Lucy no céu com dragões escrita por MiihO


Capítulo 6
A garota perdida


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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_ Eu... Não... Acredito... – Disse pausadamente encarando o rosado em sua frente.

_ Desculpe! Eu esqueci. – Diz calmamente enquanto a loira saia do transe.

_ Você devia ter me dito isso, eu o lembraria. – Começava a dar tapas no descarado em sua frente. Tinha perdido a hora. O portal tinha um horário para ser usado e eles tinham passado desse horário. – Eu devia ter percebido. Afinal, o Plue sempre ia embora ao mesmo horário... Agora entendo por que Metalicana disse para não perder a hora. – Se afastou do rosado. – E agora? Como vou voltar?

_ Bom, você não pode voltar. Eu já disse.

_ Aaaah! – Ela suspirava desconsolada.

_ Está com tanta pressa de ir?... – O rosado se pronuncia. – Nada desse lugar lhe chamou atenção?

_ Do que está falando?... – Ela o encara confusa. – Não, sério, do que está falando? Porque desde que eu pus os pés aqui você... – Iria dizer que a queria longe, mas pensando bem não era isso que parecia apesar da implicância que ambos tinham. “Ele que me trouxe para cá a princípio. Se negou a abrir o portal quando eu disse que queria ir embora. E quando finalmente o fez, me propôs um tur. pelo seu mundo e agora disse que não posso ir, pois passamos do horário... O que ele quer de mim?”.

_ Eu o que? – Ele pergunta já que essa não concluiu a fala. – Eu queria que você fosse embora?

_ Estou errada? – Pergunta confusa com seu pensamento.

_... – Ele hesita em responder. Seria a hora de contar a ela?

_ O que... Por quê? – Estava confusa e com medo. Ele não era perigoso, era fato, se fosse lhe fazer algum mal já teria tido oportunidade. Mas então porque a trouxera ali? Porque não queria deixá-la ir embora?

_ Lucy... – Ele dá um passo em sua direção recebendo outro em recuo. – Porque está se afastando? Eu não vou te fazer mal!

_ Eu sei... Mas quero ir embora Natsu. – Diz tentando achar uma solução menos complicada para o que estava acontecendo.

_... Já disse que não dá! O portal só vai ser liberado de novo pela manhã.

_ Então eu terei que passar a noite aqui? – Se desespera. – Mas como vou dormir?

_ Vai dormir na cabana. – Diz sossegado.

_ Em que cama?

_ Na minha!

_ Mas e...

_ Deixa de drama, Lucy!

_ Quem é você para me dizer isso? A culpa é sua por essa situação!

_ Sim, sim a culpa é minha! E por isso mesmo eu tenho solução! Então, não quiser passar a noite aqui, me acompanhe. – Disse e seguiu rumo à clareira onde estava a cabana. Hesitante, ela o seguiu. Que outra escolha havia?!

Adentraram na pequena cabana, mas Lucy apenas ficou no canto, irritada com o rosado. Afinal, fora ali que ela acordou depois que foi sequestrada por ele.

_ O que foi? – Diz Natsu percebendo a loira quieta demais.

_ Nada! – Diz simplesmente fazendo um bico e fazendo o rosado suspirar.

_ Bom... Você vai dormir aqui. Eu vou arrumar alguma coisa pra gente comer e já volto... – Parou em frente à loira e pôs o dedo em seu nariz. – Se for sair não saia sozinha, se não vai se perder.

_ Haha! – Fingiu rir, afastando o dedo. – Não me trate como criança!

_ Como quer que eu te trate? – Perguntou indo até a porta. – Você ainda é uma criança para mim.

_ Hay papai! – Bufou, mas gostou da preocupação dele com ela.

_ Happy! – Diz o rosado com a porta aberta. – Onde você foi?

_ A Luigi é estranha Natsu. Acho que ela é louca... – Disse entrando, mas travou assim que avistou Lucy.

_ Seu gato maldito! – Disse Lucy se aproximando. Natsu apenas saiu e fechou a porta.

_ Natsu! Lucy vai me matar! Socorro! – Dizia Happy.

