Segredo Descoberto escrita por Caah Stoessel


Capítulo 40
Meus anjinhos


Notas iniciais do capítulo

Hello peoples! Como havia dito que postaria sábado... aqui estou eu - apesar de que já é quase domingo, né...
Não consegui postar antes, pois passei o dia fora e só agora tive tempo. Sorry.

Espero que gostem do capítulo, eu particularmente amei! ♥ *-*

Obrigada à minhas princesas que comentaram. Não lembro se respondi à todas, mas daqui a pouco respondo caso não.

Boa leitura!



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León Vargas

Assim que estacionei o carro, saí do mesmo e tirei as gêmeas das cadeirinhas. Peguei o bebê conforto e acionei o alarme.

Angel e Melissa pulavam na minha frente enquanto íamos até a entrada do hospital. Fazia tempo em quê eu não às via tão felizes. Esperava que isso continuasse após verem Vilu.

Quando chegamos na porta do hospital, ouvi um grito atrás de nós. Me virei rapidamente, só dando tempo de ver Diego correndo com Francesca nos braços.

Ele passou como um flash por mim e as gêmeas, então entramos logo depois. Diego colocou Fran na maca e as enfermeiras a levaram pelo corredor. Diego foi atrás, mas não antes de lançar um sorriso nervoso.

— Papa — Angel puxou minha camisa fazendo eu abaixar a cabeça para encará-la — Por que a tia Fran tava gritando? — Perguntou confusa.

— A tia Fran vive gritando. — Mel respondeu como se fosse óbvio. Angel revirou os olhos.

— O bebê dela vai nascer, por isso ela estava gritando. — Respondi feliz por eles, caminhando até a recepção.

— E dói? — Angel perguntou, fazendo uma careta em seguida.

— Dói. — Respondi.

— Você já teve um bebê que nasceu de você, papa? — Mel indagou curiosa e eu arregalei os olhos. As duas enfermeiras que estava ali perto riram.

— Não, Mel. Só as mulheres podem ter bebês. — Falei colocando o bebê conforto em cima do balcão para descansar o braço.

— Como os bebês entram na barriga da maman? — Foi a vez de Angel perguntar, o que me fez ficar momentaneamente sem ar.

— Outro dia eu explico — Falei rapidamente. — Agora vamos ver a mamãe.

Antes de outra pergunta "dessas" surgir, já fui rapidamente conversar com a recepcionista antes que as duas resolvessem pôr todas as perguntas em prática.

Digamos que não foi muito fácil convencer à recepcionista de permitir a entrada das gêmeas, mas o médico de Violetta apareceu na recepção e permitiu, alegando ser apenas por alguns minutos, já que crianças são estritamente proibidas em visitas.

Angel e Melissa ficaram em silêncio até chegarem em frente ao quarto de Violetta, o médico havia avisado à elas que não podia gritar lá dentro, pois podia incomodar os doentes, e ambas assentiram. Quem vê pensa que sempre obedecem.

Segurei o bebê conforto firme na mão, e olhei para o pequeno embrulho que estava dormindo, em seguida respirei fundo e girei a maçaneta.

As gêmeas entraram silenciosamente e pararam alguns passos depois da porta. Caminhei até a cama aonde Violetta dormia serenamente, e deixei o bebê conforto no chão, perto da poltrona. Dei um beijo na testa de Violetta, e me sentei.

Chamei as duas, que vieram devagar olhando para Violetta. Elas estavam em silêncio, até então:

— Acorda ela, papa. Diz pra maman ir embora com nós. — Mel me olhou com os olhinhos cheios de lágrimas, para depois voltar a encarar Vilu.

— Ela não quer acordar, filha. Ainda não. — Respondi engolindo em seco.

— Ela já dormiu demais, papa. A maman sempre diz que dormir demais faz mal. — Angel me olhou esperançosa, como se fosse de minha vontade acordar ou não Violetta.

— Meninas, a mamãe tá dodói. Ela vai acordar quando ela quiser e estiver bem. Ela precisa dormir para melhorar. — Respondi encarando Violetta.

Seu rosto já estava voltando ao normal, e seu corpo também. Ela já não estava mais tão magra como quando chegou no hospital, já está quase normal. Ela ainda usa soro, para se reestabelecer totalmente, pois ela estava muito desidratada quando chegou, principalmente porquê não comia e bebia nada, e ainda teve que fazer o parto do bebê estando em um estado deplorável em relação à saúde.

