Lucy no céu com dragões escrita por MiihO


Capítulo 5
Amor irritante


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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_ Bom, da última vez que o vimos ele disse que iria falar com alguém... – Natsu diz enquanto saiam da caverna.

_ Vimos? Então vocês dois já se encontraram com ele? – Metalicana questiona.

_ Sim...

_ Desculpe garoto, se ele estiver onde penso que está, não vou ajudá-los. Me desculpe.

_ E por que não?

_ Espere-o voltar, ok?! Eu não irei dizer mais nada. – Responde analisando Lucy.

_ Grandine vai ficar chateada... – Tenta chantageá-lo.

_ Não vai conseguir dessa vez.

_ Acha que ele irá demorar? – Lucy se pronuncia.

_ Creio que sim, por quê?

_ Bom, eu tenho que voltar para a terra, então...

_ Não irá ficar aqui?

_ Ahn, Não. Quer dizer se confiar em mim para ir...

_ Claro, tem minha confiança sim, não se preocupe. É só que... Hum... Natsu posso falar com você? – Diz já se afastando de Lucy. O rosado o segue curioso enquanto a loira os olhava também curiosa, mas ainda assim cansada de tanta conversa sem sentido.

_ O que é? – Diz Natsu.

_ Tem mesmo certeza de que pode ser ela? – Vai direto ao ponto. – Não parece lembrar-se de nada daqui...

_ Ela não reconhece nada, mas eu tenho quase certeza, Metalicana... Eu sinto. As semelhanças...

_ Me diga Natsu. – Interrompe. – Se ela não se lembrar e quiser ir embora...?

Permanecendo em silêncio o rosado responde com a expressão decidida dos seus olhos.

_ Eu não concordo com isso, Natsu. – Metalicana volta a falar. Deixando o rosado para trás, volta ao lado de Lucy. – Lucy você disse que irá hoje para a terra, certo? Certifique-se de não perder a hora. Agora vão embora.

_ Ahn... E-Está bem. – Responde sem entender.

_ Vamos! – Diz Natsu a puxando pelo braço novamente.

_ Mas... Como vamos voltar? – Pergunta fazendo-o parar.

_ Metalicana, precisa nos ajudar. – Diz o rosado para o dragão que se afastava.

_ Já disse que não! – Devolve irredutível.

_ É que não temos como voltar. – Diz Lucy.

_ Minha resposta é a mesma, estou ocupado.

_ Grandine estava mesmo enganada. O que diremos quando ela perguntar sobre você? – Tenta a loira. Na mesma hora Metalicana volta.

_ Bom sendo assim os levarei. Melhor poupá-los de umas desculpas, não é mesmo?! – Natsu fica indignado com o que escuta. Estava perdendo para Lucy.

_ Pare de usar meus trunfos! – Diz para a loira.

_ O trunfo não é seu desde o momento que compartilhou comigo!

_ Não tem nada a ver! E por que só funcionou com você?

_ Por que eu sou especial. – Jogando o cabelo para trás, faz pose.

_ Você é uma chata.

_ Você também não é nada gentil.

_ Calem a boca! – Metalicana diz analisando-os já fora da caverna. – Se demorarem eu volto atrás.

_ Por que está sorrindo? – Pergunta Natsu ao perceber o sorriso de Lucy.

_ Por nada... – Nem percebeu que estava sorrindo. Estava contente de terem voltado ao normal, de discutir para ser precisa. Preferia assim que com a estranheza de há pouco.

_ Metalicana, já que está aqui por que não vai à próxima nuvem? Sabe estou mostrando Tatsu para Lucy...

_ Não!

_ Tsc! – Diz emburrado. – Ei Lucy, já que você é a nova dona do pedaço que tal usar seu talento para convencê-lo? – Sussurra.

_ Não seja idiota. Ele já disse que não iria! – Responde.

_ Eu gostei dela. – Diz Metalicana.

_ Eu estou mesmo sozinho!

_ Subam logo! – Diz o dragão. Natsu dá um passo, mas olha para Lucy ainda parada.

_ Ainda está com medo?

_ Não... Só estou pensando em como seria bom ficar por aqui... – Diz tremendo.

_ Não se preocupe, pode se agarrar em mim de novo. – Diz segurando a risada e ela passa esbarrando por ele com as bochechas infladas.

