A família Puckett Benson entrou apressada no quarto de Isabelle, mas os gritos vinham do banheiro da menina. Sam entrou no local, enquanto Freddie e os gêmeos esperavam do lado de fora preocupados.

A menina viu a mãe entrar e mostrou a calça do pijama suja de sangue.

– Mamãe, acho que vou morrer! Eu tô tendo uma hemorragia! - disse Isabelle, com lágrimas os olhos.

– Ora Belinha! Você sabe muito bem que essas coisas acontecem com as mulheres. Você ficou mocinha – explicou Sam, sorrindo.

– Mas já?

– Já! Você tem quase 12 anos. É normal. Parabéns pra minha mocinha – falou Sam, abraçando a filha – Agora fica "sussa" que eu vou pegar um absorvente pra você – saindo do banheiro.

Do lado de fora, Freddie logo perguntou:

– O que ela tem? Está passando mal?

– É um mal que acompanha as mulheres todos os meses – respondeu Sam.

– Como assim?

– Como você é lerdo nerd! Ela ficou mocinha!

– Sério? Mas já?

– Já, ela tem quase 12 anos. Sei que é difícil aceitar, mas a nossa bebê cresceu.

– O que é ficar mocinha? - quis saber Eddie.

– Sua irmã está crescendo e mudando, deixando de ser criança – explicou Sam.

– Será que ela vai ficar mais chata do que já é? - perguntou Nick.

– É provável, especialmente na TPM – respondeu Freddie.

– Isso é uma indireta nerd? - indagou Sam.

– Imagina amorzinho.

– Sei... vou pegar um absovente pra Belinha – disse Sam, saindo do quarto.

Quando Isabelle finalmente foi para a cozinha tomar café da manhã encontrou Freddie animado, escondendo algo atrás das costas, que rapidamente mostrou: um buquê de rosas cor de rosa.

– Para a minha mocinha! - entregando à filha.

– Não acredito que contou pra ele mamãe – falou Isabelle, pegando as flores encabulada, enquanto fitava a mãe.

– Ele é seu pai, tinha que ficar sabendo de algo tão importante na vida da sua filhinha – justificou Sam.

– Contou pra mais alguém? - quis saber Isabelle.

– Deixa eu ver... Carly, Cat, Melanie, suas avós...

– Já entendi! Por que não publica na internet?

– É uma boa ideia, posso fazer isso agora mesmo.

– Não! - gritou Isabelle.

– Eu não ia fazer isso, mas seu desespero foi divertido – zombou Sam.

Isabelle tomou o café da manhã rapidamente e foi para o quarto arrumar-se para a escola, encontrando Bolinha deitado na sua cama.

– Também vai fazer um alvoroço por que agora eu sou mocinha? - indagou ao cachorro, que se levantou ao ver a dona e começou a abanar o rabo, pulando no colo dela – Sorte sua que é um menino – afagando a cabeça do cachorro.

No colégio, ela não se sentia confortável com o absorvente. Na hora do recreio, pegou um absorvente na mochila para trocar e enquanto tentava escondê-lo rapidamente no bolso do casaco, foi abordada por Cris.

– Corre Belinha se não pegamos uma fila muito grande na cantina... o que tá escondendo? - quis saber o menino.

– Nada.

– Mas eu vi...

– Não é da sua conta! Quer apanhar?

– Não, só...

– Então cala a boca e vai pra fila da cantina. Eu preciso ir ao banheiro, mas já te encontro lá.

– Mas você sempre sai correndo pra cantina quando bate o sinal. Tá passando bem?

– Some!!! - gritou Isabelle, fazendo o menino correr.

Alison observava a cena e foi questionar a amiga:

– Por que apavorou o Cris?

– Eu tô estressada e ele provoca.

– Tô te achando estranha hoje.

– Tá, eu vou te contar... - disse Isabelle, olhando em volta e abaixando o tom de voz – Eu menstruei.

– Que legal! Parabéns amiga! Agora é uma mocinha como eu! - comemorou Alison, abraçando a loirinha.

– Até você! Fala baixo! Não quero que o colégio inteiro saiba. Espera aí, você já era mocinha e não me contou?

– Aconteceu há pouco tempo, fiquei com vergonha de falar.

– Eu te conto as coisas e você não, bela amiga.

– Foi mal Belinha.

Chegou o dia do 12º aniversário de Isabelle e ela pediu um presente inusitado para Sam:

– Quero um dia de princesa no salão de beleza, com direito a cabelo, unha e maquiagem.

– Eu não posso estar ouvindo isso. Tô precisando limpar os ouvidos. Eu não tenho uma filha tão perua!

– Você ouviu bem mamãe.

Freddie entrava na sala e Isabelle aproveitou:

– Papai, eu posso pedir o que eu quiser no meu aniversário, não é mesmo?

– Claro princesa, ainda mais agora que o papai tá montado na grana com um salário gordo – respondeu Freddie, orgulhoso de si mesmo.

– Freddie, eu preciso de dinheiro para entrar com um processo – falou Sam.

– Processo contra quem amor?

– Contra a maternidade de Los Angeles, porque eles só podem ter trocado essa menina na maternidade. Ela não é minha filha, de jeito nenhum. Ela quer um dia de beleza como presente de aniversário!

Freddie riu e disse:

– Você sempre criticou tanto as patricinhas que acabou tendo uma filha patricinha amor. O papai vai te dar um dia de beleza Belinha.

– Eba! Com direito a roupas novas? - indagou Isabelle pulando no colo do pai.

– Sim, com direito a roupas novas.

– Eu já te disse que você é o melhor pai do mundo! É o mais lindo e o mais legal e o mais amado! - abraçando Freddie.