_ Cala a boca neco, ninguém vai te ajudar agora! – Dizia Lucy com uma voz maligna.

_ Tentem não se matar muito até eu voltar! – Gritou o rosado rindo e se afastando. Lembrou-se de quando chegou com Lucy pela manhã. E da pergunta que Happy lhe fez “Quem é essa, Natsu?”. Por causa dessa pergunta ele começou a desconfiar dela. Tinha notado as semelhanças na terra, mas só a trouxe por preocupação de ela estar mesmo o espiando. E para piorar sua resposta foi “Não sei, mas quem sabe ela não se torne sua mãe.” Claro que foi brincadeira, às vezes Natsu era tão chato e rigoroso que Happy o chamava de pai, por isso fez o comentário. Mas a partir de algum momento começou a desejar que ela fosse realmente sua garota perdida.

_ Se está sozinho quer dizer que ela já foi... – Uma voz lhe tira dos pensamentos e percebe que já tinha passado do pomar. Não reparou por onde ia. Vê Igneel pousando no campo. – Fico feliz que não tenha insistido em fazê-la ficar.

_ Do que está falando, velho? A Luce ainda está aqui! E por onde esteve? Passei o dia todo atrás de você...

_ Ela ainda está aqui? Por quê? – Diz bravo o dragão vermelho.

_ Ela não vai embora, Igneel!

_ Natsu! – O repreende. – Ela não ficou por que quis, não foi? O que você fez? Você a forçou?

_ Não! Eu nunca faria nada contra ela!... Eu só... Nós só nos distraímos e perdemos o horário do portal... – Disse baixinho.

_ Você fez de propósito! – Acusou irritado. – Você realmente não tem juízo!

_ Qual o problema? Ela não vai embora mesmo!

_ Ela por acaso disse se iria ficar?

_ Não, mas é questão de tempo até que se lembre de tudo...

_ Já passou por sua cabeça que pode não ser ela?

_ É ela! Eu tenho certeza! Até o nome é parecido! – Riu com o fato.

_ Podem existir pessoas semelhantes. Há inúmeras na terra!

_ Ela não é da terra! É daqui! – O rosado se irritava.

_ Fazem doze anos Natsu!... Você mesmo havia perdido as esperanças de que ela estivesse viva.

_ Mas está... Ela está viva! Eu a encontrei, papai! Depois de tanto tempo eu a encontrei. – Sorriu olhando para lugar nenhum. – Na verdade Canis a encontrou.

_ E como explica o fato dela não se lembrar de nada? Não se lembra de mim, de Canis, de Tatsu... Nem de você!

_ Algo pode ter acontecido na terra, eles devem tê-la machucado... Ou melhor... Eles a machucaram, você não viu a cicatriz que ela tem...

_ Não seja teimoso, Natsu. – Igneel estava realmente nervoso e decepcionado com a atitude de Natsu.

_ Me dê uma semana! – Tentou argumentar. – Uma semana e eu a farei lembrar...

_ Você não tem uma semana! Ela teria que ir o quanto antes... – Suspirou. – Onde foi eu errei?! – Diz olhando para os céus.

_ Você realmente não entende... – O rosado diz com a franja no rosto.

_ Você que não entende Natsu. Ela não é daqui, não pertence a esse mundo. E mesmo que seja mesmo a garota, não se lembra de nada. Ela tem a vida dela e você não pode impedir de vivê-la.

_ Não posso? – Falou indignado. – Então quer dizer que eu posso viver aqui sofrendo minha vida inteira sabendo que a garota que tanto procurei esteve aqui e eu a deixei ir embora? É isso? Sabendo que ela está novamente na terra a mercê daqueles infelizes que...

_ Ela está viva! – Interrompe. – É prova suficiente que não são tudo isso. Ela irá embora amanhã!

_ Ela NÃO VAI VOLTAR! – Diz exasperado. – Eu não vou deixar ela voltar. – Se vira e começa a ir em direção ao pomar.

