Chasing the Happy Ending escrita por Annie Cipriano


Capítulo 4
Capítulo 4 - Tobias


Notas iniciais do capítulo

Hey, voltei! Que rápida né?
Mas não se acostumem muito com um capítulo sendo postado a cada dia, porque na segunda minhas aulas começam (#choremos :c) e eu não vou ter mais tanto tempo pra escrever...
E, na verdade, eu só estou postando esse agora porque recebi comentários muito muito fofos no outro capítulo e que me deixaram muito ansiosa pra postar esse, então aqui está... (Eu só queria deixar isso bem claro, pra vocês verem que quando tem bastante comentário, tem capítulo novo chegando logo, então, quem ainda não comentou, comente, e que já comentou, continue ;) )

Ah, mais uma coisa: eu meio que falei que tinha Fourtris nesse capítulo pra algumas leitoras, mas não é bem verdade... Bom, vocês vão entender quando lerem.

E mais uma coisinha sobre o capítulo: eu sei que o começo está meio chatinho e tals, mas leiam mesmo assim, que do meio pro final as coisas começam a se agitar...

Ok, é só isso... Até as notas finais, espero que gostem :*



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Os rebeldes da margem são tão extremamente irritantes, que tenho que me controlar para não dar um soco da cara de seu líder, Luke.

– E então? O que diz sobre nossa proposta? – pergunta ele, com um sorriso sacana. Preciso usar toda a minha força de vontade para não avançar no homem, e me lembrar a todo o momento que eu não sou mais esse tipo de pessoa, que eu não sou mais violento.

Respiro fundo, a fim de me controlar. É uma coisa que tive que fazer diversas vezes nesses últimos dias.

Faz quatro dias que saí de Chicago e me dirigi à margem, e desde que cheguei, trazendo comigo a notícia de que nossa cidade estava disposta e oferecer um acordo justo para que os dois lados fiquem satisfeitos, tenho conseguido evitar conflitos físicos, mas já perdi a conta de quantas ofensas ouvi e de quantas tive que controlar para não sair.

Na verdade, isso está bem melhor do que eu imaginava – apesar de não estar dando em lugar nenhum. Eu cheguei pronto para lutar, caso fosse preciso. Trouxe até uma arma se precisasse me defender, apesar de eu tê-la colocado no cinto em um lugar que não tivesse qualquer contato com a pele, pois ainda estou meio apavorado com a possibilidade de tocar em armas. Faz três anos que não pego no cano de uma arma de fogo, talvez eu nem saiba mais usá-las.

Os rebeldes da margem estão sendo muito mais amigáveis do que o esperado, arranjaram um lugar para eu dormir em um prédio antigo que eles dizem ser um hotel e me levaram até o líder para discutir sobre o que propus. O grande problema é que não conseguimos chegar a um acordo. Luke quer entrar para o conselho do governo de Chicago, quer ter o Departamento para uso exclusivo dos moradores da margem, quer pelo menos duzentos policiais para patrulhar e manter a segurança por lá, quer que qualquer pessoa da margem tenha acesso livre a Chicago e quer que obras de melhoria sejam feitas na margem. Mas, devagar, estou conseguindo resultados. Expliquei para ele que os moradores da margem tem passagem livre para Chicago, negociei em relação à quantidade de policiais que poderia ceder para sua segurança e o mínimo que consegui foi 100, afirmei que eu não podia fazer nada em relação ao Departamento, dei a opção de ele entrar para o governo ou conseguir as obras na margem e também disse que precisaria que ele concordasse em deixar que os criminosos da margem que mataram os homens de rua sofressem as punições decididas pelo governo de Chicago.

Luke concordou com os cem policiais e com as punições decididas por Chicago, mas continuou querendo o Departamento, o lugar no conselho do governo e as obras. Ainda estamos nesse impasse.

– Eu já falei que não posso te dar o Departamento – afirmo, pela sexcentésima quinta vez.

– Não há acordo sem o Departamento – teima ele.

– Mas eu não posso prometer algo sobre o qual não tenho controle! Não é que eu não quero te dar o Departamento – é verdade, mas eu não quero mesmo – Chicago não manda no Departamento!

Luke bufa e se senta em sua cadeira. Eu faço o mesmo.

