhor para o seu negócio, eu dou um jeito de sair mais cedo daqui hoje e pego as crianças.

– Valeu bebê, te amo.

– Também te amo lindinha.

Sam desligou o celular e se assustou com Brad parado atrás dela.

– Que susto! Deu pra ficar escutando conversa dos outros agora? - perguntou Sam, irritada.

– Conseguiu despistar seu marido traidor? - indagou Brad, ignorando a pergunta de Sam.

– Não gosto de mentir para o Freddie. Ele vai acabar desconfiando, porque ele sempre sabe quando eu estou mentindo.

– Agora é minha aliada Sam, é um caminho sem volta. Ou você prefere ficar do lado do seu marido traidor e da sua melhor amiga falsa?

– É claro de não.

– Ótimo! Já comece a pensar no que faremos mais tarde...

Gibby apareceu:

– O que vocês farão mais tarde?

– Fecharemos o restaurante e iremos para as nossas casas, pois estamos podres de cansaço. Você não Gibby? - indagou Sam, disfarçando.

– Claro que sim, hoje o movimento foi grande. Se continuar assim teremos que contratar mais um cozinheiro – observou Gibby – Vamor ficar ricos sócia! Toca aqui – disse ele abrindo a mão para que Sam batesse.

– Pode crer sócio! - falou Sam, batendo na mão de Gibby.

– E eu vou querer um aumento – pediu Brad.

– Vamos pensar no seu caso – falou Gibby, batendo nas costas dele.

Gibby foi embora. Sam e Brad foram até o escritório.

– Sam, até agora você repudia todos os meus planos de vingança. Estou começando a pensar que está me enrolando e que nunca saiu do lado de Freddie e Carly – reclamou Brad.

– Eu já expliquei Brad. Sequestrar a Carly no meio da madrugada iria levantar muita suspeita. Todos saberiam que foi você, até porque ela já registrou um boletim de ocorrência, lembra?

– Mas quando descobrissem eu já estaria longe com ela e a culpa recairia sobre o Freddie, bastava você ter dado aquele sonífero pra ele e então colocaríamos ele no carro e o jogaríamos na primeira ribanceira que encontrássemos na estrada, nunca ninguém iria encontrá-lo. Era perfeito. Mas você fez questão de me colocar pra fora da garagem...

– Meus amigos de Los Angeles chegaram e iriam nos ver, o que queria que eu fizesse? Além disso, eu não tenho tanta certeza de que o plano daria certo, eu te falei isso. Também já deixei claro que sou contra o assassinato do pai dos meus filhos.

– Nunca imaginei que fosse apaixonada por aquele nerd a ponto de ser burra! Acorda Sam! Ele foi pra cama com a sua melhor amiga! Quantas vezes ele te traiu com ela? Carly me contou sobre as idas e vindas dos dois nos intervalos do seu relacionamento com ele e talvez também durante o seu relacionamento com ele - envenenou Brad.

Sam apenas suspirou, sentindo uma dorzinha no peito. Brad prosseguiu:

– Você é uma mulher tão bonita Sam, e inteligente, e corajosa, acha mesmo que merece tamanha humilhação daqueles que mais confiou na vida? Nós merecemos essa vingança!

Brad levantou-se e foi se sentar na cadeira ao lado de Sam:

– Nós somos muito bons juntos – acariciando a face dela – Podemos nos vingar e vivermos felizes para sempre, como nos contos de fadas – aproximando-se para beijá-la.

Sam empurrou Brad, fazendo-o cair da cadeira, gritando:

– Eu disse que seríamos aliados e não amantes! Nunca mais tente me beijar, entendeu bem?

– Por que não Sam? Vai me dizer que não posso te beijar por que é fiel ao seu marido traidor?

– Não é nada disso. Eu só não gosto de você dessa maneira – disfarçou Sam.

– Já eu gosto de você dessa maneira cada dia mais. Sabe que seria uma boa maneira de nós vingarmos um pouquinho daqueles dois? Poderíamos ter encontros furtivos num motel depois do expediente – puxando Sam pela cintura – Faríamos com eles o mesmo que fizeram com a gente – apertando a poupança da loira.

Sam empurrou Brad mais uma vez, fazendo-o perder o equilíbrio e cair no chão, dizendo enfática:

– Se tocar em mim de novo vai perder a mão! Eu não estou brincando! Melhor eu ir embora de uma vez, já vi que hoje você está mais louco que de costume.

– Sam, eu só aviso que já tenho um plano em mente e vou colocar em prática nesse final de semana. Cansei da sua enrolação. Se não quer participar da vingança, problema seu.

– O que vai fazer Brad?

– Não vou contar, já vi que não quer mesmo me ajudar, então se eu falar tudo o que fará será atrasar meus planos. Sam, eu não nasci ontem... Você não quer me ajudar, também não quer me fazer o homem mais feliz do mundo, então, nossa aliança acaba aqui.

