Seddie, a história continua escrita por Nany Nogueira


Capítulo 110
O casamento Cibby


Notas iniciais do capítulo

Momentos de Belinha e Rick



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A marcha nupcial começou a tocar num bonito e espaçoso salão de festas alugado para a ocasião. Gibby aguardava ansioso ao lado do juiz de paz. Carly caminhou no tapete vermelho até o seu noivo, segurando o braço de Spencer. Gibby não conseguia parar de sorrir:

– Puxa, ela é tão linda! Alguém me belisca pra ver se eu não tô sonhando.

Guppy, padrinho do irmão, fez o "favor" de o beliscar e Gibby se irritou:

– Ai! Isso doeu! Era jeito de falar.

– Feliz aniversário!

– Você não perde essa mania chata!

À frente de Carly, caminhavam Mabel, Cris e Isabelle como damas de honra e cavalheiro.

Spencer entregou Carly pra Gibby dizendo:

– Cuida bem da minha irmã e a faça muito feliz, sei que é capaz.

– Gibeehhh – disse Gibby, nervoso, tomando a mão de Carly e a beijando.

Carly deu o seu buquê para Isabelle segurar, enquando colocava-se ao lado de Gibby para o início da cerimônia.

O juiz de paz foi breve e perguntou:

– Cornelius Gibson, aceita Carlotta Shay como sua legítima esposa, na forma da lei?

– Quem é Carlotta? - indagou Gibby.

– Deixa de ser bobo, esse é meu nome, diz sim logo - falou Carly, impaciente.

– Ah tá! É que eu tô muito nervoso. Claro que aceito.

– Carlotta Shay, aceita Cornelius Gibson como seu legítimo esposo, na forma da lei? - perguntou o juiz de paz.

– Por favor, diga sim Carly – pediu Gibby.

– Deixa de ser bobo mozão, é claro que eu aceito – falou Carly sorrindo para ele e fazendo carinho no seu rosto molhado pelas lágrimas.

O casal trocou alianças e o juiz declarou:

– Com o poder a mim investido pelos Estados Unidos da América eu vos declaro casados. Pode beijar a noiva.

Gibby ficou parado, olhando para Carly, atônito.

– Vem Gibby, me beija – pediu Carly.

Ele não se moveu. Então Carly foi até ele o beijou, sob aplausos de todos.

Carly pegou o buquê com Isabelle e o jogou, tendo Tori o pegado. Ela olhou para André e sorriu.

Toda turma de Los Angeles havia vindo, pois Carly, com sua simpatia, acabou virando amiga de todos.

A festa começou animada e Isabelle logo avistou Richard.

– Oi Rick – abraçando o menino.

– Tá bom, chega – empurrando a menina.

– Rick, por que você não gosta de mim? - perguntou Isabelle, magoada.

– Nunca disse que não gosto de você.

– Mas parece, porque nem gostou que eu te abracei.

– Eu não gosto que ninguém me abrace, nem a minha mãe.

– É? Você é esquisito, mas eu não ligo, gosto de você mesmo assim.

– Eu também gosto de você Belinha. Mas não me toque.

– Tá bom. Pelo menos podemos brincar juntos?

– Acho uma boa ideia. Que tal pique esconde?

– É legal.

– Mas precisa de mais gente. Cadê a sua prima?

– Tá lá dançando com o Cris. Ela adora ele.

– Aquele babaca?

– Não precisa falar assim dele. O Cris é legal, é o meu melhor amigo.

– Pensei que eu fosse o seu melhor amigo.

– Pensei que você nem se lembrasse que eu existo quando está em Los Angeles, nem responde minhas mensagens na internet.

– Eu sou muito ocupado. Além da escola faço aula de natação, de karatê, de música e de atuação, também participo do clube de xadrez.

– Pra que tanta coisa?

– Meus pais são artistas e fazem questão. Mas eu curto. E você, o que faz?

– Sou muito boa na arte de comer e de fazer arte, em geral.

– Você é muito engraçada, isso sim.

– Pelo menos eu consegui te fazer rir, você é muito sério para um garoto.

– E você é muito reparadeira para uma garota.

Cris dançava com Mabel, mas reparou em Isabelle conversando com Rick e rindo muito, isso o incomodou.

A festa já estava perto do fim. Isabelle e Rick brincavam nos balanços do jardim.

– Eu começo a música e você continua, daí eu paro e é a sua vez – propôs Isabelle.

– Parece divertido – concordou Rick.

– “Quem quiser realizar, tudo aquilo que sonhou, basta olhar no céu a estrela que passar...” - começou a menina.

– “Se você não sabe bem o que vai acontecer, essa estrela linda poderá trazer...” - continuou Rick.

– “O que vai acontecer de bom, já está marcado bem naquela estrela...”.

