Seddie, a história continua escrita por Nany Nogueira


Capítulo 16
A volta de Marissa Benson




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O dia tinha amanhecido muito bonito em Seattle. O sol brilhava no céu, com nenhuma nuvem para encobri-lo. Os pássaros cantavam em coro.

Freddie estava trocando a fralda de Isabelle quando ouviu a campainha.

– Já vai! – gritou ele, enquanto fechava a última fita adesiva, pegando a filha no colo e indo até a porta em seguida – Costela?!

– Eu mesmo!

– Que bom te rever cara, entra aí – convidou Freddie.

Costela entrou, dizendo:

– Não posso demorar, estou indo para a lanchonete. Essa belezinha é a sua filhinha?

– É sim, dá oi pro tio Belinha – pediu Freddie.

– Não! – disse Isabelle, escondendo o rosto no ombro do pai.

– Às vezes ela fica tímida com desconhecidos.

– Deixa ela. Freddie, eu vim aqui pra te contar que o estado de saúde da sua mãe é crítico.

– O que ela tem? – perguntou Freddie, preocupado.

– Ela está de cama desde que rompeu com você, há um ano.

– É uma depressão?

– Pode ser que sim. Ela se recusa a ver médicos, a sair do quarto e a comer. Está muito magra e fraca. Sua tia a visita todos os dias e a obriga a se alimentar um pouco, se não ela já teria partido dessa pra uma melhor, ou pior, vai saber.

– Ela quer me ver?

– Eu diria que é tudo o que ela mais quer na vida. Ela quase teve forças pra se levantar ontem à noite quando soube da sua volta, mas pensou melhor e está esperando que você a procure. Eu acho mesmo que o único remédio que será capaz de curá-la é você. Bom, agora tenho que ir. Tudo de bom Freddie! – desejou Costela, retirando-se.

Freddie colocou a filha no chão e se sentou no sofá, pensativo. Isabelle interrompeu seus pensamentos:

– Pa-pa, nenê quê memé (comer).

– É claro minha lindinha, o papai já vai te dar comida.

Freddie fez o mingau de Isabelle e lhe deu de comer, sem conseguir tirar a mãe da cabeça. Olhou para o relógio. Sam ainda iria demorar a voltar. Ela havia ido com Carly à universidade dela, já que a morena queria mostrar à melhor amiga um pouco do seu novo mundo acadêmico.

No apartamento 8-D, Marissa ouviu batidas insistentes na porta. Chamou por Costela, mas então se lembrou que ele já havia saído. Sua irmã tinha a chave. De repente, se deu conta de quem poderia ser, assim, levantou-se com certo esforço e foi atender.

– Mamãe?! – disse Freddie sem esconder o assombro de ver a mãe muitos quilos mais magra e abatida.

– Oh, meu garotinho – disse Marissa, abraçando Freddie e o beijando na face entre soluços – Como você está bonito! Eu senti tanta a sua falta.

Os dois se separaram e Marissa notou a garotinha de cabelos louros lisos, com os mesmos olhos de seu filho a fitando, parada ao lado de Freddie.

– Mãe, essa é a minha filha Isabelle – apresentou Freddie.

Marissa apenas a observou, sem se mexer. Freddie se abaixou para ficar na altura de Isabelle:

– Belinha, essa é a sua vovó Marissa.

A menina olhou curiosa para a avó, abriu um sorriso e repetiu:

– Oó Maíssa.

Marissa teve um impulso de pegar a menina no colo, mas antes de concluí-lo lembrou-se de Sam ao olhar para a pequena, que tanto lembrava a mãe, e deu um passo para trás, dizendo simplesmente:

– Entrem.

Freddie pegou a filha no colo e entraram.

Depois de muito conversarem, Marissa fez Freddie prometer que a visitaria todos os dias e ele fez a mãe prometer que passaria a se alimentar, que sairia da cama e que viveria melhor.

