Seddie, a história continua escrita por Nany Nogueira


Capítulo 109
Menores infratores


Notas iniciais do capítulo

Bom feriado pessoal! Graças a essa folguinha no meio da semana consegui escrever o capítulo.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/578641/chapter/109

– O que vamos fazer agora? - perguntou Mabel, preocupada, enquanto caminhava pelas ruas de Miami com Isabelle e Cris.

– Eu acho que temos que procurar um policial ou um telefone para ligarmos para os nossos pais – sugeriu Cris.

– Estamos andando há um tempão e não encontramos policiais ou telefones públicos. Tenho uma ideia melhor, que tal entrarmos lá – sugeriu Isabelle apontando para o enorme shopping de Miami.

– Acha que lá dentro alguém pode nos ajudar? - perguntou Cris.

– Eu acho que lá dentro tem muita diversão! - falou Isabelle, correndo em direção ao local.

Cris e Mabel correram atrás dela e a alcançaram já dentro do shopping.

– Não é hora pra pensar em se divertir Belinha! - ralhou Cris.

– Deixa de ser chato! Pela primeira vez na vida podemos fazer o que quisermos sem pai e mãe pra encher o saco! Vamos curtir o momento de liberdade! - disse Isabelle, levantando os braços e pulando.

– Promete que depois que a gente der uma volta no shopping vamos pedir ajuda aos seguranças para encontrarmos os nossos pais? - perguntou Cris.

– Talvez. Olha lá: a loja de brinquedo! - falou Isabelle, empolgada, correndo para o local, seguida por Cris e Mabel.

Isabelle mexeu em tudo, brincou, correu. Depois saiu da loja e caminhava o shopping correndo e entrando nas lojas que lhe chamavam a atenção, cansando Cris e Mabel que tentavam acompanhá-la.

Isabelle começou a cantar:

– “Livre estou, livre estou...” - interrompendo a cantoria ao ver a praça de alimentação – Uau! Chegamos ao meu lugar favorito!

– Belinha, não temos dinheiro para comprar nada – advertiu Cris.

– Eu estou com fome, vocês não? - indagou a menina.

– Um pouco – falou Mabel.

– Nós tomamos café da manhã e se ligarmos para os nossos pais, eles não devem demorar a vir aqui e comprar um lanche, vamos fazer isso logo – disse Cris, tentando puxar Isabelle pelo braço.

– Não! Eu tenho uma ideia melhor e mais rápida – informou Isabelle, puxando o braço e correndo para o Mc Donald's, passando pela parte reservada a funcionários.

– Eu vou atrás dela, antes que a menina maluquinha faça alguma besteira – disse Cris a Mabel, saindo.

– Eu vou junto! - gritou Mabel, correndo atrás.

Isabelle observou um jovem funcionário terminando mais um hambúrguer, quando o rapaz foi pegar a embalagem, a menina foi rápida e pegou a comida, escondendo-se para comer atrás de um armário.

– O que pensa que está fazendo Belinha? - perguntou Cris, irritado.

– Comendo. Quer um pedaço?

– Claro que não. Roubar é crime!

– Passar fome é crime!

– Parem com isso – pediu Mabel, em vão.

O bate-boca dos dois chamou a atenção do funcionário:

– Ah! Peguei! Vocês roubaram o hambúrguer, seus trombadinhas! - chamando a atenção dos demais funcionários.

– Ai meu Deus! O que vai acontecer agora moço? - perguntou Mabel, assustada.

– Vocês vão para o reformatório – disse o gerente, um homem gordo de meia idade, saindo de trás do balcão.

– Agora eu acredito que quem come muito hambúrguer acaba parecendo um elefante – disse Isabelle, olhando para o gerente.

– Fica quieta Belinha! - pediu Cris, dando uma cotovelada na amiga – Você nos colocou nessa situação e agora ainda quer piorar as coisas. Por sua culpa vamos pra esse lugar que eu não sei onde fica.

– Vão para o reformatório, já estou chamando a polícia – falou o gerente, vermelho de raiva, pegando o seu celular.

