Chasing the Happy Ending escrita por Annie Cipriano


Capítulo 2
Capítulo 2 - Tobias


Notas iniciais do capítulo

Oi de novo... Tudo bem com vocês?

Esse capítulo se passa três anos depois do que o que eu já postei, ok? (aliás, a fic toda se passa três anos depois do primeiro cap. :/)

Então, esse é o capítulo do Tobias, pra vocês darem uma olhada em como está a vida dele e tals... E dando um mini spoilerzinho: não, ele não está namorando a Christina, se algum de vcs pensou isso quando leu a palavra "namorada" na sinopse... Slá, acho que seria muita sacanagem com a Tris

Ok, agora ao capítulo...
Espero que vocês gostem :)

PS.: Leiam as notas finais, ok? É importante



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/578143/chapter/2

– Tobias – ouço uma voz suave sussurrar.

Não ligo, ignoro. Viro-me para o outro lado da cama e jogo o cobertor em cima da minha cabeça, voltando a dormir.

– Tobias – insiste a voz, dessa vez está com uma pontinha de irritação. Ainda assim, me aconchego mais na cama e resmungo. Não adianta, porque logo sinto o edredom ser puxado violentamente do meu corpo e mãos me sacodem – Vamos, Tobias! É importante, você sabe que eu não te acordaria se não fosse.

Suspiro e abro os olhos, dando de cara com olhos cor de mel me encarando.

– O que foi? – pergunto, ainda meio grogue. Fiquei acordado até muito tarde ontem.

Lily olha para mim com uma expressão de cansaço e diz:

– Foram os rebeldes da margem de novo. Johanna não para de ligar. Aliás, você estava dormindo feito uma pedra, estava até roncando... Que horas você foi dormir ontem?

– Hum... Quatro ou cinco da manhã?

Ela fecha os olhos e balança a cabeça, um gesto ao qual já estou bem habituado.

Levanto-me da cama, pego uma roupa qualquer no armário e vou para o banheiro me trocar. Isso, de eu ir dormir tão tarde e Liv ter que me acordar por causa dos problemas com os rebeldes, tem acontecido mais frequentemente do que eu esperava.

Três anos atrás, quando conseguimos mudar tudo em Chicago e no Departamento, sobraram alguns rebeldes da margem que queriam mais uma guerra, pois acreditam que só assim conseguiriam paz, e até aí estava tudo bem, pois todos pensavam que eles esperariam anos e anos para voltar a atacar. Mas eles não esperaram. Resolveram criar confusão agora. O grande problema, no entanto, é que agora eles estão mais organizados, estão atacando os cidadãos que entram e saem de Chicago, além de, na semana passada, quase terem tomado o Departamento.

E o meu papel nisso tudo? Bom, como assistente de uma das nossas representantes governamentais, eu sou obrigado a participar das reuniões em que eles discutem o que farão com os rebeldes.

Eu, sinceramente, não entendo por que eles não podem simplesmente tentar viver suas vidas sem machucar mais ninguém, mas, aparentemente, eles gostam de guerras. Já expus minha opinião de que deveríamos mandar alguém ir lá – eu até me ofereci para ser essa pessoa – e falar com eles, perguntar o que eles tanto querem e tentar chegar a um acordo. Mas ninguém concordou.

Quando saio do banheiro, Emily já está na cozinha, preparando nosso café da manhã. Sinto o cheiro de café e vou até lá sorrindo.

– Está com fome? – pergunta ela, já me servindo uma xícara do líquido amargo.

– E como poderia não estar, com esse cheiro? – Lily ri e me beija de leve nos lábios, logo voltando para trás do fogão, onde prepara ovos mexidos.

Nós nos conhecemos há um ano, em um parque. Lembro-me bem desse dia.

Era um dos dias que eu mais sentia saudade dela, um dos dias em que eu não conseguia desviar o pensamento de Tris. Um dos dias no qual eu começava a me desesperar por não conseguir lembrar a cor exata de seus olhos, ou por simplesmente não tê-la aqui comigo. Esses dias começavam a ficar cada vez menos comuns, acontecendo só quando eu estava sozinho ou tinha tempo livre demais. Eu havia sonhado com ela de noite, e quando acordei não conseguia fazer nada além de abraçar o travesseiro e tentar evitar que as lágrimas caíssem.

