Segredo Descoberto escrita por Caah Stoessel


Capítulo 35
O que você quer, afinal?


Notas iniciais do capítulo

Oiiieeee... desculpa não ter postado outro semana passada, como eu havia dito. Mas cá estou eu, e, se tiver no mínimo 10 comentários nesse capítulo, amanhã à noite posto outro ;)

Obrigada por quem comentou! Irei responder à todas assim que postar esse capítulo!

Bora ler?
Espero que gostem, amores!



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León Vargas

Finalmente uma notícia boa no meio de tanta confusão. Sorri ao pensar em ver minhas filhas acordadas e bem, novamente.

Não disse muita coisa, só perguntei ao médico em quê quarto elas estavam; se ainda estavam no mesmo ou não. Elas estavam. Então saí apressado, quase quê correndo pelos corredores. Parei em frente a porta do quarto e então pude ouvir o choro delas, isso fez meu sorriso se alargar. Minhas filhas estavam bem!

Abri a porta e vi as duas abraçadas e encolhidas em uma das camas, pareciam apavoradas. E ao lado estava uma enfermeira tentando desesperadamente acalmá-las.

— Papa! — Elas gritaram ao me verem entrar.

— Céus! Finalmente, senhor. Elas estão muito assustadas! — A enfermeira disse lançando-me um sorriso nervoso.

— Tudo bem. Obrigada. — Disse sem tirar os olhos de minhas filhas, a enfermeira assentiu e se retirou rapidamente.

— Papa, quelo ir embola! Não gosto daqui! — Melissa disse fazendo manha.

Me aproximei delas e peguei as duas no colo, tomando cuidado, pois elas ainda tinham ferimentos nos braços e pernas. Angel tinha um arranhão da bochecha até abaixo do olho. Dava dó de ver elas tão machucadas.

— Minhas princesas! — Disse beijando-as na bochecha.

— Aonde estamos, papa? — Angel perguntou curiosa, ignorado os machucados.

— Vocês estão num lugar para cuidar desses dodóis aqui, oh...— Beijei sua bochecha aonde estava o machucado e ela sorriu.

— Não tá doendo. — Ela deu de ombros e eu ri.

— Cadê a maman? - Mel perguntou fazendo biquinho, e Angel a imitou.

— A mamãe... bem... a mamãe precisou viajar...

— Ela não vai volta? — Angel perguntou prestes a chorar, enquanto Melissa só me encarou esperando minha resposta.

— Vai, vai voltar sim. Ela vai ficar fora só por um tempinho. — Respondi respirando fundo, tentando acreditar em minhas próprias palavras.

Deitei cada uma em suas respectivas camas novamente, pois elas ainda estavam muito machucadas para pegá-las no colo. Angel dormiu rapidamente, mas agora sua boca estava de volta com a cor natural. Seus cabelos loirinhos estavam em um emaranhado espalhado pelo travesseiro, e sua respiração estava tranquila. Ela não precisava mais da ajuda de aparelhos para respirar.

Melissa deitou, mas continuou me encarando, seus olhinhos verdes me fitavam a todo instante. Ela queria perguntar algo, mas não tinha coragem. A conhecia o suficiente para saber que ela tinha várias perguntas em sua cabeça; e dessa vez eu queria respondê-las, independente de quais seriam. Pois só o fato de ela estar fazendo perguntas — mesmo as indesejáveis —, já me fazia feliz. Porque em outras circunstâncias elas podiam não estar mais aqui, e eu tive medo de perdê-las sem responder todas suas dúvidas.

— Quer perguntar algo, filha? — Perguntei e sorri, ela fez um biquinho fofo e então sorriu.

— Aonde a maman está? — Ela perguntou novamente, e quando eu ia responder o mesmo de antes, ela prosseguiu: — Poi quê eu sei que ela não ia viaja sabendo que eu e minha irmã estávamos num hospital. — Ela disse.

Olhei para Melissa, boquiaberto com o que ela falou. Poxa, ela só tinha três anos! Como sabia disso tudo?!

A encarei, e vi ela sorrindo vitoriosa, como se soubesse realmente que estava certa e que havia me deixado sem saída a não ser falar a verdade. Eu não tive outra escolha, era melhor falar a verdade logo, certo que ela e Angel tinham três anos, mas em breve elas fariam quatro, e eu não podia ficar alimentando mentiras.

— Bem, filha...—Não sabia como dizer que Clement sequestrou a mãe delas. Era difícil explicar isso.

— Fala logo, papa! — Ela disse, fazendo-me lembrar de Violetta, por conta de sua impaciência.

— O Clement... ele levou sua mãe para longe. — Disse. Mas o quê eu podia falar? Não tinha outro termo melhor do quê esse para a palavra "sequestro".

— Ele sequestlo a maman? — Ela perguntou assustada.

— O quê?! Melissa, aonde você está aprendendo tudo isso? Desde quando é tão inteligente, hein?! — Perguntei espantado.