Sam voltou na hora do almoço, trazendo quentinhas. A família almoçou. Ela estranhou o comportamento do marido. Ele estava muito quieto, como se escondesse algo.

Depois de Freddie ter lavado a louça, sentou-se no sofá ao lado da esposa e da filha, que assistiam a um desenho na televisão.

– O que fizeram enquanto eu estive fora? – quis saber Sam.

– Nada demais amor – disfarçou Freddie.

– Foram a algum lugar?

– Não saímos do prédio. Nós divertimos por aqui mesmo não é Belinha? – perguntou Freddie à filha.

– Oó Maíssa! – soltou Isabelle.

– O que ela disse? – perguntou Sam, desconfiada.

– Nada amor. De vez em quando ela ainda diz coisas sem sentido.

– Oó Maíssa – repetiu Isabelle.

– Eu entendi muito bem o que ela disse, foi Vovó Marissa! Freddie, sua mãe esteve aqui? Eu sabia! Não ia demorar nada para ela vir infernizar as nossas vidas!

– Ela não esteve aqui. Eu fui até ela. Sam, você tem que entender que a minha mãe ficou muito doente desde que brigamos e rompemos.

– Eu não tenho que entender nada. Ela me odeia! Ela não queria que você assumisse a nossa filha! Ela me chamou de vagabunda na minha casa! Ela rejeitou a nossa filha! Como pode ter se esquecido?

– Eu não me esqueci, mas perdoei e você deveria fazer o mesmo. Para o bem da nossa filha. Minha mãe é a avó dela, vai ser importante que se faça presente na vida dela!

– Ela não gosta de mim e não gosta da nossa filha!

– Isso é você que tá dizendo.

– Eu não vou permitir que ela chegue perto da Belinha, fui clara?

– Está sendo estúpida!!!

– Estúpido é você!!!

Os dois berravam, quando Isabelle começou a chorar, fazendo-os parar para irem atendê-la.

Mesmo contra a vontade de Sam, Freddie passou a visitar Marissa todos os dias, pouco antes de começar seu expediente na Pera Store. Depois, o café da manhã já não era tomado com Sam e Isabelle, mas com a mãe.

Sam estava triste, sentindo como se estivesse perdendo o marido a cada dia. Resolveu ir se aconselhar com Carly.

Spencer ficou brincando com Isabelle enquanto Carly e Sam subiram para o quarto da morena a fim de conversar.

– Ai Carlynha, não sei o que vai ser do meu casamento – lamentou-se Sam – O Freddie está cada dia mais distante. Não temos mais momentos de carinho e de intimidade, porque discutimos o tempo todo e, normalmente, tudo começa porque eu reclamo dele estar passando mais tempo com a mãe dele do que comigo e com a filha dele.

– Mas vocês sempre discutiram por tudo Sam.

– Mas agora é diferente. Não se tratam de briguinhas bobas que acabam em reconciliações deliciosas. Ele está frio. E é isso o que mais me assusta.

– Sam, se é assim, penso que tá na hora de você mudar de atitude. Pare de falar mal da mãe dele, de reclamar da conduta dele, faça-o querer ficar perto de você em vez dela. Nem que para isso você tenha que aceitar essa reaproximação dele com a Sra. Benson, afinal, é a mãe dele e eles sempre foram muito ligados.

– Como posso tolerar essa megera?

– Não tolerando você está perdendo terreno e desse jeito ela vai conseguir realizar o sonho dela de separar vocês mais rápido do que imagina, com o seu próprio apoio.

– Vou pensar a respeito, valeu amiga.

– Imagina, sabe que sempre estarei aqui pro que você precisar.

As duas se abraçaram.

Sam abriu a porta do apartamento dos Shay e enquanto se despedia de Carly e Spencer, Isabelle caminhou para fora e deu de cara com Marissa, que se deteve por um momento ao ver a neta.

