História sem Título escrita por Kat0203


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Olá galera, aqui está mais um capítulo bolado para vocês. Aproveitem.



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Três meses depois que nos mudamos, meu pai finalmente pediu Amber em casamento e ela aceitou. A cerimônia seria em uma semana.

—Ai meu Deus, Alicia. Eu estou tão ansiosa. - Dizia Amber, todas as manhãs quando ela me dava carona. - Você irá me ajudar a escolher o vestido sábado não é?

—Claro. - Eu respondia enquanto eu enviava a minha décima mensagem para André. Fazia três meses que ele não me ligava e toda vez que eu ligava ele não atendia. Eu estava ficando preocupada.

Hoje era o meu último dia de aula na faculdade. O semestre estava acabando e eu iria ficar de férias por um mês e meio. Hoje não teríamos aula nenhuma, apenas uma apresentação. Isso era um costume da faculdade. Os alunos do teatro ensaiam uma coreografia e a apresentam no final de cada semestre.

Quando cheguei na faculdade, a primeira pessoa que vi foi John. Ele estava sentando embaixo da Árvore do Desconhecido lendo um livro. Sentei-me ao lado dele e perguntei:

—Animado?

Ele fechou o livro e respondeu com um sorriso:

—Muito. Nem parece que se passou três meses que começamos a estudar aqui.

—Três meses que nos conhecemos...

—E três meses que essa árvore ganhou um nome. - Aquilo me fez rir. - Eu ainda não entendo porquê ninguém botou um nome nessa bela árvore.

—Verdade. - O sinal tocou. - Vamos, eu não quero perder a apresentação.

Nos levantamos e fomos correndo até o teatro.

A apresentação durou duas horas e meia. Foi incrível! Os dançarinos tinham apresentado ótimas coreografias com ótimas músicas ("International Smile" da Katy Perry, "Run The World (Girls)" da Beyoncé, "Starships" da Nicki Minaj e outros sucessos).

—É, acho que acabou. - Disse John enquanto saíamos do teatro.

—Um mês sem as nossas coisas chatas. - Falei, rindo.

—Verdade. - Concordou ele, rindo junto comigo.

Paramos em frente aos portões da faculdade.

—Até daqui a um mês? - Perguntou ele.

—Até daqui a um mês. - Respondi.

Por fim, cada um foi para a sua casa.

Enquanto eu ia para casa, eu tentava me comunicar pela milésima vez com André. Ele não havia respondido nenhuma das minhas mensagens e não atendia minhas ligações. Me pergunto se ele deve ter esquecido de mim e arranjado outra pessoa. Só de pensar naquilo, me dava um aperto no coração.

Quando cheguei em casa, Amber parecia estar me esperando.

—Alicia, tenho ótimas notícias. - Disse ela.

—Quais? - Perguntei, esperando que ela diga "O André está vindo" ou "O André está lá em cima no seu quarto".

—O casamento foi adiado e será daqui a dois dias! Ai meu Deus, Alicia. Temos que ir escolher o vestido.

—Ok, então vamos agora!

Amber tirou o carro da garagem e partimos para comprar um vestido de noiva.

Enquanto Amber experimentava cada vestido lindo de noiva, eu enviava a cada cinco minutos uma nova mensagem para André.

—O que você acha desse Alicia? - Perguntou Amber, vestindo o melhor de todos os outros vestidos. Ele era todo em renda, saia volumosa, tinha uma fita grossa na cintura, um decote muito lindo e o vestido chegava a arrastar no chão.

—Ele é lindo Amber. - Respondi. - Se eu fosse você levava esse.

—Então é esse que eu vou levar. - Disse ela com um sorriso radiante.

Quando voltamos para casa, escondemos o vestido no meu guarda-roupa para o meu pai não achar.

—Muito obrigada mesmo Alicia. - Agradeceu Amber. - Será que ele vai gostar?

—Ele vai amar, acredite. - Respondi.

