Seddie, a história continua escrita por Nany Nogueira


Capítulo 81
Em busca do perdão




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Sam caminhava por uma rua movimentava de Los Angeles. O local era conhecido por ter muito comércio e era frequentado por moradores e turistas. Ela avistou uma loja de mágica com uma grande placa birlhante. A vitrine era colorida com roupas e objetos de uso de mágicos. Ela entrou e foi atendida por um senhor simpático:

– Em que posso ajudá-la? Saiba que as cartolas mágicas estão em promoção.

Sam pegou o celular e mostrou uma foto de Vance Anderson:

– Conhece esse cara?

– É claro! É o grande mágico Vance Anderson.

– Sabe onde ele está? É muito importante.

– Não me diga que é mais uma jovem que ele fez promessas e partiu o coração.

– Não é nada disso, eu jamais me relacionaria afetivamente com aquele troço. Minha questão com ele é outra. Então, responda a minha pergunta, onde ele está?

– Não sei onde ele mora, mas ele vem quase toda semana aqui para comprar coisas.

– E ele já veio essa semana?

– Não, mas deve vir hoje, porque deixou uma varinha mágica separada.

Sam viu uma poltrona no canto da loja e foi se sentar. O senhor perguntou:

– O que está fazendo?

– Eu vou esperar ele aparecer.

– E se ele não vier?

– Não custa tentar.

Começou a anoitecer em Los Angeles, Sam já estava agoniada, pois havia passado o dia sentada na poltrona da loja, devorando costelas que sempre carregava na bolsa. O dono da loja avisou:

– Melhor ir andando, mocinha. A loja já vai fechar.

– Eu não acredito nisso! Amanhã tenho que voltar para Seattle e não encontrei aquele mágico de araque!

Ela se calou ao ouvir o sino preso junto a porta (que avisava quando alguém entrava) emitir um som. De repente, Vance Anderson adentrou o recinto.

– Boa noite seu Gustav, separou aquela varinha pra mim né? - perguntou o mégico com um sorriso largo.

De sopetão, Sam pulou nas costas de Vance e o derrubou no chão, sentando-se por cima dele e o enchendo de socos na cara. Gustav, assustado, começou a gritar por ajuda. Sam disse a Vance, enquanto o surrava:

– Pensou que ia sair impune? Pensava que eu estava morta né? Devia ter terminado o serviço, porque agora quem vai morrer é você!

– Não Sam! Para! Me perdoa! Eu sabia que não ia morrer, sabia que alguém ia te tirar de lá – desculpou-se Vance, tentando se proteger com as mãos dos tabefes da loira, em vão.

Gustav saiu da loja em busca de socorro. Sam trancou a porta pelo lado de dentro. Avistou uma caixa igual àquela que esteve presa e colocou o mágico dentro dela, fechando-a. Ele começou a implorar:

– Sam, não faz isso comigo! Eu já pedi desculpa.

Sem dar ouvidos ao mágico. Sam empurrou a caixa até o depósito, colocando-a bem no fundo e saiu fechando a porta. Certificou-se que os gritos do mágico não poderiam ser ouvidos na loja. Saiu sentindo-se vingada.

6h50 da manhã em Seattle. No apartamento 13-B todos dormiam. Sam odiava acordar cedo, mas resolveu sair de Los Angeles ainda de madrugada, afinal, a saudade da família tava grande.

A loira abriu a porta do apartamento e entrou sem fazer barulho, deixando a mala na sala. Caminhou na ponta dos pés até a suíte do casal e viu seu moreno dormindo de bruços com um short que deixava suas coxas malhadas de academia a mostra e sem camisa, evidenciando suas costas másculas. Ela acaricou as costas dele e começou a distribuir beijos, fazendo-o despertar e se sentar na cama, esfregando os olhos:

– Eu ainda estou sonhando? Sam, você voltou?

– Não seu manézão, eu morri e vim te ver em espírito.

– Não diz isso nem brincando – falou ele, beijando-a com paixão – Senti saudades.

– Eu também, muita saudade. Por isso nem liguei em pegar o vôo da madrugada pra cá. Nem dormi ainda – contou ela tirando os sapatos e deitando-se na cama.

– Que pena. Pensei que poderíamos aproveitar e fazer o que sempre fazemos nos domingos de manhã, quando as crianças dormem até tarde.

– Acho que eu posso tirar um cochilo mais tarde – falou Sam, sorrindo com malícia, enquanto abocanhava a boca do marido.

Logo, as roupas de Sam foram arrancadas por Freddie e atiradas pelo quarto. Ela não teve trabalho para se livrar das duas únicas peças de roupa que ele vestia: um short e uma cueca.

