Segredo Descoberto escrita por Caah Stoessel


Capítulo 27
Canadá


Notas iniciais do capítulo

Oiii amores... desculpa a demora, mas aqui estou eu...
Obrigada aos comentários



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Violetta Castillo

Engoli seco e olhei para León, o mesmo também estava sem reação. Sério que Melissa iria complicar? Por que ela é tão mimada, hein? Ah, esqueci, foi eu que a deixei assim.

— Como? O que disse? — Perguntei com medo da resposta. Talvez ela pudesse ter se enganado na frase, não é mesmo?

— Ele não é nosso papa, maman. — Ela repetiu cruzando os braços.

— Por que você acha isso? — Questionei séria.

— Ele nunca foi nos ver, por quê? — Perguntou sentida. E eu baixei a cabeça. Aquilo era minha culpa.

— Mel... ele não sabia sobre vocês, ele soube apenas agora quando viemos para Buenos Aires. — Respondi suspirando.

— Isso é verdade... papa? — Perguntou receosa e León sorri assim que ela conclui a frase.

— Sim, pequena, eu não sabia sobre você e a Angel. — Ele disse sorrindo.

— Então agora nós temos um papa? — Ela indagou pensativa. Eu e León assentimos sorrindo. — Obaaa!!! — Ela gritou e correu até León que a pegou no colo junto a Angel.

Duas Semanas Depois...

— Sabe o que eu estava pensando, Vilu? — León perguntou-me, enquanto colocava o prato de macarrão sobre a mesa.

Já estávamos na nova casa, em frente a casa de León. Era raro o dia que ele não vinha almoçar comigo e com as gêmeas, isso já estava virando rotina.

— O quê? — Questionei roubando-lhe um selinho, ele sorriu.

— Podíamos ir viajar esse final de semana. Amanhã é sábado, podíamos ir passar o fim de semana em algum lugar diferente. Só eu, você e as gêmeas. O que acha? — Perguntou ansioso.

— Acho isso uma loucura, mas... eu adorei a ideia! — Digo e ele ri.

Logo que colocamos tudo na mesa, fomos até o playground chamar as gêmeas. Chegamos lá e a vimos na casinha da árvore, ambas sorrindo e com suas bonecas em mãos.

— Ai, León, eu ainda acho essa casinha perigosa, olha a altura disso, e se elas caírem? — Indaguei com medo. Assim que nos mudamos, as duas haviam visto uma casinha na árvore, em uma casa vizinha, ambas insistiram demais, até que León cedeu e decidiu que elas também teriam uma casinha. Eu ainda tenho receio disso, a altura é enorme, se uma delas cair... ai, não gosto nem de pensar!

— Você se preocupa à toa. Olha, elas adoram essa casinha! — Ele disse passando as mãos por minha cintura, e indicando com a cabeça para as duas, que davam altas gargalhadas lá em cima.

— Sei não, hein...— Respondi mordendo o lábio inferior.

— Calma — Sussurrou no meu ouvido, causando um arrepio por todo meu corpo.

Assim que às chamamos, elas foram se lavar para almoçar. Quando estavam prontas, nos sentamos os quatro envolta da mesa, e iniciamos nosso almoço.

— Meninas... o que vocês acham de viajar? — León perguntou para as duas, que logo trocaram olhares.

— Viaja? Pla onde? — Melissa questionou curiosa.

— Ainda não pensei...— León disse pensativo.

— Eu gosto de viaja... viaja na maionese. — Angel diz rindo e nós gargalhamos.

— Canadá! — Respondi inesperadamente.

— Oi? — León riu. — Canadá?

— É, eu fui para o Canadá com meu pai uma vez. Lá é lindo, as gêmeas iriam amar! — Digo às encarando sorrindo.

— Ok, vamos para o Canadá então. — Ele riu.

— Vamos quando? — Questionei animadamente.

— Que tal hoje? — Indagou sorrindo e as gêmeas sorriam também.

— Ótimo, isso é uma loucura, mas... ótimo! — Digo rindo.

Após o almoço, León foi até o computador reservar nossas passagens para ainda hoje. Assim que desligou o computador, olhou para mim sorrindo fraco, como se tivesse aprontado algo.

— O que foi que você fez, hein? — Perguntei estreitando os olhos e ele riu.

— Bom, era pra reservar as passagens, né? Então, eu reservei, para... daqui à 30 minutos. — Respondeu fazendo uma breve careta.

— O QUÊ? — Gritei. — Não vai dar tempo! — Respondi brava com as mãos na cintura.

— Claro que vai! As gêmeas já estão até prontas! — Ele disse óbvio. Nós dois olhamos para Angel e Melissa que estavam na sala assistindo televisão, ambas comendo bolo de chocolate. O resultado todos já sabem, né?!