—Venha, vamos jantar. Fiz a sua comida favorita.

—Lasanha? - Perguntei.

—Sim, lasanha.

Enquanto jantávamos, Amber perguntou:

—Alguma notícia do André?

—Não. Ele não responde as minhas mensagens e não retorna as minhas ligações. - Respondi. - Será que ele está bem?

—Eu não sei, Alicia. O único jeito é esperar.

Depois do jantar, deitei em minha cama e tentei ligar mais uma vez para André. Nada. Enterrei minha cabeça no travesseiro e comecei a chorar, pensando no que deve ter acontecido com André. Sempre que eu desabafava com André sobre alguma coisa e eu começava a chorar, ele me abraçava e me dizia que estava tudo bem. Como eu queria que ele estivesse aqui para me abraçar e dizer que estava tudo bem.

O dia do casamento finalmente chegou. Eu não pude ir no salão com Amber porque acordei muito tarde. Mas eu pude ajudar meu pai a se acalmar um pouco. Já que sempre quando ele anda de um lado para o outro, ele está nervoso ou ansioso. Aquilo me irritava um pouco.

—Será que ela irá aceitar? - Perguntava ele, enquanto ficava andando de um lado para o outro.

—Claro né pai! Se não ela não teria aceitado quando você a pediu em casamento. - Respondi.

—Você tem razão Alicia. Já te contei onde vamos passar a lua de mel?

—Não, onde?

—Em Paris.- Disse ele, sorrindo de orelha a orelha.

—Nossa, que romântico! - Falei.

—Muito não é? Eu estava pensando em ir para o México, mas ai eu me lembrei que Amber gosta de Paris. Você sabe que vai ter que ficar dois meses aqui sozinha não é?

—Sei pai...

—E já sabe que...

—Pai, eu não vou explodir a casa ou deixar um furacão entrar! - Falei rindo.

—Eu sei disso. - Ele me deu um beijo na testa. - Vá se arrumar, o casamento é daqui a uma hora.

—Eu que devia dizer isso a você pai. - Falei.

—Você tem razão. - Ele saiu andando apressadamente para o seu quarto.

Tomei banho e botei o meu vestido preto que ia até os joelhos e meus saltos (não muito altos) rosa escuro. Eu não gostava de rosa, mas eu me apaixonei pelo sapato quando o vi pela primeira vez. Eu também não gostava de usar brincos, só se fosse para ocasiões muito importantes tipo essa.

Abro a minha caixa de joias, que um dia foi da minha mãe, e tiro de lá dois pares de brincos lindos que André tinha me dado no meu aniversário de treze anos. André...

Coloco os brincos e tento ligar para André mais uma vez. Como sempre, nada.

Não é hora de chorar, disse a mim mesma quando senti uma lágrima se formando em meu olho.

Então, decidi ligar para John.

—Alô? - Atendeu ele.

—Oi John, sou eu, Alicia.

—Alicia, está tudo bem?

—Sim, está. - Menti. - Você está ocupado?

—Bem, se você considerar que assistir "De Volta para o Futuro" é motivo para se estar ocupado então, não. Por que?

—É porque meu pai vai se casar hoje daqui a uma hora e eu não tenho ninguém para ir comigo. Então...você quer ir comigo?

—Claro, será uma honra ir com você ao casamento do seu pai. Vou me arrumar, daqui a pouco estou ai.

—Espera, você sabe onde eu moro? - Perguntei.

—Acho que sim. Depois a gente se vê.

—Ok. - E a ligação foi finalizada.

John apareceu na minha porta meia hora depois com uma camiseta branca de manga comprida,um colar com uma pedra verde muito bonita, calça jeans e tênis preto. Ele estava com uma rosa na mão.

—Uau! Você tá parecendo um adolescente rebelde indo para um casamento chique. - Falei rindo.

