Seddie, a história continua escrita por Nany Nogueira


Capítulo 117
O segredo de Mabel


Notas iniciais do capítulo

Voltei! Antes tarde do que nunca rs.
Tá bem difícil pra eu postar ultimamente, porque ando muito atarefada. Mas, se vocês demonstrarem interesse que eu continue, prometo que não passarei nenhuma semana sem postar.
Às vezes parece que os leitores não estão se interessando muito, porque vejo um número gigantesco de acessos e pouquíssimos comentários e isso acaba desanimando.
Espero que gostem do capítulo.



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Assim que Mabel voltou de viagem, Sam foi conversar com a pequena. Ela estava brincando de Barbie, em cima da sua cama rosa, no seu quarto no apartamento de Carly. A morena havia decorado um antigo “quarto de entulho” para a menina, com muito rosa.

– Eu soube que a minha sobrinha favorita já tinha voltado de Cambridge – disse Sam, entrando e se sentando na cama ao lado da sobrinha.

– Oi tia! - cumprimentou Mabel, contente, abraçando-a e lhe dando um beijo no rosto – Senti saudade.

– Eu também querida, mas não era pra você voltar só amanhã de manhã?

– Cansei de ficar lá.

– Por que?

– Porque sim.

– Porque sim não é resposta. Pensei que quisesse passar mais tempo com a sua mãe. Aconteceu alguma coisa que te chateou?

– Não – respondeu Mabel, penteando o cabelo da Barbie sem olhar para a tia.

– O que achou do namorado da sua mãe?

– Não sei

– Como não sabe? Está com ciúme dele Bel?

– Não tenho ciúme.

– Também acho que não. Olha pra tia boneca – levantando a cabeça da pequena – Se aquele idiota te fez alguma coisa você pode me contar, eu prometo que vou te proteger, nunca vou permitir que te machuquem, você entendeu?

– Sim, tia. Mas, ele não fez nada. Eu só estava com saudade do papai e de você – abraçando-a de novo.

Sam voltou pra casa desconfiada, mas viu que não adiantava insistir com Mabel por enquanto, era melhor só ficar de olho no comportamento da menina.

Num final de semana, resolveram ir ao parque: Sam, Freddie, Isabelle, Eddie, Nick, Carly, Gibby, Cris, Mabel, Spencer e Audrey.

As crianças corriam e faziam bolinha de sabão, tentando acertar umas às outras. Os adultos arrumavam uma toalha no gramado, ajeitando tudo para o piquinique.

Mabel já parecia ter superado o que quer que tivesse acontecido em Cambridge.

– Vou tirar uma foto da minha princesinha – disse Gibby, pegando a máquina fotográfica profissional, pois tirar fotos era o seu novo hobbie.

Mabel deitou-se no gramado e sorriu.

Gibby tirou a primeira foto e a menina começou a fazer poses. De repente, ela se levantou e saiu correndo, abraçando a cintura do pai.

– O que aconteceu? - perguntou Gibby, preocupado.

– O namorado da mamãe tava atrás daquela árvore me olhando – respondeu Mabel, assustada.

Sam foi verificar e voltou dizendo:

– Foi impressão sua Bel, não tem ninguém lá. Não tem razão para o namorado da sua mãe estar aqui. Ele mora em Cambridge, lembra?

A menina não parecia convencida e continuava abraçada ao pai. Um homem se aproximou, olhando para além de onde estava a menina, acenando para a namorada que o esperava do outro lado.

– Eu me enganei, era só parecido – constatou a menina, aliviada.

Sam voltou a insistir no assunto:

– Mabel, por que tem medo do namorado da sua mãe? Pode me contar o que aconteceu, não confia em mim?

– Não tenho nada para contar tia. Agora eu vou brincar – correndo em direção às outras crianças que brincavam jogando um disco.

Sam falou a Gibby:

– Você deveria levar sua filha num psicólogo. Tem algo errado com essa garota.

– Sua filha é muito mais problemática que a minha e nem por isso eu digo para você levá-la ao psicólogo – rebateu Gibby, ofendido.

– Para com isso Gibby, a Sam não falou por mal, só está preocupada – interveio Carly.

– Pessoal, tudo pronto, venham comer – chamou Freddie.

Todos correram para se sentar em volta da toalha do piquinique.

Enquanto comiam, Spencer falou:

– Vocês não acham que eu levo o maior jeito pra cuidar de crianças? Eu criei a Carly e cuido dos filhos de vocês sempre que precisam.

– Claro que sim. Você só tem que superar isso de parar de colocar fogo sem querer nas coisas – falou Carly.