— Vai dar tempo sim...— Ironizei e ele revirou os olhos.

— Arruma elas que eu arrumo as malas. — Ele disse apressado, indo em direção às escadas.

— Não mesmo, pode parando aí! Você inventou isso, agora vai ficar com a parte mais difícil. Vá arrumar suas filhas! — Digo rindo da cara frustrada dele.

Subi as escadas a mil. Eu não planejava essa viagem, essa ideia de León surgiu do nada. Caso eu tivesse planejado, sem dúvidas que eu não compraria passagens que me obrigam a arrumar malas, arrumar minhas filhas, e ME arrumar, em apenas 30 minutos! Isso é loucura!

Fui primeiro ao quarto das gêmeas. Peguei apenas uma mala, elas são duas crianças de três anos, não vou ficar carregando mala pra lá e pra cá. Vou pegar apenas o essencial que elas irão precisar, caso falte algo, a gente compra no Canadá. Afinal, iremos passar apenas dois dias lá.

Pensei que se León arrumasse as malas seria o maior caos, mas não. Acabei percebendo que nossos supostos métodos de arrumar malas são iguais, talvez o método dele seja até melhor, porquê o jeito que eu "arrumei" a mala de Angel e Melissa... Uou!

— Maman!! — Ouvi as duas gritarem.

Desci as escadas com a mala delas em mãos. Cheguei na sala, e encontrei as duas apenas de calcinha, enquanto León tentava colocar roupa comprida nelas.

— Oi? — Ri.

— Maman, o papa quer nos encher de roupas! — Mel diz choramingando.

— Tá frio, meninas, tem que pôr roupa comprida! — Respondeu ele.

— León, você já arrumou sua mala? — Questionei-o e ele negou engolindo em seco — Vai lá que eu termino de arrumá-las. — Digo e ele assente rapidamente, saindo de casa em seguida.

— Você não vai pôr roupa comprida em nós, né, maman? — Angel perguntou com medo e eu neguei.

— Não, o papai tá louco! — Respondi rindo.

Arrumei ambas rapidamente. Roupas iguais, como de costume. Vestidos azuis, meia calças brancas, sapatilhas também azuis, e tiaras com flores brancas nos cabelos.

Quando estavam prontas, às deixei assistindo televisão, e subi para meu quarto. Cheguei lá e fui até o closet, abri a mala e simplesmente joguei tudo para dentro, sem me importar se iria amassar ou não. Depois me arrumei depressa.

Desci as escadas e peguei a mala das gêmeas que estavam lá. Chamei-as para fora de casa e tranquei a porta.

Fiquei na calçada batendo o pé freneticamente. Angel e Melissa estavam tão impacientes como eu. Até que, enfim, a porta da casa de León foi aberta, causando uma pequena eufória entre duas loirinhas.

León acenou para que nós atravessassemos a rua, e o fizemos. Entramos no carro em seguida, e então ele pisou firme no acelerador.

Até que nos arrumamos rapidamente... ou não. Temos menos de dez minutos para chegar no aeroporto, fazer check-in, e, ainda, despachar as malas, — apesar de que não são muitas.

Quando chegamos, descemos do carro rapidamente. Peguei Angel e Melissa pelas mãos enquanto León trazia as malas(três malas). Enquanto ele despachava as malas, eu fui até a lanchonete comprar algo para comermos durante a viagem. Assim que comprei as coisas — em tempo recorde —, fui até León e enfim fizemos o check-in.

"Última chamada para o voo, número 317, com destino ao Canadá, por favor dirijam-se a ala de embarque. O voo sairá em alguns minutos."

Corremos até a ala de embarque e então entramos no avião, ajeitei Angel e Mel nos assentos, que ficavam entre eu e León, nos sentamos, e então o avião decolou.

— Ufa! Essa foi por pouco! — Respondi com a respiração acelerada.

— Não disse que iríamos conseguir chegar a tempo? — Indagou e eu o encarei incrédula. Ele riu.

O voo foi bem calmo, na medida do possível, teve algumas turbulências, mas muito breves. O avião havia acabado de pousar, entretanto, ainda nos encontrávamos dentro do avião vestindo as gêmeas. Óbvio que todos sabem que no Canadá faz frio, mas tente convencer Angel e Melissa disso.

— Maman, eu estou palecendo aqueles bonecos de neve! Tem muita roupa! — Angel reclamou enquanto mexia as mãos freneticamente, tentando, em vão, se desfazer das luvas.

— Isso é para não ficar gripada, aqui é mais frio que em Buenos Aires. —Respondi rindo. — Vocês estão lindas parecendo "boneco de neves". — Ri.

— Mel, vem pôr as luvas — León chamou Melissa enquanto ela ansiava pelo momento de descer do avião.

