Dilema escrita por Mizuhina, Utakata Bad Boy


Capítulo 5
Capítulo IV- Vida


Notas iniciais do capítulo

Oi gente. Vou tentar ser bem breve. A fic é curta, e tem alguns capítulos adiantados, porém aconteceu algo chato. Quando eu escrevia o inicio do capitulo o meu pc desligou e eu perdi todo o capitulo quatro. Continuei de onde tinha parado pra não perder a vibe, e decidi reescrever o inicio apenas depois. Grande erro! Me deu desanimo reescrever, e ai começou toda aquela jornada de faculdade, pouco tempo e essas coisas chatas. O capítulo 5 o Uta já tinha deixado pronto, então ele não vai demorar pra vir depois desse. Peço um zilhão de desculpas, to quase cometendo sepukku aqui, ou melhor Jigai ushahusahushu. Sem mais delongas, vamos ao capítulos quatro e peço mil desculpas.



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Vida (人生)

“Os homens devem moldar seu caminho. A partir do momento em que você vir o caminho em tudo o que fizer, você se tornará o caminho.”Miyamoto Musashi

“Se eu estou lutando para salvá-la o mínimo que pode fazer é viver” – As palavras de Sasuke permaneciam na mente de Sakura, fixas como uma marca na pele. Não importava o quanto ela tentasse fugir, aquela frase a perseguia ecoando na mente como a própria consciência. Era verdade que ela estava fugindo já a um bom tempo e que de fato não se importava mais se iria viver ou morrer. Se não fosse Sasuke provavelmente estaria morta como uma indigente, uma gravura no solo que jamais deveria ter existido e ficado para a memória do mundo.

– Não ligue para as palavras do Sasuke. Ele é sempre rude com as pessoas, mas ele não odeia você. – Kakashi era uma pessoa gentil e as palavras de conforto eram bem aceitas. No fim das contas, Sakura se perguntava exatamente sobre isso. Porque Sasuke era rude e parecia querer afastar as pessoas? Não importava como olhasse, parecia existir uma barreira entre ele e o mundo. Parecia ser alguém tão incansável quanto às estrelas no céu e ela se perguntava que jornada o levou a se afastar de todos que o rodeiam?

Ela se sentia como se tivesse uma divida para com ele, afinal já era a segunda vez que tinha a vida salva. Qualquer outra pessoa diria que aquilo era humilhante e que ela deveria aceitar a morte para redimir-se das vergonhas que causará a família, mas algo havia mudado. Sakura se sentia realmente grata por poder viver mais um dia, respirar tranquila e poder esperar pela primavera. A donzela estava começando a compreender o próprio propósito e por esta razão queria retribuir de algum modo. Queria agradecer por Sasuke ter mostrado o caminho. Sakura tinha decidido que prepararia um jantar e ajudaria nos afazeres da casa enquanto estivesse hospedada, ou escondida, na residência de Kakashi.

O dia passou de pressa e Sakura foi procurar o samurai para avisá-lo sobre a refeição. Estava bastante frio, então ela tomou cuidado para se agasalhar melhor. O vento estava suave e já começava a entardecer. Atrás da casa de Kakashi, um pouco afastado tinha um campo de treinamento. Havia troncos fincados ao chão, algumas árvores cortadas e pedras. Ela permaneceu escondida por um breve momento.

A visão de Sakura estagnou quando contemplou a figura de Sasuke, o espanto era enorme. Ele estava sem a camisa, parado no mesmo lugar com um objeto de madeira ou qual golpeava o ar na mesma posição. Aquele era um castigo comum aos samurais e servia para aprimorar as habilidades. Sasuke treinava todos os dias quando não estava em missão, mas naquele dia em especial se sentia bastante frustrado. O que tinha acontecido na luta anterior parecia incomodá-lo.