_ Amanhã ela irá embora! Se você me desobedecer trará serias consequências, Natsu. Não só comigo, mas com ela também! – Diz o dragão sério, fazendo Natsu parar para escutar.

_ Ela vai querer ficar... Assim que lembrar... Eu preciso fazê-la lembrar. – Ele fechava os punhos pensando num modo. Igneel suspira mais uma vez.

_ Grandine me contou... Sua visão. – Diz olhando para o filho com compaixão.

_ Ela não sabe de nada... Aquela nuvem idiota não sabe de nada!

_ Não pode mudar o futuro. Apenas aceite! – Tenta consolá-lo.

_ Aceitem vocês... Por que estão contra mim? Por que não querem que ela fique?... – O rosado encara Igneel, mas esse permanece calado. – Quer saber, não precisa responder. – Volta a andar deixando o dragão para trás.

Demorou uns minutos no pomar para tentar se acalmar. Sentou debaixo de uma arvore pensando em tudo o que seu pai lhe dissera e tudo o que Lucy e ele fizeram juntos durante o dia. Não iria perdê-la de novo. Estava decidido. Voltou à cabana, já mais calmo, com a comida que prometeu. Abriu a porta e viu Lucy e Happy correndo e rindo. Brincando e conversando. Uma situação bem diferente da qual esperava encontrar.

_ Achei que encontraria um funeral de gato. – Diz sorrindo enquanto os dois notam sua presença. Natsu ao olhar Lucy mais atentamente vê que essa estava vestida com uma blusa dele. Pouco acima da metade das coxas.

_ Ele mudou de ideia, não foi? – Diz Lucy à Happy.

_ Você é legal, Lucy, mas ainda não é a melhor. – Dizia voando pelo quarto.

_ Falso, estava dizendo a pouco que eu era sua melhor amiga. Melhor que o Natsu até!

_ Não fale coisas sem sentido – Diz Natsu. – Saiba que ninguém é melhor que eu... Aqui ,trouxe algumas frutas.

Lucy apenas deixou a provocação passar. Comeram a comida trazida pelo rosado enquanto Happy se deliciava com o peixe que sempre carregava numa bolsa em suas costas. Alguns minutos depois o rosado se pronuncia.

_ Happy, Já terminou? – Disse Jogando o miolo da maça no lixo.

_ Já sim.

_ Então vaza! – Diz o empurrando para a porta.

_ Mas eu durmo aqui... – O gato tentava se esquivar.

_ Hoje não, procura o Canis e dorme com ele... – Então fechou a porta e suspirou.

_ O que deu em você? – Pergunta Lucy e ele a encara percebendo novamente a roupa que ela vestira.

_ E você... O que está fazendo com minha camisa. – Diz sorrindo torto.

_ Bom... Eu não podia ficar com o vestido molhado... – Responde envergonhada. – Você queria que eu ficasse doente? – Diz com um bico.

_ Não, claro que não! – Diz sorrindo. – Ficou bonita em você. – Comenta se aproximando.

_ P-Pare de me olhar assim. – Diz se cobrindo. Estava sentada na cama e puxava o lençol.

_ O que tem de errado com meu olhar? – Perguntou confuso.

_ Às vezes me pergunto se você é mesmo tão inocente... – Diz suspirando.

_ Enfim... Eu vou me trocar também! – Foi até o guarda roupa e pegou uma muda de roupas. Lucy apenas se espreguiçou desviando o olhar e assim que voltou a olhar o rosado ele estava nu.

_ KYAAAH! – Gritou enfiando a cara no travesseiro. – Qual seu problema? – Disse numa voz abafada.

_ Qual o problema? – Disse sem entender.

_ Você é um pervertido! – Respondeu e momentos depois sentiu seu ombro ser tocado. – Kyah! – Dei um pequeno grito levantando o rosto e viu o rosado já de seu lado de pé, só que vestido. Suspirou aliviada. Pegou o travesseiro e começou a bater no rosado.

_ Dá para... Parar com isso... De ficar... Nu... Em minha... Frente?! – O rosado se defendia dos golpes rindo, deixando a loira ainda mais irritada.