– Reformatório é um lugar para onde mandam crianças más, a amiga má da minha mãe contou. Na verdade, minha mãe já esteve lá e mais um montão de parentes meus. Nem deve ser tão ruim assim – explicou Isabelle.

– Não quero ir para um lugar de crianças más, não sou uma criança má – disse Mabel, choramingando.

Cris abraçou Mabel, dizendo:

– Claro que não é. A menina má aqui é ela! - apontando para Isabelle, que deu de ombros e continuou comendo o hambúrguer - Como consegue comer sabendo que vamos ser presos?

– Primeiro: estou com fome; segundo: estou eliminando a prova do crime; terceiro: não sei se a comida de lá é boa – justificou Isabelle, de boca cheia.

A polícia chegou e encaminhou as crianças ao Juizado de Menores. As autoridades entraram em contato com os pais dos pequenos, que logo chegaram ao local.

– Eu quero ver minha filha agora! - disse Sam, nervosa, assim que chegou ao Juizado, para uma atendente.

– Os menores infratores aguardam decisão na cela – informou a atendente.

– Olha aqui sua coisinha! Minha filha não é bandida! É só uma pobre garotinha que foi sequestrada, se roubou comida é porque estava com fome! Que lixo de País é esse que não é capaz de proteger criancinhas de bandidos e que as mandam para cadeia por bobagem? - questionou Sam, furiosa, quase pulando o balcão de atendimento para atacar a moça.

– Realmente, o exemplo vem de casa, agora se vê porque a criança tem desvio de conduta – reparou a atendente.

– Agora você vai ver! - ameaçou Sam, sendo contida por Freddie.

– Calma Sam! Isso não vai resolver as coisas. Vá tomar uma água, sente-se e eu converso com a moça – pediu Freddie.

– Vai jogar charme pra ela que eu sei, mas não ligo – falou Sam, retirando-se.

Pouco depois, Freddie voltou com boas notícias:

– Vamos lá pessoal, podemos ver as crianças.

– Graças a Deus! Tive tanto medo de nunca mais ver o meu menininho – disse Carly, deixando lágrimas rolarem por sua face.

– Tá tudo bem agora mozinho, vamos finalmente rever nossos pequenos – falou Gibby, abraçando a morena.

A cela se abriu. Isabelle, Cris e Mabel levantaram-se do colchão no chão. Isabelle correu para o colo de Sam, que a apertou e a encheu de beijos, sendo também abraçada por Freddie. Cris correu para o colo de Carly e Mabel para o de Gibby.

Pouco depois, as três crianças estavam sentadas numa mesa comprida, com microfones a sua frente, olhando para o juiz da Infância e Juventude. Os pais estavam na mesa ao lado, apreensivos.

O juiz começou:

– Eu gostaria que me explicassem o que aconteceu.

Isabelle levantou-se:

– Olha só Seu Juiz, os meus amigos não tiveram culpa de nada. Eu assumo a culpa. Eu entrei no shopping, quando eles falaram que não era uma boa ideia, depois eu roubei o hambúrguer do Mc Donald's quando eles falaram para eu não fazer.

– E teve algum motivo pra fazer isso além do sobrenome Puckett? Pelo o que vejo no sistema muitos parentes seus já passaram por aqui.

– Ei! Não pode julgar minha filha pelo sobrenome – disse Sam, indignada, levantando-se.

– Senta aí Sam, daqui a pouco é você que vai ser presa – falou Freddie, puxando a esposa.

– Continuando, o que tem a dizer em sua defesa Isabelle? - perguntou o juiz.

– Eu estava com fome! - respondeu a menina, começando a chorar – Tudo começou com um presente de aniversário que era pra ser o melhor de todos: um passeio na Disney! Mas acabou mal, muito mal. Eu fui sequestrada junto com os meus amigos, os bandidos eram maus e não nos davam comida...

– Belinha, isso nã... Ai! - disse Cris, sentindo o chute que a menina deu no seu tornozelo.