Sakura sabia o que significava aquela autopunição, afinal tinha um pai que era um ex-samurai. Ver a dedicação do de Sasuke ao manter a disciplina a enchia de admiração. Seja o frio, o vento ou qualquer coisa, nada parecia roubar a atenção dele. Parecia obstinado e concentrado... Aquilo a enchia de coragem e de força. De alguma forma apenas observá-lo, naquele momento, ainda que escondida, a fazia sentir como se ambos estivessem compartilhando um momento único.

– Eu vou me esforçar mais. – Ela pensou com um breve sorriso. De uma maneira incomum tinha adquirido a força que precisava para viver. Iria se agarrar a aquele fio de esperança e seguir em frente. Talvez Sasuke não tivesse noção do quanto as atitudes e pequenos gestos, pouco a pouco mudavam a vida de Sakura e ajudavam a construir o próprio caminho. Era apenas o começo de uma nova vida.

...

Duas estatuas douradas de serpentes esculpidas em ouro eram a marca registrada de aquele castelo pertencia ao Lorde Orochimaru. Conhecido como um guerreiro inescrupuloso e cruel, temido por todo o território do fogo, foi um dos responsáveis pela derrota do antigo império. Orochimaru tinha o péssimo habito de banhar sua espada em veneno de serpentes que criava como bichos de estimação. Aquele lugar tinha um clima tão pesado e sombrio, que parecia congelar mais rápido que o rigoroso inverno.

Os dois shinobis estavam em um alojamento recuperando-se da última batalha. Karin tratava dos inúmeros ferimentos de Suigetsu. – Droga! Você sofreu muitos cortes seu idiota. E ainda se diz um espadachim?

– Fique quieta. Você sabe que aquele samurai não era humano. – Uma doze de rancor e inconformidade pode ser notada na voz do rapaz. – Não quero nem imaginar o que será de nós quando descobrirem que falhamos.

– L-lorde Orochimaru não nos fará nada. Ele tem consideração por... Nós. – Karin respondeu hesitante. Ela sabia da natureza cruel de Orochimaru, mas ainda assim preferia acreditar que o mesmo senhor que um dia ofereceu abrigo a uma jovem órfã teria piedade de poupar sua vida. – Ele nos acolheu.

– Acolheu para nos usar. Não seja ingênua Karin. – O rapaz estava sério. Com os braços já enfaixados se levantou cambaleante quando ouviu passos se aproximando do alojamento frio e escuro onde estavam.

Um homem de cabelos brancos e óculos surgiu na porta. – O senhor Orochimaru deseja vê-los.- Disse com um sorriso de escarnio.

Karin e Suigetsu tremeram diante daquela situação. Talvez estivessem caminhando rumo à morte. Ambos permaneceram em silencio durante todo o percurso, até chegarem ao alojamento do senhor. Lá tinham várias almofadas espalhadas pelo chão, cortinas e vestes costurados da mais cara seda.

– Vejo que já retornaram minhas crianças. Que noticias trazem para mim? – Aquela voz grave soava quase como uma ameaça, era dotada de um humor sádico e isso causava calafrios. Para Orochimaru matar não era mais que uma brincadeira, um evento para a diversão. Caçar presas era o passatempo predileto do lorde.– Vamos estou esperando. – Ordenou e sorveu um gole do saquê.

– N-nós falhamos. – Karin gaguejou ao dar a noticia e sentiu um calafrio como se gelasse a alma. Ela tinha percebido que os olhos inescrupulosos daquela serpente estavam sobre si. Como um predador, essa era a sensação. Ela se segurava para as pernas não tremerem tanto, pois o menor vacilo entregaria o medo.

Orochimaru se levantou e caminhou na direção da garota parando de frente para ela. Segurou uma mecha dos cabelos ruivos e aproximou-se de seus ouvidos. Suigetsu comprimiu os punhos, aquela aproximação o deixava irritado, mas nada podia fazer naquela situação.

– Como assim falharam minha criança? – Orochimaru perguntou num tom calmo. Karin fechou os olhos com força, tentou se conter o máximo que pode. – Minha noiva ao acaso se matou antes que chegassem? Se esse for o caso eu terei que tomar outra diversão. – E dito isto, Orochimaru passou a língua pelos lábios, quase lambendo a face de Karin. Inalava a doce fragrância da jovem kunoichi. Nojento! Aquele ser ardiloso queria tocá-la. Uma lágrima quase escorreu pelos olhos da ruiva, mas ela era uma mulher forte.