_ Não, obrigada. – Diz corada e indignada indo em direção ao dragão, deixando o rosado confuso. Levanta o vestido para subir, mas não acha jeito. – Com licença, Metalicana. – Diz tentando subir novamente.

_ Não temos o dia todo Lucy. – Natsu a agarra pela cintura e sobe, soltando-a em seguida Já nas costas de Metalicana, que voou logo depois.

_ Quem ti deu permissão de me agarrar assim? – Disse envergonhada.

_ E o que tem de mais?

_ Ah! – Se irritou e deu as costas, mas viu a altura que estava e começou a suar frio. Sentiu sua mão ser segurada e olhou para Natsu.

_ Eu estou aqui. – Disse somente e voltou a olhar frente. Lucy olhou sua mão e a do rosado e as entrelaçou sorrindo.

_ Vamos passar pelas nuvens de novo? – Disse animada esquecendo o medo.

_ Não... – Respondeu sério. – Metalicana não gosta de passar por elas.

_ E por que não? – Estranhou. Grandine escolheu não ver o que elas mostravam, dava para entender. Mas evitar passar por elas?

_... Algo particular dele. – Falou somente morrendo com o assunto. – Metalicana, nós vamos para a ilha do meio. – Diz um pouco alto.

_ Nem pensar é muito longe! – Responde.

_ É que Grandine está lá então temos que ir para lá.

_ Hmm... – Lucy da uma risadinha quando vê a cara de vitorioso de Natsu.

_ O que é essa ilha do meio? – Pergunta ao sussurro.

_ É um tipo de ilha que existe no meio de um lago. Você vai adorar conhecer. – Sussurrou de volta. – É um dos lugares que eu mais gosto de ficar quando quero pensar... É bem calmo.

_ Ual... Então quer dizer que você pensa! – Debocha.

_ Nossa, a loira sabe fazer piada. – Devolve irritado.

_ É um dom. Nem todos o possuem.

_ Grande dom. – Ironiza.

_ Eu aprendi com o Loke... Quando estávamos naquela casa, ele tentava sempre me animar de algum modo... – Disse para ninguém em especial. Suspirou ao lembrar e da saudade que a lembrança trouxe. Natsu a observou atentamente.

_ Sobre o que está falando?

_ Ahn, nada, só algo de meu passado. Nada que vala a pena ser contado. – Sorriu.

_ É claro que vale a pena contar... Eu quero saber tudo que aconteceu com você, Lucy.

_ Comigo? Mas por quê? Você mal me conhece...

_ E quero conhecer. É proibido?

_ Não, mas... Não vejo motivos. É algo doloroso para mim... Não é algo bonito de se contar...

_... – O rosado analisou preocupado a expressão de Lucy. Seria esse passado tão ruim quanto achava que fora?

Após alguns minutos de silêncio, Metalicana anuncia.

_ Chagamos!

Lucy arriscou dar uma olhada, apertando mais a mão de Natsu e se inclinou. Viu um grande lago e como o rosado lhe disse, uma ilha no meio.

_ Lindo, não? – Perguntou se inclinando também. Apenas sorriu em resposta.

Metalicana pousou na ilha e logo os dois desceram. Lucy estava encantada, parecia cenário de filme ou mesmo aquele cantinho que se imaginaria descansando ou passando as férias. Seria um lugar ótimo para se perder e passar o resto da vida.

_ Onde está Grandine garoto? O dragão olhava ansioso para os lados, mas nenhum outro dragão à vista.

_ Ahn... Deve estar por ai... – Falou já levando Lucy consigo. – Dê uma olha enquanto eu mostro a ilha a Lucy. Assim que a achar, nos chame! – Deixou o dragão para trás enquanto seguia correndo com Lucy ilha adentro.

_ Natsu... Grandine não está aqui, está? – A loira questiona olhando para trás.

_ Claro que não... Mas demoraríamos muito para chegar se tivéssemos vindo a pé. – Respondeu fazendo-a rir.

_ E o que irá me mostrar aqui?

_ Primeiro... Aquilo! – Apontou e viu uma cabana pouco acima de um córrego que passava pela ilha.

_ Quem mora lá?

_... Você é loira mesmo! – Diz parando.

_ Oy!

_ Quem acha que vai morar ali? Igneel? Daquele tamanho?

_ Tem razão. Falha minha. Mas o que você tem contra as loiras?

