Meu Cupido Me Odeia escrita por Ilana Sodré


Capítulo 5
Confusões, brigas e confissões depois de uns drinks a mais


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas. Mais um capitulo para vocês. Conheçam a história de Allef Cardoc e Ella Fortescue. Espero que gostem dele.
Beijoos!



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Capitulo 5 — Confusão, brigas e confissões depois de uns drinks a mais

Pode não parecer, mas, quando meus pais prometeram que me dariam uma noiva, nunca, em um milhão de anos, eu imaginaria que seria Ella Fortescue e imaginaria menos ainda que iriamos morrer da forma como morremos. Sei que não é a minha vida que está em pauta, mas gostaria de atualizá-los adequadamente sobre essa história.

Eu fui um guerreiro, com menos de um por cento das informações que tenho hoje. Eu era tão ignorante que doía, talvez isso se devesse à sociedade da época. Depois de voltar de mais uma batalha, arranjaram-me uma noiva. Uma bela jovem que estava trancada em uma construção a espera de salvação. Era um grande exagero, mas quando cheguei até jovem eu decidi que casaríamos e que eu a salvaria.

Não consegui salvá-la, morremos os dois na tentativa. Não consegui tirá-la da construção em chamas e por isso, até hoje, me culpo. Morremos ao cair de uma grande altura. Eu e Ella, descobri depois que chegamos ao lar dos cupidos, havíamos sido destinados a arte de lançar flechas. Não nos conhecíamos realmente, mas o pouco que havíamos visto um do outro fez com que não quiséssemos uma aproximação. Ella odiava a minha rudeza e tudo que eu era e que não deixaria de ser tão cedo. E eu odiava a servilidade dela — Aquela era uma época em que servilidade feminina era superestimada e eu, ainda assim, odiava — e todos os seus discursos amorosos.

Acontece que ao nos distanciarmos nos tornamos bons no que fazíamos. Como fui conhecido por juntar casais impossíveis, ela juntou os mais bonitos, alguns viveram quase toda a vida junta. Acho que isso é o que faz Ella feliz, acreditar no amor e em toda a baboseira que ela exalta. E é exatamente por isso que ela ficou muito, muito chateada quando viu em quem eu havia atirado aquela flecha.

—O que diabos você pensa que está fazendo, Cardoc ? — Não disse nada, apenas lembrei do tempo passado e de tudo que havíamos vivido até aqui.

É claro que depois de milênios ela não se cansa de jogar na minha cara que nunca amaria alguém como eu e ela está realmente certa. Eu não presto, nem um pouco. Mais uma prova é o que acabei de fazer...Não que eu sinta culpa, eu não sinto. Mas gostaria de ter acertado tudo com meus planos.

—É, ela está certa. Que diabos você estava fazendo ? — Ella olhou espantada para James e aquilo fez seus olhos brilharem.

—Você também acredita no cupido. — Ella deu um sorriso que realmente me deixou chateado. Mais uma caindo nessa "fofura" de JP. Nunca pensei que Ella chegaria tão baixo assim. — Eu acho você e srta. Evans um par perfeito, a proposito.

—Você está me dizendo que acredita em JP com a ruiva ? Ah, cala a boca, Ella.

—Não estou falando com você, cale-se. Você estragou tudo, olhe, Cardoc, eu vou te dar algumas horas para pensar em um bom plano, enquanto o pobre rapaz fica... Bem, fica do jeito que está. Apaixonado por alguém que ele realmente não ama, só você para fazer algo tão cruel.

—Não foi de propósito, Ella. Eu não sou esse monstro que você pensa que sou.

—Você é pior. — Ella e James disseram em uníssono. Aquilo parecia realmente um complô.

—Olha, sei que não posso me meter nisso, mas você...Você está aqui para flechar quem ?

—Não abuse, James. — Mesmo ela falando isso, James sorriu. — Agora vá ajudar seu amigo, eu vou cuidar dele.

—Obrigada, Ella.

—Ella...

—Você ultrapassou todos os limites, Cardoc. Você brincou com nosso código de honra...

—Código esse que eu não me serve, eu nunca jurei nada a ninguém.

—Você é mesmo um caso perdido. Por isso que 'Ele' me mandou. Queria se certificar que você faria tudo da maneira certa, se tratando de James Potter.