– “E é só você pedir e a estrela transformar em realidade o que você sonhou”.

– Olha Rick, o céu tá todo estrelado. Vamos fazer pedidos às estrelas.

– Eu já pedi.

– O que você pediu?

– Eu queria ser menos estranho.

– Não acho você estranho.. tá, só um pouco, mas já disse que gosto de você mesmo assim.

Rick olhou para o chão.

– Rick, olha pra mim.

– Eu não posso.

– Por que?

– Não gosto de olhar nos olhos das pessoas.

– Mas é falta de educação falar sem olhar nos olhos. Olha pra mim – levantando o rosto do garoto com os dedos.

– Para Belinha! Já disse que não gosto que me toquem e que não gosto de olhar nos olhos, respeita isso – disse Rick irritado, empurrando Isabelle do balanço e voltando a balançar e a repetir trechos da música sem parar.

Isabelle se levantou e empurrou com força Rick do balanço. Jade e Beck aproximaram-se:

– O que fez com o meu filho garotinha? Sabia que eu posso picar esse seu cabelo enorme com a minha tesoura?

– Ele me empurrou primeiro – defendeu-se Isabelle.

– Ela é só uma criança Jade e filha da sua amiga Sam, lembre-se disso – falou Beck, recolhendo o filho do chão.

Sam e Freddie aproximaram-se:

– O que houve aqui? - perguntou a loira.

– Sua filha agrediu meu filho - informou Jade.

– Por que fez isso Isabelle? - perguntou Freddie.

– Porque ele me empurrou do balanço primeiro. Ele é esquisito – explicou Isabelle.

– Se o machucar de novo eu juro que não vai viver para contar história – ameaçou Jade à Isabelle.

– Sei que está nervosa, mas isso não lhe dá o direito de falar assim com a minha filha – interveio Sam.

– Você não entende Sam! Meu filho é frágil, muito frágil – contou Jade, sem conseguir conter as lágrimas.

– Como assim? Ele é um garoto cheio de saúde. Sei que a Belinha às vezes é agressiva, mas o menino é forte o bastante pra aguentar – defendeu Sam.

– Nem tudo é o que parece Sam, o Rick não é emocionalmente forte – explicou Beck.

– Belinha é uma das poucas amigas que meu filho tem, ele precisa dela e ela o trata assim – disse Jade.

– Eu gosto do Rick, ele não gosta de mim. Ele não quer que eu o abrace, não olha nos meus olhos quando eu falo com ele e ficou agressivo de repente – contou Isabelle.

– Rick tem um grau leve de autismo – desabafou Jade.

– Isso pega? - perguntou Isabelle.

– É claro que não! - respondeu Jade, sem paciência.

– Ele nasceu assim Belinha, mas tem ficado mais forte de um tempo pra cá, já estamos levando ele aos especialistas, a tendência é regredir, eles nos garantiram que Rick terá uma vida normal se for tratado – explicou Beck.

– Isso é verdade, o autismo leve é totalmente controlável. Algumas crianças autistas são geniais, com Q.I. acima da média – falou Freddie.

– É o caso do meu garoto. Ele é ótimo no colégio e consegue aprender tudo com muita facilidade, faz muitas atividades e todas bem feitas, mas tem grande dificuldade no campo social. Não tem nenhum amigo em Los Angeles, por mais que a gente estimule ele a brincar com os coleguinhas e com os vizinhos. A Belinha é uma das poucas crianças que conseguem se aproximar dele. Ele gosta muito dela, do seu jeito, não há menor dúvida disso – expôs Beck.

Rick parecia alheio a tudo, voltou para o balanço e recomeçou a cantarolar a música da estrela.

– Jade, eu sinto muito – disse Sam.

– Não sente não! Só quem é mãe de uma criança com autismo sente de verdade.

Isabelle foi até o jardim, colheu uma rosa branca e entregou a Rick. O menino olhou desconfiado, mas pegou. A menina falou:

– Guarda essa flor, pra você se lembrar que sempre terá uma amiga que gosta muito de você, mesmo que não esteja por perto sempre. E me desculpa por eu ter te jogado do balanço.

– Tá bem – disse Rick, colocando a flor atrás de sua orelha e voltando a balançar e cantar.

Enquanto isso, Carly e Gibby entravam numa limousine rumo à lua-de-mel na suíte presidencial de um hotel cinco estrelas, presente do pai da noiva.

– Isso parece um conto de fadas – comentou ela, empolgada, dentro do veículo – E advinha só? - envolvendo os braços em volta dos pescoço de Gibby – Você é meu princípe encantado – beijando-o.

– Você acha isso mesmo? Não sou magro e bonito e rico...

– Eu também não sou perfeita, ninguém é.

– Você é perfeita pra mim.