– E entender que crianças não podem se sujar com tintas tóxicas – disse Freddie, lembrando-se de quando deixou Isabelle com Spencer, ainda bebê, e encontrou a filha coberta por tinta tóxica.

– E não ficar desesperado quando um bebê faz xixi em você – completou Audrey, lembrando-se de quando Nick fez isso deixando Spencer nervoso.

– Vocês são muito ingratos. Cuidei da Carly e de seus amigos inseparáveis Sam, Freddie e Gibby e vejam só, estão todos aqui, adultos e saudáveis, não perderam sequer um dedo – revoltou-se Spencer.

– Você lembra daquela vez que me perdeu no aeroporto do Canadá Spencer, quando eu fui parar na Ásia? - perguntou Sam, irônica.

– A ideia de te colocar numa mala foi do Gibby e a mala era do Gibby, ele que não ficou de olho. E eu te salvei de ser presa por contrabandear bolo gordo naquele dia. E também, olhe pelo lado positivo, você conheceu a Ásia – defendeu-se Spencer.

– E se lembra quando me derrubou no chão sem querer enquanto fazia aqueles seus exercícios do aplicativo do celular? - indagou Freddie.

– Isso foi um acidente! Você só ficou com um galo na testa, nem foi um traumatismo craniano.

– E quando quase me matou com o martelo voador? - foi a vez de Carly questionar.

– E quando me mandou pegar um ônibus para o outro lado da cidade só para que eu não te ajudasse a fazer exercício físico como pediu a Carly? Cara, eu fiquei perdido naquele dia – recordou-se Gibby.

– Tá bom, chega! Vamos mudar de assunto. Que dia lindo hoje né?

– Lindo dia meu amor. Não fica chateado, podemos ter um filho mais tarde, quando você for mais maduro – disse Audrey, fazendo carinho no rosto de Spencer.

– Eu já sou mais maduro! Tanto que a minha arte está sendo reconhecida. Era pra ser uma surpresa, mas vou falar de uma vez: no próximo mês farei a minha primeira exposição no museu de Seattle – contou Spencer, orgulhoso.

– Não vai colocar uma obra sua lá distraindo os seguranças como já fez antes né Spencer? - perguntou Carly, desconfiada.

– Claro que não! Vocês não entenderam. Não vou expor uma obra por meios não convencionais. Vou expor todas as minhas obras com exclusividade. Aquele lugar vai fechar pra mim.

– Parabéns Spencer! Você merece cara – disse Sam, contente pelo amigo.

– Valeu Sammy. Bom ouvir o reconhecimento da minha primeira modelo de escultura.

– Bom saber que eu pareço um peixe pra você.

– Eu comecei a te insculpir, mas me veio a inspiração do peixe de repente e um artista não pode negar uma inspiração, seria como negar a mim mesmo.

– Entendemos a profundidade da questão Spencer – falou Carly, rindo – Parabéns maninho, estou orgulhosa.

– Eu também - disse Audrey, dando um beijo nos lábios dele.

Todos começaram a parabenizar Spencer.

Alguns meses depois, chegaram as férias escolares.

Mabel acordou e, como de costume, encontrou Carly, Gibby e Cris à mesa.

– Sente-se querida, já preparei seu cereal – disse Carly, colocando a tigela na frente da menina – Dormiu bem? Aqueles pesadelos passaram?

– Sim. Não aconteceu mais.

Mabel tinha muitos pesadelos nos últimos meses, acordava chorando e assustada, então corria para o quarto de Carly e Gibby, ao lado do seu, dormindo no meio dos dois.

– Que bom bonequinha – falou Carly, satisfeita, dando um beijo na cabeça da menina.

– Belzinha, você está de férias e sabe o que isso significa... - começou Gibby.

– NÃO VOU PARA A CASA DA MAMÃE! - disse Mabel nervosa, levantando-se.

– Fica calma querida – falou Carly, abraçando a menina.

– Bel, eu não tenho escolha. Tenho que te mandar pra lá. É ordem do juiz. Tenho a sua guarda, mas as suas férias devem ser com a sua mãe. Eu posso ser preso se não te mandar para Cambridge.

– Ninguém vai me obrigar a ir pra lá, ninguém! - falou a menina, chorando e correndo para o seu quarto.

– Eu vou atrás dela – disse Cris, levantando-se.

No quarto, Mabel estava encolhida, abraçada a sua boneca de pano favorita, num canto ao lado da cama. Cris sentou-se ao lado dela:

– Fica calma Bel.

– Não dá, você não entende.

– Por que não me conta qual o problema? Assim eu posso entender.

– Ninguém pode entender. Eu tenho vergonha.

– Eu não vou te julgar, porque eu gosto muito de você.

