Garota Desastre escrita por Principessa V


Capítulo 10
Frases de banheiro...


Notas iniciais do capítulo

Ragazzas, desculpem a demora, mas eu já tinha avisado que depois que voltasse para a Itália, seria assim, sem muito tempo pra escrever.



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— Nathan, pode me fazer um favor? — Perguntei educadamente e ele me olhou como se eu tivesse dito que tinha engolido o Bob Espoja pegando fogo dentro da água.

— Apesar de você não merecer, depende, e ganhou um depende só por que pediu educadamente. — Nathan sorriu pra mim e Jennifer deu um risinho.

— Chama um dos seus amiguinhos do time, pra ficarmos em um número par. — Falei e apontei para o lado de Jennifer. Olhei para a mesa dos meninos e, aparentemente, eles ainda não tinham me notado ali.

— O que?! — Os dois gritaram e eu revirei os olhos.

— Somos três nessa mesa, mas o três me agonia, então chama um amigo seu, por que eu não ia aguentar um amigo da Jennifer aqui e eu não tenho amigos. — Expliquei.

— Oh, Nayana, que triste de falar isso, é claro que você tem amigos, eu sou sua amiga. — Jennifer falou e tentou pegar minha mão, mas eu puxei, ela fez cara de chateada.

— Não é não. — Falei e cutuquei Nathan com o cotovelo. — Fala pro Nathan qual você quer.

— Qual eu quero? — A tapada perguntou, confusa. Nathan apenas sorriu. Eu já disse que odeio quando ele começa a dar esses risinhos, não falei?

— Sim, sua idiota. Qual dos jogadores você quer? — Jennifer ficou tão vermelha, mas tão vermelha, que se ela estivesse na rua eu tenho certeza que todos os carros parariam, confundindo com um sinal, era bom pra usar quando eu quisesse atravessar.

— E... Eu... Eu não sei. Qualquer um. — Ela gaguejou, conseguindo ficar mais vermelha. Me deu vontade de bater nela.

— Então chama o Cueca, Nathan, já que pode qualquer um. — Cueca era o cara que ajudava nas tarefas do time, ele não era realmente do time, era um moleque pálido, punheteiro e espinhento. Eu não queria ficar perto dele, mas pra ver a Jennifer desconfortável, valia tudo.

— Não! — A ruiva de caixa gritou tão alto que algumas pessoas nas mesas próximas olharam, foi divertido ver a vergonha dela quando notou. — Tudo bem, tudo bem… Pode ser o Jonathan ou o Eddie. — E ela finalmente escolheu, acabando com a minha diversão, Nathan enviou as mensagens.

— Eu só quero deixar bem claro, que eu preferia o Cueca. — Falei emburrada, virei discretamente o rosto e notei que Jéssica tinha me notado ali, o que significava que em pouco tempo toda a mesa do Rafael saberia disso, me aproximei de Nathan, murmurando próxima ao ouvido dele, para que só ele escutasse. — Finge que é meu namorado, um pessoal vai vir aqui.

— Como é que é?! — Ele falou parecendo surpreso, mas teve a decência de manter o tom baixo.

— Do jeito que eu falei, quando o pessoal chegar aqui, segura na minha cintura e haja como se fosse meu namorado.

— Hm… Tudo bem. — Ouvi o riso dele próximo a minha orelha e o hálito quente que tocou meu pescoço, levei a mão até aquela área e dei tapinhas para aplacar a sensação esquisita que surgiu ali.

— Não quero nenhuma gracinha. — Avisei e tudo que recebi como resposta foram mais risadas.

— Nayana, quantos anos você tem? — Jennifer perguntou. — Sei lá, você tem corpo de 18 anos. — Ela completou, ao perceber que eu a ignorava.

— Eu realmente tenho o corpo de uma pessoa de 18 anos, e guardo ele na geladeira de casa. — Falei, dando um sorriso de psicopata, vi Jennifer tremer dos pés a cabeça, o que só me fez aumentar ainda mais meu sorriso.

