Seddie, a história continua escrita por Nany Nogueira
Notas iniciais do capítulo
De volta ao colégio da turma do ICarly
– Hora de acordar princesa – disse Sam, ascendendo a luz do quarto de Isabelle.
– Não mamãe, eu tô doente – falou Isabelle, sonolenta.
– Posso saber que doença é essa?
– Acho que é grave, não me sinto nada bem.
– Sei bem o nome da sua doença, eu também sofria disso na sua idade, chama-se preguicite aguda crônica. A boa notícia é que não mata. Levanta logo daí! Quer chegar atrasada no seu primeito dia de aula na Ridgeway?
– Acho uma óima ideia.
– Chega Isabelle! Já tá me fazendo perder a paciência – puxando a coberta de cima da filha.
– Nossa! Que surpreendente você ter perdido a paciência – ironizou Isabelle.
– Vai se trocar agora a menos que queira entrar no seu colégio novo de pijama. Por que eu vou te levar pra lá de qualquer jeito.
– Tá bem, pelo menos vou colocar uma roupa bem bonita – empolgou-se a menina, levantando-se.
No café da manhã, Eddie gritou quando Isabelle foi se sentar à mesa:
– Não! Sai daí Belinha! Quase sentou em cima do meu amigo. Não está vendo?
– É claro que não estou vendo, porque não tem ninguém aqui! Você tá cada dia mais doido Edward – respondeu Isabelle.
– Não fale assim com seu irmão princesa, ele tá na fase do amigo imaginário, entre na onde dele, tem lugar aqui do lado do papai – disse Freddie, apontando a cadeira, onde Isabelle foi se sentar.
– Mamãe, cadê o suco do Boo Boo? - indagou Eddie à Sam.
– Boo Boo me falou que está sem fome, amor – respondeu Sam.
– Mas agora ele está me falando que quer suco – teimou Eddie.
– Está bem. Era só o que me faltava ter que servir o amigo imaginário – disse Sam, colocando suco num copo a frente do lugar vazio na mesa.
– Sam! - repreendeu Freddie.
– Nick, por que não está comendo? - perguntou Sam ao filho.
– Mim não ser Nick, mim ser índio, mim não comer comida de cara pálida – respondeu o menino, colocando um cocar na cabeça com penas vermelhas.
– E mim ser a chefe da tribo, quando mamãe índia manda comer, indiozinho come ou fica de castigo na oca – determinou Sam, pegando uma colher de cereal e colocando na boca de Nick.
O casal levou os gêmeos para o apartamento de Marissa e desceu com Isabelle. Na portaria do Bushwell encontraram Carly, Gibby, Cris e Mabel.
– Não está muito animada para o nosso primeiro dia de aula no colégio novo? - perguntou Cris à Isabelle, empolgado.
– Veja minha cara de animação – ironizou Isabelle com a expressão emburrada.
– Eu vou sentir saudade de vocês. O recreio não vai ser mais a mesma coisa – lamentou Mabel.
– Quem manda ser pirralha? - indagou Isabelle, rindo.
– Não precisa falar assim com ela. Mas bem que eu me sinto importante indo para o colégio de gente grande – orgulhou-se Cris.
– Segura sua mochila, gente grande – falou Carly, rindo, entregando a mochila a Cris – E tá aqui o dinheiro para o seu lanche, agora vai poder escolher o que comer na cantina, homenzinho.
– Cadê o meu dinheiro? - perguntou Isabelle aos pais.
– Aqui princesa – disse Freddie abrindo a carteira e entregando uma nota de U$ 5,00 para a menina.
– Só isso! Deixa de ser pão-duro papai! - reclamou Isabelle.
– Está bem, o dobro – cedeu Freddie, dando mais uma nota no mesmo valor para a menina.
Todos entraram no carro de Freddie rumo a Ridgway.
– Nossa, isso aqui não mudou nada, que sensação nostálgica agora – observou Freddie, olhando para o prédio do colégio.
– Não sinto a menor saudade – comentou Sam.
– Ah, eu sinto! Foram os melhores anos das nossas vidas – falou Carly.
– Lembra Sam que o nosso primeiro restaurante foi no porão desse colégio? - recordou-se Gibby.
