Meu Cupido Me Odeia escrita por Ilana Sodré


Capítulo 4
As flechas de um cupido


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas. Desculpem pela demora. Estive escrevendo, lendo, assistindo, trabalhando em algumas coisas... Então demorei para atualizar. Espero que gostem.


Beijoos



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/578045/chapter/4

Capitulo 4 — As flechas de um cupido

A cena em minha frente era para muito além do bizarro. Eu havia feito besteira, merda, das grandes. Ok, eu ainda achava engraçado e continuaria rindo de toda a bagunça se Ella, sim, o nome da criatura que usa uma aljava, provavelmente, com o nome de Lilian Evans escrito é 'Ella', não estivesse me olhando ameaçadoramente. Uma maldita cupido do outro lado, o único cupido do mundo capaz de me meter medo, sim, podem rir, ela me põe medo. Ella é assustadora e... Droga, ela está mesmo vindo em minha direção.

Ok, ninguém está entendendo absolutamente nada, por isso vou explicar direitinho tudo que aconteceu e porque nesse exato momento Sirius Black está completamente apaixonado por ... Vocês verão!

Algumas horas antes.

Potter estava no telefone. Conversava com Remus Lupin.

Remus é um dos integrantes do sexteto, tem 26 anos e é um bem sucedido administrador de empresas. Se casará no mês que vem com Dorcas Meadowes, uma das criadoras e defensora fervorosa do chamado "Jily" — Nome sem sentido que explica Potter e Evans como um casal — tem 27 anos agora e é uma bem jovem advogada muito conhecida em Londres.

A conversa que esse jovem estava tendo com James era sobre a comemoração que teriam à noite: A despedida de solteiro de Dorcas e Remus. Ao contrário dos milhares de casais existentes no mundo, o casal vinte do sexteto resolveu que a despedida de solteiro dos dois aconteceria no mesmo dia e no mesmo local. Eles iriam é claro com os melhores amigos. Beberiam todas e, depois que a festa houvesse acabado, se focariam nos últimos preparativos para o casamento. A regra valia para os amigos também, já que os outros dois "casais" seriam padrinhos dos noivos.

A ideia havia partido de Dorcas e Remus concordou prontamente, todos acharam legal e agora estavam conferindo onde e que horas aquela noite começaria. Sirius e Marlene quase formavam planos para a noite, ela estava animada pela despedida, queria finalmente, depois de algumas semanas de trabalho duro na faculdade e na peça que estava encenando, se divertir com os amigos. E Sirius queria, por um milagre da natureza, fazer uma grande surpresa para Marlene.

Para James a noite seria um grande tormento, ele estaria comigo a tira colo e podia sentir que quanto mais tempo passava ao meu lado, mas estranho ele ficava. Eu ainda não havia trocado muitas palavras com ele e ele evitava falar comigo. Claro, ele já não é essencialmente normal, se continuasse a falar com as paredes alguém o mandaria direto para o hospital de loucos do outro lado da rua, não seria trabalho algum.

Ele ainda estava chateado comigo e me usava como um psiquiatra ou talvez como alguém que pudesse saber o que ele sentia. É claro que ouvir James Potter falar o dia todo de quão estupido foi com Lily, ou de quão maravilhoso foi a única noite que passaram juntos não foi a melhor definição de "perturbar a vida dos outros" que eu já havia visto. É claro que eu era quem deveria estar fazendo algo para chatear James, mas a criatura parece sempre inverter a situação para ele porque eu tinha que passar todo o meu tempo de plantão ouvindo o que ele estava dizendo e revirando meus olhos, para variar.

Naquela tarde resolvi tentar algo diferente. Já que ficar calado ao lado dele não estava adiantando eu me tornaria alguém que ele pediria para calar a boca e , talvez assim, o desgraçado poderia ser internado no hospício. Quando James desligou o telefone e se virou para saber que horas Sirius e Marlene ficariam prontos, eu ri. E, é claro, ele me olhou. Sua vontade de perguntar do que eu estava rindo parecia quase vencer diante do medo de parecer maluco uma outra vez.

