Seddie, a história continua escrita por Nany Nogueira


Capítulo 148
O apartamento 13B


Notas iniciais do capítulo

Começando a semana com um capítulo novinho! Espero que gostem e que comentem!



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– A carta é do proprietário do apartamento – falou Freddie.

– Ele quer que a gente compre o apartamento ou vaze daqui em um mês – explicou Sam.

– Ah não! Eu adoro que sejam meus vizinhos. Não podem ir embora – lamentou Carly.

– Nós também não queremos ir – disse Sam.

– Mas não temos dinheiro para comprar esse apartamento – observou Freddie.

– A gente pode negociar, juntar as minhas economias com as suas e dar uma entrada, fazer um financiamento ・ propôs Sam ao marido.

– Eu não tenho mais economias – falou Freddie, baixo.

– Você o que Benson? - perguntou Sam, irritada.

– Como acha que eu banquei a nossa renovação de votos em Las Vegas?

– Você é um idiota Freddinardo! - esbravejou Sam, dando um tapa na orelha dele.

– Eu fiz isso por amor e é assim que me agradece? Você parecia ter gostado muito da festa.

– Claro que eu gostei, mas não deveria ter dado um passo maior que a sua perna. Desde quando ficou irresponsável?

– E desde quando você ficou responsável?

– Desde que estou prestes a ser despejada do apartamento no qual criei meus filhos.

– Você nem gostava daqui, lembra?

– Há 9 anos eu não gostava daqui, depois me acostumei e agora me apeguei. É bom ser vizinha da Carly, morar perto do colégio dos meninos e ter sua mãe por perto pra cuidar das crianças.

– Eu ouvi direito? Disse que é bom ter a minha mãe por perto?

– Não foge do assunto. Você fez tudo errado! E ainda perdemos dinheiro naquela maldito Cassino.

– Perdemos dinheiro porque você resolveu jogar, eu queria ir para o quarto.

– E depois você veio jogar junto comigo, muito empolgado! A culpa é tão minha quanto sua, ou melhor, a culpa é sua, porque inventou de irmos para Las Vegas.

– Não vem jogar a culpa em cima de mim Puckett! Você que quis dar o golpe no esquisito da loja de penhores...

Carly interveio, gritando:

– Chega!!! Não sei como vocês aguentaram os últimos dez anos brigando desse jeito.

– Talvez seja porque eu amo essa insuportável – confessou Freddie, amolecendo o coração de Sam, que conseguiu ir soltando a respiração tensa pela irritação.

– Eu não tenho dúvida disso. Se vocês não se amassem, não resistiriam a tanto tempo juntos. Por isso, peguem todo esse amor e se unam nesse momento para resolverem essa situação juntos, como já resolveram tantas outras nesses anos todos – falou Carly.

– Carly tem razão – disse Freddie, olhando para Sam – Vamos dar um jeito, como sempre demos – segurando as mãos de Sam.

– Está bem, confio em você bebê – falou Sam, sorrindo.

Naquela noite, Sam e Freddie foram ao apartamento de Carly para a festa de boas-vindas de Coronel Shay. Mas, o casal estava preocupado e nem a comida desviava os pensamentos de Sam. Ela resolveu chamar Gibby para conversar a sós. Os dois subiram até o antigo estúdio de ICarly.

– Gibby, nós somos sócios no restaurante e eu preciso da sua concordância para fazer um empréstimo dando o restaurante em garantia.

– Eu não concordaria com isso.

– Gibby, quer apanhar?! - indagou Sam, segurando-o pelo colarinho.

– Não! Por favor, não quebre mais meus dedos.

– Eu não vou. Desculpe. Gibby, preciso que me ajude – disse Sam, arrumando a gola dele.

Nisso Carly entrou:

– O que tá acontecendo aqui? - perguntou ela, desconfiada, entrando no local com Sophie no colo.

– Tô dando uns pegas no seu marido, já que você já deu uns pegas no meu – zombou Sam.

– Não é nada disso Carly! - falou Gibby, nervoso – Ela tava me agredindo! Você conhece a Sam.

– Claro que ela conhece. Você não faz meu tipo Gibby. Estávamos discutindo negócios Carls – contou Sam.

– Que tipo de negócio? - quis saber Carly.

– Gibby vai me ajudar a conseguir um empréstimo dando o restaurante em garantia para que eu possa comprar o apartamento.

– Não vou fazer isso. Aquilo é tudo que eu tenho. É meu patrimônio. Meu e das minhas filhas.

– Ele não vai mesmo. É patrimônio da Sophie – concordou Carly, fazendo carinho na cabeça da filha.

– É engraçado Carly, mas sempre tenho a sensação de que sou muito mais sua amiga que você minha – falou Sam, saindo do estúdio, irritada.

Sam passou por Freddie na sala e puxou o marido pelo braço:

– Vamos embora.

– Mas a festa mal começou.

– Vamos embora agora! Em casa eu explico.

Freddie seguiu Sam ao apartamento 13B, onde contou a ele tudo o que tinha acontecido com Carly e Gibby.