_ Contra loiras, nada. Mas você é outra história... Eu disse que esse era meu lugar favorito, não foi?! Eu moro lá também. – Voltou a andar.

_ Ah, sim! Tinha esquecido, eu sou mesma burra! Um DRAGÃO não moraria numa casa tão pequena.

_ Vou ignorar sua tentativa de discursão.

_ Claro, ia perder.

_ Desde quando você sabe de algo sobre isso? – Diz parando novamente. Aceitando a provocação.

_ Não preciso saber. Posso apenas olhar para você. É prova suficiente!

_ Eu posso “parecer” com você agora, mas logo vou me tornar um dragão adulto, e ai sim, quero ver o que você dirá.

_ Primeiro: Você só vai se tornar um dragão se alguém fizer magia em você. Segundo: quando você for adulto eu vou rir da sua cara por provar que estou certa...

_ É o que vamos ver. – Se aproximou desafiando.

_ Sim, vamos ver. – Cruzou os braços aceitando o desafio. Se encararam por alguns segundos, mas logo se lembrou. – É mesmo uma pena que não poderei ver isso. – Voltou a andar em direção a cabana.

_ Por quê? – Começou a segui-la.

_ Bom, por que eu não vou voltar aqui, então...

_ Isso pode ser resolvido... – Diz nervoso.

_ Não vejo como. Prometi que não poria os pés aqui de novo. Não quebrarei minha promessa.

_ Algumas promessas podem ser quebradas. – Insiste. Ela para dessa vez.

_ Quem é você e o que fez com o Natsu! – Disse em posição de defesa.

_ Para com isso sua louca. – Abaixou as mãos da loira e a encarou. – Não posso mudar de ideia?

_ Poder, pode... A questão é que não vejo isso acontecendo levando em conta sua personalidade...

_ Não sou tão ranzinza como pensa! – A loira simplesmente começa a rir. – Pare de rir! – Ela não conseguia segurar a risada. – Ah! – Volta a andar com ela rindo o acompanhando.

Chegaram até a cabana, mas não entraram. Lucy ficou observando a natureza encantada enquanto Natsu a observava. Algo tinha lhe deixado curioso. Ele não sabia o passado de Lucy e esse não parecia ser muito bom. Para piorar lembrou-se da cicatriz que ela trazia consigo. Aquilo o deixava com raiva. Raiva dos homens, raiva de si próprio.

_ O que você tem? – Perguntou a loira chegando perto. Só então foi perceber que tinha socado uma árvore e tinha suas duas mãos em punhos.

_ Nada... Vamos entrar! – Se dirigiu à cabana deixando a loira confusa. Ela olhou a arvore por puro reflexo e viu que a mesma tinha a marca do punho do rosado.

_ Vai ficar ai? – Ele pergunta.

_ Não... Já estou indo. – Diz e olha novamente a arvore com surpresa. “forte!” Pensou ela.

Entraram na pequena casa e Lucy pode ver indícios humanos por ali. Havia uma cozinha e um quarto. Havia mantimentos “normais”, para ela, claro. Comeram qualquer coisa e depois de Lucy reclamar pelo rosado ainda estar seminu, vestiu uma camisa simples preta e seguiram para conhecer o resto da Ilha. Passando por uma pequena ponte onde as flores acompanhavam o trajeto, cenário tipicamente romântico, Natsu resolveu perguntar.

_ Luce... Quem é Loke?

_ Lucy! Porque o interesse?

_ É que você falou, eu fiquei curioso. – Disse olhando a paisagem enquanto seguiam os dois, lado a lado. Parando justamente no meio da pequena ponte coberta da luz do sol pelas arvores, ela o encarou tristemente.

_ Ele... Loke foi meu primeiro amigo de verdade. – Respondeu fazendo o rosado a olhar com ciúmes, apesar de não querer demonstrar tal sentimento. – Ele me ajudou a fugir... Bem, a fugir de problemas. – Riu com suas palavras. Foi só o que fez durante toda a vida. Fugir deles. Estava tão cansada disso!

_ Que problemas seriam esses? – Perguntou preocupado.

_ Hm... Algo que só um humano entenderia, senhor dragão. – Respondeu e voltou a andar deixando o rosado para trás.

_ Talvez não precise ser humano para entender. – Seguia-a. – Mas se serve já andei com você o suficiente para ter um pouco de empatia... Não deixei de odiá-los, claro, mas você viveu no meio deles e diz que não são de todos ruins.