—Vou para meu quarto, me arrumar.

—Já James ? — Marlene perguntou sem entender a reação do amigo.

—Eu só quero estar bem arrumado...

—O nome desse desespero, Leninha, chama-se Lilian Evans, nem sei como você ainda não aprendeu.

—Ual, está indo se arrumar para Lily, Jay ? — Aquilo valia a pena assistir. James Potter sendo acuado por seus amigo, ele me olhou e deu de ombros.

—Eu só quero...Arranjar alguma garota lá.

—E então vai passar cinco horas se arrumando ? — James os olhou furiosamente e deixou os dois em meio as gargalhadas.

—Você é algum tipo de porteiro do inferno ? —James perguntou e eu ri alto.

—Quase isso, Potter.

—Já que você sabe meu nome, eu poderia saber o seu, não acha ? — Ele não estava mais tão incomodado com minha presença, o otário queria apenas entender o que estava acontecendo ali.

—Não, não acho.

—Qual é, fale alguma coisa...Quero dizer, o que diabos é você ? Você é um ser de luz ? A morte disfarçada ? Você é um anjo ? — Ri muito, aquilo era mais engraçado do que eu poderia imaginar.

—Vamos dizer que a primeira opção. Eu sou como um porteiro para o inferno... — Se o amor não pudesse ser chamado de inferno, o que mais poderia ?

—Você pode acreditar que sim, mas isso não me assusta tanto. Eu sei que é para lá que eu vou. Nunca fui um bom garoto. — Tive que parar, para e olhar atentamente para James Potter.

—Potter, o inferno é muito pior do que os filmes que você vê com aqueles dois babacas que estão na sala...

—Ei, cara. Não fale assim dos meus amigos.

—Desculpe — Tentei parecer sincero, mas nunca dava certo. — Não sabia que precisava mentir sobre isso.

—Você é um pouco malvado demais...

—Ainda não viu nada, Potter.

—O que você quer comigo, exatamente ?

—Pra ser sincero, não te interessa.

—Olhe, estamos convivendo juntos, por mais que ninguém saiba, somos uma espécie de companheiros...Não pode me empurrar para o canto sem ao menos me dizer porque está me empurrando. Me entende ?

—Potter, não vou te dizer nada. Se acostume com isso.

—Eu sei que você não gosta de mim... Vi como sorriu quando... Quando Snape pediu Lily em casamento na minha frente.

—Não gosto mesmo. Você sempre dificultou meu trabalho.

—Talvez isso pareça exagerado, mas você é um... Sei lá, capanga de Snape ? — Por essa eu não esperava, o que diabos Potter estava falando ? — Ele é algum tipo de demônio saído do inferno para me atormentar ?

—Você pegou um dos comprimidos do projeto de delinquente ?

—Não, claro que não!

—Parece. Realmente, nunca esperei algo inteligente saindo da sua boca, mas essa doeu na minha alma... Se é que eu ainda tenho uma.

—Não vai mesmo me contar nada ?

—Não.

—Só o seu nome... —Eu ri. —Tudo bem, já te considero amigo mesmo. Vou escolher um nome para você... — Ele me olhou sorridente, feito um idiota. — Seu nome bem que poderia ser... Lucius, o que acha ?

—Potter eu estou te avisando...

—Oh, não. Você combina mesmo é com Peter, esse seria um bom nome para você ?

Eu fiz a única coisa que poderia fazer para não me descontrolar e dizer algumas coisas a ele. Sumi. Potter olhou em volta e não me viu, deu de ombros e foi para a sua dura missão de escolher algo para vestir.

Depois de passar por toda uma produção digna de astros de filmes Hollywoodianos de baixa categoria, o homem estava pronto. Marlene bateu em sua porta e ele a encontrou para descerem juntos. Os três falaram com os pais de James e prometeram que não se envolveriam em encrencas. Eu, é claro, voltei a aparecer para James e os segui.