Depois do ato de amor, dormiram nos braços um do outro até meio-dia quando ouviram batidas na porta de Isabelle, a qual, como sempre, queria comida.

Durante o almoço, Sam matou a saudade dos filhos e contou como havia se vingado de Vance Anderson. Freddie ficou assustado:

– Desse jeito ele vai morrer dentro daquela caixa.

– Da mesma forma que ele quis fazer comigo.

– Você vai virar uma assassina para vingar uma tentativa de assassinato?

– Me admira você pensar isso de mim Freddinerd! É claro que eu não iria deixar aquele mané morrer na caixa, embora ele merecesse, eu só quis dar um susto pra ele aprender a lição. Avisei a Goomer e Dice para tirarem ele de lá hoje a noite – explicou Sam.

Isabelle terminou de comer, levantou-se e foi abraçar a mãe:

– A comida tava uma delícia, você é a melhor mãe cozinheira do mundo, eu não aguentava mais as gororobas do papai – beijando a face da loira e a sujando com molho do macarrão que a menina havia acabado de comer.

– Eu também tava com saudade pestinha – disse Sam colocando a filha no colo e beijando sua face – O que foi isso no seu joelho Belinha? - olhando para o grande curativo que tomava conta do joelho magro direito de Isabelle.

– Ela caiu do balanço Sam, mas foi só um susto – explicou Freddie.

– Deixa eu ver isso – disse Sam, tirando a proteção do curativo para ver o machucado – Nossa! Vai ficar com uma cicatriz. Como permitiu que isso acontecesse nerd? Não sabe que não dá pra descuidar dessa garota um minuto?

– Foi um acidente Sam, foi tudo muito rápido. Eu pedi para ela parar de ir tão alto com o balanço, mas Belinha é tão teimosa quanto você, quando eu ia me aproximar para tirá-la de lá, ela caiu. Teria acontecido com você também – justificou Freddie.

– Não teria acontecido comigo, porque eu teria sido rápida, não sou lerda que nem você pra fazer as coisas. Bem que eu tive uma intuição de que não estava cuidando direito das crianças.

– Não pode me acusar de não cuidar direito das crianças. Eu passei a semana com elas, enquanto você tava perseguindo um mágico para a sua vingancinha em Los Angeles.

– Pensei que poderia contar com você, afinal, não fiz os filhos sozinha!

– Está sendo injusta Sam!

Isabelle interveio:

– Mamãe, não foi culpa do papai, foi minha culpa. O papai cuidou muito bem de nós a semana toda.

– É verdade tia, o tio cuidou direitinho de nós – concordou Mabel.

Como se Eddie e Nick compreendessem a situação, aproximaram-se de Freddie e pediram colo ao pai, que rapidamente os pegou.

– Tá bom... foi mal amor – desculpou-se Sam, sem graça.

– Você tá muito mal acostumada Sam. Passou a vida me magoando e depois pedindo desculpas, porque o idiota aqui sempre aceitou numa boa – respondeu Freddie, colocando os gêmeos no chão, levantando-se da mesa e indo para o quarto.

Sam foi atrás, mas Freddie lançou um olhar gélido e disse:

– Sai daqui, me deixa ficar sozinho.

Mais tarde, a loira batia na porta de Calry:

– Oi Sam! Que bom que já voltou! - cumprimentou Carly, simpática, abraçando a amiga – Adivinha só? O Freddie já te contou?

– Não, eu mal cheguei e já briguei com o Freddie, mal conversamos.

– Novidade.

As amigas sentaram-se no sofá. Sam perguntou:

– Cadê o Brad?

– Saiu cedo pra fazer qualquer coisa.

– Ele te deixou sozinha no domingo e nem disse aonde ia?

– Disse, mas não prestei muita atenção. Até prefiro que ele vá, se ficar aqui vai acabar me enchendo a paciência.

– Carly, isso não é normal. Tem certeza de que está tudo bem no casamento de vocês?

– Ah Sam, você sabe que casamento não é um mar de rosas, tanto que aposto que veio aqui reclamar do Freddie.

– Não vim reclamar do Freddie, vim dizer o quanto eu fui estúpida com ele e pedir conselhos para me redimir.

– Tá bem, antes que você comece a contar seu drama, preciso te contar a minha novidade. Eu posso estar grávida! - contou Carly, empolgada, colocando as mãos sobre a barriga.

– Meus parabéns amiga! - falou Sam, abraçando a morena – Eu fico muito feliz por você! Finalmente vai cumprir sua promessa de me dar um afilhado.