_ E? – Não estava acompanhando o raciocínio.

_ E que se para entender seus problemas é necessário ser humano. Não me importaria de ser por um momento.

_ Você aceitaria ser um humano de meio período? – Ri a loira.

_ Hm, talvez. Vai me contar?

_ Não.

_ Certo, sou um humano integral... Vai contar?

_ Por que quer saber, Senhor humano?

_... Apenas... Quero! – Disse meio irritado. Ser chamado de humano era pior do que dizer que era um.

_ Não é suficiente. Aliás, para quem odeia humanos, dizer que é um realmente é chocante. – Diz sabendo exatamente o que se passava na mente do rosado.

_ Eu disse... Comecei a ganhar empatia... Por alguns. – Disfarça o esforço que está fazendo para descobrir o passado de Lucy.

_ Alguns?

_ Sim, uma em especial. Mas vai contar ou não?

_ Hay, hay... – Respondeu cansada. – Você é esquisito!

_ Não sou esquisito... Continuo sendo dragão, mas se para você me falar algo tenho que mentir... Não me importo em fazer isso. – Disse atrás da loira que parou fazendo os dois trombarem um no outro.

_ Espero que esteja brincando quando diz isso. Mentir não é algo legal. – Disse ela.

_ Desculpe... Não quis dizer isso desse jeito.

_ Você já mentiu para mim hoje, Natsu? – Questiona sem o encarar.

_ Não. – Responde prontamente. Realmente não havia feito tal coisa. Apenas omitido a verdade, o que não era a pergunta.

_ Hm...

_ NATSU! – Escutaram o rugido de Metalicana. – GRANDINE NÃO ESTÁ AQUI!

_ Droga! Vamos! – O rosado segura a mão de Lucy e corre em direção a Metalicana. Assim que o encontram, veem que esse estava furioso.

_ Natsu, você mentiu para mim. – Lucy se surpreendeu com a frase e ficou pensativa. Poderia ela acreditar mesmo em Natsu?

_ Desculpe eu acho que me enganei e ouvir errado... Acho que ela disse... Árvore sola!

_ Natsu, nem tem como confundir ilha do meio com arvore sola!

_ Desculpe, meus ouvidos não são tão bons, mas deixe de reclamar velho e nos leve lá. – Subiu puxando Lucy que ficou calada e pensativa.

Contrariado, Metalicana seguiu rumo à árvore sola. Não demorou muito e chegaram a um campo onde havia apenas uma arvore, mas em compensação era gigante e florida. Pousou e passou rapidamente os olhos pelo lugar. Nada de Grandine.

_ Está apenas me usando como transporte, seu moleque descarado! – Esbravejou o Dragão.

_ Hum, bem... Não é algo que se diga “que belo transporte”, mas serve!

_ Ah, Natsu! Não seja mal agradecido. – Lucy intervém. – Metalicana, me desculpe eu também fiz parte disso.

_ Tudo bem Lucy... Sei que a culpa é toda desse rosado ao seu lado.

_ Bom, de qualquer forma creio que Grandine esteja no campo aberto. Desculpe por fazer você perder seu tempo conosco.

_ Obrigado Garota! Não deixe esse cara tirar essa bondade de você. – Natsu mostra a língua para ele como resposta. – Estou indo agora.

_ Tudo bem e se me permite um conselho... Se declare. Acho que ela precisa saber que existe alguém por ela. Eu gostaria de saber se houvesse alguém por mim.

Metalicana fica surpreso com a fala da loira e em seguida vê Natsu a olhando igualmente surpreso. Mas aquele não era assunto dele. Deixaria o rosado resolver seus problemas enquanto ele resolveria os dele.

_ Obrigado, Lucy... Acho que farei isso sim. Até mais... Ou deveria dizer adeus? – Surpreendeu Lucy dessa vez. Era a segunda vez que ouvira essa frase, da primeira fora com Gradine. Era alguma tradição dos dragões?

Viu o dragão bater asas e se afastar. Sorriu com a situação. Quem diria que ela daria conselho a um dragão. Conselho amoroso, até. Como se tivesse alguma experiência no assunto. Se virou para Natsu que assim que a viu sorrindo, sorriu também.

_ Porque está sorrindo? – Disse ele. – Nossa carona acabou de ir embora.

