Sam abriu a caixa roxa e tirou de dentro uma pequena caixa com desenho de coração.

Freddie explicou:

– Dez anos de casamento equivale à boda de estanho, então comprei essa caixinha de estanho pra simbolizar.

– É bonitinha, mas só isso? - perguntou Sam, meio frustrada – Poderia ao menos ter complementado com um bacon boliviano.

– Claro que não, abra.

A loira abriu a caixinha e tirou de dentro um par de alianças de ouro, falando:

– Nós já temos alianças. A ideia do bacon boliviano ainda era melhor.

– Você não entendeu?

– Não.

– Olhe na parte de dentro das alianças.

Sam olhou e constatou:

– Elas têm a inscrição Seddie.

– Isso aí. Seddie é eterno. Por isso quero renovar os nossos votos de casamento.

– Está me pedindo em casamento de novo? Você não se cansa? - perguntou Sam, rindo.

– Nem um pouco. Aceita se casar comigo, de novo, em Las Vegas com as bênçãos de Elvis Presley?

– Tá falando sério?

– Muito sério.

– Sim, é claro que sim.

Os dois se beijaram mais uma vez.

Alguns dias depois, Sam voltou a usar o vestido rosa claro longo do primeiro casamento com Freddie há 10 anos.

– Ainda cabe perfeitamente em você amiga. Não mudou o corpo em 10 anos – elogiou Carly ao ver Sam pronta.

– Depois dos gêmeos eu tinha certeza de que viraria uma baleia para sempre – recordou-se ela.

– Baleia tô eu! - reclamou Jade, apontando para a sua barriga de 5 meses de gestação.

– Não exagere Jade – falou Cat.

Numa capela em Las Vegas, Freddie já esperava Sam, ansioso.

– Qual é cara? É a terceira vez que se casa com a Sam, pelas minhas contas – observou Gibby.

– Mas é sempre como se fosse a primeira.

– Pretendem se casar mais quantas vezes? - perguntou Beck.

– Por mim, renovaria nossos votos todo ano – respondeu Freddie.

– Pode respirar cara, a noiva tá chegando – avisou Robbie.

A marcha nupcial começou a tocar. Sam entrou segurando o braço de Charles, que estava muito satisfeito por poder conduzir uma das filhas ao altar. Isabelle caminhava na frente como dama de honra, ladeada por Eddie e Nick como pagens.

Um sósia de Elvis Presley recebeu os noivos no altar e iniciou a cerimônia de renovação de votos.

O cerimonialista começou a cantar “Love me tender” enquanto Sam e Freddie faziam a troca das alianças.

Freddie colocou a aliança no dedo de Sam, cantarolando:

– Me ame com ternura, me ame querida, diga que você é minha e eu serei seu durante todos os anos até o fim dos tempos.

Foi a vez de Sam, que cantarolou enquanto colocava a aliança no dedo de Freddie:

– Me ame com ternura, me ame verdadeiramente, todos os meus sonhos realizar, pois, meu querido, eu te amo, e sempre amarei.

Ao final, o casal se beijou, sob aplausos. O cerimonialista começou a cantar “Tutti Frutti” e todos começaram a dançar na capela.

A festa prosseguiu num jardim do lado de fora, onde após o brinde com espumante, os convidados puderam se servir com canapés. As músicas de Elvis Presley continuavam a tocar e todos dançavam animados.

Tori e André interromperam a dança de Sam e Freddie.

– Desculpem atrapalhar, mas temos que voltar para Los Angeles – explicou Tori.

– Temos um show agendado – complementou André.

– Ah, claro. Obrigado por terem vindo – agradeceu Freddie.

– Valeu mesmo. Sucesso no show – desejou Sam.

– Valeu. A renovação do casamento de vocês foi demais – elogiou Tori.

– A ideia veio do casamento de vocês – contou Freddie – Soubemos que se casaram assim.

– Preferimos uma cerimônio íntima e divertida – explicou Tori.

– E como vai o casamento de vocês? - indagou Sam.

– Vai muito bem – respondeu Tori, sorrindo.

– Por mim já teríamos filhos, mas Tori acha que é cedo – contou André.

– Temos muitos compromissos profissionais. Bebês podem esperar – justifcou Tori.

– Você tem razão – concordou Sam – Acredite em mim, filhos tomam todo o seu tempo.

– Mas trazem muita alegria também – obervou Freddie.

– Trazem muita alegria quando vêm do jeito certo. Minha irmã Trina, por exemplo, tentou dar o golpe da barriga num magnata casado e agora tá desesperada. O cara disse que não vai assumir de jeito nenhum – contou Tori.

– A cara da Trina fazer isso – falou Sam.

Enquanto isso, Isabelle dançava com Richard, sob os olhares ciumentos de Cris.

Mabel aproximou-se de Cris:

– Dança comigo?

– Claro – respondeu o garoto, parando de encarar Isabelle e pegando a mão de Mabel.

Richard elogiou Isabelle:

– Você dança bem.

– Eu sei.

– Normalmente se agradece a um elogio – disse Richard, rindo.

– Eu sou fora de esquema, como diz minha avó Marissa.

– Tô vendo.

Depois da dança, Isabelle chamou Richard para ver os patos num pequeno lago perto dali.

– Tá bem legal esse casamento dos seus pais. Acho que é o mais legal que eu já fui – elogiou Richard.

– Na verdade, é uma renovação de votos, eles já se casaram há dez anos. Também tô achando muito legal e divertido. Quando eu crescer, quero me casar assim. É diferente de tudo. Você gostaria de se casar assim?

– Eu acho que sim.

– Já que concordamos sobre a cerimônia bem que poderíamos nos casar...

– Quem sabe um dia, né Belinha? - falou Richard, rindo.