– Eles têm a razão deles. Você não pode arriscar todo o negócio por causa de um interesse pessoal.

– É impressionante como sempre fica contra mim Benson.

– Não estou contra você, só entendo o lado deles.

– Essa era a única saída que me veio à cabeça.

– Por que não pede ao seu pai?

– Acha que eu já não pensei nisso? Meu pai está com problemas financeiros.

– Mas ele é muito rico.

– Eu sei, mas teve uns problemas trabalhistas no colégio e tá tendo que pagar umas indenizações. Além disso, investiu uma grana numas ações de uma empresa que tava bombando no mercado financeiro e perdeu tudo, hoje essas ações podem ser dadas como troco de ônibus.

– Nossa! Que falta de sorte.

– Muita falta de sorte, a dele e a nossa. Pensei na Melanie, mas ela tá em começo de carreira, mal tem pra ela.

– Eu não tenho família rica.

– Nem eu. Quer dizer, meu tio é ladrão de bancos, mas não quero ter que apelar pra ele.

– Eu nunca permitiria isso Sam. Nada de coisas ilegais, ok?

– Ok. Sabe que não faço nada ilegal desde que atingi a maioridade.

– O jeito vai ser encontrarmos outro lugar pra morar.

Nesse momento, Isabelle, Eddie e Nick entraram. A menina logo se insurgiu:

– Eu ouvi bem? Morar em outro lugar? Eu não quero! É a minha casa! Eu gosto daqui! Não vou sair daqui!

– Eu também! - falaram Eddie e Nick ao mesmo tempo.

– Antes que comecem a dar chilique, escutem ・ pediu Sam.

– O dono do apartamento quer vender e não temos dinheiro para comprar. Mas, podemos encontrar um lugar bacana para morar. Há muitos apartamentos em Seattle – explicou Freddie.

– Daqui eu não saio, daqui ninguém me tira – começou a cantarolar Isabelle, sendo acompanhada pelos irmãos.

Os três dançavam em volta da mesa de centro da sala, repetindo a mesma coisa.

Sam comentou com Freddie:

– Eu mereço.

– Nós merecemos.

Alguns dias depois, Sam e Freddie esperavam ansiosos por uma visita. A campainha tocou e o casal foi abrir a porta. Gary Halberstadt os cumprimentou com simpatia:

– Veja só, como vocês cresceram! Da última vez que os vi estavam invadindo esse apartamento, quando minha mãe ainda era viva. Foi no Halloween, ainda me lembro.

– Mas já pagamos aluguel desse mesmo apartamento há 9 anos e mesmo assim o senhor quer nos tirar daqui sem nenhuma consideração – falou Sam.

– Sam! - ralhou Freddie ・ Senhor Halberstadt, entre, por favor.

O homem entrou e se sentou no sofá. Isabelle se aproximou:

– Você que é o mané que quer nos tirar da nossa casa?

– Essa casa é minha, garotinha. Vocês me pagam para morar aqui.

Nick aproximou-se e deu um chute na canela dele:

– Você é mau!

– Nicolas! - falaram Sam e Freddie ao mesmo tempo.

Freddie pediu à filha:

– Vá para o quarto e leve seus irmãos Belinha, por favor. Se quer ajudar, faça isso.

Isabelle entendeu a súplica do pai, então pegou Eddie e Nick pelas mãos e foram para o quarto.

– Perdão Senhor Halberstadt – pediu Freddie.

– Tudo bem. Crianças... Sei como são, por isso nunca quis ter uma.

Bolinha aproximou-se do homem, rosnou e abocanhou a calça dele, puxando até ficar com um pedaço de tecido na boca.

– Bolinha, passa! - mandou Sam, irritada, sendo obedecida pelo cachorro, que correu para a cozinha.

– O que essa ferinha fez com a minha calça? - indagou Gary, irritado.

– Nós pagamos. O senhor pode comprar uma calça novinha – falou Freddie.

– Essa calça era do meu falecido pai! Tinha valor sentimental e não pode ser substituída.

– Desapega. Isso não faz nem bem. Guarde seu pai no seu coração – disse Sam, dando um tapinhas nas costas de Gary.

– Vamos ao que interessa. Chamamos o senhor aqui para pedir mais um prazo. Um mês é pouco tempo para encontrarmos um lugar legal para nos mudarmos – disse Freddie.

– Lamento, mas não dá.

– Por que não? - perguntou Sam, sem paciência.

– Eu vou me casar em um mês e me mudar para o Texas. Preciso desse dinheiro.

– Encontrou alguma louca que te queira? - perguntou Sam.

– Sam! - chamou a atenção Freddie – Tenho certeza que é uma moça de muita sorte. Mas, será que o senhor não pode nos dar só mais um mês? Nos ajudaria muito. Moramos aqui há muito tempo, sempre pagamos o aluguel e o condomínio em dia...

– Só mais um mês?

– Sim ・ falaram Sam e Freddie ao mesmo tempo.

– Não! Arrumem suas coisas e desocupem o apartamento o mais rápido possível, ao final do prazo virei pegar as chaves – decidiu Gary, levantando-se e indo embora.