Então a ruiva baixou a cabeça e começou a mexer no celular. Aproveitei o momento de silêncio e comecei a olhar em volta, o lugar tinha paredes vermelhas e pretas, alternadas, as mesas eram redondas, de plástico preto e resistente, as cadeiras lembravam o acento de carros antigos, o chão era de lajotas pretas e brancas, como um tabuleiro de xadrez, a iluminação na parte de dentro era amarelada, o que me dava sono. Era um local agradável.

— Jonathan não vai poder vir, mas o Eddie já está vindo. — Avisou Nathan, Jennifer corou novamente e balançou a cabeça, sem dizer nada.

— Mas, afinal, você chamou o Cueca? — Eu perguntei e Nathan riu, assim como a ruiva, que pareceu que ia comentar algo, mas logo escutei alguém se aproximar

— Nay, minha linda, não sabia que viria pra cá hoje. — Jéssica falou animadamente e tascou um beijo molhado na minha bochecha, me segurei na borda da mesa pra não dar um tapa na fuça dela.

— Oi, Nay. — Disseram as outras meninas, atrás de Jéssica e parecendo desconfortáveis.

Jéssica era o exemplo perfeito de tudo que eu detestava em alguém. Ela era intrometida, metida, esnobe – uma menina meio pobre que se achava a rica –, puxa saco, carente de atenção, falsa e vadia. Não vadia do tipo “deu pra toda a torcida do Coríntias”, eu respeitava esse tipo de “vadia”, elas mostravam que aproveitavam bem a vida, se fosse eu, cobraria, afinal tem gente que até trabalha por dinheiro, horrível, eu sei. A palavra trabalho me dá arrepio.

Jéssica era uma vadia de personalidade – por que ela sempre dizia que não era “qualquer um” que ia tocar nela. Ela se jogava pra cima de todos, todos, os garotos e quando eles tentavam algo com ela, Jéssica corria pro pai e dizia que estavam tentando abusar dela. Era a segunda melhor dançarina na classe de mamadi, a primeira sou eu, então ela compensava a falta de habilidade dela sendo puxa-saco. Gente, minha mãe é o ser mais exigente do mundo com dança, eu, quando mais nova, saí correndo várias vezes da sala, chorando, quando ela brigava comigo por não fazer direito, se sou boa hoje foi de tanto ser esculachada quando mais nova. Ela sempre se metia quando eu e os meninos estávamos juntos, faz de tudo pra chamar atenção e eu sei que ela me odeia. Obviamente por não ser tão boa quanto eu, na vida.

— É por que eu não te disse nada. — Falei, revirando os olhos e ela riu, como se eu estivesse brincando.

— É verdade, mas eu realmente deveria ter te avisado do aniversário do Rafinha, é isso que estamos comemorando, deve ser péssimo pra você tudo isso. — Ela disse isso com uma expressão que, eu imagino, era para ser confortadora, mas o brilho nos olhos dela me disse a verdade, que eu saberia mesmo sem isso: Jéssica estava jogando na minha cara que eu e os meninos não éramos mais amigos. Então eu sorri.

— Na verdade, não. Ligo tanto pra isso quanto ligo pro Ken. — Sorri e apoiei meu cotovelo na mesa.

— Quem? — Jéssica ficou confusa e eu sorri mais.

— Exatamente. — Me virei e apontei para Jennifer. — Essa é Jennifer, uma das minhas fãs na escola e esse é Nathan, meu namorado. — Apontei para o moreno, que sorriu que o Coringa, já Jennifer arregalou tanto os olhos que eu jurava que eles iam cair na mesa a qualquer instante. A boca de Jéssica e das meninas caíram e nesse momento chegaram os meninos.

— E aí, Nay? Como vai? — Perguntou Henrique, com os meninos todos em volta.

— Do jeito que você tá vendo. — Respondi e me deitei levemente contra Nathan, que me segurou de forma firme, mas sem gracinhas.