– E você é a melhor filha do mundo! A mais linda, a mais legal e a mais amada! A garotinha do papai, sempre! - beijando a face da menina.

– Então se eu sou tudo isso, posso levar minhas amigas também?

– Pode tudo o que você quiser.

– Freddie, quando essa menina ficar sem limite, sentindo-se a dona do mundo, a conta vai pra você – falou Sam.

– É o aniversário dela amor, dá um desconto nessa conta – respondeu Freddie.

Isabelle fez a festa no salão de beleza junto com Alison e outras meninas da escola. O resultado foi fotografado por Freddie:

No dia seguinte, a festa de aniversário dos 8 anos dos gêmeos teve como tema o filme "Carros". Crianças brincavam animadas numa casa de festas que Freddie alugou para a ocasião. O local contava com piscina de bolinhas, cama elástica, escorregador, touro mecânico e etc.

Cat, Robbie, Valentina e Samantha vieram para a ocasião.

Sam colocava o papo em dia com a amiga ruiva:

– E aí cabeça de fósforo, me conta como vão todos em Los Angeles.

– Goomer casou-se com aquela lutadora de MMA e agora mora em Dubai, Dice está noivo, Beck está com cada vez com mais fama como ator e Jade como Diretora de cinema, até tiveram proposta de rodar um longa metragem do outro lado do mundo, mas não sabem o que fazer com as crianças.

– Sei como é. Cat, eu tô te achando chateada com alguma coisa...

– É a Nona – falou Cat, com os olhos cheios de lágrimas.

– Ela não pôde vir?

– Não, ela quase nem sai mais de casa. Ela sempre foi forte e cheia de energia. É muito triste vê-la assim agora, parece que está mais cansada a cada dia – sem conseguir segurar o choro.

– O que ela tem?

– Ela tem problemas da idade. O médico falou que é normal. Mas, eu tenho tanto medo de perder a minha avó.

– Oh garota, não fica assim – abraçando Cat – Aposto que a Nona ainda vai nos enterrar, aquela coroa sempre foi muito forte.

– Tomara – disse Cat, limpando as lágrimas na blusa de Sam, que fez uma careta.

Valentina (7 anos) entrou na fila do touro mecânico e Eddie falou:

– Acho melhor você não tentar, pode se machucar.

Nick apareceu:

– Que nada, ela vai se dar bem. Qualquer coisa, o Nick te salva.

– Nick não se preocupa com você, eu sim – falou Eddie.

– Vocês são dois malucos, nem quero mais ir ao touro mecânico – disse Valentina, indo em direção à cama elástica.

Eddie e Nick foram atrás e as três crianças brincaram de pular juntas.

Carly, na companhia de Griffin, observava enquanto Sophie tentava subir na escada de acesso ao escorregador e chamou a filha:

– Sophie, não! Vem com a mamãe Sophie!

A menina repetiu alto:

– Sophie vai! -correndo para perto da mãe

Carly riu e pegou a filho no colo, dizendo ao namorado:

– Ela tem a mesma mania do pai, sempre se refere a ela mesma na primeira pessoa.

– Isso é da idade Carly, ela é um bebê. Tudo faz você lembrar o Gibby.

– Não posso me esquecer do Gibby, ele é o pai da Sophie.

– Será que é só por isso que não se esquece dele?

– É claro que sim. Quando ele morreu nós até já estávamos separados, você sabe disso.

– Então por que nunca aceita meus pedidos de casamento?

– Porque eu já me casei duas vezes e hoje vejo que é muito melhor namorar, quantas vezes vou ter que repetir isso?

– Sabe Carly, às vezes eu acho que você nunca abriu, de verdade, a porta do seu coração pra mim.

– Claro que eu abri. Você foi meu primeiro namorado, minha primeira paixão...

– Mas nem sempre o primeiro amor é o amor da vida toda.

– Tira essas minhocas da cabeça – pediu Carly, beijando-o.

Naquela noite, Sam e Freddie chegaram em casa exaustos depois da festa. As crianças, cansadas de tanto brincar, logo caíram na cama e adormeceram. Sam foi tomar banho e encontrou o marido pensativo na cama quando voltou.

– O que tá pegando bebê? - perguntou a loira.

– Você já parou pra pensar no quanto o tempo passa rápido? Parece que ele foge das nossas mãos. Nossos filhos estão crescendo tão rápido, daqui há 5 anos a Belinha vai pra faculdade, nós chegamos aos 30 anos, nossos pais estão ficando velhos e estamos perdendo nossos avós. Isso não é assustador?

– Você anda muito filósofo ultimamente – respondeu Sam, deitando-se sobre o peito dele, que aspirou o perfume dos cabelos recém-lavados dela – O segredo da felicidade da vida é não pensar no quanto ela pode ser breve, mas viver intensamente cada momento, sabendo que não será eterno.

– Agora quem arrasou na filosofia de vida foi você amor.

– Muitos anos com um certo nerd dá nisso, a pessoa pira na filosofia – disse Sam, rindo.

– Acho que você tem razão...

– Que a convivência com nerd dá nisso?

– Não, que temos que aproveitar intensamente os bons momentos. Agora estamos com uma boa condição financeira, depois de anos de sufoco. Eu ganho bem, seu restaurante vai de vento em popa... Por que não fazemos uma viagem em família no final do ano?

– Quem vai cuidar do restaurante?

– Se você fechar por uma semana, no recesso de natal e ano novo, não vai fazer mal.

– Você tem razão, ninguém vai morrer por isso. E para onde vamos?

– Temos que pensar, essa viagem tem que ser muito especial.