Seddie, a história continua escrita por Nany Nogueira


Capítulo 37
A sociedade




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Era uma noite estrelada em Seattle, porém, em um de seus bairros, numa casa aconchegante, os ânimos estavam exaltados.
– Vocês pensam que somos trouxas? Por que não admitem que aceitaram dinheiro do Charles? Sei que se venderam pra ele! – disse Sam, irritada.
– Não podemos afirmar o que não fizemos – falou Melanie.
– Eu já disse mil vezes que eu recebi dinheiro de um velho conhecido em troca de um favor – explicou Gibby, sem paciência.
– Então fala o nome desse conhecido e qual o favor – pediu Freddie.
– Não vamos sair daqui com explicações vagas – completou Sam.
– Está bem. Foi o Nevel – contou Gibby.
– O Nevel? Aquele que sequestrou vocês várias vezes? – perguntou Melanie surpresa.
– Esse mesmo – respondeu Gibby.
– A troco de que o Nevel te daria dinheiro, Gibby? – indagou Freddie.
– A troco de não contar o segredo dele – expôs Gibby.
– E que segredo é esse? – perguntou Sam, curiosa.
– Se é segredo e se eu ganhei dinheiro pra ficar de bico calado, não posso contar.
– Faz sentido – concordou Freddie.
– Conta só pra gente, juramos não contar – pediu Melanie.
– Eu não posso, não seria correto.
– Já está agindo de forma incorreta. Aceitar dinheiro pra guardar um segredo não pode ser considerado um exemplo de honestidade – observou Sam, sarcástica.
– Ele me deu porque quis e eu não ia recusar.
– Eu acho que meu marido está certo – defendeu Melanie.
– Pra você ele sempre está – observou Sam.
– Sam, até foi bom você ter vindo aqui, porque eu estava mesmo precisando falar com você – disse Gibby.
– Eu não fiz nada, você não tem provas de nada – começou a se defender Sam.
– Não é nada disso. Como agora eu tô com grana, quero realizar o meu sonho e o seu sonho.
– Não tô entendo nada, seja mais claro.
– Vou finalmente abrir o meu restaurante Gibby’s, com tudo regularizado. Vou começar a ver salas para alugar e licença na Prefeitura. Então, você quer ser minha sócia? Já trabalhamos juntos uma vez e deu muito certo.
– Nossa! Isso ia ser demais! – falou Sam, empolgada.
– Você cozinha bem e vai saber fazer coisas muito maneiras agora que está fazendo gastronomia. O restaurante só tem a ganhar com isso.
– Mas, espera um momento. Não gosto da ideia do Nevel estar por trás disso. Ele também vai entrar na sociedade? – perguntou Sam, desconfiada.
– Ele só me deu o dinheiro, mais nada.
– Eu posso até aceitar sua proposta, mas quero saber que raio de segredo é esse pra ter uma ideia no que estou me metendo.
– Está bem, eu conto pra você. Vamos até o meu quarto.
– Como assim conta pra ela? Sou sua esposa, tenho direito de saber – insurgiu-se Melanie.
– Está bem, também conto pra você – assentiu Gibby.
– Eu não vou ficar de fora dessa, sou casado com a Sam, se ela vai ser sócia de uma negócio proveniente do dinheiro de um segredo, tenho o direito de saber – falou Freddie.
– Tá, vocês venceram, eu conto pra todos.
Gibby foi verificar se a mãe e o irmão continuavam no andar de cima sem escutar a conversa e retornou, sentando-se no sofá. Começou a falar baixinho:
– O Nevel é gay.
– O que? – falaram os três, alto.
– Shiiu, mais baixo – pediu Gibby – O Nevel andou me “cortejando” há um tempo. Ele me chamava pra sair, pagava lanches e jantares. Eu fui me fazendo de bobo, levando pro lado da amizade.
– Não acredito que fez isso amor – disse Melanie, indignada.
– Comer de graça é sempre bom. Mas, um dia ele deixou bem claro as intenções dele, dizendo que me achava um tipão e que queria algo a mais que amizade. Eu dei o fora e cortei relações. Então, naquele dia, no cativeiro, quando ele quis forçar a Carly a ir com ele, ameacei contar o segredo dele.
– Então a Carly não estava correndo qualquer perigo – constatou Sam.
– Não tenho certeza. Pode ser que o Nevel seja espada que corta pros dois lados – disse Gibby.
– E como ele te ofereceu dinheiro? – quis saber Freddie.
– Ele mandou um dos capangas me procurar na Pera Store, no final do expediente, exigindo que eu fosse visitá-lo na cadeia, caso contrário, minha mulher e minha filha estariam em perigo. Eu fui e ele comprou o meu silêncio.
– Vamos combinar que não é um grande segredo. Quem nunca desconfiou daquele jeitinho do Nevel? – perguntou Sam.
Os presentes concordaram.
– É isso, já contei. Então Sam, aceita ser minha sócia? – indagou Gibby.
– Aceito. Fechado.
Os dois apertaram as mãos.
Sam e Freddie resolveram ir embora, pois já era tarde.
– Cadê a Belinha? – perguntou Sam, preocupada, olhando em volta – Você perdeu a nossa filha Freddie?
– Eu não, nós perdemos – respondeu Freddie.
– Calma gente, a menina não pode ter saído de casa, vamos procurar – propôs Melanie.
Resolveram se dividir para procurar em cada canto da casa e até no quintal.
– Achei! – gritou Sam, do quarto de Mabel.
Todos correram e presenciaram uma cena fofa. Isabelle estava sentada ao lado de Mabel, dentro do berço. As duas brincavam com bichinhos de pelúcia e riam.
– Oh, que amor! Esse momento merece ser registrado – disse Melanie, pegando o celular e tirando uma foto.
– Como a Belinha foi parar aí? – perguntou Freddie.
– Na certa ela escalou. Tivemos que tirar ela do berço por causa dessa mania perigosa – disse Sam.
– Tem razão. Bom, hora de irmos princesa, dá tchau pra priminha – pediu Freddie.
Isabelle deu um beijo no rostinho de Mabel e estendeu os braços para o pai pegá-la no colo.
Nos dias seguintes, a cabeça de Sam estava ocupada com um assunto recorrente: o restaurante. Ela e Gibby visitavam salas comerciais, procuravam lojas especializadas na venda de fogão industrial, coifa, forno, mesas, cadeiras, buffet quente, etc.
Um mês depois, Gibby e Sam olhavam admirados para o restaurante a sua volta.
– Nós conseguimos Sam! Estamos no nosso sonho! – falou Gibby, emocionado.
– Conseguimos, vamos abrir um restaurante, de verdade, com tudo direitinho.
– Toca aqui sócia – disse ele estendendo a mão para Sam.
Sam bateu na mão de Gibby:


– É isso aí sócio! Vamos fazer muito sucesso, pode escrever.
– Não tenho dúvidas disso sócia – concordou Gibby, contente.


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