_ Você também está. – Devolveu, mas nenhum dos dois desfez a expressão.

_... Gosto de ver seu sorriso. – Responde o rosado por fim.

_ Claro que gosta. – Disse irônica e olhou para cima onde a arvore caia em flores sobre si.

_ Não acredita? – Disse a observando. Estava fazendo muito isso o dia todo. Ela era realmente hipnotizante. Se aproximou um pouco e falou. – O que você faria, Luce, se houvesse alguém por você? – Perguntou curioso.

_ É a segunda vez que erra meu nome. – Diz andando devagar se afastando da grande arvore.

_ Não foi isso que eu perguntei. – A acompanhou pouco atrás.

_ Se houvesse alguém... – Ela suspira. – Eu ficaria feliz, e...

_ E?

_ E gostaria de conhecê-lo. – A resposta fez com que o rosado sorrisse ainda mais.

_... E se eu disser que já conhece? – Disse baixo com nervosismo.

_ Para onde vamos agora? – Diz a loira já que não escutou a pergunta do rosado. Esse se sentiu estranho com a mudança de assusto da loira. Era um sentimento ruim e bom ao mesmo tempo, novo também o definia, mas não conseguia uma só para tal tarefa.

_ Ahn... Vamos voltar... Voltar para a clareira. – Sua voz saiu um pouco estranha, mas tratou logo de passar a frente da loira, que estranhou a atitude do rosado, mas preferiu não perguntar nada. Andaram alguns minutos em silêncio. Até que atravessaram um pequeno rio que daria acesso ao começo da floresta.

_ Ah, porque fez isso? – Disse Natsu sentindo a água molhar seus cabelos e sua camisa.

_ Está muito quieto! Apesar de não suportar você, prefiro-o me irritando. – Respondeu chutando a água enquanto segurava o vestido para não molhá-lo.

Natsu tentava se proteger, mas logo desistiu.

_ Não acha que vai começar uma guerra d’agua e vai ficar seca, não é? – Disse jogando água nela. Ela tentou correr para a margem, mas foi agarrada por Natsu que a derrubou no rio.

_ Natsu! Meu vestido!

_ Foi você que começou então aguenta.

Ficaram durante alguns minutos mais guerreando. Até que se renderam. A guerra tinha dois perdedores, ou como preferissem, dois vitoriosos. Saíram do rio completamente encharcados, ao som de reclamações vindas em parte da loira.

_ Ah... Que droga! – Disse torcendo a ponta do vestido para tirar o excesso da água. Ele estava colado ao seu corpo mostrando todas suas curvas. Levantou-o até o meio das coxas e o amarrou. Seria difícil andar com ele colando em suas pernas. Viu que com Natsu não era diferente, mas esse já havia retirado a camisa novamente. Espremeu e a amarrou no braço. Bagunçou seus cabelos fazendo-os ficar espetado. – Isso é culpa sua! – Reclamou a loira novamente.

_ Sempre é! – Disse começando a andar. – Mas a ideia foi sua, porque não assume? – Tirou as botas e as deixou no canto, voltando a entrar na floresta.

_ Se você não tivesse ficado tão calado eu não teria que tomar atitudes drásticas! Alias por que ficou tão quieto?

_ Por que uma certa loira me fez ficar nervoso. – Sussurrou.

_ O que?

_ Por que as vezes eu penso e para pensar preciso de silêncio.

_ Ah, desculpe ter atrapalhado seu pensamento, senhor dragão pensante. – Disse irônica.

_ Lá vem você... – Respondeu sorrindo. Discutiram pelos próximos cinco minutos enquanto voltavam para a clareira.

_ No fim, nem achamos Igneel. – Disse a loira cansada andando quase parando.

_ Também, você não ajuda, parece uma lesma. – Reclama o rosado a uns passos a frente. Lucy se abaixa e pega uma pedrinha, jogando nele em seguida. E errou. – Você não serve nem para atirar pedrinhas num alvo. – Ria ele encarando a loira. Essa correu em direção a ele com a intensão de bater, mas tropeçou antes levando o rosado para o chão junto.

_ D-Desculpe. – Disse por cima de seu peito nu.