—E você está parecendo a noiva. - Disse John. Ele estendeu a rosa. - Toma. Quando eu a vi lembrei de você.

Peguei a rosa.

—Ela é linda. Obrigada. - Agradeci dando um sorriso para ele.

—Vamos? - Perguntou ele.

—Só um minuto. - Entrei dentro de casa e avisei ao meu pai que eu já estava indo para a igreja.

—Ok, te vejo lá. - Disse ele.

Quando eu estava saindo pela porta da frente meu pai gritou:

—DIRETO PARA A IGREJA!

—Tá pai, já entendi! - Gritei em resposta. John estava rindo. Me juntei a ele.

—A igreja é muito longe? - Perguntou John.

—Não, é logo à esquerda. - Respondi.

Ficamos andando em silêncio por um tempo até John perguntar:

—Alicia, você tem namorado? - Parei de andar. - Desculpa, não foi minha intenção perguntar. Me desculpa...

—Não, está tudo bem. - Falei - É que...eu tenho um namorado, ou tinha pelo menos. A gente não se fala há três meses. Ele não responde minhas mensagens e não retorna minhas ligações. Estou preocupada com ele. - E ali estava eu, a caminho do casamento do meu pai, chorando na frente de John por causa de André.

—Fique calma Alicia. - Pediu John, me abraçando. - Está tudo bem. - Agora não estava tudo bem mesmo. Aquilo só me fez lembrar mais do André e me fazer chorar mais. - Alicia, olhe para mim. - Fiz o que ele pediu. - Se ele realmente te ama, ele não vai te esquecer. Se você não conseguiu esquecê-lo, ele não vai te esquecer.

Ficamos em silêncio por um tempo.

—Você tem razão. - Falei. - Ele não deve ter me esquecido. Ele deve estar com outra agora.

—Ou apenas organizando as coisas para te ver. - Disse John. - Tudo é possível.

—É, pode ser. - Falei, me sentindo um pouco animada. - Vamos senão vamos nos atrasar.

Peguei a mão de John e fomos para a igreja.

Quando chegamos lá, estava tudo lindo. Havia várias pessoas que eu conhecia e pessoas que eu não conhecia. As pessoas que me conheciam me viam com John e perguntavam se ele era meu namorado. Eu respondia:

—Não, ele é só meu amigo.

—Ah, que pena! Vocês são lindos juntos! - Diziam alguns. Quando as pessoas falavam isso, eu olhava para John e percebia que ele ficava com as bochechas coradas de vergonha.

Faltava cinco minutos para as onze horas, então eu e John nos sentamos no banco da frente onde estava reservado para mim e André, mas como André não iria vir...

O casamento finalmente começou. Meu pai estava no altar. Primeiro os padrinhos entraram e depois a noiva. Todos se levantaram para recebê-la. Amber estava linda; seus cabelos loiros estavam amarrados lindamente em um coque, o vestido estava lindo nela. Ela estava com um buquê com lindas flores rosas. Eu estava feliz por eles. Também, esperei esse momento por cinco anos.

Depois da cerimônia, teve uma festa para os amigos íntimos dos noivos. Eu só fui com John pelo motivo que eu vou em festas: comida. Eu amo comida. Amber nos colocou em uma mesa vazia, onde passava comida toda hora. Cada vez que eu pegava alguma coisa, John dizia:

—Depois eu que sou gordo.

—Eu não sou gorda. Ou sou?

—Estou brincando. Você não é gorda, pelo menos ainda não. - Disse ele rindo.

—Engraçadinho. - Falei.

Não conversamos por uns minutos até John dizer:

—Eu estava pensando, já que você gosta tanto assim de comer, vamos sair um dia desses para...comer.

—Você está me convidando para um encontro? - Perguntei.

—Não, é apenas uma saída de amigos.

—Ah, então...tudo bem! Me liga quando você quiser e ai a gente dá uma saída. - Falei. Eu gostava do John, ele é uma pessoa muito legal e boa.

