Seddie, a história continua escrita por Nany Nogueira


Capítulo 104
Banguela


Notas iniciais do capítulo

Não estou tendo muito tempo para escrever, mas fiz esse capítulo menor para que os meus leitores fieis não fiquem com saudade. Espero que gostem.



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Hora do Recreio. Isabelle, Cris e Mabel, como de costume faziam lanche juntos.

– Que droga! - disse Isabelle, indignada – Acho que a mamãe perdeu o juízo de vez!

– O que foi? - perguntaram Mabel e Cris, interessados.

– Ela colocou isso aqui na minha lancheira como sobremesa, no lugar do chocolate – respondeu a menina, mostrando uma maçã.

– Eu gosto de maçã, a vovó sempre coloca pra mim – disse Mabel.

– Eu também – concordou Cris – E a mamãe sempre coloca – mostrando a dele dentro da lancheira.

– Agora que ela já está aqui, vou comer, fazer o que? - lamentou Isabelle, dando uma mordida na maçã – Ai! Maçã assassina – atirando longe e acertando a cabeça de um garoto.

– Quem jogou isso? - perguntou o garoto, olhando em volta.

– Fui eu! Algum problema? - perguntou Isabelle, levantando-se.

– Nenhum – respondeu o garoto, correndo, assustado.

– Essa droga dessa maçã arrancou meu dente! Tô com gosto de sangue na boca – reclamou a menina, segurando um pequeno dente de leite na mão.

– Mas já estava mole há dias – observou Mabel.

Cris começou a rir:

– Belinha tá banguela!

– Você também tem um dente mole e também vai ficar banguela – observou Isabelle.

– Mas você ficou banguela primeiro.

– Não por muito tempo – falou Isabelle, puxando o dente mole de Cris de uma vez, fazendo-o soltar um gemido de dor.

– Isso doeu Belinha! - reclamou o menino.

– Que bom! Fico muito feliz com isso. Adoro quando você sente dor. Quando precisar que eu arranque outro dente só avisar – ironizou Isabelle.

– Nem morto!

– Você ficou bem esquisitinho banguela – zombou Isabelle, rindo.

– Eu fiquei esquisitinho e você ficou muito feia – respondeu Cris.

O sinal bateu e Isabelle ficou parada sem reação. Cris se dirigiu à sala e Mabel foi atrás, mas ela voltou para falar com a prima:

– Você não vem Belinha? A aula vai começar.

– Já vou – respondeu Isabelle.

Mais tarde, no apartamento 13-B, Sam indagou à filha, enquanto a pequena a ajudava a arrumar a mesa para o jantar.

– Como foi a aula hoje querida?

– Legal – respondeu Isabelle, sem abrir muito a boca.

– Tem dever de casa?

Isabelle fez que não com a cabeça.

– Deixa eu ver a sua agenda – pediu Sam.

Isabelle foi pegar na mochila e mostrou pra mãe

– Belinha! Está com uma anotação por entrada tardia depois do recreio. O que ficou fazendo que não voltou pra aula?

Isabelle abaixou a cabeça e não respondeu. Sam ficou irritada:

– Quando eu falar com você, você olha pra mim e me responde – determinou a mãe.

Freddie chegou do trabalho e Isabelle correu para ele, abraçando-o e começando a chorar.

– O que houve minha princesinha? - perguntou Freddie, pegando a filha no colo.

Isabelle apontou para a mãe e Freddie falou:

– O que está fazendo com a nossa filha Sam?

– Não se mete Benson, pegou a história pela metade e já vai tomar o partido da Belinha que eu te conheço, por isso que essa menina tá mimada e malcriada. Não responde quando a mãe faz uma pergunta.

– Que pergunta? - quis saber Freddie.

– Ela entrou tarde na aula depois do recreio e eu quero saber por quê. Caso não me responda vai ficar de castigo até o resto da semana – ameaçou Sam.

– Por que entrou tarde na aula princesa? - perguntou Freddie, com carinho.

Isabelle começou a chorar mais ainda e comoveu o pai:

– Calma querida, não faz assim, conta pro papai o que aconteceu.

– Não vê que é golpe dela? Eu conheço esse jogo.

– Tá tirando base por você Sam? Porque desde pequena adora jogos.

– Assim fica impossível educar filhos com você me desautorizando e jogando na minha cara coisas de quando éramos crianças.

– Você faz cobranças demais à Belinha e se esquece que todo mundo erra, que você mesma errou demais e vai continuar errando, que não é gritando com ela que vai ser a mãe perfeita e fazer dela uma pessoa melhor que você.

– Virou psicólogo agora Benson? Então deveria saber que não é saudável para uma criança quando o pai passa a mão na cabeça dela e diz que ela tá sempre certa.

– Eu não digo que ela está sempre certa, só não aprovo sua pressão psiológica totalmente desnecessária.

– PAREM AGORA! - gritou Isabelle, fazendo os pais se calarem – Não gosto quando brigam por minha causa.

– Olha só, ela está banguela! Aquele dentinho mole finalmente caiu – reparou Sam – Eu sabia que daria certo com a maçã.

– Não acredito que fez isso de propósito mamãe. Eu não gosto de frutas e ela fez meu dente cair na frente do Cris – reclamou Isabelle.

– E qual o problema? - perguntou Sam, sem entender.

– Você está linda princesa. O papai vai pegar a câmera pra tirar uma foto, temos que registrar esse momento – disse Freddie, empolgado, colocando a filha no chão.

– NÃO! - gritou Isabelle – Eu tô muito feia! Eu tô horrível! Não quero que tire uma foto papai! Não quero que ninguém me veja assim! - chorando e correndo para o quarto.

– O que foi que eu fiz? - perguntou Freddie, sentindo-se culpado.

– Depois sou eu que faço pressão psicológica na nossa filha – zombou Sam – Acho que quem não teve jeito agora não fui eu... - cantarolou – Vou lá falar com ela, fica de olho nos gêmeos.

Isabelle estava deitada na cama, chorando, quando Sam entrou.

– Vai embora mamãe! Se quer me deixar de castigo aqui no quarto eu não ligo.

– Eu só quero te mostrar uma coisa – disse Sam, ascendendo a luz e indo se sentar ao lado da filha com uma foto nas mãos – Olha só, sou eu, com a sua idade, banguela, com três dentes faltando na frente e rindo a toa, eu nem ligava, porque isso é normal e acontece com todo mundo. Belinha, você me acha feia nessa foto?

– Não mamãe, você era fofa, mesmo banguela.

– Nós duas somos parecidas. Todo mundo que olha pra você logo saca que você é minha filha. Então, por que acha que está feia?

– Porque o Cris falou – contou Isabelle.

– E desde quando se importa com o que Cris fala?

– Eu não sei. Só sei que doeu o que ele falou e eu fiquei um tempão chorando no pátio sozinha depois disso.

– Não dê tanta importância. Aposto que ele vai ficar banguela também. Vocês dois estão na idade.

– Ele já ficou, eu arranquei o dente mole dele.

– Você fez isso antes ou depois dele te chamar de feia?

– Antes.

– Então está explicado, você deve ter quase matado o moleque de dor e ele quis se vingar te xingando. Ele não acha você feia, na verdade, algo me diz que ele te acha muito bonita.

– Sério?

– Sim, agora para de chorar e vamos pra cozinha. A comida tá esfriando.

A família foi jantar e Freddie finalmente conseguiu tirar a foto de Isabelle sorridente com a sua “janelinha”.


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