— Faz tempo que a gente não vê você. — Luan falou.

— A gente tá se vendo agora, e me viram no restaurante um tempo atrás. — Falei e bocejei, aquela luz amarela realmente dava um sono…

Então, Eddie chegou. Ok, ok, ele era lindo, provavelmente o garoto mais lindo da escola. Eddie tinha incríveis olhos cinzas, cabelos negros e era muito forte, muito forte mesmo, devia medir no mínimo 1,90m, o que era bizarramente lindo pros seus 18 anos, os olhos eram baixos e o maxilar dele era quadrado, o filho da puta faria qualquer garota hétero molhar a calcinha, sério mesmo. Jéssica e as outras meninas só faltaram babar quando ele passou, cumprimentou Nathan e se sentou ao lado de Jennifer, que quase se enterrou com os olhares que Jéssica enviou pra ela, nesse momento uma espécie de vontade esquisita de defender a ruiva chegou, sério, mas fiquei com preguiça.

— Nayana, é sempre um prazer. — Ele disse, sorrindo de lado, sensualmente.

— Pena que eu não possa dizer o mesmo, Eddie. Pare de ser tão babaca. — Ele levantou uma sobrancelha, mas acabou rindo, logo começou a olhar em volta, parecendo só agora notar a comitiva parada ao lado da nossa mesa.

Os meninos, notei, não gostaram de Eddie mais do que gostaram de Nathan. Mauricinhos nunca foi o estilo deles. Quase ri com isso.

— Então, melhorando o que eu disse: faz tempo que a gente não se fala. — Luan pareceu com mais coragem de falar, não sei por que ele fez algo idiota assim.

— Do jeitinho que vocês queriam, não vi problema nisso. — Pareceu que todos os meninos murcharam juntos.

— Afinal, queriam alguma coisa? — Falei, já perdendo a paciência.

— Só dar um oi, mesmo. — E só então, para meu desgosto, notei Rafael ali, com Lucas do lado. O encarei com raiva, desprezo e uma intensa saudade de bater nele, virei o rosto, mas pensando melhor… Voltei a olhar para ele e sorri falsamente.

Dei parabéns a Rafael e ele agradeceu, parecendo chateado com algo, Jéssica foi a vadia de sempre, Jennifer, por algum caralho de razão, se levantou para cumprimentar todo mundo, se jogou em Rafael, Jéssica foi mais vadia… Mas, a verdade é que nada disso realmente chamou minha atenção de verdade, o que estava em meu foco era Nathan, que cada vez mais se aproximava de mim, me apertava com mais firmeza e suspirava mais próximo ao meu pescoço.

Virei o rosto na direção dele para perguntar, sussurradamente, o que diabos ele achava que estava fazendo. Porém, quando fiz isso, ele segurou delicadamente no meu rosto, acariciando de leve, meu estômago apertou e esquentou e eu nada pude fazer quando ele encostou os lábios nos meus, apenas fechei os olhos. Seu cheiro e gosto penetraram em meus sentidos e eu agarrei o colarinho da camisa dele, lembrando que éramos “namorados”. Os dedos dele acariciavam meu pescoço e atrás de minhas orelhas, e Nathan me puxava para ele, assim como eu o puxava, com força. Mostrando para Rafael e companhia que eu estava bem sem eles.

Assim que soltei a camisa de Nathan e descolei nossas bocas, olhei em volta, percebendo Jennifer e Eddie com os queixos na mesa, surpresos e Rafael e os outros meninos já tinham voltado para a mesa deles. Sorri de felicidade ao conseguir ter chateado eles, mas logo lembrei o que Nathan tinha feito, virei para ele e soquei seu peito.

— Ai, sua… — Ele resmungou o resto, o que foi bom, teria apanhado de novo se eu tivesse escutado.

— Se fizer isso de novo eu te mato. — Falei ameaçadoramente, cutucando o local onde tinha batido. Nathan fez uma careta que era meio de dor e meio de riso.