_ Oy! Calma! – Tentava pegar o travesseiro, mas ela continuava atacando. Então segura suas mãos e as prende. – Para com isso, Luce!

_ É LUCY!

_ TANTO FAZ! EU TENHO QUE CONVERSAR COM VOCÊ!

_ ENTÃO PARA DE GRITAR!

_ É VOCÊ QUE ESTÁ GRITANDO!

_ POR QUE ESTÁ SEGURANDO MINHAS MÃOS!

_ Ah, desculpe... – Ele a solta. Estavam com os rostos próximos, mas Lucy logo se afastou e o rosado começou a subir na cama.

_ Pode parar! Pode... Parar! – Diz a loira indo para o canto, se afastando.

_ O que foi dessa vez? – Suspira Ignorando a negativa da loira e se deitando.

_ Você vai dormir aqui? – Pergunta nervosa vendo-o se cobrir.

_ Quer que eu durma onde? – Fala olhando para o teto.

_ Sei lá... No chão? Num montante de folhas? – Sugeriu esperançosa.

_ A cama é minha! – Olha para ela convencido. Essa suspira e então apela.

_ Mas eu sou visita!

_ Visita não é dono. Não dá palpite, apenas aceita o que é oferecido do jeito que é oferecido.

_ Agh! Você é chato! – Diz jogando o travesseiro no rosto do rosado.

_ Obrigado!

_ O que quer conversar? – Desiste se deitando ao lado do rosado que sorri, ainda convencido.

_ Sobre você... – Respondeu olhando ainda o teto pensando em como falaria com ela. “Olha Lucy você é daqui. É a minha Luce, então não poderá ir embora nunca mais!”. Seria uma opção.

_ Mim...?

_ Não me contou quais eram seus problemas. – Começa a entrar no assunto.

_ Ah... Isso... Não quero falar sobe isso, Natsu. – Respondeu virando de lado, de costas para o rosado

_ Por que não?

_ Bom... Primeiro porque você é um desconhecido para mim. E segundo que não quero falar! – Disse a loira suspirando.

_ ...

_ Natsu? – Chamou já que esse não se pronunciou.

_ Eu não sou desconhecido, Lucy!... – Respondeu por fim, chateado. – Já que não que falar então poderia me responder apenas uma pergunta?

_ Talvez!

_ ... Você conhece seus pais?

_ ... N-Não... Na verdade eu não lembro nem onde nasci... Só consigo me lembrar de algo a partir dos meus, aproximadamente, seis anos... Fora isso é tudo escuro... – Responde. E inconscientemente Natsu sorri com a resposta. Sei anos seria a idade “dela”.

_ Quantos anos você tem?

_ Provavelmente dezoito. Não sei ao certo.

_ Doze anos... Luce, o que você faria se lembrasse de antes? – Disse se apoiando na cama com o cotovelo e se inclinando para a loira. Essa o encarou por uns segundos, pensando.

_ Eu... Iria querer saber o porquê?!

_ O porquê de que?

_ O porquê me abandonaram... Eu vivi minha vida toda sozinha, Natsu. Sem família, sem casa, tive apenas alguns amigos que me ajudaram e a eles que eu devo minha vida. – O rosado apenas escutou o desabafo da loira. Era difícil escutar aquilo. Afinal, para ele, era deles que a loira achava terem a abandonado. Para ela também era difícil falar. Sempre foi uma pessoa forte. Viveu a vida inteira por recursos próprios, mas nunca foi de reclamar ou lamentar. O rosado conseguiu pela primeira vez esse feitio. – Não sei se mudaria muita coisa agora, lembrar ou não. Eu não voltaria para eles, já que eles não me querem por perto.

_ É claro que querem!

_ E como você sabe?

_ Bom... Como não iam querer alguém como você? Eu tenho certeza que deve acontecido algo muito grave pra você... Para terem te abandonado.

_ Isso não importa mais... Eu também não ligo! Não vou lembrar de nada e nem quero! Tenho problemas demais na minha vida para me preocupar com mais um... Boa noite, Natsu! – Vira-se novamente e fecha os olhos, encerando a conversa.