– Claro que me lembro. Diretor Ted foi gente boa – respondeu Sam.
Todos desceram do carro e entraram no local. Diretor Ted foi falar com eles assim que os viu:
– Que prazer tê-los aqui novamente. Como o tempo passa rápido! Parece que foi ontem que a turminha do ICarly agitava o colégio, que Sam vivia na minha sala porque aprontava uma atrás da outra...
– Depois me recrimina né mamãe? - perguntou Isabelle à Sam.
– Vamos mudar de assunto Ted? Essa é minha filha Isabelle Puckett Benson, diga olá ao diretor – falou Sam, empurrando a menina.
– Olá. Já conheci o colégio agora posso ir embora? - questionou a pequena.
Ted riu:
– Você pode ir embora daqui a 4 horas quando terminam as aulas.
– Podemos conhecer a nossa sala? - perguntou Cris.
– Diretor Ted, esse é meu filho Cristopher Shay, ele mal dormiu essa noite ansioso para conhecer a escola nova – informou Carly.
– Muito prazer Cristopher – cumprimentou Ted, apertando a mão do garoto – Podem me acompanhar até a sala. Já vai bater o sinal, então despeçam-se de seus pais crianças.
– Papai não me deixa aqui! - choramingou Isabelle, agarrando-se à cintura de Freddie.
– Pare com isso agora Isabelle! Esse show tinha graça quando você tinha 2 anos, agora tem 7 e já é uma menina crescida, largue o seu pai! - determinou Sam.
– Belinha, 4 horas passam rápido. Agora me largue – determinou Freddie – É para o seu bem, já tem idade para entender.
– Belinha é uma bebê chorona e mimada, vai fazer o maior escândalo agora, como sempre faz quando quer alguma coisa – observou Cris.
– Eu não sou bebê, nem chorona e nem mimada! - insurgiu-se Isabelle, soltando o pai – Eu vou pra aula, tchau pra vocês – disse a menina se despedindo com um simples aceno e indo em direção às escadas.
– Ela é tão previsível – comentou Cris, rindo.
Cris deu um beijo em Carly e seguiu Ted, ambos subiram as escadas atrás de Isabelle.
Na hora do recreio, Cris e Isabelle compraram salgados na cantina e buscaram uma mesa para se sentar.
– Vamos lá Belinha, seja simpática, é a nossa chance de socializar com o pessoal daqui.
– Eu não gosto de socializar.
– Faz parte. Vem – puxando a menina para uma mesa, na qual estava um grupo de 3 meninos e 2 meninas – Podemos nos sentar aqui? Vocês também são do primeiro ano né?
– Somos, mas a mesa tá cheia – falou um menino gordinho ruivo e com a expressão de poucos amigos.
– Não sabia que você também tinha amigos imaginários como o meu irmãozinho de 3 anos – falou Isabelle, rindo – Por que eu tô vendo 3 lugares sobrando, vocês não?
Todos começaram a rir e uma das meninas, morena clara, usando uma trança de lado, falou:
– Você é engraçada garota, pode sentar aqui, os amigos imaginários do Grégory não vão se importar. Meu nome é Frida.
– Prazer Frida – disse Isabelle, sentando-se ao lado dela e chamando Cris para se sentar – Meu nome é Isabelle, mas pode me chamar de Belinha, esse é meu amigo Cris.
– Nossa, você é bem gatinho Cris – comentou a menina olhando para garoto moreno.
Cris corou e Isabelle tirou onda:
– Ele não está acostumado a esse tipo de elogio, até porque não é verdadeiro.
– Eu falei a verdade, ele é gatinho.
– Você deveria usar óculos querida.
Uma menina mulata com belos olhos azuis, aproximou-se, tímida:
– Com licença, o refeitório está cheio, posso me sentar aqui?
– Sai fora neguinha! Aqui só senta branco – disse Grégory.
– Você não tem o direito de falar assim com ela, seu babaca! Tá com inveja porque ela é muito mais bonita que você cabelo de fogo e saco de banha? - indagou Isabelle, possessa, levantando-se da mesa e encarando Gregóry – A menina vai se sentar aqui sim! Se está incomodado que se mude, porque nessa mesa não senta babaca, só gente legal.