— Papa, eu sou inteligente desde quê eu nasci, tá?! Eu sou pequenininha, mas eu sei o que é sequestlo! — Ela disse brava e cruzando os braços.

— Ok — Respondi, sem saber ao certo o que dizer para ela. — O Clement sequestrou sua mãe, sim. Mas eu prometo que vou encontrar ela, tá bom? — Ela não fez nada, só se virou de lado e puxou o cobertor para si.

Fiquei ali parado, às observando dormir por um bom tempo, nem percebi quando acabei cochilando...

Dois Meses Depois

Violetta Castillo

Era sexta-feira ou sábado? Dia ou noite? Tinha sol ou estava chovendo? Eu já não sabia mais. Acabei desistindo de tentar descobrir isso. Eu nem sabia mais se algum dia eu sairia daqui. E também porque agora eu já não estava mais no mesmo quarto no qual eu havia começado o meu "calendário".

Clement me tirara de lá fazia algum tempo, disse que estava sendo muito bom com uma pessoa que não lhe dava valor. Não posso negar que o outro quarto era mil vezes melhor do que esse, pois lá, ao menos eu tinha uma cama confortável, e também sabia quando era dia e quando era noite. Esse quarto não. Isso parecia mais um porão; e era um porão. Percebi isso quando cheguei aqui. Havia ratos e baratas pelos cantos — aprendi a não ter medo depois de ter passado quase dois meses aqui.

Várias coisas que provavelmente não eram mais utilizadas foram jogadas aqui. Meu único conforto era uma cama de madeira totalmente suja, que ficava no canto do "quarto".

Não tinha mais roupeiro. Eu estava com a mesma roupa há dias. Às vezes Clement manda um de seus capangas me buscar e me levar até algum banheiro para tomar banho e trocar de roupa, depois ele me joga no porão novamente. Era sempre assim. Uma vez por semana eu tomava banho.

A comida não era muito diferente; era sempre a mesma gororoba. As vezes Clement mesmo trazia, mas quase sempre eram seus capangas. Eu comia só à noite, e as vezes nem isso. Cheguei a pensar que Clement queria me matar de fome, literalmente, quando me deixou três dias seguidos sem trazer comida. Mas algo me dizia que ele tinha um propósito maior para tudo isso.

Eu já estava com sete meses de gestação, mesmo não tendo total certeza dos dias, eu conhecia meu corpo, e já estive grávida antes, sei exatamente quantos meses eu estava. Não preciso dizer que eu estava enorme, preciso? Pois estava.

Eu estava deitada, encolhida na cama, quando Clement desceu as escadas do porão e parou perto da escada que levava para cima. Me levantei o mais rápido que consegui, pois minha barriga estava mais pesada do que nunca, e digamos que eu não estava bem o suficiente para me levantar depressa. Eu estava fraca, sentia isso.

— Olá, Vilu — Ele disse sorrindo. Cada vez que eu o via tinha vontade de matá-lo, estrangular ele até ver aquele sorriso idiota sumir de seu rosto. Mas todas minhas tentativas de fuga e espancamento deram errado. — Como vai nosso bebezinho?

— Esse bebê não é seu! É do León! — Gritei irritada, colocando toda minha força nessas palavras.

Clement fechou aquele sorriso psicopata do rosto e se aproximou de mim num vulto quase imperceptível. Em seguida ouvi o estalo de sua mão contra o meu rosto, e então caí desajeitada na cama.

— Vadia! — Ele disse com os olhos transbordando de raiva. — Mal agradecida!

— Eu não tenho que agradecer nada para você! Você é um lunático! Me deixa sair desse lugar! — Gritei enquanto as lágrimas inundavam meu rosto. — Por favor, Clement. — Sussurrei, fraca.

— Não. Você é minha agora. Como sempre deveria ter sido. — Ele respondeu com a voz fria.

— O quê você quer, afinal? Me deixar trancada para o resto da vida? É isso? — Perguntei me encolhendo na cama novamente.

— Não, querida — Ele voltou a sorrir: - Assim que esse bebê nascer, vou me livrar dele. Assim seremos só nós dois. Já que você não colabora e se nega a aceitar que esse filho é meu, ele também não será seu. Vou sumir com essa criança.

Em seguida, ele virou-se com o sorriso diabólico ainda em seu rosto, e subiu as escadas. Me encolhi ainda mais na cama, chorando.

— Eu não vou permitir que ele encoste um dedo em você, filho. — Sussurrei passando a mão por minha barriga. Senti um chute forte como resposta, e então, com o restinho de força que me sobrara, eu sorri.


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Notas finais do capítulo

AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH... tô deixando vocês com cada vez mais raiva do Clement, né?! Bem, ele merece. Desculpa fazer a Vilu sofrer desse jeito, dói em mim. Sério! Mas é necessário pra história e tals, acho que vocês entendem, né?
Bom, agora, nesse exato momento me veio uma pergunta para fazer à vocês: vocês preferem a Angel ou a Mel? Isso não irá influenciar na história, é a uma curiosidade mesmo



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