—Por favor, Ella. — Desdenhei — Você viu que foi um acidente. — Eu estava sentado em uma das cadeira do Bar. E Ella estava em minha frente, furiosa. Aquilo até parecia uma cena do passado, minhas memórias de Ella eram sempre assim, sobre algum momento em que ela não estava nada bem comigo. — Você também já errou...

—Olhe, eu não descumpri um código, não atirei em um rapaz que ama outra pessoa. Por favor, olhe o estado daquele rapaz ali. Temos que reverter isso. Sorte a sua, que o único real sentimento que ele tem por Severo Snape é indiferença. Se é que posso chamar isso de indiferença.

Ella se calou e eu apenas a olhei. Nunca havia sentido tanta raiva em minha vida, ela havia me pego no flagra, estava mais uma vez chamando minha atenção, como um menininho que faz algo errado. Aquilo nunca me fez bem. Eu havia errado mais uma vez. O olhar de Ella dizia tudo. Tentei não me impressionar com ele, mas eu havia matado nós dois, há alguns milênios atrás.

—Por favor, pare de pensar nisso. — Ella disse irritada. — Morremos por causa do maldito incêndio. Você nunca nos mataria de propósito, Allef.

—Porque diabos você está lendo meu pensamento ? — Pois é, nós podemos ler o pensamento um dos outros. E Ella estava, naquele momento, invadindo minha privacidade.

—Desculpe, seu olhar... Bem, você é bem transparente quando não está aterrorizando criancinhas.

—E você agora parece ser comediante...

—É, posso ser, mas foi você quer fez papelão...

—Quantas décadas vamos precisar para resolver mais essa briga ? — Ela sorriu.

—Essa briga será resolvida antes do que pensa, Cardoc. Muito antes. — Ela me deixou sozinho e curioso.

Típico de Ella.

Potter estava ao lado de Lily, os dois estavam sentados no bar, como se houvessem acabado de se conhecer. Aquilo, para mim, pareceu muito estranho. Ainda mais depois e ter visto Remus trancado com Sirius no banheiro para tentar entender de onde havia surgido aquela paixão repentina por Severo Snape, paixão essa que duraria muito tempo até que eu e Ella pudéssemos fazer algo para contornar a situação.

Lily estava com um drink de cor azul e James bebia, em um copo enfeitado com sombrinhas e azeitonas, um drink rosa. Os dois pareciam mais relaxados do que a ocasião permitia. O amigo deles estava no banheiro, caramba, qual o problema desses dois ? E ele não estava com dor de barriga ou algo do tipo, o cara estava apaixonado por um cara que ele odiava. Eu sei que é normal, mas se tratando de Sirius Black, quem em sã consciência acreditaria em tal boato ? Pois é, bons amigos esses dois.

Eu parecia estar assistindo a um programa de TV, os dois estavam tomando coragem para tocar no assunto... Um assunto que machucaria os dois, de qualquer forma. Lily olhou para James e ele se perdeu nos belos olhos verdes da ruiva. Um pequeno sorriso se formou em seus lábios ele queria abrir seu coração, queria contar tudo a ela, tudo mesmo, desde os ataques estupidos da infância até aquelas três palavras , as três conhecidas e mais temidas palavras que podem andar juntas e alinhadas.

—Você é um covarde, Potter. — Falei. — Nunca vai dizer nada a ela.

—Claro, seu idiota! Você estragou tudo!

— James ? — Lilian parecia um pouco assustada e eu ri alto.

—A bebida, Lil, ela bateu na minha cabeça.

—Nós temos que conversar, James.

—Ui, Potter. Isso não está parecendo nada bom para mim. Tem certeza de que eu estraguei tudo ? — James me deu um olhar mortal antes de se virar para Lilian.

—Lily...

—Eu vou aceitar o pedido de noivado de Severo.

Eu senti duas pontadas. Uma que me dizia claramente que eu era o culpado pela decisão de Lilian... Mas o outro, esse se sentia vingado, foi esse que fez meu sorriso se alargar, o mesmo que fez James Potter não ter uma resposta. Ele estava calado, parado, sem saber o que dizer a Lily. Poderia muito bem ter falado que a amava, mas do jeito que conheço a ruiva duvido muito que isso ajudaria a contar pontos para Potter.

—Ótimo, Lily. — James bebeu seu drink rapidamente e pediu uma dose de vodka ao barman.