Estamos há duas horas discutindo isso na “sala de reuniões” nos rebeldes, que na verdade é um quartinho apertado com uma mesa de jantar de madeira com algumas cadeiras em volta.

– Talvez eu possa ceder um quarto do Departamento, mas você terá que esquecer o negócio de entrar para o governo de Chicago e só mandarei vinte homens para ajudar a reformar a margem – proponho.

– Metade do Departamento – replica ele.

– Eu já disse que não posso! – grito, perdendo a paciência – Por te oferecer um quarto dele talvez eu já esteja arriscando meu emprego, não posso dar mais do que isso!

– Um quarto, meu lugar no governo e quinze homens para as obras.

– Um quarto do Departamento e trinta homens para as obras – rebato.

– Você não quer mesmo me dar um lugar no governo, não é? – pergunta ele, abrindo um sorriso nada amigável.

Apenas desvio os olhos.

– Um quarto do Departamento e cinquenta homens para as obras – propõe, por fim. E, por algum instinto, sei que essa será sua última proposta.

– Está bem – desisto, me levantando e esticando a mão em sua direção – Acordo fechado então?

– Deixe-me ver se eu entendi então: cem policiais para defender a margem, os homens que mataram seus homenzinhos de rua serão punidos por Chicago, vou ter um quarto da área do Departamento que eu escolher e cinquenta homens para nos ajudar a reconstruir a margem?

– Espere aí – recuo, abaixando a mão – Eu não disse nada sobre você escolher a parte do Departamento em que ficará.

– Se eu não puder escolher, não teremos acordo.

– Luke, pense bem! – insisto – Você já vai ganhar um quarto do Departamento, para quê escolher onde vai ser? Eu já vou ter problemas o suficiente em te dar qualquer parte do lugar, mas não vou conseguir ceder para você especificamente a parte que você quiser. Prometo que não vamos fazer nenhuma sacanagem com isso – estico a mão novamente.

O líder dos rebeldes passa um longo minuto pensando, e quando minha mão começa a doer e estou prestes a abaixá-la, ele estica a sua e fechamos o acordo. Suspiro aliviado.

[...]

No dia seguinte, eu, Luke e dois de seus homens nos dirigimos até o centro de Chicago para fecharmos o acordo com os líderes da cidade. Luke está carrancudo, e fico um pouco indignado com isso, afinal, não é ele que vai levar uma bronca enorme e se meter em confusão por ter cedido parte do Departamento para um rebelde. Mas já estou aliviado por ter evitado uma guerra, já passei por mais lutas e mortes do que poderia aguentar.

O pensamento me leva diretamente até Tris, e por um momento sinto uma saudade tão sufocante que quase paro de andar e caio de joelhos, mas sigo em frente. Se ela estivesse aqui, teria feito um acordo bem melhor para Chicago... Mas não está. E preciso parar de pensar nela, ou logo estarei tendo que controlar o choro. Desvio o pensamento para o que terei de explicar a Johanna sobre o acordo feito e como será complicado fazer com que os demais conselheiros concordem.

Quando chegamos ao prédio do governo, os dois policiais que guardam a porta me cumprimentam e revistam os rebeldes. Os três parecem bem incomodados, mas não reclamam. Também não trouxeram armas, então a revista não serve para nada.

Seguimos até o interior do prédio, entramos na sala onde todos nos esperam. Sento-me ao lado de Johanna, enquanto Luke e seus homens ficam na extremidade oposta da mesa, calados e longe de todos.

Assim que termino de dizer as condições de nosso acordo de paz, reclamações explodem por toda a parte. Todos começam a falar ao mesmo tempo e a sala fica uma bagunça.

– Um quarto do Departamento, Tobias? – exclama Johanna, para mim, indignada – Nós não podemos fazer isso! O que você estava pensando?!

E a bronca continua, mas logo paro de ouvir e me encosto na cadeira, esperando a discussão terminar. Duas horas se arrastam até que finalmente conseguem fechar o acordo com um quinto do Departamento.

Quando a reunião termina, recebo olhares zangados de todos.

[...]

Mais tarde, nesse mesmo dia, volto para casa, e encontro minha mãe e Emily conversando e tomando chá na cozinha.

– Boa tarde – digo quando entro em casa.

– Tobias – guincha Lily, que logo trata de correr e me abraçar – Eu estava tão preocupada, você não voltava nunca!

– Deu tudo certo, fechamos o acordo com a margem – anuncio para as duas.