– Vai me encarar? Se eu fosse você não faria isso. Depois eu te machuco e a garotinha vai chorar – ameaçou Grégory.
– É covardia bater em menina! Não vou permitir que bata nela – defendeu Cris, colocando-se a frente.
Grégory se levantou, mostrando que era muito maior que Cris:
– Surpreso com o meu tamanho? Pois é, sou repetente, já tenho 8 anos. Agora você vai ver, tampinha – empurrando Cris no chão.
– Ninguém bate no Cris, só eu! - falou Belinha, pulando nas costas de Grégory, até conseguir derrubá-lo no chão, sentando-se em cima e começando a sessão de tapas na cara.
Começou a juntar gente em volta:
– Briga! Briga! Briga!
– O que está acontecendo aqui? - perguntou Srta. Briggs – Só poderia ser a pequena Puckett já arrumando confusão. Eu sabia que meus dias de sossego haviam acabado com a chegada desse filhote de monstro no colégio – tirando a menina de cima de Grégory e a arrastando pelo braço – Começou bem garota, vai pra sala do Diretor Franklin e seu próximo sábado será na detenção.
– Mas ele provocou! - apontando para Grégory que só gemia.
– Claro, já conheço esse discurso, a culpa nunca será sua, pequena gênia do mal.
– Nós nem nos conhecemos, por que me odeia?
– Isso é você que está dizendo.
No Gibby's, Sam viu que faltava um tempero para a comida e não o encontrou na dispensa, indo perguntar a Gibby que estava ao telefone:
– Tenho certeza. Ok. Tchau – desligando.
– Quem era Gibby?
– Estavam atrás da sua sogra, mas falei que ela não trabalha aqui, ficaram insistindo, coisa chata.
– Minha sogra?
– Sim, queriam falar com a Senhora Benson, era lá do colégio da sua filha.
– Seu bocó! Eu sou a Senhora Benson com quem queriam falar. Eu me casei com o Freddie, lembra? Ai meu Deus! Deve ter acontecido alguma coisa com a Belinha. Eu vou pra lá agora mesmo.
– Mas, como vamos abrir o restaurante?
– A nova cozinheira já tá pegando o jeito, ela vai te ajudar, é miha filha Gibby – disse Sam, saindo apressada, após jogar o avental longe.
Sam entrou nervosa na Dietoria:
– Estou aqui. O que aconteceu com a minha filha?
– Mamãe – disse Isabelle, levantando-se da cadeira onde era encarada pelo Diretor Franklin e correndo para o colo da mãe – Eu não gosto daqui.
– Sente-se Senhora Benson – pediu Ted.
– Ah, para com isso Ted! Você me conhece desde criança, pode me chamar de Sam.
– Tudo bem Sam. Precisamos conversar sobre a conduta da sua filha, seu marido já foi avisado e já está a caminho.
Freddie entrou com a expressão preocupada:
– A Belinha está bem? Ela se machucou?
– Não Freddie, acho que posso chamá-lo assim, sem formalidades, como disse a Sam, sua filha machucou um garoto, ele foi para a enfermaria.
– Esse garoto mereceu ir para a enfermaria – disse Isabelle, sentada no colo da mãe.
– Não é assim que se faz Belinha. Você tem provas de que minha filha bateu nesse garoto? - perguntou Sam ao Diretor.
– Ela acabou de confessar e muita gente viu, inclusive a Srta. Briggs.
– Ela me odeia, o testemunho dela é suspeito. Só porque eu fiz uma obra de arte com a cabeça dela num rinoceronte, tem gente que não tem senso de humor.
– Sam, a Belinha tem que assumir seus erros, é importante – interveio Freddie.
– Seu marido tem razão Sam. Ela assumiu e terá uma punição por isso – falou Ted.
– Ela fala a verdade e ainda vai ser punida? - indagou Sam.
– Alguém me escuta? Desde que cheguei aqui não ouviram o que eu tenho a dizer. Eu bati sim naquele garoto, mas foi porque ele não deixou uma menina se sentar na mesa do refeitório porque ela é negra e depois ainda bateu no Cris.