—James eu e Severo namoramos há alguns meses, mas ...

—Não quero saber do seu romance, Lilian! — Ele virou também o copo de vodka e com um gesto pediu outra dose ao barman.

—Você pode ao menos me ouvir.

—Se você ouvir o que eu tenho a dizer, sim, eu ficarei muito feliz em te ouvir. — E olha que eu achava que eu era o sarcástico da dupla. Se é que posso nos chamar de dupla.

—Eu e Severo namoramos há poucos meses, mas nós somos amigos desde que somos crianças e isso... Bem, acho que isso conta.

—Ah, por Deus, Lily. Você acha mesmo que isso conta ? O que conta é amar uma pessoa de verdade, você ama Snape ? Você consegue sentir sua barriga formigando quando chega perto dele ? Você se sente nervosa quando ele te beija ? Sente alguma coisa parecida, Lilian ? Quando vocês estão juntos você sente que é apenas você e ele no mundo ? Se você não se sente metade disso, Lilian, você não pode achar que o ama. Vamos lá, Evans, me diga, você o ama ?

Foi a vez de Lilian beber sua bebida e ao invés de pedir mais ao barman, ela pegou a dose que James havia pedido e ainda não havia tocado. E virou. James a olhou, um pouco assustado. Os olhos verdes o encaravam de uma forma que James jamais havia visto em toda sua vida. Havia magoa, raiva, havia todo o ressentimento reprimido que Lilian Evans nunca foi capaz de colocar para fora.

— Eu fui apaixonada durante toda minha vida por um mané, que me fez de idiota, que riu da minha cara, me esnobou, me tratou com se eu não tivesse importância e então eu encontrei um homem maravilhoso, que gosta de mim desde que somos crianças. Que sempre me amou, mesmo sabendo que eu não conseguia amá-lo da mesma forma. Isso que Severo sente por mim é amor, James. Algo que você nunca vai saber, algo que você nunca vai sentir, sabe porquê ? O seu problema não é perder alguém que você ama, porque você nunca me amou, nunca. Você está estupidamente irritado porque você está perdendo alguém que te amou durante toda a vida e que você nunca soube valorizar, você está sentido pela perda, não pelo sentimento.

—Lilian... — James tentou se aproximar, tentou tocar seu braço, era a primeira vez que Lily falava tão abertamente dos próprios sentimentos.

—Não, James. Eu já aprendi. Nem ao menos consigo acreditar no que aconteceu conosco há alguns meses... Foi um erro. — Ela se levantou de sua cadeira e andou para longe de James. Foi atrás de Dorcas e de Marlene, que parecia arrasada com a paixão repentina de Sirius por Severo.

James seguiu para junto de Remus e Sirius que já havia saído do banheiro e agora estava do outro lado da boate. Eu senti mais vontade ainda de provocá-lo. Mas deixei passar por causa do emproado do Black.

—Eu amo ele, Remus! A-M-O. O que mais preciso falar para você entender ? — James até riria da situação se não fosse tão trágico.

—Sirius, não damos a mínima para sua descoberta Homossexual — James começou, achando bizarra aquela situação — Desde que você ame alguém que não seja Severo Snape.

Sirius Black colocou as mãos na cintura, ele sempre fazia isso quando estava irritado. Como se James tivesse dito a coisa mais estúpida de sua vida. Eu soube que James ouviria por algumas horas.

—Qual é o seu problema, James ? — A voz naturalmente rouca de Sirius estava mais aguda e pastosa. James suspirou.

—É Potter. Perdeu seus dois grandes amores para Severo Snape, no mesmo dia.

—Foda-se, palhaço! — Ele se virou para mim e deixou Remus intrigado e Sirius de queixo caído.

—Porque está falando comigo assim, James ?

—Não estava falando com você, Sirius!

—Quero ver você sair dessa, Potter. — James estava furioso e eu não estava ajudando muito.

—Remus... — Ele ignorou Sirius e a irritação dele. — Lily vai casar com Snape.

— O QUÊ? O quê aquela ruiva de araque acha que está fazendo ? —Sirius gritou atraindo a atenção de algumas pessoas e de Marlene, que estava olhando para Sirius sem entender nada.

—Sirius, se ouça. Você odeia Snape.

