Seddie, a história continua escrita por Nany Nogueira
Sam jantava num restaurante fino, ouvindo músicas clássicas tocadas em violinos, ao lado de Pete.
– Pelo visto você enricou né? Pra me trazer num restaurante tão chique assim... espero que pague a conta. Só falta estar esperando que eu faça isso – comentou ela, rindo.
Pete respondeu:
– É claro que vou pagar a conta, você é a minha convidada – puxando a mão de Sam e a beijando – Você sabe que eu sempre tive dinheiro de família. Me formei em administração e cuido dos negócios de meu pai.
– Ainda me lembro do iate maneiro do seu pai.
– Daquele que você me atirou no mar – lembrou-se Pete rindo.
– Você queria me beijar.
– Eu pensei que você quisesse ficar comigo.
– Seu gesto foi meio precipitado, a gente nem tinha jantado ainda.
– Bom, agora estamos jantando, então, talvez eu ganhe um beijinho no final da noite.
– Talvez.
– Eu já disse o quanto você está especialmente linda essa noite?
– Várias vezes – respondeu Sam, sem paciência.
O celular dela tocou e a loira atendeu rapidamente:
– Oi Carly, aconteceu alguma coisa? O que a Belinha aprontou?
– Ela não tá bem Sam, tá com um febrão, tirei a temperatura e tá chegando perto dos 40°C. A Belinha chora e chama por você, acho que tá até delirando.
– Ai meu Deus! Chama aquele nosso vizinho médico.
– Já chamei, mas ele foi ao supermercado. A mulher dele garantiu que assim que ele chegar manda ele vir aqui.
– Eu vou correndo pra aí, diz pra Belinha que a mamãe tá chegando.
Sam desligou o celular e se levantou:
– Pete, tenho que ir, minha filha tá doente.
– Claro, mas a gente se fala depois né?
Sam não respondeu à pergunta já estava correndo para fora do restaurante a procura de um táxi.
Enquanto isso, num barzinho perto dali, ouvindo música popular na voz de uma cantora que parecia alcoolizada, Freddie ouvia o falatório de Rebeca.
– Chega! - falou ele, sem paciência – Desde que chegamos aqui não me deixa falar. Você sabe que tenho algo a dizer e está evitando me ouvir a semana inteira.
– Precisa ser grosso comigo? - perguntou Rebeca ofendida.
– Tá, desculpa. Rebeca, olha só, você é uma menina realmente especial, que trouxe alegria para a minha vida num momento muito difícil, mas não estou sendo sincero com você e preciso ser para o bem de nós dois...
– O que quer dizer? - indagou ela, com os olhos cheios de lágrimas.
O celular de Freddie começou a tocar e ele atendeu:
– Oi Carly... A Belinha o que?... Meu Deus! Tô indo pra aí.
– Não vai me deixar aqui sozinha não é mesmo? - perguntou Rebeca, brava.
– Te dou o dinheiro pro táxi Rebeca, minha filha está doente – respondeu Freddie, colocando o dinheiro para a conta e o táxi em cima da mesa e correndo até o seu carro.
Sam e Freddie encontraram Isabelle deitada na cama, tremendo de frio, vermelha, chamando por eles, enquanto Carly fazia carinho na sua cabeça e media a temperatura, nervosa. Pouco antes, Cris observava a amiga doente, preocupado, mas a mãe pediu que fosse tomar conta dos gêmeos.
– Papai tá aqui princesinha – disse Freddie sentando-se ao lado da filha.
– E a mamãe também – falou Sam, sentando-se do outro lado, tendo Carly se levantado para dar lugar à amiga – Me perdoa meu amorzinho. Eu me sinto tão mal por não ter acredito em você – pediu Sam, sem conter o choro.
– Fiquem calmos, o médico já veio. A Belinha tá com uma inflamação na garganta, mas ele já passou o antibiótico. Pedi a Spencer e Audrey para comprar.
– Volte e meia ela tem isso, é só ficar triste com alguma coisa, tadinha da minha bebê – falou Sam, deitando-se ao lado da filha e a abraçando.
Spencer e Audrey entraram no quarto. Ele entregou o remédio à irmã. Carly foi pegar água para que a menina tomasse.
Audrey aproximou-se da menina:
– Oi Belinha, a tia Audrey está aqui. Fica boa logo, tá querida?
– Tia, eu não fiz o dever – murmurou Isabelle.
– Não precisa meu amor – respondeu Audrey, fazendo carinho nos pés dela.
Freddie ajudou Isabelle a se sentar e Carly deu o comprimido com a água pra ela.