E então, quando eu estava quase pegando o telefone e pedindo para Christina vir aqui me fazer companhia, resolvi que precisava de um pouco de ar. Saí de casa e andei em direção à praça que fica há alguns quarteirões da minha casa.

Chegando lá, sentei-me embaixo de uma árvore e lá fiquei. Não me lembro exatamente quanto tempo fiquei ali embaixo, mas foi o suficiente para o tempo mudar e começar a chover. Primeiro pequenas gotas finas, caindo na diagonal e deixando pontinhos na ponta do meu tênis. Porém pouco tempo depois a chuva ficou mais forte, com relâmpagos e trovões. E eu sabia que aquilo era perigoso, sabia que eu devia sair dali e procurar abrigo, mas eu não queria. Por um momento, pensei em ficar ali e torcer para um raio me atingir e acabar com a minha vida, assim eu iria finalmente voltar para o lado dela. E eu realmente considerei a possibilidade de sair debaixo dos galhos da árvore e ficar plantando em meio à tempestade esperando um raio me atingir. Esperando pela minha morte. Esperando por Tris.

Todavia, eu não tive a chance de me suicidar, ou de continuar pensando em como seria vê-la de novo, pois comecei a ouvir passos correndo na minha direção. Primeiramente, pensei que estava ficando louco – quem sairia em meio a uma tempestade para vir ajudar um cara que pode ser um maníaco?

Foi aí que eu a vi. A menina corria até mim, com uma expressão intrigada no rosto. Ela parou embaixo da árvore ao meu lado e falou:

– O que você está fazendo aqui? Sabia que isso é super perigoso, ficar no meio de um temporal? – mas ela não me deu espaço para responder, apenas continuou falando – Vem comigo, vamos para algum lugar até a chuva passar – e agarrou meu braço.

Lembro-me de me encolher ao seu lado embaixo do seu pequeno guarda-chuva, sem dizer uma palavra. Corremos juntos até o prédio mais próximo, onde o porteiro deixou que nós ficássemos no hall.

– Então, qual seu nome? – perguntou ela, deixando o a sombrinha de lado e sentando-se no sofá.

– Tobias – dei uma pausa constrangedora – Por que você foi me ajudar?

– Porque... Você estava sozinho na chuva, você precisava de ajuda, Tobias.

– Bom, obrigado – agradeço, sentando-me ao seu lado no pequeno sofá.

– Ah, a propósito, meu nome é Emily – esclareceu, estendendo a mão – Mas pode me chamar de Lily se quiser.

Depois desse dia, nós nos encontramos algumas outras vezes, nos tornamos amigos. E depois, ela queria dar um passo maior na nossa relação, queria que fôssemos namorados. Na época, faziam só sete meses que nós nos conhecíamos, e eu não estava seguro de que conseguiria ter outra relação assim depois de Tris. Contei a ela sobre a morte do meu grande amor, e, ao contrário do que eu esperava, ela entendeu e me deu tempo. Avançamos a relação devagar, até que, por fim, assumimos o namoro.

Eu amo Emily, mas ao é o amor que eu sentia por Tris, acho que eu nunca vou conseguir sentir a intensidade do que eu sentia por Tris com outra pessoa, ela era única, incrível. Ela vai estar comigo para sempre, provavelmente nunca vou superá-la. Talvez daqui a muitos anos, o sentimento comece a esmaecer e eu fique plenamente feliz somente com Emily e meus amigos, mas para isso acontecer, muito tempo terá que se passar.

– Ah, sua mãe ligou também – informa ela, trazendo os ovos para a mesa – ela disse que vai passar aqui depois.

Outra coisa muito interessante que aconteceu, foram os telefones e celulares. Não precisávamos deles antigamente, nem sabíamos o que eram, mas agora eles “entraram na moda” e todo mundo tem um.

– Tá bem – e começamos a comer.

Depois do café da manhã e de ter me despedido de Emily, saio para ir encontrar Johanna e os outros governantes no prédio usual. Chegando lá levo a bronca também usual pelo atraso e nos sentamos em torno da mesa de reuniões.

Johanna se inclina para mim e me conta o motivo daquilo: alguns rebeldes invadiram a fronteira de Chicago e mataram dois homens de rua. Os governantes estão super irritados e querendo vingança.

