Seddie, a história continua escrita por Nany Nogueira


Capítulo 114
A armação de Grégory




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– Professora, eu juro que estudei pra prova. Sempre fui a melhor aluna da turma no meu outro colégio. Eu consegui resolver as questões, então tem algo de muito errado – justificou Isabelle, nervosa.

No fundo da sala, Grégory ria da situação.

A professora prosseguiu:

– Senhorita Benson, vai ter que estudar muito para recuperar essa nota e é pouco provável que consiga passar sem recuperação. Se continuar assim serei obrigada a chamar seus pais – falou a professora.

– Não faça isso, por favor, eles vão ficar muito decepcionados. Eles têm orgulho de mim.

– Então se esforce para que eles continuem tendo orgulho de você.

Depois da escola, como sempre, Isabelle se despediu de Cris e Carly no corredor, iria ficar no apartamento da avó, como em todas as tardes.

– Belinha, eu posso te ajudar a estudar pra matemática se você quiser – ofereceu-se Cris.

– Por que? Está mal em matemática Belinha? - perguntou Carly, desconfiada.

– Cala a boca mané – disse Isabelle, irritada, para Cris, tocando a campainha da avó.

Carly e Marissa se cumprimentaram e a menina entrou sem olhar para trás.

Pouco depois, a campainha tocou novamente. Como Marissa preparava o almoço, Isabelle foi abrir:

– O que foi Cris? Não está satisfeito de quase ter contado a sua mãe que eu me ferrei em matemática?

– Desculpa, não foi essa a minha intenção. Belinha, será que eu posso ver a sua prova?

– Pra quê? Não quero ter que olhar para aquilo de novo. Eu vou é jogar no lixo antes que meus pais vejam.

– Antes de você jogar deixa eu ver, por favor.

– Está bem – concordou Isabelle, indo até o antigo quarto de Freddie, para pegar a mochila, seguida por Cris.

A menina pegou a prova toda amassada e entregou ao menino.

– Belinha, tem algo muito errado na sua prova.

– Claro que tem.

– Não quero dizer a nota, quero dizer a letra. Esse garrancho não é o seu.

– Deixa eu ver – puxando a prova da mão do garoto – É verdade! Essa não é minha letra.

– Parece que as respostas foram apagadas, olha só tem marcas – mostrou o menino.

– Quem faria isso para me ferrar?

– Quem teria motivos para te ferrar?

– Grégory!

– Pensei a mesma coisa.

– Isso não vai ficar barato.

Mais tarde, Sam assistia a um seriado na televisão, comendo pipoca, enquanto esperava Freddie chegar da universidade.

Isabelle foi se sentar ao lado da mãe.

– Não deveria estar dormindo mocinha? - perguntou Sam.

– Perdi o sono. O que está vendo?

– Revenge. É a história de uma moça que quer vingar a morte do pai.

– Isso é muito legal.

– O que?

– Vingança.

Quando Sam ia questionar à filha, a chave virou na porta e Freddie entrou. Isabelle foi correndo para o colo dele.

– Que saudade papai! Quase não nos vemos mais.

– Prometo que no final de semana passaremos o dia todo juntos – respondeu Freddie, beijando a face da pequena.

– Eu deixei comida no forno pra você, amor – falou Sam, indo até ele e o beijando nos lábios.

– Obrigado amor, estou com fome e ainda vou ter que virar a noite estudando, tenho prova amanhã.

– Ainda vai ficar doente desse jeito – falou Sam.

– É o único jeito. Amanhã pego cedo no batente. E não posso deixar de estudar, afinal, um Benson nunca tira uma nota baixa, não é mesmo Belinha?

– Sim papai – respondeu a menina, sentindo ainda mais ódio de Grégory.

Alguns dias depois, Isabelle teve prova de inglês. Na hora do recreio ela estava convicta de que iria entrar na sala do Diretor. Estava quase lá quando Cris a abordou:

– Não pode fazer isso Belinha! - segurando-a pelo braço.

– Posso sim. Ele fez comigo.

– Detonar a prova dele de inglês não vai limpar sua barra na prova de matemática.

– Eu não ligo. Sou inteligente, posso tirar dez nas próximas provas de matemática, já ele, duvido que consiga recuperar.

– Minha mãe sempre diz que não devemos pagar o mal com o mal.

– Então o que sugere? Deixar o Grégory impune e assinar meu atestado de bobona?

– Claro que não. Sugiro contarmos ao Diretor Franklin. Então, você terá uma chance de refazer a prova e Grégory terá o que merece.

– Ele pode não acreditar na gente.

– Temos provas. Só comparar a sua letra com a letra da prova e com a letra do Grégory.

– Nossa Cris, até que você não é tão burro quanto eu imaginei.