_ Desastrada... – Respondeu pondo a mão em seu rosto, acariciando. A luz do sol atravessava as brechas das árvores em seu tom alaranjado. O vento suave brincava inocente com os cabelos loiros quase secos de Lucy, enquanto Natsu apenas a admirava. – Seus olhos são lindos... Sabia? – Diz perdido em pensamentos. Os raios de sol que iluminavam o ambiente davam uma cor ainda mais especial aos olhos castanhos achocolatados de Lucy, que estava corada também com o comentário.

_ Obrigada. – Diz sem conseguir desviar os olhos dos dele. Ela estava nervosa e sua respiração descompassada. Quando foi que o achara tão lindo e atraente? Ah, sim. Desde a primeira vez que o viu. Mas se odiavam a primeira vista também. E porque então, ele a olhava com tanta intensidade e desejo?

Natsu se levantou devagar, se apoiando com um braço enquanto o outro ainda segurava o rosto de Lucy, agora em sua nuca, e o aproximava. Um vento frio faz Lucy tremer devido o fato de ainda estar molhada e com isso Natsu sorri.

_ Frio? – Pergunta ele enquanto Lucy põe a mão por cima da dele.

_ Um pouco. – Responde. Não conseguiam desviar o olhar um do outro. – Você não?

_ Não. – Nega com um sorriso ainda maior no rosto. – Já senti muito frio, Lucy, mas hoje... Meu coração está tão quente...! – Dizia se aproximando. – Me sinto tão feliz... !

Desviou os olhos para a boca rosada de Lucy, que se entreabria com a sua aproximação, desejando tanto quanto ele sentir seus lábios unidos. E quando se tocaram mesmo que apenas por um segundo a sensação de prazer e felicidade que os percorreu... Nem o que viria a seguir os fez se arrepender.

_ Eles se Gossssstam. – Disse certo gato azul fazendo Lucy se afastar com o susto.

_ Happy! O que? Claro que não. – Disse envergonhada se levantando.

_ O que foi Happy? – Diz Natsu ainda no chão, mas com o sorriso ainda no rosto.

_ Luigi... Achei que tivesse ido embora. – Diz o gato se aproximando.

_ É Lucy! E não fui ainda, como pode ver. – Disse sorrindo o que fez o gato parar. – O que foi?

_ Lucy estranha! Por que está falando tão normalmente comigo? – Diz fazendo os dois ficarem confusos.

_ Bom... Eu já falei com três dragões hoje, encarei alturas e vi o futuro... Acho que um gato falante não seria nada pior que isso. – Diz tentando esclarecer, mas o gato já saia correndo e chorando.

_ Buáa... Lucy má. Não precisava me menosprezar assim, eu tenho coração sabia?!

_ O que? Mas... Espera Happy, não quis dizer assim, calma. – A loira corria atrás dele enquanto Natsu ria da situação. – Não fique ai rindo, me ajude! – E foi atrás da bola de pelos azuis.

Natsu do jeito que estava ficou, apenas vendo os dois se afastarem. Deitou-se novamente no chão. Feliz era a palavra. Ele estava feliz. Sentia seu coração bater novamente, trazendo o calor que lhe tinham roubado há tempos atrás. Pôs um braço atrás da cabeça servindo de apoio e ficou admirando céu. Algumas folhas caiam com o vento e ele pegou uma que planava sobre si.

_ Ah, Loirinha... Você não sabe como me fez falta. – Disse olhando a folha.

_ Natsu! Me ajuda eu me perdi e perdi o Happy! – Gritou a tal loira no meio da floresta.

_ Mas em quem eu fui confiar para andar por ai sozinha! – Respondeu provocando e achando a loira momentos depois.

_ Pare de rir, isso é culpa sua! – A loira esbravejava enquanto Natsu não se incomodava de rir de si.

_ Minha? Por que não é novidade?

_ Você não me ajudou com o Happy.

_ Achei que não precisasse de mim já que é autossuficiente.

_ Olha não começa! – Disse e o encarou lembrando-se de quando estavam quase se beijando antes. Corou e virou de costas. – D-De qualquer forma, temos que achá-lo também. Já está tarde e eu tenho que me despedir...

_ Do que está falando?

_ Eu vou embora, esqueceu?

_ Lucy você não pode ir embora. – Diz fazendo a loira o encarar esquecendo a vergonha. Sua expressão era inocente o que a deixou ainda mais confusa.

_ E por que não? – Perguntou cruzando os braços ao ver que o rosado tinha um sorriso de desculpa no rosto enquanto passava a mão por seus cabelos.


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