– E você é perfeito pra mim – beijando-o novamente – O príncipe encantado é aquele que faz sua mulher se sentir uma princesa e eu me sinto assim com você Gibby, nunca me senti tão amada e tão mimada por ninguém. Promete que me fará feliz para o resto da vida?

– Minha vida só tem sentido se for para fazer a sua vida feliz, princesa Carly Gibson – beijando-a.

Mais tarde, no apartamento dos Puckett Benson, Sam já estava perdendo a paciência:

– CHEGA! Vão agora mesmo parar com essa zona porque já é tarde e aqui não é a casa da mãe Joana! Quero os cinco em fila indiana, caminhando para os seus quartos. Meninos de um lado e meninas de outro.

Mabel, Cris, Isabelle, Eddie e Nick pararam a brincadeira de pega-pega e fizeram a fila.

Sam prosseguiu:

– Vamos lá, cantem comigo: um, dois, feijão com arroz, três, quatro, feijão no prato... marchem!

– Muito bom amor, disciplina de quartel general – caçoou Freddie.

– Então discipline do seu jeito. Eu tô exausta! Coloque essa turminha do barulho pra dormir – determinou Sam, tirando os sapatos que machucavam seus pés e caminhando com eles nas mãos até o seu quarto.

Freddie colocou o pijama nos gêmeos e pediu que Cris se trocasse, depois levou os filhos ao banheiro. Colocou os dois meninos menores nas camas e o maior no colchão no chão, cobriu todos e apagou a luz. No quarto das meninas, Isabelle e Mabel já haviam se trocado, mas pulavam na cama atacando-se com travesseiros.

– Parem, vão se machucar! - disse Freddie, preocupado, tentando intervir.

As meninas derrubaram Freddie na cama e começaram a atacá-lo com os travesseiros.

– Eu me rendo! Bandeira branca! - falou ele.

As meninas pararam e ele pegou os travesseiros das mãos delas e começou a atacá-las.

– Golpe baixo papai – disse Isabelle, enquanto corria pelo quarto. Mabel correu para o lado contrário.

Freddie conseguiu cercar as duas e as jogou na cama, batendo com o travesseiro e arrancando risadas das meninas. Sam entrou no quarto:

– Que zorra é essa aqui? Vocês têm noção de que passa da meia-noite? Freddie, perdeu o juízo?

– Atacar a mamãe! - gritou Freddie, correndo para cima de Sam com o travesseiro, seguido das meninas.

Sam correu defendendo-se com as mãos, catou mais um travesseiro na cama e entrou na brincadeira. Os meninos acordaram e logo se juntaram à bagunça.

Freddie caiu no chão e Sam falou:

– Montinho no papai!

Ela deitou-se sobre Freddie e na sequência as crianças. Todos riam de doer a barriga.

– Podem sair agora, eu vou sufocar e devo estar com algumas costelas fraturadas – reclamou Freddie.

As crianças começaram a se levantar e Sam em seguida, estendendo a mão para Freddie:

– Deixa de ser exagerado nerd, levanta logo daí.

– É sério, acho que está quebrada – segurando a costela.

Sam deu um puxão e Freddie se levantou. Tiveram o trabalho de colocar todas as crianças de volta nas camas até que dormissem.

Na suíte do casal, Sam deitou-se e Freddie deitou-se sobre ela dizendo:

– Montinho! Gostei da brincadeira.

– Tá com cara de quem está com segunda intenções. Estranho, porque até há pouco estava reclamando de costelas quebradas.

– Dá beijinho que passa – disse Freddie, abrindo a camisa e deixando a mostra o seu tórax e abdômen sarado.

– Vou fazer esse sacrifício – falou Sam distribuindo beijos.

A porta se abriu e Isabelle entrou correndo:

– Mamãe, o que está fazendo?

– Eu tô vendo se as costelas do seu pai estão quebradas – disfarçou Sam – Olha só, que bom, nenhuma costela quebrada – batendo no peito de Freddie e fazendo-o sentir dor com a sua força.

– Eu acho que agora está! - reclamou ele.

– Você não deveria estar dormindo Isabelle? - indagou Sam.

– Eu não consigo. Tive um pesadelo com o Rick, ele nem sabia mais quem eu era.

– O Rick tem autismo Belinha e não Alzheimer – comentou Sam, rindo.

– O que é esse tal de altuísmo?

– É autismo querida – explicou Freddie – É uma síndrome, mas ele vai melhorar logo com o tratamento, pode ficar tranquila.

– Tá bom, mas eu posso dormir aqui com vocês? Tenho medo de ter mais sonhos ruins.

Isabelle fez uma carinha de menina meiga e desprotegida que derrubou todas as barreiras dos pais. Em pouco tempo estava deitada no meio dos dois, abraçada à mãe enquanto o pai lhe fazia um cafuné para que pegasse logo no sono.


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