– Oó Maíssa – disse Isabelle, abraçando as pernas da avó.

Sam saiu correndo e tirou a filha. As duas trocaram um olhar raivoso. Sam resolveu entrar novamente no apartamento dos Shay, enquanto Marissa tomou o elevador.

Na manhã seguinte, como de costume, Freddie se arrumou e estava prestes a ir tomar o café da manhã na casa da mãe, quando Sam teve uma ideia.

– Amor, eu sinto tanto a sua falta no café da manhã e a Belinha também.

– Se vai começar de implicância com as minhas visitas à minha mãe, pode parar.

– Não é nada disso. Eu ia dizer que em vez de você ter que escolher entre tomar o café da manhã com ela ou conosco, poderíamos tomar o café todos juntos.

– Está falando sério? O que está planejando Sam?

– Nada. Eu só estou cansada dessa nossa briga sem fim. Sei que deve ser difícil pra você ficar no meio dessa guerra minha com a sua mãe. Afinal, você nos ama muito. Não é verdade?

– Claro que sim. Você, a Belinha e a minha mãe são as mulheres da minha vida. Não sei viver sem nenhuma de vocês.

– E você é o homem da minha vida. Quero viver bem e feliz com você, em paz.

Os dois se aproximaram e se beijaram intensamente, como não faziam há dias.

Freddie resolveu ligar pelo interfone para a mãe e convidá-la para o café da manhã no seu apartamento, mas, diante da recusa dela, permaneceu feliz na companhia da filha e da esposa.

Naquela noite, Sam e Freddie voltaram às boas e mataram a saudade nos braços um do outro.

Sam dormiu além da conta. Freddie foi obrigado a se levantar cedo para ir trabalhar. A campainha insistente despertou Sam. Pensou em não atender, mas se deu conta de que poderia acordar Belinha no quarto ao lado, então se levantou, vestiu um penhoar curto de seda para cobrir sua nudez e foi atender.

– O que a senhora quer aqui? – perguntou Sam, fechando a cara ao ver a sogra – O Freddie já saiu.

– Eu sei, por isso mesmo vim. Não vai me convidar pra entrar?

– Não mesmo.

– Ora, sua moleca atrevida! Essa é a casa do meu filho – disse Marissa, empurrando Sam e entrando no apartamento.

– A senhora sabe que eu posso lhe arrancar daqui se eu quiser – ameaçou Sam.

– Faça isso e o Freddie nunca mais olha na sua cara.

– Diga logo o que quer e vá embora.

– Estava dormindo até agora? Não tem responsabilidade com seu marido, a sua filha e a sua casa?

– Isso não é problema da senhora.

– Aposto que ficou de pouca vergonha com o meu filho a noite inteira. É assim que o prende. Típico de mulher fogosa e desavergonhada!

– Por acaso a senhora quer saber nos mínimos detalhes as minhas intimidades com o seu filho? Eu posso lhe contar – provocou Sam.

Marissa fez uma careta e o sinal da cruz, dizendo:

– É uma endiabrada, sem respeito a ninguém.

– Se não é esse o motivo da sua visita, então qual é?

– Nossa! Essa mesa já tá até com camada de pó – observou a senhora passando um dedo no móvel - Não faz nada da vida, não trabalha, e não é capaz de fazer uma faxina no apartamento.

– Então o assunto é sobre a faxina do apartamento? – perguntou Sam com ironia.

– É claro que não. Vim aqui lhe dar um aviso mocinha. Eu já entendi que está armando para separar meu filho de mim. Ontem ele não foi tomar café da manhã comigo, nem hoje. Vou devolver na mesma moeda! Pode se preparar que o Freddie vai deixar de você, ou não me chamo Marissa Benson.

– Estou morrendo de medo – ironizou Sam.

– Pois deveria. Pode demorar, mas eu juro que vou separar você e o Freddie!

Marissa saiu batendo a porta, deixando Sam nervosa.


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