– Eu fiz a inseminação artificial essa semana, tenho que esperar um pouco para fazer exames e ver se deu certo, mas eu sinto que meu bebê já está aqui – acariciando a barriga com um largo sorriso.

– O Brad deve estar muito feliz.

– Ele disse que só vai comemorar depois dos exames, porque está cansado de criar expectativas e depois se frustar.

– Ele tá agindo como um babaca.

– Eu entendo o sentimento dele Sam.

– Mas ele não entende o seu. Poxa, se é difícil pra ele, imagina pra você! Ele tinha que te dar apoio nessa hora e não se comportar como um menino mimado que só pensa em si.

– Sam, você não veio aqui falar do meu casamento, mas do seu casamento. Conte-me o que houve com o Freddie.

– Está bem – concordou a loira, começando a narrativa.

Carly ouviu a tudo atentamente e deu seu parecer:

– Você realmente foi injusta com o Freddie. Eu o vi a semana toda, coitado, se esforçando ao máximo para dar conta de 4 crianças, porque você resolveu surtar e ficar uma semana em Los Angeles com o objetivo de vingança. Não bastasse, quando volta ainda pensa que tem o direito de acusá-lo de não saber cuidar direito das crianças porque a Belinha, que você bem conhece, desobedeceu o pai e se estabacou do balanço.

– Eu sei de tudo isso Carls. Tô muito arrependida do que disse a ele sem pensar.

– Esse é seu problema Sam, você sempre fala sem pensar.

– Mas o Freddie já devia estar acostumado.

– Você o feriu profundamente dessa vez. Freddie é um paizão, e você desfez dessa virtude dele e não reconheceu todo o sacrifício dele para satisfazer um capricho seu. Ele cuidou das crianças quando você colocou seus interesses na frente delas e depois só ganhou ingratidão.

– Carly, você quer me ajudar ou me empurrar de vez para o fundo do poço? Mais um pouco e eu vou pegar formicida e engolir.

– Não seja dramática Sam. É claro que eu vou te ajudar, mas, antes disso, achei importante que você ouvisse algumas verdades.

– O que eu faço pro Freddie me perdoar?

– Seja sincera com ele. Pensa Sam... Sempre que você o magoou profundamente, ele te perdoou depois de uma conversa franca. Diga o quanto está arrependida e o quanto se orgulha dele como pai dos seus filhos. Fala com o coração, ele sempre te ouve desse jeito.

– É, você tem razão. Vou encontrar uma brecha e ter uma conversa franca com ele, pedir perdão com o coração. Mais uma vez, obrigada Carly, não sei o que seria de mim sem seus conselhos.

– Imagina Sam, que tipo de melhor amiga eu seria se não estivesse pronta para te ajudar quando precisa?

– Lembre-se disso você também. Eu sou sua melhor amiga e estou pronta pra te ajudar sempre, não pense em me procurar, me procure sem pensar. Fica bem morena – disse Sam, dando um beijo na face de Carly, levantando-se do sofá e saindo.

Quando Sam entrou no apartamento, viu Freddie sentado no tapete da sala rodeado pelas crianças. Ele as ajudava a montar um castelo de lego. A loira sentiu mais uma vez o peso na consciência, não quis atrapalhar o momento e caminhou para a cozinha, abrindo uma garrafa de refrigerante e tomando grandes goles.

Anoiteceu em Seattle, o vento frio soprava na janela, Sam aumentou a temperatura ambiente com o controle remoto do aparelho de ar, pouco antes de colocar os gêmeos para dormir, enquanto Freddie contava uma história para as meninas.

Nick não pediu para mamar e Sam percebeu que ele havia se habituado à mamadeira na semana sem ela.

Assim que os meninos pegaram no sono, ela foi para o seu quarto, onde encontrou Freddie calado, com um olhar perdido e a expressão fechada. Quando ela se deitou, o moreno se levantou, pegando o cobertor e o travesseiro.

– Aonde vai? - perguntou ela, sem entender.

– Dormir na sala – respondeu ele, seco.

– Ainda está com raiva de mim? Eu já perdi perdão, reconheci meu erro.

– Não estou com raiva, estou magoado, o que pode ser ainda pior Puckett – disse ele, saindo a passos largos.

Sam levou a mão ao peito, sentindo-o doer. Há muito tempo Freddie não a chamava pelo sobrenome de solteira. Será que ele estava tão magoado a ponto de não considerá-la mais a senhora Benson?

Ela sabia que não iria conseguir dormir depois de tamanha indiferença do marido. Foi à sala, disposta a colocar um ponto final nessa situação.


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