Mais tarde, Sam, Freddie e Isabelle adormeceram. Carly saiu do quarto e foi para o seu apartamento com Spencer, Audrey e Cris.
Isabelle acordou se sentindo melhor. Olhou em volta e viu que a mãe e o pai, um de cada lado, estavam dormindo na sua cama.
O movimento da menina na cama acordou os pais e ela pediu:
– Por favor não acordem, fiquem assim pra sempre.
– O que disse? - perguntou Sam, sem entender.
– Eu queria que fóssemos uma família de novo. Eu fiquei muito feliz em acordar e ver que estamos assim, juntinhos. Eu queria que fosse pra sempre.
Sam e Freddie se entreolharam e não souberam o que responder.
Nos dias em que Isabelle estava convelecente, Freddie ficou por perto da filha. Ele e Sam passaram a conviver mais e por alguns momentos até parecia que ainda viviam juntos. Numa madrugada foram assistir juntos luta de MMA, enquanto comiam pipoca, e acabaram adormecendo no sofá. Sam com a cabeça sobre o ombro de Freddie. Quando acordaram ela ficou constrangida e perguntou o que ele queria pro café.
Os dias passaram rápido e chegou o aniversário de 25 anos de Freddie. Ele acordou, sozinho na sua cama de casal no antigo quarto com motivos de Guerra nas Galáxias no apartamento de sua mãe, e uma tristeza bateu no seu peito.
Levantou-se, fez sua higiene pessoal e foi para a cozinha, onde ouviu:
– Surpresa!
E foi uma baita surpresa mesmo. Viu Marissa, Costela, Isabelle, Eddie, Nick, Mabel, Gibby, Carly, Cris e ela... Sam!
Todos o abraçaram e desejaram parabéns, inclusive sua loira.
– Parabéns nub! Tá ficando velho – disse ela abraçando-o.
Freddie a envolveu em seus braços e não quis mais soltar.
– Pode me largar agora Freddiebag – pediu ela, afastando-se.
– Muito obrigada mesmo Sam, esse seu gesto fez meu dia mais feliz.
Todos se sentaram para comer todas as delícias da mesa recheada de coisas como bolos, doces, pães e salgados.
Carly teve uma ideia:
– O que vai fazer depois do expediente Freddie?
– Venho pra casa, como sempre.
– Errado! Por que não fazemos uma festa temática, como nos velhos tempos, pra comemorar o aniversário do Freddie, lá no meu apartamento? - propôs Carly.
– E qual seria o tema? - interessou-se Sam.
– Pode ser a festa do mendigo. Lembram como foi bacana? - perguntou Carly.
– Acho melhor não, isso me faz lembrar do Gibby querendo me dar uma surra – recordou-se Freddie.
– Não vou querer te bater agora Freddie, nem tenho uma namorada pra cair em cima de você – falou Gibby.
– Deixa de ser bobo Freddie, vai ser legal – insistiu Carly.
– Eu tô velho demais pra isso.
– Eu quero uma festa do mendigo papai – pediu Isabelle, choramingando.
– Está bem, o que você não me pede chorando que eu não faço sorrindo – perguntou Freddie, beijando a face da filha.
Naquela noite todos foram vestidos a caráter e se divertiam ao som de músicas eletrônicas.
Carly e Gibby dançavam juntos.
– Você dança muito bem Carly – elogiou ele, segurando as mãos dela e a rodopiando em seguida, afastando-a e puxando-a para si.
– Você que sabe conduzir muito bem uma dama Gibby – elogiou ela.
Ao lado, Isabelle e Cris dançavam juntos.
– Eu juro que se pisar no meu pé mais uma vez eu te quebro garoto – ameaçou Isabelle.
– Mas é você que fica esbarrando em mim, porque não sabe dançar – defendeu-se Cris.
– Você que não sabe!
Os dois começaram a discutir e Mabel foi aplacar:
– Parem com isso. Por que não vamos brincar de alguma coisa, então?
– Esconde-esconde. Tá com o Cris, vamos nos esconder Mabel – disse Isabelle, puxando a prima pela mão enquanto Cris fechava os olhos e começava a contar.
Eddie e Nick estavam no colo de Audrey e Spencer. Ele falou:
– Olha como eles são fofos, poderíamos ter uns assim...
– Estou fazendo meu doutorado amor, já expliquei. Trabalhando e estudando eu não teria tempo pra cuidar de bebê agora.
– Eu já disse que cuido. Tenho experiência com a minha irmãzinha... O que é essa água?
Spencer se deu conta de que Nick havia feito xixi no seu colo.
– Não deu pra segurar tio – falou o pequeno rindo.