– Vou tomar isso como um elogio e não como uma ofensa, só porque eu gosto muito de você.

Isabelle corou ao comentário do amigo e o puxou:

– Vamos logo dedurar o Grégory pro Diretor.

O sinal bateu, indicando o final do recreio. Isabelle voltou para a sala satisfeita, dizendo a Grégory, assim que entrou:

– Diretor Franklin quer falar com você.

– É mentira sua – respondeu o ruivo.

A professora entrou na sala:

– Grégory, Diretor Franklin está o esperando em sua sala.

Isabelle riu com deboche, fitando Grégory, e foi se sentar.

No dia seguinte, Senhorita Fich foi falar com Isabelle assim que aula começou:

– Senhorita Benson, Diretor Franklin me explicou o que houve com a sua prova, e é lamentável! Peço desculpas por não ter notado a diferença na letra, acontece que era a primeira prova da turma. Grégory foi suspenso, se aprontar mais uma será expulso. Você terá a chance de refazer a prova. Pode ir agora para a sala do Diretor, já deixei a prova lá pra você.

– É bom que a senhora saiba de uma coisa logo professora, um Benson nunca tira nota baixa numa prova, se acontecer, desconfie.

Naquele noite, a menina estava toda contente.

– Advinha só mamãe?

– Aprontou o que dessa vez? - perguntou Sam, enquanto esquentava a comida para o jantar.

– O que eu aprontei vai te deixar orgulhosa. Olha só: tirei dez em matemática e dez em inglês – entregando as duas provas.

– Parabéns pequena nerd! Estou muito orgulhosa - elogiou Sam, fazendo carinho na cabeça da filha – Seu pai vai ficar orgulhoso também.

– Ele só vai ver no final de semana.

– Belinha, o papai precisa disso para o bem dele e para o nosso.

– Mas eu sinto saudade do papai.

– Eu também. Mas, o final de semana não demora.

No sábado, Isabelle foi acordar o pai, contente:

– Papai, bom dia! Olha as minhas provas.

– Bom dia querida. Que legal. - respondeu Freddie, sonolento, sem dar atenção à menina.

Sam preparava o café da manhã na cozinha.

– Mamãe, o que está acontecendo com o papai? Ele nunca dorme até tarde.

– Ele está muito cansado querida, consegue dormir mais que eu. Nunca imaginei que isso seria possível.

– Ele nem ligou pra mim. Eu queria mostrar as minhas provas.

– Mostra depois. Ele está com sono agora.

Sam saiu para ir ao restaurante e Freddie ficou cuidando dos filhos.

– Papai, brinca de super-herói – pediu Nick, puxando Freddie do sofá.

– Pega a capa – falou Eddie, tentando entregá-la ao pai.

– Belinha, tira seus irmãos daqui – pediu Freddie, com sono e irritado.

Isabelle pegou a capa da mão de Eddie e colocou, dizendo:

– Já vou brincar de super-herói com vocês. Sou a mulher-maravilha! Agora vão colocar suas roupas de super-heróis.

Os meninos foram para o quarto e a menina aproveitou pra falar com o pai, pegando suas provas de cima da mesa de centro.

– Olha, eu tirei dois dez – falou Isabelle, empolgada, mostrando as provas pra ele.

– Meus parabéns querida – disse Freddie, sem prestar muita atenção, cedendo ao sono novamente, deitado no sofá da sala.

– Papai! - chamou a menina o chacoalhando.

– Obrigado por me acordar, tá na hora de ir pra Pera Store, pegue seus irmãos e vá para o apartamento da sua avó – determinou ele, levantando-se apressado.

– Você prometeu que passaríamos o final de semana juntos.

– Amanhã princesa, prometo.

No domingo, Freddie e Sam foram com os filhos à pracinha.

– Eu não acredito que traz o seu lap top até pra cá – observou Sam.

– Eu tenho exercícios de aula pra fazer.

– Pelo menos descanse no domingo e curta a sua família.

– Eu posso fazer as duas coisas ao mesmo tempo.

– Eu acho que não. Belinha falou que sente a sua falta, os gêmeos também me perguntam direto a que horas vem o papai, e eu sinto sua a falta.

– Você prometeu meu apoiar. Então, pensei que entenderia a minha ausência.

– Está bem, você tem razão. Não estou pedindo para estar conosco o tempo todo, eu posso dar conta das crianças durante a semana, mas, pelo menos no final de semana, ou no domingo, dedique-se a sua família.

– Tá, você tem razão – concordou Freddie, fechando o lap top e abraçando Sam.

– Você não se esqueceu que na próxima semana é meu aniversário né? - perguntou Sam, deitando a cabeça no ombro dele.

– Claro que não, eu jamais esqueceria o seu aniversário – fazendo carinho na cabeça dela.


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