Minha mãe me abraça logo que Lily me solta, dizendo que está orgulhosa de mim.

– Eu preciso ir descansar um pouco em uma cama de verdade – dou uma risadinha cansada. Depois de três noites dormindo em um colchão que mais parecia o chão, eu precisava da minha cama.

– Vai lá, eu te acordo para o jantar – diz Lily, sorrindo.

Vou para o quarto, caio na cama e durmo antes mesmo de tirar a roupa suja.

De noite, Emily vem me acordar e diz que fez macarrão para mim. Jantamos juntos, e logo depois vou tomar um banho. Já limpo, deito no sofá junto com minha namorada e adormecemos assistindo à TV.

Acordo com o sol batendo nos meus olhos e com dor nas costas. Murmuro alguma coisa sobre dormir no sofá ser pior do que dormir em uma cama velha dos rebeldes e tiro o meu braço debaixo do pescoço de Lily, que dorme com a cabeça encostada em meu peito. Saio vagarosa e delicadamente do sofá e me espreguiço, ouvindo vários ossos estalarem.

Resolvo preparar um café para Emily, já que normalmente é ela que faz isso, mas quando vou pegar o pó, vejo que já acabou. Decidido a fazer o café da manhã de Lily, que sempre faz o meu com todo o carinho, visto uma roupa qualquer e vou até a padaria mais próxima, que fica a quatro quarteirões daqui.

No caminho, sinto algo estranho em minhas costas, como se alguém estivesse me observando. Viro para trás, mas só encontro os prédios de sempre e algumas pessoas andando em direção aos seus trabalhos. Dou de ombros e chego a conclusão de que estou ficando paranoico com esse negócio dos rebeldes da margem. Acabamos de fechar um acordo de paz, ninguém viria atrás de mim.

Chegando à padaria, compro café, pães e frios, e saio para a rua, para voltar para casa. Sinto a mesma sensação estranha, e ao olhar para trás, dessa vez, vejo um vulto entrar em um beco.

Franzindo o cenho, vou atrás. Não sei por que alguém me seguiria, mas se alguém o está fazendo, quero saber o motivo.

O beco é sujo, entulhado de coisas escuro, mesmo com a luz do sol da manhã. Vejo o corpo de alguém de costas para mim, de frente para o muro no qual o beco termina. Daquela distância, não consigo nem ver se é um homem ou uma mulher.

– Ei! – grito – Quem é você? E por que está me seguindo?

A pessoa se vira, mas ainda não posso ver seu rosto. Ela levanta a mão e faz sinal para que eu vá até lá. Dou dois passos e paro, estreitando os olhos.

Quem é você, e por que está me seguindo? – eu repito, já bastante irritado.

Quando estou quase largando minhas compras e indo atrás de quem quer que aquela pessoa seja, sinto uma dor súbita nas costas e caio de quatro. Alguém me deu um chute por trás.

Viro-me e começo a me levantar, desajeitado, mas a mesma pessoa que me chutou me dá um soco. E mais um, e mais um. Caio no chão, respirando com dificuldade. Sinto o sangue escorrer do meu nariz para a boca e pelo corte que meu agressor fez na minha têmpora. Tento gritar, mas a única coisa que consigo fazer é tossir sangue.

A pessoa me levanta pela camisa e me atinge com um soco no estômago que tira completamente o ar dos meus pulmões. Antes de cair novamente no chão, vejo que é um homem.

Ouço passos se aproximando, e o outro homem que estava no fundo do beco se aproxima, carregando uma faca.

– Sua namorada manda lembranças – fala ele no meu ouvido. Sinto um arrepio percorrer todo o meu corpo. Emily? Teria ela mandado esses homens aqui para me assassinar? Por quê?

Sinto a consciência partindo, mas mesmo assim me forço a tentar ficar em pé, a tentar revidar. O esforço é em vão, o homem mais alto – o que me bateu – ri e me joga de volta para o chão.

– Diga “tchau, tchau, Tris” – diz o homem com a faca.

Olho para ele, e em sua mão vejo uma câmera apontada para mim. Esse sádico está filmando meu assassinato? E espere... Ele falou algo sobre Tris?