_ ... Boa noite! – Diz depois de um suspiro ainda encarando a loira. Deu um beijo demorado em sua bochecha e se deitou ao seu lado. Lucy se surpreendeu e não pode conter um pequeno sorriso que se formou com a atitude do rosado.

Esse mesmo rosado agora encarava o teto. Como iria fazer para convencê-la? Para fazê-la lembrar? Não podia simplesmente dizer tudo assim, ainda mais depois de sua declaração de que ela achava que eles a abandonaram. Mas devia ter um modo e ele o encontraria, mas precisava se apressar. Não teria muito tempo, o sol logo apontaria nas montanhas e ela iria embora. Cogitava a opção de obrigá-la a ficar, mas essa seria em último caso. Só não permitiria que ela saísse de sua vida outra vez.

Pensando nisso, acabou adormecendo. A situação era estressante e o corpo buscou repouso. O dia tinha sido incrível para ele, muito revelador por ter encontrado sua garota, mas ao mesmo tempo sentia-se culpado por ela não lembrar de nada. Ainda mais, a conversa com Igneel, que o obrigou a deixá-la ir embora no dia seguinte sem que esse fosse o seu desejo. Não tinha pensado em adormecer, foi apenas algo que não conseguiu controlar. Podia ser forte, mas a batalha contra suas pálpebras foi difícil. Eram tão forte quanto eram parte dele, acabaram por vencer. Apesar de querer pensar em algum plano, esse planejamento precisou ser adiado.

Mas o fato era que aquela loira desde aquela manhã quando reapareceu em sua vida, o mudou. Em pouco tempo ela encheu seus olhos, entrou em sua mente, seu cheiro o atraia de forma nunca antes sentida. Tal qual como sumiu, reapareceu e o reivindicou, apossou-se dele sem nenhum aviso ou permissão. Mas não era problema. Não para aquela garoto de cabelos estranhamente rosados. Ele se entregaria de corpo e alma, sem ao menos pestanejar ou mesmo perceber. Seria seguidor e ela seu mestre. Ele a amaria e ela o teria para sempre.

Mesmo em seus sonhos, tudo era sobre ela.

_ Luce! – Acordou sobressaltado e ofegante, erguendo a mão como se quisesse se agarrar algo ou segurar alguém. Assim que percebeu que fora apenas um pesadelo seu olhos caíram sobre a loira que dormia ao seu lado, agora virada para ele. Não conseguiu evitar as lágrimas, mesmo que poucas, que caíram pelos seus olhos. Tivera novamente um vislumbre do futuro. Odiava-se por ter passado com ela por aquela nuvem, era apenas algo mais a o preocupar.

Aproximou-se dela limpando as lágrimas que caiam. Ficou ali talvez uns cinco minutos apenas a observando e se acalmando. Afastou uma mecha de seu cabelo que caia em seu rosto deixando sua mão ali. Lembrou-se de quando eram pequenos e brincavam juntos. Era incrível como ela pode ter se transformado em tal beldade. Sua pele tão suave e macia fazia-o quer lhe tocar mais. Seu rosto tão sereno e despreocupado, o hipnotizava e o aroma que exalada era inebriante.

Lembrou-se de pouco, a tardezinha, quando sentiu mesmo que por um segundo a macies que aqueles lábios rosados possuíam. Sua mão desceu pelo rosto da garota, o acariciando e parando sobre a boca. Imaginava qual seria o gosto, já que a sensação de apenas tocar era semelhante, se não fosse exatamente, a sensação de completa felicidade. Aproximou-se mais. A vontade misturada com ansiedade era algo novo e aquilo o empurrava a ela. Se colocasse junto a preocupação de perdê-la dali a algumas horas, perderia completamente a noção de suas atitudes. Pôs um braço em cada lado da loira tentando controlar seu peso sobre ela. Antes, seus dedos que estavam nos lábios da loira, deslizaram os afastando levemente sem intensão, aumentando ainda mais o desejo dele de senti-los novamente.