– Um samurai nos atrapalhou. – Suigetsu disse alto chamando a atenção da serpente. O lorde afastou-se da garota e voltou sua atenção para o espadachin que prosseguiu. – Não era um samurai comum.

– Suponho que não para estar tão ferido. Ou será que você tornou-se fraco Suigetsu? Eu deveria aplicar uma punição a vocês. Não gosto que meus peões falhem... – Naquele momento Orochimaru preparou-se para sacar sua espada, Kusanagi.

– Não tinha nada que pudéssemos fazer ele era um Tengu. – O lorde hesitou por um momento. Estava curioso.

– Parece que temos uma informação interessante. Contem-me como ele era. – A espada voltou para o lugar onde estava e Orochimaru sentou-se novamente na posição anterior.

Suigetsu descreveu tudo o que se lembrava da batalha nos mínimos detalhes, sentia que se deixasse algo escapar seria punido ou algo pior. Enquanto isso o lorde ouvia tudo entretido, um sorriso cheio de ambição se se desenhava na face e a curiosidade aumentava cada vez mais. Talvez os sonhos de Orochimaru estivessem batendo a porta, e todo aquele acaso fosse simplesmente obra do destino. Será que os deuses o estavam recompensando? Ou lhe oferecendo a porta do próprio inferno? Isso não o incomodava.

Ele andava de um lado para o outro maquinando algum tipo de ideia, Kabuto nunca o viu tão empolgado em toda vida, nem mesmo quando organizava chacinas por diversão. – Meu senhor vejo que recebeu boas noticias.

– Deve ser um Uchiha! – Concluiu. – É exatamente o que eu estava procurando. Vocês estão perdoados dessa vez. – Orochimaru disse dando as costas para os dois, com um sinal das mãos indicou que eles saíssem ficando assim somente ele e o servo mais leal nos aposentos.

– Há muito tempo o clã Uchiha afrontou os deuses com sua prepotência como guerreiros e dessa forma foram amaldiçoados. – ele começou a falar aleatoriamente como se explicasse algo essencial para que o escravo compreendesse seus planos. Kabuto acompanhava Orochimaru há tanto tempo que não precisava de muito para compreender as intenções de seu mestre. - Eles foram condenados a transformarem-se em criaturas. Bestas selvagens que causam destruição não só aos outros mais a si mesmos, esse é o temido clã dos Tengus. A única maneira dessa família recuperar a humanidade seria se fossem capazes de restaurar sua honra. E o que pode ser mais digno para um samurai nesse caso?

– A morte?

– Exato. Mas Uchihas são incapazes de morrer em batalha ou cometer seppuku a menos que um outro Uchiha os mate, ou seja, foram condenados a destruírem a própria família. Cruel não acha? Em todo caso, um corpo que não pode morrer... Um guerreiro imortal. É tudo o que eu preciso. O segredo da imortalidade eu o quero pra mim. E somente os Uchihas o conhecem, porque o tal pecado foi escondido pelo clã.

– Mas senhor Orochimaru se eles são assim tão poderosos como pretende fazer esse samurai te servir?

– Não é simples Kabuto? Nesse caso você arranca algo que ele goste muito. – Naquele momento Orochimaru deu uma gargalhada alta. – Uchihas tem seus sentimentos intensificados para se tornarem irracionais. Por isso a busca por honra e disciplina é algo quase impossível para eles. Graças a isso até hoje a maldição não foi quebrada. No momento certo ele virá até mim...


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Notas finais do capítulo

Eu tenho a leve impressão de que a versão anterior tinha ficado melhor. Tive que reler a fic pra relembrar o que eu ia fazer. - Tenso. Enfim... Como podem perceber - ou não, terá um pouco de Suika. Porquê? Poquê eu amo Suika.