– Sério? Eu também gosto muito de você Cris, mas eu pensei que você gostasse mais da Belinha que de mim.

– Isso não é verdade. Eu te amo Mabel, afinal, você é a minha irmã.

– SAI DAQUI CRIS! - gritou Mabel, empurrando o menino.

– Pelo visto é mal de família me agredir! Não sabia que você era tão agressiva quanto a sua prima! - falou o garoto, indignado, saindo do quarto da menina, que chorava copiosamente.

Na manhã seguinte, Gibby iria levar Mabel para Cambridge, mas quando entrou no quarto da menina, não a encontrou.

– CARLY! CARLY! CARLY! - gritou ele, enquanto descia as escadas nervoso.

– Estou aqui mozão! O que foi? - perguntou ela, preocupada, enquanto fazia panquecas na cozinha.

– Minha filha sumiu! Não está no quarto.

– Calma, ela deve estar se escondendo, porque não quer ir pra casa da mãe. Vamos procurá-la com calma. Ela pode estar dentro de uma armário, atrás de um móvel...

– Vamos lá.

Enquanto isso, no quarto ao lado da casa de máquinas do elevador do Bushwell Plaza. Mabel e Isabelle conversavam.

– Tem certeza de que aqui é um bom esconderijo Belinha?

– Eu já me escondi aqui uma vez.

– Mas seus pais te encontraram.

– Isso é verdade. Mas, você fica aqui por enquanto, depois eu penso num lugar melhor para te esconder.

– Tá bom.

– Mabel, por que você não quer ver a sua mãe?

– Eu quero ver a minha mãe, não quero ver aquele cara que ela tá.

– Eu sei que é chato quando nossos pais arrumam namorados. Quando meus pais se separaram, meu pai começou a namorar aquela nojenta da Rebeca e a minha mãe saía com um carinha, acho que é Pette o nome dele. Eu detestava isso. Mas, não acho que você deva se afastar da sua mãe só porque sente vontade de vomitar cada vez que vê o namorado dela a beijando.

– Eu não ligo pra isso. O problema é o que ele faz comigo.

– O que ele faz com você?

– Não importa.

– Importa sim. Se não me contar vou chamar seu pai e contar onde está.

– Não faça isso Belinha, eu tô implorando – começando a chorar.

– Então me conta! Eu sou sua prima e mais velha, estou mandando me contar.

– Você não entende! Eu não consigo contar, porque tenho vergonha. Nunca mais vou conseguir olhar pra você se eu falar.

– É tão grave assim?

– Sim, é – chorando ainda mais.

Isabelle abraçou Mabel:

– Tá bom, não vou mais perguntar. Para de chorar, eu não gosto quando você chora. Eu vou te ajudar a se esconder, eu prometo.

Quando Isabelle voltou ao apartamento 13-B encontrou todos nervosos.

– Belinha, onde esteve? - perguntou Sam, preocupada – Eu nem tinha te visto sair do quarto.

– Fui ao apartamento da vovó – mentiu a menina.

– Você viu a sua prima? - indagou Freddie.

– Não.

– Já procuramos em todos os lugares e nada! Será que ela fugiu pra rua e se perdeu? Pobrezinha! - falou Cary a beira de um ataque de nervos – Eu disse para não obrigá-la a visitar a Melanie, Gibby – brigando com o marido.

– Não é minha culpa, a Melanie tem uma ordem judicial – defendeu-se Gibby.

– Algo me diz que uma pessoa aqui pode nos dizer onde está a Bel – falou Sam, olhando para Isabelle.

– Quem mamãe? - perguntou a menina, dissimulada.

– Não se faça de besta Isabelle! Diga agora onde está a sua prima – exigiu Sam.

– Não faço ideia.

– Para com isso Sam. Vamos procurá-la pelo condomínio – propôs Freddie – Quando a Belinha fugiu não saiu do Bushwell.

Os adultos saíram e Isabelle também ia sair, Cris a segurou pelo braço:

– Aonde vai Belinha?

– Procurar a Bel, ora.

– Eu te conheço. Sua mãe tem razão, sabe onde está a Bel né?

– Não sei do que está falando. Agora me solta antes que eu tenha que quebrar seu braço.

Isabelle saiu e Cris a seguiu.

No quarto do elevador:

– Bel, rápido, os adultos estão procurando, tenho que te tirar daqui antes que eles venham para cá.

– Como? Eles vão me encontrar. Não deixa me levarem Belinha – abraçando-se à prima.

– Não vou deixar, agora vem.

Na saída, deram de cara com Cris.

– Achei as duas!

– Cris, não conta pra ninguém, por favor – pediu Mabel, com os olhos marejados.

– Não vou contar. Venham, tenho uma ideia de esconderijo.


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