A admirou um pouco mais, como se o dia todo o fazendo não tivesse sido suficiente. A sensação de perdê-la novamente, de ver aquela garota escapando novamente por suas mãos, lhe dava novamente a amostra gratuita da dor. Mas naquele momento, ali, diante dela, tão próximos e sentindo o calor que seu belo corpo emitia, era como um analgésico para essa dor. Inclinou sua cabeça fechando os olhos e colando novamente seus lábios, dessa vez sem interrupção. Aquilo foi melhor que da primeira vez. Talvez por seu efeito entorpecente, talvez pela saudade que sentia. Mas não estava satisfeito.

Queria sentir os movimentos dos lábios dela nos seus. Queria sentir junto com ela aquela sensação. Continuou distribuindo beijos em sua boca enquanto uma de suas mão passou a seu ombro, tentativas de acordá-la. Sua mão desceu até sua cintura assim como fazia uma trilha de beijos até seu pescoço.

_ N-Natsu? – A loira diz meio grogue. Assim que percebeu que ela estava acordada voltou a beijá-la de forma mais intensa.

Mesmo sem entender nada, talvez por achar que ainda estava sonhando, a loira correspondeu. Não podia negar que queria sentir aquilo tanto quanto ele, mas foi surpreendida. Não esperava acordar com essa ação do rosado. Esse, por sua vez, se envolvia cada vez mais com aquelas novas sensações. Ficou em cima de Lucy, se importando menos com seu peso sobre ela. Queria apenas sentir mais. Sentir aquele calor, sentir o prazer que a loira lhe proporcionava.

Uma mão segurava a nuca, enquanto a outra, passeava pelo corpo da loira enquanto o beijo continuava. Hesitante, Lucy levou suas mãos aos cabelos de Natsu, o puxando para mais perto, fato recebido de bom brado por ele. A mão que passeava reconhecendo o corpo de Lucy foi até a coxa da mesma segurando-a e levando em direção a cintura do rosado. A loira reprimiu um gemido, mas não por muito tempo. Logo sentiu seu bumbum ser apalpado e ser puxada ainda mais de encontro a Natsu. Assim que a ouviu gemer, não se controlou também.

_ Luce... – A voz saíra falhada e extremamente sedutora. Talvez se tivesse ocupado sua boca novamente com a da loira, a história podia ser diferente. Mas resolveu continuar. – Você é tão gostosa... Loirinha. – Disse em seu ouvido com a respiração descompassada.

Lucy logo travou ao ouvir. Não era, nem de longe o mesmo tom usado, muito menos tinha a mesma influência que o dono da voz tinha sobre ela, mas aquelas mesmas palavras pronunciadas num momento daquele a fez se lembra de seus anos morando na rua. Logo o horror se apoderou de si, confundindo as histórias, misturando passado e presente.

_ Não, Natsu! Sai de cima de mim! – Exclamou empurrando-o, em seguida se desvencilhou do lençol e levantou da cama. – O que pensa que está fazendo?

_ Luce, eu... Desculpe, eu não queria... – Disse olhando-a atônico, recobrando sua lucidez ainda do mesmo modo despois que foi empurrado.

_ Agora eu entendo o porquê você não quis que fosse embora....

_ Entende? – Disse esperançoso se levantando.

_ Você é igual a eles! – Disse quase sem voz e com lágrimas se formando. – Só queria me usar. Só queria se aproveitar de mim!

_ O quê? Não! Luce, Não! – Se atrapalhou com o lençol enquanto se levantava, o que o deixou mais nervoso, e voltou seus olhos a uma loira que andava em direção a porta. – Lucy espera! Você entendeu errado!

_ Me deixa em paz! – Disse já abrindo a porta. – E não vem atrás de mim!

A porta foi fechada exatamente no momento em que ele a alcançou. Ficou ali, atrás da porta de madeira, enquanto do lado oposto uma loira corria, tarde da noite, pela floresta.


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Notas finais do capítulo

Tá difícil escrever agora! :'(
Para quem acompanha o mangá sabe do que eu tô falando!
Talvez demore a postar mais, já que acompanhei no SocialSpirit.
Bye!



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