— Eu vou morrer é se não fizer de novo. — E ali estava ele, confessando que ia fazer de novo.

Abri a boca, com raiva e surpresa com tamanha cara de pau. E fiz o que qualquer menina na minha situação faria, obviamente: Mordi seu lábio inferior.

Mordi até sentir o gosto de sangue… Queria ver ele beijar alguém agora, mesmo que fosse o vento.

☺☺☺

Você me faz correr demais

Os riscos desta highway

Você me faz correr atrás

Do horizonte desta highway

Ninguém por perto, silêncio no deserto,

Deserta highway

Estamos sós e nenhum de nós

Sabe exatamente onde vai parar

Mas não precisamos saber pra onde vamos

Nós só precisamos ir

Não queremos ter o que não temos

Nós só queremos viver

Sem motivos nem objetivos

Nós estamos vivos e é tudo

É sobretudo a lei

Dessa infinita highway, highway

Meu pé ia batendo no ritmo da música, e eu faria de tudo pra ir na highway, parecia bem legal. Eu não conhecia o cantor, nem a música, mas estava gostando. Nathan estava com gelo na boca e Eddie cantava a música sem fazer som nenhum, já Jennifer tinha ido ao banheiro.

— Se uma pessoa morre queimada, ela recebe desconto para ser cremada? — Perguntei de repente, fazendo os meninos me olharem, Eddie pareceu ponderar e Nathan ainda parecia ressentido com o que eu fiz.

— Acho que não, já que o processo de cremação envolve muita limpeza, principalmente da parte interna do corpo, até onde eu saiba. — Eddie falou ainda pensativo.

— Está eucuada com ixu? — Nathan tentou falar, mas sem conseguir tocar os dois lábios, eu sorri, feliz com a dor dele.

— Se eu estou preocupada com isso? — Ele balançou a cabeça afirmativamente e assenti. — Eu, não, preocupada nunca. Sou mais tranquila que mosquito em perna de tetraplégico. — Dei de ombros e Eddie começou a gargalhar enquanto Nathan balançava a cabeça e apenas sorria, mesmo com a dor do lábio ferido.

— Você é mais divertida do que eu imaginava. — Eddie parecia realmente surpreso, não duvidei dele.

Ficamos ali mais um tempo, apenas esperando Jennifer para que pudéssemos ir embora, mas ela estava demorando. Estava prestes a ir buscar ela pelos cabelos quando, finalmente, a vi voltar da área dos banheiros, mais pálida que o fantasminha camarada e cambaleando levemente.

Todos nos levantamos e, quando ela se aproximou, Eddie notou como ela estava.

— Está tudo bem? — O moreno perguntou, com o cenho cheio franzido.

— Eu fui ao banheiro, quando cheguei lá, tinha uma frase em cima do sanitário — Nathan murmurou um “que farase” e Jennifer olhou pra cima, parecendo balançar levemente. — Dizia “Favor não entupir o vaso. A mão que desentope é a mesma que faz o seu lanche.”

A mesma careta de nojo tomou conta dos nossos rostos. Então Jennifer faz algo horrível, péssimo mesmo.

Ela desmaiou em cima de mim e fomos nós duas pro chão.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam?
Gostaram do Eddie? (Ele também faz parte de Inconfidentes, da Letícia).
O que acharam dessa atitude do Nathan?
E da malvada da Nay? Jennifer... Ohaohsoahsoahs'
Onw, ragazzas, quanto mais vocês comentarem, mais rápido saí o próximo capítulo, sério, vendo que vocês estão gostando eu me esforço pra postar mais rápido, então comentem muuuuito e indiquem pros amigos, inimigos, pro cachorro e pro seu porteiro (pode ser o da escola, sei que ele vai gostar).
Beijinhos :*

Ps: Esse da foto é o Eddie, caso a foto dele não tenha aparecido, é essa: https://pbs.twimg.com/media/BI8dAMDCcAA_yAx.jpg



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