– Impressão minha ou tá tirando onda com a minha cara?

– Claro que não. Sei que quebraria meu braço se eu fizesse isso. Se bem, que eu acho que hoje sou mais forte que você. Eu até faço judô.

– Grandes coisas. Eu sou mais forte – disse Isabelle, pulando em cima de Richard e o imobilizando.

O rosto dos dois ficou próximo e Isabelle foi se aproximando, ela estava prestes a beijar o garoto nos lábios, mas Richard inverteu as posições, levantou-se e saiu correndo, deixando Isabelle, frustrada, pra trás.

Richard ainda corria e acabou esbarrando em Mabel, derrubando a garota no chão.

– Desculpe Mabel, foi sem querer – levantando a menina do chão – Você se machucou? - perguntou Richard, preocupado.

– Não. Por que estava correndo desse jeito?

– Por nada. Vamos dançar? Essa música é divertida.

– É sim, vamos lá – concordou Mabel, segurando a mão do garoto.

Cris foi atrás de Isabelle e encontrou a menina sentada a beira do lago, pensativa.

– O que faz aqui? - perguntou Cris à loirinha.

– Não é da sua conta.

– Eu posso te fazer companhia?

– Não.

– Mas eu quero ficar aqui – teimou Cris, sentando-se ao lado dela.

– Já disse que quero ficar sozinha – disse Isabelle, empurrando Cris dentro do lago.

– Será possível que acabo molhado em todas as festas?

Isabelle não respondeu, apenas se levantou e voltou para o meio da festa.

Naquela noite, foram todos para um hotel com Cassino, cujos quartos haviam sido reservados para o Sam e Freddie e seus convidados.

Isabelle, Mabel, Cris, Eddie e Nick num quarto; Carly, Gibby e Sophie em outro; Jade, Beck e Richard em outro; Marissa e Charles em outro; Cat, Robbie e Samantha em outro; Melanie e Pam em outro; Nona e Valentina em outro; Goomer e Dice em outro; Spencer, Audrey e Júnior em outro.

Sam e Freddie caminhavam em direção à suíte, quando a loira parou para prestar atenção no cassino.

– Podemos fazer uma aposta antes de ir pro quarto – disse Sam.

– Agora não! Estou ansioso para ficar a sós com você – falou Freddie.

– Para nerd! Fazemos isso há mais de dez anos! Você não vai morrer por esperar um pouco – decidiu Sam, indo em direção a uma roleta.

Freddie ficou observando a aposta de Sam e se surpreendeu quando a esposa recolheu muitas fichas da mesa, aproximando-se:

– Você ganhou Sam?

– A mamãe não é fraca.

– Também quero apostar – disse Freddie, empolgado.

De repente Sam e Freddie perceberam que um velho conhecido da Loja de Penhores jogava sozinho na mesa ao lado.

A loira cochichou ao marido:

– Vamos lá, vai ser fácil ganhar desse mané.

O casal se aproximou e o homem disse:

– Eu conheço vocês, são do ICarly.

– Éramos, há muito tempo. E você é o esquisitão da loja de penhores né? - indagou Sam.

– Isso aí, sou o Chumlee.

– Quer apostar uma fichas cara? - perguntou Freddie.

– Claro, vamos lá.

Os três começaram as apostas.

O sol já raiava quando Sam e Freddie finalmente deixaram o cassino frustrados, porque acabaram saindo sem fichas, perdendo todo o dinheiro apostado. Chumlee tinha uma sorte inacreditável para o jogo.

No café da manhã com os convidados, no restaurante do hotel, Carly percebeu o abatimento dos amigos:

– Pelo visto passaram a noite em claro. Que fogo heim? - rindo.

– Não é o que está pensando – falou Sam.

– Passamos a noite no Cassino – explicou Freddie.

– Não acredito! Perderam quanto? - perguntou Carly.

– Tudo – contou Sam.

– Manés – zombou Spencer, sentado próximo.

Naquele mesmo dia, todos voltaram para Seattle, exceto Melanie, que foi para Cambridge.

Carly e Gibby assustaram-se ao entrar no apartamento 8C e ver a luz da sala acesa, a TV ligada e cheiro de comida vindo do forno.

– Ai meu Deus! Será que “Sem tetos” invadiram nosso apartamento enquanto estávamos fora? - perguntou Carly ao marido, nervosa.

– É possível – concordou Gibby, assustado.

– Faça alguma coisa Gibby! Você é o homem da casa – disse Carly, empurrando o marido para o andar de cima – Vá ver se tem alguém lá.

– Pode ser perigoso amorzinho, estou desarmado.

– Você é um homem ou um rato?

– Depende do ponto de vista. Acho melhor chamar o Freddie pra ajudar.

– É outro medroso. Acho melhor chamar a Sam, isso sim.

Enquanto os dois discutiam, ouviram passos na escada. Carly e Gibby se abraçaram. Cris estava com Sophie no colo e puxou Mabel para junto de si.

Coronel Shay surgiu na sala:

– Voltaram! Eu já estava preocupado. Cheguei aqui ontem e não encontrei ninguém.

– Pai! - disse Carly, correndo para abraçá-lo – Por que não avisou que vinha? Nós estávamos em Las Vegas.

– Eu quis fazer uma surpresa. Dessa vez eu vim para ficar.

– Como assim?

– Estou oficialmente na reserva.

– Que alegria! Temos que fazer uma festa para comemorar.

Carly foi ao apartamento de Sam e Freddie para convidar os amigos para a festa de boas-vindas ao seu pai, mas encontrou os amigos apreensivos. Freddie segurava uma carta na mão. Sam tinha a expressão fechada.

– O que tá rolando pessoal? - perguntou Carly, preocupada.