Antes de partir escrita por Katy Chin, DarkParadise, Katy Tonnel


Capítulo 1
Capítulo único.


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!

Escutem:
Cazuza - O tempo não para.
Legião Urbana - Tempo perdido.
Nina simone feeling good (Gosto muito mais dos Covers.)

Então é isso gente. Criei a fanfic assim do nada. Escrevi e coloquei aqui. Não revisei... Então, não reparem em nada. Espero que gostem, apesar de eu achar que não vai dar nenhum leitor(a) kk

Tenham uma boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/578271/chapter/1

Uma música antiga ecoava no lugar.

Eu usava meu vestido amarelo. Colado da cintura para cima e rodado da cintura para baixo. Seu tamanho não era tão longo. Ele ia até a parte de meus joelhos. Eu podia sentir tudo o que aquela música falava. Eu podia sentir a solidão. A compreensão. A raiva... Todos os sentimentos. Eu me sentia infeliz, mas era uma infelicidade boa, diferente e boa.

Meus olhos estavam fechados, minhas mãos encostadas na grama verde e gelada. Meus cabelos presos em um rabo de cavalo... Oh como eu gostava daquele ano. O sol do final da tarde batia em minha pele deixando aquela sensação gostosa de calor. A música agora estava calma... Bem calma. Eu estava doente, minha respiração era fraca. Eu logo morreria. Sozinha e sem saber o que era amar. Uma menina de 14 anos, no quintal de sua casa que agora estava deitada na grama gelada sentindo as lágrimas caindo aos poucos. Meu corpo magricelo, meus cabelos sem jeito. Meu nariz fino, meus olhos sem o brilho da esperança... Logo iriam partir.

Minhas amigas cresceriam. Teriam algum emprego. Uma casa, filhos e um marido. Elas teriam encontros, amores, decepções e experiências na faculdade. Eu só consegui chegar na 8° serie e ainda nem consegui beijar um rapaz. Não faço o tipo de garota igual às outras. Eu sempre sonhei com contos de fadas. Casamento perfeito, um cachorro e um amor para toda a vida. Sonho com uma casa perfeita. O corpo perfeito e um vestido de noiva perfeito. Sempre sonhei com a perfeição. Mamãe sempre me disse “Somos quem podemos ser, sonhamos o que podemos ter.” Mas nunca tive ou fui nenhum dos dois. Tudo o que eu tenho agora é o ar. O gramado de meu quintal e a música que agora toca seu final. Meus cabelos estão fracos por conta da doença e por conta dos remédios que me recuso a tomar. Não quero morrer dentro de um hospital em busca de esperança. Eu quero morrer assim, em meu gramado verde com uma música tocando no final. As lágrimas que eu derramei agora estão secas. O beijo que eu sempre quis um dia ou quem sabe há qualquer momento eu possa ter. Sonhos são algo incomplexos. Quando estamos perto de morrer, vemos coisas que antes não poderíamos ver. Vemos que a vida é curta e que o ontem não volta mais. Vemos que sonhos morrem e pessoas ao nosso redor mudam o tempo inteiro. Vemos o quanto todos estão apressados para chegar a algum lugar que não percebem o quão lindo o lugar que estão é. Eles não percebem os detalhes. Aqueles míseros detalhes do dia a dia. Eles não percebem em que o mundo que vivemos está morrendo a cada dia. Eles não percebem a violência, a decadência e nem a pobreza de nosso país. Tudo está desmoronando. Enquanto em alguns lugares há guerra, aqui há guerra com vizinhos ou amigos para saber quem melhor e quem é o pior. O mundo está mudado. Tudo está mudado.

Eu estou aqui... Incomplexa, sem saber o que fazer. Não sei se tenho uma, duas ou até mesmo dias de vida. Hoje eu posso estar viva, mas amanhã eu posso nem está andando mais. É... Eu estou morrendo. Há algum tempo atrás dizer isso não era algo fácil, mas hoje eu aprendi a aceitar.

Eu fico pensando, o que vem depois? O que vem depois da morte. Para onde eu irei? Para o céu? Para o inferno? Eu não sei. Às vezes eu acho que morrer é como estar embaixo da água. Dentro de um copo de água... Se afogando, se sentindo sufocada... Apertada... Morrendo. Eu estava me sentindo assim. Eu fico assustada, fico com medo. O que será que vem agora? A luz? A escuridão? O medo? Um anjo? Já ouvi de tudo. Eu choro pela minha morte, mas às vezes eu sorrio para aquelas pessoas que sentem o mesmo por mim. Mamãe deve está na cozinha bebendo seu vinho barato e chorando por seus últimos momento de mãe e esposa. Papai deve estar na sala assistindo TV fingindo não se importar com nada. Eu sei que ele anda mal no trabalho e que pediu divorcio a mamãe. Eu sei que o dinheiro anda curto. Ontem mesmo eles brigaram dentro da agencia funerária. Sim, eu estava escolhendo um caixão. Isso é estranho para vocês não é? Eu fiz terapia, eu aprendi o primeiro passo das coisas... “Admitir aquilo que lhe oprime.” O segundo passo é sempre mais difícil “A aceitação.” E foi isso que eu fiz, aceitei. Então eu decidi fazer meu próprio enterro. Escolhi um caixão e contratei uma organizadora de festas. A mulher vai fazer uma festa aqui em casa depois do enterro. Eu a contratei para fazer as pessoas sorrirem em vez de chocarem por mim enquanto eu estou a sete palmos da terra. É estranho falar sobre isso ainda, mas aqui, escrevendo... Sinto-me liberta.

Agora eu posso sentir a liberdade, escutando legião urbana. Escutando aquela música calma com essa voz forte e confiante. Eu gosto disso, confiança de si mesma. Meu corpo está ficando fraco a cada respiração que eu dou. A música está ficando longe. As folhas voam, e o desespero da falta de ar está ficando cada vez mais longe. Então eu dou um sorriso. Tudo passa pela minha cabeça. Não são Flash Back... São coisas que eu realmente quero lembrar-me antes de partir. Mamãe me dando um abraço. Minha melhor amiga Brenda, indo embora para uma nova cidade com suas lágrimas de tristeza. Papai me levando ao circo no final da rua. A estrada. O céu escuro e solitário. E eu... Eu correndo, sorrindo, chorando... E indo embora. Eu estava ali, sentindo o vendo enquanto minha mãe se desespera segurando meu corpo pequeno em seus braços. Ela esta de joelhos apoiando minha cabeça em suas coxas chorando e apertando-me contra si me mandando ficar viva. Papai esta falando ao telefone aos berros com uma ambulância. Nada me incomoda mais. O sol... O vento... A música ou o grito irritante de papai. Eu havia partido. Não havia luz, escuridão ou um copo cheio de água para me afogar. Só havia... Paz.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Chegamos ao fim? Espero que tenham gostado!

A T E N Ç Ã O: A FANFIC NÃO ESTÁ BETADA NEM REVISADA. QUALQUER ERRO DE ORTOGRAFIA ME AVISEM!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Antes de partir" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.