– Ficamos andando por um tempão sem encontrar ninguém que pudesse nos ajudar, então eu não aguentei mais, minha barriga doía e eu senti aquele cheirinho de hambúrguer. Eu sinto muito, sei que fui uma menina má, o que eu fiz não tem perdão, eu deveria ter desmaiado de fome que seria mais digno – concluiu Isabelle, chorando.

– Calma querida, está tudo bem – disse o juiz, com pena – Eu sinto muito mesmo que tenha passado por tudo isso, tão pequenininha. Olha pro tio, eu vou deixar você ir pra sua casa com os seus pais, mas vai me prometer que nunca mais será uma menina má.

– Eu prometo. Muito obrigada, o senhor é muito bom – agradeceu Isabelle, secando as lágrimas.

No táxi, Isabelle estava empolgada:

– Viram como eu passei a conversa no juiz? Eu sou demais!

– Não te falei que a garota era boa de drama? - indagou Sam a Freddie – Mas, não posso negar que é esperta como uma Puckett – observou orgulhosa.

– Belinha, nós precisamos ter uma conversa séria. Você roubou e mentiu hoje e isso não é nada bonito, isso me deixa preocupado com você – disse Freddie.

– Preferia que eu tivesse ficado presa papai? - perguntou Isabelle.

– É claro que não! Mas, se não tivesse roubado o hambúrguer, não teria sido presa.

– Tá, eu vou me esforçar mais para não ser presa – prometeu Isabelle.

No colo de Gibby, Mabel ia tristonha, olhando pela janela do táxi.

– Por que a minha princesa está com essa carinha? - perguntou Gibby.

– Eu pensei que veria a mamãe – explicou Mabel.

– Eu disse que você deveria ter avisado a Melanie – observou Carly.

– Pra que? Pra ela me culpar? Ela sempre me culpa quando algo acontece à Mabel – justificou Gibby.

– Devia ter avisado mesmo assim.

Quando chegaram ao hotel, próximo a recepção, Mabel viu uma loira:

– Mamãe! - gritou a pequena, correndo de braços abertos para ela.

Melanie pegou Mabel no colo e a abraçou, enchendo-a de beijos:

– Você está bem? Inteira? Eles te machucaram?

– Eu estou bem mamãe. Fui presa, mas já me soltaram. Que bom que está aqui, senti saudade – falou Mabel, abraçando a mãe.

– Olá Melanie – cumprimentou Gibby, tenso, sabendo o que vinha a seguir.

– Você enlouqueceu Gibson??? Sequestram a nossa filha, depois ela vai presa e você não me avisa? Só fiquei sabendo pela internet!

– Eu ia, só que...

– Cala a boca! Já vi que não dá pra confiar mesmo em você. Eu vou levar Mabel comigo para Cambridge, lá ela estará segura. Vou sair do alojamento na universidade, porque lá não aceitam crianças. Eu estou fazendo estágio num grande escritório de advocacia e já estou tirando uma grana que dá para eu alugar uma casa e contratar uma babá para cuidar dela enquanto estudo e trabalho – explicou Melanie.

– Não pode fazer isso comigo. Já foi embora e partiu meu coração, agora quer levar a minha filhinha embora e arrancar meu coração de vez?

– Você não sabe cuidar dela direito! Eu sou a mãe, é melhor que ela fique comigo.

Carly se intrometeu:

– Não pode fazer isso com o Gibby. Quando você foi embora deixou a Mabel com ele, sem se preocupar se era melhor para uma criança ficar com a mãe.

– Você não tem nada com isso Carly, não se meta – disse Melanie.

– Carly é minha namorada e futura esposa – contou Gibby.

– Então parabéns ao casal. Bel, arrume suas coisas querida, você vai embora com a mamãe – falou Melanie à pequena.

Mabel olhou em volta, viu o pai, a madrasta, o melhor amigo, a prima e os tios, então disse convicta:

– Não vou com você mamãe. Eu amo todos que estão aqui e eles cuidam muito bem de mim. Sempre estão por perto quando você está longe. Eu quero ficar com eles – debatendo-se para descer do colo da mãe e correndo para o colo de Gibby.