– Eca! Troca a roupa dele, preciso me limpar – estendendo o menino para Audrey, que colocou Eddie no chão e pegou Nick.
– Tô vendo como está preparado para a paternidade – disse ela, rindo.
De repente a música mudou e ficou mais lenta. Carly e Gibby se aproximaram e começaram a dançar juntinhos. A morena colocou a cabeça sobre o ombro dele e Gibby abriu um sorriso bobo, aspirando o perfume dela.
Freddie começou a olhar em volta a procura de Sam, queria dançar aquela música romântica com ela. A porta se abriu e ele viu sua loira linda, num vestido vermelho. Estava caminhando até ela com um sorriso no rosto quando sua empolgação foi substituída pela tristeza ao vê-la acompanhada de Pete.
Pete deu os parabéns a Freddie e entregou um presente. Sam disse apenas:
– Eu não me dei ao trabalho de comprar nenhum presente, porque já te dei três.
– Foram os melhores presentes que alguém já me deu na vida Sam – respondeu Freddie, compreendendo que ela se referia aos três filhos do casal.
Sam e Pete foram dançar e Freddie observava desolado. Não aguentou mais e resolveu subir ao estúdio do ICarly. Sentou-se num puff roxo e ficou lembrando de muitos momentos com Carly e Sam naquele lugar, especialmente com Sam.
Teve uma ideia. Ligou a câmera do ICarly, conectou no site e entrou no ar:
– Boa noite fãs de ICarly! Pois é, eu não sou a Carly, nem a Sam, mas sai de trás da câmera porque preciso dizer algo muito importante para a mulher da minha vida, mas, como ela não quer me ouvir, e tem a razão dela, já que eu não a quis ouvir antes e fui injusto com ela, resolvi me fazer ouvir por aqui. Hoje estou completando 25 anos. O tempo passa rápido... Há dez anos eu era um garoto que se divertia com as melhores amigas fazendo esse web show, que pensava amar a morena, para dissimular seus sentimentos profundos pela loira. Agora, sou um homem que não tem medo de dizer: eu te amo mais que tudo Samantha Puckett! Eu não sei viver sem você. Me perdoa por não ter dado chance de se defender, me perdoa se eu fiz tudo errado e magoei você. Eu tenho muitos defeitos, como você também tem, mas o melhor de mim está no amor que sinto por você. Olhando para trás, nesses meus 25 anos, vejo que a minha vida só começou a fazer sentido no dia em que te conheci, tanto que eu já não sabia viver sem suas agressões físicas e verbais, hoje posso dizer que não sei viver sem seus carinhos e seus beijos. Sam, você dá sentido a minha vida. Por favor, me aceita de volta, seria o melhor presente que poderia me dar depois dos nossos três filhos... e, corta.
A festa acabou e todos voltaram para suas casas.
Na manhã seguinte, Sam dormia quando Carly entrou correndo no seu quarto com um notebook nas mãos.
– Acorda loira! É urgente! Olha isso – disse Carly, colocando a tela do computador na frente da amiga.
– Tira isso daqui! A luz doi minha vista – falou Sam, irritada, empurrando o computador da mão da amiga, fazendo-o cair sobre a cama.
– Quanta delicadeza Sam – ironizou Carly – Se caísse no chão e quebrasse teria que me dar um novo.
– O que quer aqui tão cedo Carlynha? - perguntou Sam, sentando-se na cama, sonolenta.
– Freddie fez a declaração de amor mais linda do mundo, pra você, no site do ICarly. Isso é tão romântico! - disse Carly, empolgada.
Isabelle entrou no quarto correndo com o Perapad na mão:
– Viu o que o papai fez? Os fãs de Seddie já criaram um movimento na internet: “Sam, aceita o Freddie de volta”. Eu também vou entrar nesse movimento – falou a pequena, ficando em pé em cima da cama da mãe, começando a pular e chacoalhar o colchão – Sam, aceita o Freddie de volta! Sam, aceita o Freddie de volta! Sam, aceita o Freddie de volta! - cantarolava enquanto levantava os bracinhos e pulava.
Carly levantou-se da cama e começou a cantar e dançar no quarto seguindo o ritmo de Isabelle.
– Parem as duas! Com esse barulho de vocês não vou conseguir ouvir o vídeo – determinou Sam.
Carly e Isabelle se calaram e foram ladear Sam para assistirem ao vídeo de Freddie, ao final a loira se emocionou.
– O papai te ama mamãe – observou Isabelle.
– Eu sei, eu também amo ele muito – confessou Sam.
– Está esperando o que amiga? - perguntou Carly.
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