– Você não entendeu direito Brad, não sou contra seus planos, só acho que têm que ser executados com cuidado, se não vamos acabar presos. Brad eu sei o que é a prisão, tenho muitos parentes lá...

A porta do escritório se abriu, era Freddie com Isabelle, Eddie Nick. Os gêmeos correram para o colo da mãe.

– Olha mamãe, eu desenhei você – contou Eddie, mostrando um desenho que Sam mal conseguiu decifrar.

– Que lindo meu amor! - elogiou a mãe.

– E eu desenhei uma nave especial – informou Nick, mostrando seu desenho igualmente cheio de rabiscos indecifráveis – E aqui tô eu mamãe – apontando para um ponto preto no meio dos rabiscos.

– É nave espacial Nick – corrigiu Freddie.

– Também está muito lindo querido – elogiou Sam.

– Vamos demorar? Eu tô com fome! Posso pelo menos ver o que tem de bom lá na geladeira? - questionou Isabelle.

– Eu já separei a comida para levarmos para casa. Podemos ir logo – disse Sam, equilibrando os filhos gêmeos cada um em um lado de sua cintura – fecha tudo Brad.

– Pode deixar – garantiu Brad.

No carro, Freddie perguntou à esposa:

– Deu certo lá com o fornecedor?

– Que fornecedor?

– Você não ficou até mais tarde no restaurante por causa do fornecedor? - perguntou Freddie, desconfiado.

– Claro que sim.

– Não está mentindo pra mim não é mesmo?

– Como você é desconfiado nerd! Eu tô cansada e nem me lembrei de fornecedor, até porque ele nem apareceu. Ficamos esperando um tempão e nada. Nos deu bolo – mentiu Sam, apreciando a vista da janela – Onde está Mabel? - perguntou para mudar de assunto.

– Gibby foi buscá-la no colégio, disse que estava com saudade da filha. O mais interessante é que ele me falou que não sabia de nenhum fornecedor...

– Gibby é avoado, eu devo ter dito pra ele e não prestou atenção ou eu não disse, sei lá, ando cansada demais pra me lembrar do que digo e do que não digo.

Mais tarde, Freddie colocou as crianças para dormir e foi para a suíte do casal onde Sam já estava deitada.

– Está dormindo? - perguntou ele, deitando-se ao lado dela.

– Estava quase dormindo, mas você atrapalhou – respondeu ela, secamente.

– Sam, um casamento é feito de confiança, certo?

– É óbvio.

– Eu não escondo nada de você. Você esconde algo de mim?

– Claro que não! De onde tirou isso? - perguntou Sam, sentando-se na cama.

– Sam, eu confio em você... se tiver algo pra me contar faça isso... não espere eu descobrir de outra forma... se não, não sei se poderei te perdoar.

Sam abraçou Freddie:

– Eu te amo, nunca duvide disso – beijando-o em seguida.

Freddie intensificou o beijo, pedindo passagem para a sua língua. Sam abriu mais a boca e promoveu o encontro de suas línguas. As mãos do moreno já percorriam o corpo da loira e logo arrancaram sua camisola lilás de seda. Ela foi rápida ao se livrar do pijama dele. Logo as roupas íntimas também foram atiradas pelo quarto e eles se uniram no ato de amor.

Sam tentava dormir sobre o peito de Freddie, que já estava em sono profundo. Podia ouvir as batidas do seu coração e sentir o seu cheiro e o calor de seu corpo, teve muito medo de perdê-lo e o abraçou com força. Ele se mexeu e também a envolveu em um abraço protetor. Ela decidiu que deveria dar o golpe final em Brad, de qualquer jeito, afinal, o jogo estava realmente perigoso e não podia arriscar mais.

Na sexta-feira, mais um dia de trabalho terminava. Gibby saiu apressado, dizendo que buscaria Mabel no colégio para irem passear no shopping e que já tinha muitos programas de pai e filha para o final de semana.

Sam pediu mais uma vez para Freddie buscar as crianças no colégio, afirmando que o fornecedor havia remarcado a reunião para aquele dia.

Brad estava de saída quando Sam o impediu, colocando-se na frente:

– Você vai me contar o que está aprontando. Estamos juntos nessa.

– Será mesmo que estamos juntos nessa? Pra mim você já pulou do barco há muito tempo, se é que já esteve nele.

– Eu posso provar que estou do seu lado. Bolei um plano de vingança contra Freddie e Carly. Vamos atraí-los para uma armadilha nessa casa abandonada. Tenho uns amigos da pesada que sempre se encontram lá – entregando um papel com um endereço para Brad.

– Como posso confiar em você?

– Tem a minha palavra.

– É muito pouco. Quem me garante que ainda não é louca pelo Freddie e que vai fazer de tudo para protegê-lo?

– Eu garanto.

– Então não vai se importar se eu te beijar – aproximando-se dela.

Sam ficou imóvel e permitiu que Brad a beijasse.

A porta do restaurante se abriu e o beijo foi interrompido ao ouvirem alguém gritar:

– Sam!!!


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