– Está bem Mabel. Eu não vou te forçar a nada. Mas, Gibby, vou te dar um aviso, mais um descuido e eu não vou perdoar – ameaçou Melanie.

– Eu vou cuidar muito bem da nossa filha e não é porque tenho medo da sua ameaça, mas porque eu amo muito essa garotinha – falou Gibby.

Naquele mesmo dia, todos voltaram a Seattle. No apartamento de Carly, Spencer fez uma festa de boas-vindas.

Freddie perguntou a Spencer:

– Eu tô com uma dúvida que me tira o sossego: o que o Meião fez com os árabes? Eu espero que ainda estejam vivos.

– Ele não fez nada, só colocou dentro de uma avião de volta pra Arábia de primeira classe, avisando que se tentassem comprar crianças americanas novamente iriam se arrenpender e que se voltasse a pisar no nosso território a polícia seria acionada, já que ele tinha provas do negócio criminoso.

– Ufa! Menos mal.

Gibby pegou uma taça e começou a bater com uma faca, pedindo um minuto de atenção:

– Eu tenho algo muito importante a dizer – ajoelhando-se perante Carly – Você aceita se casar comigo Carlotta Shay? Eu quero ter uma família completa ao seu lado: eu, você e os nossos filhos

– É claro que eu aceito – respondeu Carly, emocionada.

Gibby se levantou e a beijou, sob aplausos de todos.

– Eu te amo, sempre te amei, até quando não tinha a menor chance com você.

– Eu também te amo Gibby, e me arrependo por não ter reparado em você antes.

Nos dias seguintes, Carly estava eufórica com os preparativos do seu casamento e atormentando Sam para ajudá-la.

Sam estava no caixa do restaurante, quando Carly apareceu:

– Amiga, olha só, que flores você acha mais bonitas para a decoração: rosas ou gérberas? - mostrando um catálogo com fotos.

– Sei lá, vai do seu gosto, eu nem gosto de flores, elas me dão alergia.

– Eu tô nervosa Sam. Custa me ajudar?

– Qual é Carly? Você já se casou antes, lembra?

– Eu posso me casar dez vezes e tenho certeza de que sempre ficarei nervosa.

– Não vai pegar mania heim amiga – comentou Sam, rindo – Melhor ficar com o gordinho de uma vez.

– Foi jeito de falar. Eu quero ficar velhinha com o Gibby – falou Carly, com um olhar sonhador.

– Oh que romântico! Agora me deixa trabalhar, prometo que hoje a noite eu faço um esforço e te ajudo com esse negócio da decoração.

– Por isso que eu te amo e você é a minha melhor amiga.

– Também te amo. Agora sente-se e escolha algo, você precisa comer pra não desmaiar na hora do seu casamento.

– É, você tem razão.

Os dias passaram rápido... Carly olhava-se no espelho, trajando um vestido de noiva branco. Era o seu segundo casamento, então não poderia ser na igreja, mas tirando esse pequeno detalhe, a morena quis fazer tudo como manda o figurino, como se fosse o primeiro.

Spencer entrou no quarto:

– Uau! A minha maninha está linda!

– Valeu Spencer.

– Mana, eu espero que dessa vez você seja muito feliz, porque você merece.

– Dessa vez vou viver feliz para sempre com o meu marido, pode acreditar, eu sinto isso no meu coração.

Os dois se abraçaram.

– Melhor irmos logo, antes que o Gibby tenha um troço com a sua demora. Não sei se o papai vai conseguir chegar a tempo, porque está tendo nevasca na Itália e fecharam os aeroportos.

– Eu gostaria que ele estivesse aqui, mas se não der, paciência. Você foi meu pai na maior parte do tempo mesmo. Vamos lá – disse a morena, contente, dando o braço para Spencer.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Aqui está o vestido de noiva da Carly: http://www.pegueiobouquet.com/wp-content/uploads/2013/08/francesca3-071.jpg