Como assistente, na verdade, meu trabalho seria tomar notas do que eles falam ou qualquer coisa assim, mas todos aqui sabem que eu tive grande participação no que aconteceu três anos atrás que mudou tanta coisa, então participo de reuniões como se fosse um dos governantes.

Depois de todo o blá blá blá do começo, Lucian, um cara alto e sempre sério que ajudava a coordenar o Departamento, exclama:

– Nós devemos eliminar todos eles de uma vez! Joguem uma bomba ou qualquer coisa assim lá.

Todos na mesa olham para ele, chocados. Lanço-lhe um olhar de puro nojo.

– Lucian, não pretendemos chegar a esse ponto – afirma Johanna com a voz firme, tentando acalmar os nervos de todos – Nós precisamos barrar a guerra que eles pretendem criar, mas não com mais mortes.

– E o que você quer que nós façamos? – pergunta o baixinho e irritado Lionel – Sentemos e esperemos mais destruição? Ou você prefere que conversemos com eles para explicar que uma guerra não pode acontecer? Nós já passamos por problemas demais!

Johanna parece se lembrar de algo. Olha-me pelo canto do olho, inclina um pouco a cabeça e fala:

– Na verdade, é uma boa ideia – todos olham para ela como se a mulher fosse louca – Tobias já havia se oferecido para ir lá e falar com os rebeldes. Nós podíamos mandá-lo.

Objeções começam a pipocar por todo o lado. Não me envolvo. São muito raras as vezes que eu falo alguma coisa, e sei que agora não é o momento certo. Uma discussão longa e chata então começa, e eles debatem os prós e contras de me mandar para a margem. Depois de algumas horas, a resposta finalmente vem:

– Devido a uma votação, por democracia, resolvemos mandá-lo para a margem, Tobias – informa-me Johanna – Você vai precisar convencê-los a parar com isso. Pode negociar com os rebeldes, tendo em mente o que nós podemos oferecer.

Na saída, ela me para e sussurra:

– Você é nossa última saída, depois do que eles fizeram ontem quase todos estão a favor de matar todos os rebeldes.

Suspiro e assinto, saindo do lugar. A ideia de ir para fora de Chicago de novo me apavora, trás lembranças demais, coisas que prefiro deixar enterradas em meu coração. Mas agora eu terei que voltar para lá, ou vou ser o responsável por centenas de mortes.

Sim, eu voltarei para a margem. Mesmo sabendo que isso será muito perigoso, eu voltarei lá e salvarei aquelas pessoas, mesmo que eles tenham feito coisas ruins, tenho certeza que pelo menos alguns são bons.

E mesmo que isso vá me trazes memórias indesejadas, vou fazê-lo, porque sei que é o que Tris faria, sei que é o que ela me diria para fazer.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Tá, eu sei que foi um capítulo paradão, mas é que a vida dele tá paradona por enquanto... As coisas vão se agitar mais no próximo, I promise
Mas então, o que acharam do capítulo? O que vcs acharam da Emily?

Ok, agora o motivo de eu ter pedido no início pra vcs lerem as notas finais: gente, eu tô vendo que tenho um monte de pessoas acompanhando a fic, mas só uma comentou :/ (beijão aí pra linda da Duda Wolff que comentou :*)
Eu ia esperar mais pra postar esse capítulo, pra ver se ninguém mais comenta, só que eu vou ter que viajar amanhã e pra onde eu vou não tem internet, então eu vou ficar um tempinho (não sei quanto) sem postar e eu queria deixar pelo menos 2 caps. antes de ir...
E agora, sendo muito chata, eu só vou postar quando tiver no mínimo 4 comentários... Sim, eu também o.d.e.i.o quando o autor faz isso, mas vcs não comentam! O que mais eu posso fazer? Prometo que paro de fazer isso de só postar quando tiver X comentários, mas só quando vcs começarem a comentar sem eu ter que implorar...

Ah, e só pra deixar vcs animados: no próximo, vai ser quando a Tris escapa (ou seja: vai ser bem mais animado que esse), e vai aparecer o divo dlç do Uriah...

Pronto, acabei... Espero comentários, ok?

Bjs no ♥ de vcs ;)