—Ah, Remus, até você ? Eu o amo. Nós somos alma gêmeas, nascemos para ficar juntos, como... Como HELENA BOHAM CARTER E TIM BURTON! — Sirius gritou e Marlene, do outro lado da sala gritou de volta!

—ELES SE SEPARARAM, SEU IDIOTA!

Sirius se calou. Olhou para Marlene como que com pena e foi até ela. Remus e James se olharam e foram atrás. Marlene estava com os olhos vermelhos, a maquiagem borrada e não conseguia deixar de olhar ferozmente para Sirius. Lilian estava ao seu lado e Dorcas um pouco mais a frente, como se para protegê-la de qualquer coisa de Sirius viesse a fazer ou falar.

—Vamos lá, Kinnon, não me olhe assim. — Os amigos se entreolharam.

—Não fale comigo, Black.

—Marlene...

—Porquê, Sirius ? Que tipo de brincadeira idiota é essa ?

—Eu não posso ser gay ? — Marlene o olhou pedindo paciência aos seus.

—Claro, mas eu sei que você não é gay. Que tipo de brincadeira estranha é essa ? Quero dizer, mesmo se você fosse gay, você nunca, nunca mesmo se apaixonaria instantaneamente por Severo Snape. O cara que você mais odeia no mundo.

—Ai Leninha, você precisa começar a assistir filmes adolescentes, é assim que o amor floresce. — Lily deu uma risada irônica e Sirius a olhou com as sobrancelhas arqueadas. — Algum problema, Evans ?

—Vamos lá, Sirius. Você já fez Marlene ficar chateada, já pregou sua peça já brincou e espantou Severo daqui, podemos voltar para a despedida de solteiro de Dorcas e Remus.

—Vocês acham que é brincadeira, não é mesmo ? Só porque você é namorada dele, Lily, não quer dizer que eu não possa tentar nada.

—SE OUÇA, SIRIUS! — A falsa paciência de Marlene foi embora. Suas lágrimas voltaram a cair e ela começou a tirar o sapato de salto. Sirius tocar o braço de Marlene, mas ela o empurrou para longe — Estou fora dessa loucura.

—Kinnon! Lene! Mckinnon! — Sirius gritou, mas foi em vão. Nem ele mesmo sabia o que estava acontecendo consigo.

Ele havia planejado toda a noite. Havia finalmente comprado um anel para Marlene, subiria onde o D'J estava, conversaria com ele e pediria gentilmente para que ele colocasse uma mídia que ele havia feito, cantando para Marlene, a pedindo em casamento. Depois de alguns anos de namoro, aquilo parecia no mínimo justo. Mesmo que os dois tratassem o relacionamento apenas como relacionamento, sem rótulos, Sirius sabia que estava na hora de propor. Alguns anos depois, quando já estivessem estabelecidos no mercado de trabalho, poderiam se casar e viajar pelo mundo, ter filhos ou qualquer outra coisa que Marlene quisesse.

Mas algo aconteceu. Ele viu Snape entre e se aproximou apenas para informar ao idiota que aquilo era um encontro de amigos, mas antes que pudesse dizer algo, sentiu. Sentiu uma paixão por Snape, uma paixão que provavelmente nem a própria Lily seria capaz de sentir. Ele sabia que não era o mesmo sentimento que tinha por Marlene, era diferente. Era a diferença do chocolate que ele e Marlene faziam em casa para aquele que os dois compravam no mercado. Era industrializado, mas ainda assim, muito bom.

Era como uma paixão repentina, um desejo, ele queria Severo Snape, mesmo sabendo que nunca havia sentido paixão por homem algum, aquilo não lhe interessava, ele queria aquele homem. Só havia dois probleminhas em seu caminho: Marlene Mckinnon e Lilian Evans. O problema Lilian seria fácil burlar assim que ele chegasse até Snape... Mas Marlene ? Sirius estava fazendo a escolha, entre uma flechada lançada pelo cupido e o amor de sua vida...

Talvez eu não esteja fazendo com que vocês entendam. Uma fecha de um cupido não produz amor, mas faz com que pessoas se apaixonem. É claro que ainda existe o sentimento de amor, Sirius ama Marlene, é claro. Mas a paixão que ele sente por Snape é algo... Algo incontrolável. Algo que fará com que ele vá atrás de Severo e, do jeito que Sirius Black consegue ser insistente e sedutor — Ella disse isso, não eu — eu sinto pena do que Severo passará.


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