No final da festa, meu pai disse para eu ir para casa enquanto ele e Amber arrumavam a bagunça. John teve que me acompanhar até a minha casa.

—Então, eu já vou indo. - Disse John enquanto eu abria a porta.

—Não quer entrar um pouco para conversamos? - Perguntei.

—Tudo bem. Se você quer isso... - Respondeu ele com um sorriso.

Ficamos conversando sobre nossas famílias. John perdeu os pais aos quinze anos quando eles foram assassinados em uma padaria.

—Sinto muito. - Falei.

—Não sinta. Não foi culpa sua. - Disse ele. - Podemos mudar de assunto? Eu não quero falar sobre isso agora.

Ficamos em silêncio por um tempo. Não havia mais nada que precisávamos saber sobre nós dois.

—Alicia, preciso de contar uma coisa. - Disse John.

—O quê? - Perguntei.

—Eu... - Meu pai abriu a porta da sala.

—Chegamos! - Quando ele viu John ficou com uma cara séria. - Olá John.

—Olá Sr. Hoffen. - Ele olhou para mim. - Acho que está na hora de eu ir.

—Não John, espere um pouco. - Disse meu pai. - Tenho que falar com você, em particular.

—Claro Sr...

—Por favor, me chame de George. Venha.

Meu pai e John se retiraram da sala, me deixando sozinha com Amber.

—O que você acha que deve ser? - Perguntou ela.

—Não tenho ideia. - Respondi. - Como está sendo o seu dia?

—MARAVILHOSO! Ai Alicia, eu nem sei o que dizer. Está sendo tão...tão...

—Maravilhoso? - Perguntei rindo.

—Isso! - Ela riu. - Onde será que vai ser a lua de mel?

—Ele ainda não te contou?

—Não, também não quero saber! Quero que seja surpresa.

—Tudo bem então. - Falei. Eu estava realmente feliz por Amber. Ela é uma boa pessoa.

—Alguma notícia do André? - Perguntou ela.

—Não, nada. - Respondi. - Você acha que ele deve estar com outra?

—Se estiver, ele perdeu uma garota maravilhosa. - Dei um sorriso para ela. Cada vez que eu pensava em André com outra garota, meu coração parecia estar sendo esmagado. Ele não pode ter esquecido de mim, não depois de tudo o que passamos. - Mas eu acho que não precisamos nos importar com isso agora. Todos comentaram lá na festa sobre você e John.

—Somos só amigos. - Falei.

—Tem certeza? Vocês parecem muito mais do que isso. - Disse Amber.

Ela tem razão. Eu tenho ficado tanto com John nesses últimos meses que nem parece que somos amigos.

—Acha que eu devia dar uma chance a ele? - Perguntei.

—Eu não posso te responder isso. Só você pode. Faça as suas escolhas, siga o seu coração.

Meu pai e John voltaram para a sala.

—Alicia, posso falar com você? - Perguntou John.

—Tudo bem. - Me levantei e fui até o jardim com John.

Chegando lá, John tirou o seu colar e o colocou em minha mão.

—Quero que fique com isso. - Disse ele.

—Por que? - Perguntei.

—Considere como um presente.

—Nossa John, ele é lindo. Obrigada. - Agradeci. - O que meu pai disse à você?

John riu.

—Nada de mais. Eu tenho que ir agora, ok?

—Ok. - John deu um sorriso e me beijou na bochecha.

Ele saiu andando até a saída que ficava no jardim e me deixou sozinha.

Fiquei olhando para o colar que ele havia me dado. O colar tinha o cheiro do perfume dele. John era a melhor pessoa que eu havia conhecido desde quando me mudei para cá, eu não queria acabar a minha amizade com ele porque eu estou começando a sentir alguma coisa por ele. Na verdade, eu nem sei direito se eu estou sentindo mesmo isso mas...será que eu devia dar uma chance a ele ou esperar até André aparecer?


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