— Maman... acorda. — Mel chegou mais perto de Violetta e passou a mãozinha pelo rosto da mãe — Eu tô com saudade, sabia? — Ela fungou querendo chorar.

— Ela tá dormindo, Mel; não pode responder. — Angel disse triste, indo para o outro lado da cama.

— Mas ela ouve, né papa? — Mel me encarou com os olhinhos molhados por lágrimas. Eu assenti.

— Então... maman, acorda. Eu prometo que não vou mais pegar a boneca da Mel se você acordar e ir embora com nós. — Angel disse acariciando os cabelos de Violetta lentamente.

— E eu não vou mais ser tão manhosa e birrenta. Eu prometo. — Mel falou, cruzando os dedinhos.

Eu sorri, mesmo querendo chorar. Minhas princesinhas sempre eram motivo de orgulho. Elas estavam dispostas a fazerem sacrifícios - para elas -, para a mãe acordar. Eu deixei uma lágrima escapar com as declarações delas. São tão pequenas e tão inocentes, não fazem ideia de que talvez a mãe até não acorde. É difícil dizer isso, mas é uma possibilidade.

Ouvi alguém batendo na porta, então olhamos rapidamente para lá. Angie e Germán entraram no quarto e me encararam surpresos ao verem as crianças.

— Oi, minhas netas lindas. — Germán disse acenando para as duas e em seguida abrindo os braços para abraçá-las; elas nem se moveram

— Cumprimentem o avô de vocês. — Falei um pouco rude, o que fez Angie me lançar um olhar do tipo assassino.

— Oi. — Elas responderam sem saírem de perto da Vilu.

Me levantei da poltrona e peguei o bebê conforto, caminhei até Angie e Germán que continuavam parados perto da porta, e Angie pegou o bebê no colo.

— Oi, amorzinho. — Ela disse dando um beijo na testa dele. — Ainda permanece sem nome? — Perguntou quase que entretida.

— Pois é. — Respondi com um riso abafado. — Violetta permanece dormindo... — Suspirei.

— Como deixaram elas entrarem? — Germán indagou apontando para as gêmeas. Ambas segurando as mãos de Violetta.

— O médico permitiu. Por alguns minutos, apenas. — Respondi.

— Como foi a reação delas ao verem a Vilu? — Angie perguntou, ninando meu pequeno em seus braços.

— Não sei definir se foi bom ou ruim. É difícil saber o que elas estão sentindo em relação a tudo. — Respondi.

Os dois assentiram, encarando as gêmeas que murmuravam baixinho.

— Se importam em ficar com os três um pouco? Eu já volto, preciso ir ao banheiro. — Perguntei.

— Claro. — Angie respondeu, me olhando duvidosa.

Saí do quarto rapidamente, não aguentando mais ficar ali nem um segundo sequer, vendo minhas filhas chorando e sofrendo pela mãe que talvez nem acorde. Maldito Clement por causar tudo isso! Pois tudo isso é culpa dele.

Depois que Violetta foi resgatada naquela tarde, os policiais levaram Clement até até delegacia. Lá ele também passou por exames médicos, o que comprovou que ele sofre de Transtorno de Personalidade Borderline, estado limite entre o neurótico e o quase psicótico. Isso era fato. Claro que ele estava doente por fazer tudo aquilo. Só espero que ele passe um bom tempo preso, idependente da doença, pois o que ele fez, estando doente ou não, foi um crime, e ele têm que ser punido!

Caminhei por alguns minutos, e quando percebi estava na recepção novamente. Encontrei Diego lá, assinando alguns papéis na recepção. Me aproximei dele.

— Diego — Chamei.

— Ah! León! - Ele sorriu, alegre. — Nasceu. — Ele alargou o sorriso.

— Nossa. Já? Que rápido. — Dei um sorriso de canto.

— Pois é. Precisou ser cesária. Francesca estava muito mal. — Ele engoliu em seco.

— Mas agora eles estão bem, né? — Perguntei preocupado, pois Francesca sempre foi uma ótima amiga.

— Sim, sim. Os dois estão bem. — Ele não parava de sorrir em um segundo sequer. Eu só queria poder retribuir. — Bem, León, agora vou voltar e ficar com Francesca. Vá lá depois. — Ele disse.

— Claro. Depois passo lá. - Respondi. Em seguida ele acenou com a cabeça e sumiu pelo corredor.

Estava seguindo o caminho de volta para o quarto de Violetta, mas estava indo pelo mais longo. Quanto menos tempo eu passar vendo minhas filhas chorando, melhor.