Olho para ele com raiva e cuspo em seu sapato. Como ele ousa mencionar o nome da Tris? Aliás, como ele sabe seu nome? Parece que não vou ter mais muito tempo para pensar nisso. Sinto a ponta da faca encostar na minha garganta e fecho os olhos, esperando pelo golpe. Não sinto medo. Sinto alívio. Finalmente verei Tris de novo.

Mas o golpe não chega. A faca é afastada do meu pescoço. Ouço passos e o barulho de uma luta. Será que alguém viu o que acontecia e veio me salvar? Sem ousar abrir os olhos, com medo de estar apenas sonhando, ouço o som de um corpo sendo jogado contra a parede e alguns xingamentos. Algo chama a minha atenção, e finalmente resolvo olhar para ver o que acontece. Não sei bem o que ouvi que me fez lutar contra a inconsciência de novo, mas eu luto, e tento me sentar. Sem ter muito sucesso, o máximo que consigo é me virar para onde a luta acontece.

O homem que me bateu está no chão, com outra pessoa sobre ele, mas está de costas para mim, então não consigo ver o que está fazendo ou quem é. O homem da faca e da câmera está mais no fim do beco, e uma silhueta pequena e esquia acaba de cortar sua garganta. Sinto enjoo e medo ao ver a cena. Tento me encolher contra a parede, mas minha cabeça gira e sinto dores por todo o corpo. Meus olhos tentam se fechar, mas me esforço para mantê-los abertos, preciso ver quem me salvou.

Ouço passos, tem mais alguém vindo para cá. Não tenho mais forças para virar a cabeça e ver quem é, mas ouço um “Eu falei para esperar!” bem irritado. Sem conseguir fazer mais nada, olho para o salvador que acabara de matar o homem da faca e da câmera. A pessoa está correndo na minha direção agora, e tem algo tão perturbante no modo como se move... Algo tão familiar. Sei que é importante, que conheço essa pessoa, mas não consigo me concentrar o suficiente para lembrar.

– Tobias! – grita uma voz aflita. É uma voz que quero ouvir de novo há tanto tempo... – Tobias! – grita de novo, agora bem próxima.

Fecho os olhos, cansado demais para lembrar de quem é a voz. Algo, no fundo do meu coração, me faz abrir os olhos mais uma vez. Eu preciso ver a dona da voz, preciso.

Ela agacha ao meu lado, aninhando minha cabeça no seu colo. Sinto água cair no meu rosto. Está chovendo? Olho para cima, esperando encontrar um céu com nuvens escuras e gotas de chuva caindo, mas o que encontro são seus olhos cheios de lágrimas, que escorrem por suas bochechar e caem no meu rosto. Seu cabelo loiro está mais comprido do que da última vez que a vi, e cai sedoso até seu peito.

Quando meus olhos encontram os seus, algo estala dentro de mim. Prendo a respiração e arregalo os olhos. Será que eu morri? Aqueles homens me mataram, e agora estou no céu. Só pode ser isso.

– Tobias – ela me chacoalha um pouco – Tobias, diga alguma coisa! – ela me chacoalha de novo, e minha cabeça dói. Mais lágrimas caem.

– Ele está vivo, calma – diz outra voz conhecida, mas que há muito tempo eu não ouvia.

Tento manter os olhos abertos, mas eles não me obedecem mais. A inconsciência finalmente vence a batalha e começa a me levar.

– Tris? – balbucio logo antes de apagar.


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Notas finais do capítulo

Então... O que acharam? Gostaram? Odiaram? Ficaram ansiosos pelo próximo? (espero que sim, pq era meu objetivo kkk)

Sim, me deu dorzinha no coração quando eu tava escrevendo esse negócio do Tobias apanhar, mas isso meio que vai influênciar algumas coisas no futuro, então precisou acontecer...

Pra quem eu tinha dito que tinha Fourtris nesse cap., eu peço desculpas, porque eu sei que não teve, foi só um reencontrinho, mas o próximo é basicamente só para os dois, então podem pular de alegria ;)

Comentem, porque eu quero muito saber o que todos acharam, se gostaram ou ficaram decepcionados com o reencontro (mais ou menos) dos dois, o que esperam dos próximos capítulos e o que mais vocês quiserem falar... :D
Espero por comentários, ok? E se forem tantos e tão fofos quanto foram os do terceiro capítulo, talvez o próximo saia amanhã... Mas ainda não sei, vai depender de vocês.

Bjss, até o próximo :*



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