– Não se resolve violência com violência Isabelle – falou Ted.
– O senhor também é negro, gostaria de ser discriminado por sua cor? Meus pais me ensinaram que ninguém é melhor que ninguém só pela cor da pele. O Costela é negro e mora no apartamento da minha avó e ele é muito legal, mas me contou que as pessoas más tratam mal os que tem outra cor. Eu não acho isso justo. Como também não acho justo um garoto de 8 anos bater num garoto de 7 anos, é covardia – expôs a pequena.
– Você tem razão Isabelle, mas deveria ter avisado a mim ou a algum professor sobre a conduta do garoto, ele seria chamado e os pais dele também. Bater nunca é a melhor solução, entendeu?
– Sim senhor. Qual a minha punição?
– Você agiu por motivos nobres Isabelle, o que não justifica seu ato, como já disse, mas é o suficiente para uma atenuante na sua punição. Não vou te colocar na detenção, mas terá dever de casa extra.
– Ah não! Odeio dever de casa – reclamou a menina.
– Belinha, é melhor que a detenção, vai por mim – aconselhou Sam.
– Está bem – concordou a menina.
No dia seguinte, no colégio, Cris e Isabelle foram deixados por Carly na porta do colégio. Entraram e foram até seus armários pegar o material do dia. Uns garotos passaram por Cris e começaram a rir, dizendo:
– Olha só o mariquinha que é defendido por menina!
– Olha só o garoto que não sabe se defender sozinho!
– Mariquinha! Mariquinha!
Cris bateu a porta do armário com força, raiovoso.
– Não liga pra eles Cris, são bobalhões – disse Isabelle.
– Não fala comigo!
Cris subiu as escadas sem esperar Isabelle. Uma garota se aproximou:
– Oi! Eu estava querendo falar com você desde ontem. Precisava te agradecer pelo o que fez por mim. Foi muito legal. Prazer, meu nome é Alison.
– Prazer, meu nome é Isabelle, mas pode me chamar de Belinha. Não foi nada. Você é linda! Como consegue ter olhos tão azuis? Minha mãe e meus irmãos têm olhos azuis, mas não realçam tanto quanto os seus.
– É porque sou negra, daí os olhos azuis destacam na minha pele. Minha mãe é negra e meu pai é loiro de olhos azuis, eu sou a mistura dos dois.
– Isso é muito legal.
O sinal bateu e as meninas subiram para a aula.
– Quer sentar aqui do meu lado Belinha? - perguntou Alison, mostrando a carteira vazia.
Isabelle olhou para Cris que continuava emburrado com ela, então falou:
– Vou me sentar com a Alison a partir de agora, porque nem todo mundo é tão ingrato quanto você.
Cris ignorou o comentário dela.
Durante o jantar, Freddie perguntou à Isabelle:
– Hoje o dia foi tranquilo no colégio querida?
– Foi, não me meti em nenhuma confusão se é isso que quer saber.
– Aposto que o Grégory não mexe mais com você – disse Sam enquanto servia purê de batata a Nick – Sem colocar no cabelo garoto.
– Nem ele, nem ninguém, ficaram com um pouco de medo de mim. Mas, nem ligo. Tenho uma amiga nova.
– Sério? Qual o nome dela? - quis saber Freddie.
– Alison. Ela é linda, negra de olhos azuis. Ela ficou grata porque a defendi no refeitório. Acho que ela é minha primeira amiga, fora a Mabel, mas ela é minha prima. Em compensação perdi um amigo.
– Quem? - quis saber Sam.
– Cris está com raiva de mim, nem fala mais comigo.
– O que fez dessa vez? - indagou Freddie.
– Eu defendi aquele mané e em vez de me agradecer ficou bravo, só porque os garotos tiram onda da cara dele porque foi defendido por menina.
– Por que não conversa com ele? - questionou Sam.
– Eu não fiz nada. Por mim, que se dane. Ele é um idiota! - respondeu a menina sem esconder a tristeza no olhar.
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Diretor Ted Franklin: http://vignette1.wikia.nocookie.net/icarly/images/9/9c/Tim_russ.jpg/revision/latest?cb=20100514030713&path-prefix=pt-br
Grégory:
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