As crianças ouviam a conversa atrás da porta e saíram. Isabelle sentou-se no colo do pai, triste:

– Vamos mesmo ter que ir embora né?

– Sim, princesa. Mas, não precisa ficar triste, vamos encontrar um lugar legal pra morar – explicou Freddie.

– Mas, vou ficar longe da dinda, da minha avó, da minha prima e do Cris.

– Vocês virão ficar com a Senhora Benson todos os dias, como sempre. Nem sentirão falta daqui – garantiu Sam, enquanto acomodava Eddie e Nick no colo.

– Não será a mesma coisa – disse Eddie, tristonho.

Os dias passaram rápido. Sam e Freddie terminavam de encaixotar a mudança. Iriam passar um tempo na mansão de Charles, já que não haviam encontrado um imóvel que agradasse toda a família. Dentro daquelas caixas iam muitas lembranças, várias relacionadas aos bons momentos que viveram naquele apartamento que à primeira vista parecia mal-assombrado, mas que foi testemunha de anos felizes da família Puckett Benson.

Já era tarde e as crianças dormiam. O casal, exausto de arrumar as coisas, sentou-se no tapete da sala, encostando suas cabeças.

– É triste ver isso tudo vazio – comentou Freddie.

– Nem me fale. Cada pedacinho lembra alguma arte das crianças. Lembra quando a Belinha tinha pouco mais de um ano e pulou do berço, e depois apareceu bem na nossa frente, aqui no meio da sala, com carinha de sapeca?

– Claro que eu me lembro, foi no dia que nos mudamos pra cá. E se lembra quando Eddie e Nick resolveram desenhar bem naquela parede? - perguntou Freddie apontando para o local.

– Óbvio que sim, deu um trabalhão pra limpar.

– Mas eu te ajudei.

– Quanto mais a gente esfregava, mais manchado ficava, até que decidimos passar tinta por cima de uma vez.

– Só que ficou diferente do resto e então colocamos um móvel pra esconder.

– Espero que o chato do Gary não se dê conta disso.

– Eu também. Sabe Sam, é triste deixar para trás um lugar no qual fomos felizes, que tem marcas da nossa vida e dos nossos filhos, mas a felicidade não está no lugar em que estamos, mas com quem estamos. Enquanto eu estiver com você e com as crianças, estará tudo bem.

– Você tem razão. Seremos felizes, juntos, em qualquer lugar – concordou Sam, dando um beijo nos lábios de Freddie, que correspondeu.

No dia seguinte, quando o caminhão de mudança chegou e começou a levar as coisas, Isabelle tinha vontade de chorar, especialmente após olhar a parede do seu quarto com as marcas de seu crescimento em forma de riscos com datas ao lado. Então, ela saiu de fininho e subiu até a saída de incêndio.

A menina olhava a vista de Seattle, pensando que gostava daquela vista, mas nunca parou para se dar conta disso até aquele momento, quando estava prestes a perdê-la. Ela ouviu passos e se virou, vendo Cris.

– Está me seguindo? - questionou a loirinha.

– Não. Fui ao seu apartamento e não te achei, daí sai procurando e tive uma ideia de que estaria aqui. Eu vim me despedir.

– Não seja dramático Cristopher. Nós ainda vamos estudar na mesma classe, lembra? Não vai se livrar de mim tão fácil.

– Mas não seremos mais vizinhos e eu não vou mais te ver o tempo todo. Vai ser estranho meus dias sem você por perto. Vou sentir falta até dos seus xingamentos e dos seus tapas e olha que você tem mão pesada.

Isabelle conseguiu rir:

– Eu sei que você adora os meus tapas.

– Eu adoro tudo em você.

Os dois trocaram um olhar demorado, que foi interrompido por passos ligeiros que se aproximavam.

– Achei vocês! - disse Mabel, contente – Vieram brincar aqui e nem me chamaram.

– Não estávamos brincando, só conversando – falou Cris.

– Eu tenho que ir, meus pais já devem estar atrás de mim – disse Isabelle, saindo.

Quando Isabelle entrou no apartamento, Sam falou ríspida:

– Se demorasse mais um pouco iria ficar por aqui. Mania de sair sem avisar! Já pedi mil vezes para não fazer isso.

– Desculpe mamãe.

– Só o Bolinha me dá ouvidos nessa casa – disse Sam, pegando o cãozinho no colo e o abraçando.

Gary apareceu na porta acompanhado de um senhor de terno que parecia ser um advogado.

– Nós já estamos de saída, o senhor não precisava vir acompanhado de um advogado – disse Sam.

– Pode conferir tudo, o apartamento está em ordem – garantiu Freddie.

– O Dr. Arnold veio até aqui para informar aos senhores que o apartamento já tem dono – falou Gary.

– Que bom pra você! Mas, não temos nada com isso – disse Sam.

O advogado entregou uma escritura para Freddie. O moreno arregalou os olhos e disse à Sam:

– Eu acho que nós temos tudo a ver com isso meu amor.


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