— Não quelo! — Respondeu brava, cruzando os braços.

— Não tem querer, vem logo! — León disse sério.

— Não, não — Respondeu.

— Deixa ela assim, León, vai congelar todos os dedos e depois não vai poder brincar se não tiver os dedos, vai ficar o tempo todo sentada porque os dedos vão estar congelados. — Digo séria, fazendo ambas ficarem assustadas.

Melissa ficou receosa e assustada, mesmo assim não quis pôr as luvas. Angel estava devidamente vestida, com muitaaaaa roupa, incluindo o gorro e as luvas. Já Melissa...

— Ótimo método. Não adiantou nada. — León disse rindo, já fora do avião.

— Pelo menos tentei. — Respondi rindo junto.

Caminhávamos para fora do aeroporto. León estava com um dos braços envolta de minha cintura, enquanto carregava minha mala e a dele na outra mão, eu carregava apenas as das gêmeas. Por falar nelas, as duas caminhavam um pouco mais à nossa frente. Angel pulava e saltitava, dando gritinhos histéricos para cada loja do aeroporto que passávamos. Melissa estava o oposto, caminhava quieta com as mãos dentro das mangas da blusa, ela estava com frio, mas como ela é muito birrenta, não admitiria que errou não querendo pôr as luvas.

— Ela está morrendo de frio. — León sussurrou.

— Logo ela pede as luvas, ou diz algo. — Respondi observando a pequena criaturinha que caminhava pisando firme.

Quando, enfim, chegamos na rua, íamos até o táxi, quando uma pessoinha fala/exclama:

— Ai, mamam, aqui é flio! — Melissa finalmente pronunciou algo. — Vamos embola! — Ela disse dando meia volta e indo em direção entrada do aeroporto.

— Não, eu quelo ficar, vai se legal! — Angel assegurou, puxando a irmã de volta até nós.

— Mas meus dedinhos não se mexem! Estão grudados! — Ela disse incrédula, erguendo as mãos para mostrar os dedos "grudados".

— Viu, eu disse que iria ser frio aqui, você que não quis pôr as luvas! — Respondi rindo.

— Tá, agola eu quelo as luvas. — Disse dando-se por vencida, mas ainda fazendo bico. León pegou as luvas e deu para Melissa, que mais que depressa colocou-as.

— Agola meus dedinhos não vão mais congela, maman? E eu vou poder blincar? — Perguntou torcendo os lábios e eu assenti rindo.

— Ok, agora vamos logo! — León disse abrindo a porta do táxi para nós.

Entramos no táxi o motorista seguiu rumo ao hotel.

Dia Seguinte; 11:00hs.

Era 11h00 horas, tínhamos acordado à um tempinho. Nos arrumamos e saímos do hotel para irmos almoçar em um restaurante próximo.

Chegamos no restaurante, e o garçom logo veio trazer os cardápios. Pedimos coisas simples, e, quando comemos, Angel e Melissa queriam ir ao parque brincar na neve. As duas se encantaram com a neve.

Chegamos ao parque e caminhamos até o banco mais próximo, eu e León nos sentamos no banco e as gêmeas se jogaram no chão, e começaram a fazer anjos da neve.

— Sabia que eu te amo? — León indagou me olhando nos olhos, sorrindo lindamente.

— Sabia — Sorri. — E eu também te amo. — Respondi sorrindo.

— Muito. - Concluiu sorrindo, deixando suas lindas covinhas à mostra.

— Muito. - Repeti. Em seguida nos beijamos como se mais nada existisse.

Há tanto tempo que eu queria vivenciar esses momentos. Tudo estava resolvido. Minhas filhas sabem quem é o verdadeiro pai delas; eu e León estamos juntos novamente; as pessoas que eu mais amo estão comigo nesse momento. Tudo está como deve ser!

— Eca! — Ouvimos Angel e Melissa gritarem. León e eu rimos durante o beijo, e então nos separamos.

— O que foi, pestinhas? — León indagou rindo.

— Vocês se beijalam na boca! Isso é nojento! — Responderam juntas.

— Ah é? É melhor vocês correrem! — León respondeu levantando do banco.

As duas se entreolharam e iniciaram uma corrida enérgica. León me puxou pela mão e começamos a correr atrás delas, que gargalhavam alto.

E assim acontece...

"As pequenas coisas, os pequenos gestos, as vezes, tem um valor imensurável. Um gesto, uma palavra apenas, pode mudar todo o curso de uma história e para sempre o destino de uma vida..."


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado...
Esse capítulo eu quis deixar Leonetta feliz um pouco, só estava tendo problemas atrás de problemas, e achei que eles mereciam uma folguinha né kkk
Bueno, ahora me voy... tá, parei...
Tchaauuu