Infelizmente não demorou muito, e logo eu estava em frente à porta. Bati, mesmo sem necessidade. Ninguém atendeu.

Ouvi murmúrios dentro do quarto, e uma cantiga soando. Abri a porta rapidamente, e meus olhos foram de encontro aos de Violetta.

Violetta Castillo

No primeiro momento, pensei que estava em algum quarto com a luz apagada, ou em algum lugar que Clement havia me prendido. Mas... não era possível. Eu conseguia ouvir vozes, murmúrios. Tão baixos... era a voz das gêmeas. Eu tentei pedir para elas falaram mais alto, pois eu não conseguia ouvir direito; mas eu não consegui. Minha voz não saía, como se a muito tempo eu não falava e ela havia enferrujado. Eu tentei novamente, mas nada.

Eu já estava como medo. O que estava acontecendo comigo? Aonde eu estava? Por que minhas filhas estão falando tão baixo? Por que eu não consigo respondê-las?

Elas estavam cantando, uma canção que eu cantava para elas quando ainda estavam em meu ventre...

Contigo el cielo se vuelve mas claro
Se pintan las nubes de blanco y el
Sol vuelve a sonreir, solo contigo...

Tudo aconteceu como um flash, e de repente eu já não estava mais na escuridão.

Eu caminhava pelo parque vendo crianças correndo pra lá e pra cá, imaginando que em breve seria minhas filhas ali, esbanjando inocência e pureza, como qualquer outra criança.

Eu já estava quase fechando os nove meses, e não via a hora de ver o rostinho de minhas princesas, princesas essas que se chamariam Angel e Melissa.

Não fora fácil deixar Buenos Aires e desapegar de certas pessoas, embora "desapegar" não seja exatamente a palavra correta, pois eu não consegui desapegar de ninguém. Isso é impossível.

Minha adaptação à França até que ocorreu tudo bem, mesmo não tendo meus amigos, familiares e... León. Tudo estava indo bem, e eu esperava ansiosa pela chegada das gêmeas.

É claro que tudo isso poderia ser diferente, mas León não quis assim. Eu ainda penso na hipótese de voltar para Buenos Aires, talvez não agora, mas mais futuramente.

Eu não quero viver o resto da minha vida longe de meu pai, Angie e meus amigos. Mesmo que, caso eu volte algum dia, eu venha a encontrar León novamente. Gostaria de criar minhas pequenas em um lugar conhecido, perto de pessoas que eu gosto. O único problema é o pai delas, pai que demonstrou que não queria filhas e que isso "estragaria" seu, ou melhor, nosso futuro. Eu nunca consegui entender o porquê de tais pensamentos.

Minhas filhas ainda nem nasceram, mas eu não consigo mais me imaginar sem a certeza de que às terei em meus braços em breve, e que elas logo, logo serão meus motivos de viver e lutar por uma vida melhor. Quer dizer... Elas já são tudo isso para mim.

Me sentei em um banco, que estava debaixo de uma linda cerejeira. Peguei meu diário - meu inseparável diário -, e comecei a rabiscar.

Em questões de segundos, os nomes das minhas pequenas estavam escritos no papel.

Meus anjinhos. Angel e Melissa.

Embaixo dos nomes comecei a escrever a letra de uma música. A música que eu escrevi especialmente para minhas pequenas, e que desde os primeiros meses eu cantava - e canto -, para elas:

"Contigo el cielo se vuelve mas claro
Se pintan las nubes de blanco y el
Sol vuelve a sonreir, solo contigo
El tiempo cobró un sentido y hoy que estás
Aqui conmigo, sé bien, mi vida nació contigo"

"Contigo, las horas se pasan de largo
Tus ojos me llenan de encanto
Y la luna brilla por ti
Solo contigo mis risas tienen sentido
Y hoy que estás aquí conmigo..."

E então, meus olhos se abriram num impacto.

Maman!As gêmeas gritaram. Seus rostos estavam molhados por lágrimas, e sorrisos surgiam do canto de seus lábios.

Sé bien, mi vida nació contigo... Finalizei a canção.


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Notas finais do capítulo

Tenho alguns "obs" sobre esse capítulo e outras coisinhas, mas as notas finais não estão saindo inteiras(não sei por quê), então só peço que comentem e digam se gostaram, por favor! Qualquer dúvida do capítulo podem perguntar ;).
Beijoooossss...



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