Os três foram para uma das boates mais famosas da cidade, se encontraram na porta com Remus, Dorcas e Lilian. Lilian e James mal se falaram, apenas acenaram um para o outro. Aquilo não passou despercebido aos olhos de Dorcas e Marlene. Elas se olharam e fizeram um sinal que significava que as duas estavam mesmo vendo a troca de olhares dos dois.

Após a entrada na boate os seis pensaram apenas em se divertir, eu só estava seguindo os seis, sem saber exatamente o que fazer. Até Lily, que no começo estava acanhada, passou a dançar animadamente no meio da pista. Achei interessante ver como os seis se comportavam juntos, a amizade, apesar dos momentos embaraçosos entre James e Lily, parecia forte. Quase todos se afundavam na bebida, menos Dorcas. Ao contrário dela Sirius bebia todas e mais algumas

Eu esperei, como se soubesse que o melhor da noite estava por vir. E veio. Severo Snape, um politico famoso, namorado de Lilian Evans, estava ali. Aquilo ascendeu em mim uma vontade de usar as flechas em minha aljavas e por causa dessa minha louca vontade, me meti em uma grande confusão.

Eu não atiraria em James e Lily, não mesmo. Por isso estava pronto, havia mirado em Lily, Severo estava indo em direção a ela e aquilo iria realmente ser chocante não só para os amigos, como, principalmente, para James. Sorri, como quando alguém come algo realmente bom e sente aquela sensação pré—desejo realizado. E então eu soltei.

Vou dizer uma coisa sobre mim, Allef Cardoc, eu nunca erro. Talvez tenha sido por isso que me tornei um cupido, eu sempre fui bom cor arco e flecha, um dos melhores do lugar de onde vim, mas naquele momento, naquele pequeno espaço de tempo, houve um erro. Não meu, é claro, como eu já disse, eu não erro. Mas Sirius Black consegue ser mais idiota do que o normal com um copo de vodka na mão. Esse cara, assim como seu amigo, só me traz problemas.

Ele se meteu entre Lily e eu. Minha flecha o atravessou e o que eu esperava que fosse algo sublime na vida do pobre coitado Severo, se tornou o ápice da loucura daquela noite. Todos foram atrás de Lily e Sirius. Ele olhava diretamente para Severo, como se o visse pela primeira vez, aquilo espantou a todos, Marlene olhou tentando entender o que Sirius estava fazendo, James estranhou, Lily ficou curiosa, Dorcas e Remus nunca imaginariam e Severo... Bem, Severo parecia estar na frente de um monstro dos filmes de terror que ele tanto odiava.

—Amor! — Eu queria poder rir, quando Sirius gritou e, com seu jeito extravagante, se jogou em Severo.

Aquilo realmente deixou todos como se estivessem em uma grande pegadinha. James, como se entendesse a verdade que estava diante de seus olhos, me procurou pela boate lotada e me encontrou onde estou agora, veio até mim, furioso. Como se soubesse exatamente o que eu estava tentando fazer.

—O que você fez ? — Ele gritou, mas se focou na discussão que começou do outro lado da boate.

Severo tentava se livrar de Sirius, Dorcas e Remus estavam tentando ajudá-los. Marlene olhava para os dois com seus grandes olhos azuis, como se estivesse perdida. Aquilo não era de longe algo que ela pudesse compreender. O caos havia se formado, apenas por uma flecha. James me olhou mais uma vez.

—Você causou isso!

—Você não me deu escolhas, Potter.

—Você poderia ter dito que era uma droga de um cupido.

—Não, eu não queria.

—Ei, sua aljava não tem o nome de Sirius, tem o meu! — James olhou-me furioso. — Você está dizendo que é um péssimo atirador e que fez aquilo por engano ou... É realmente tão filho da mãe quanto tem me demonstrado essas últimas semanas ?

Dei de ombros.

—Sou realmente um grande filho da mãe.

Foi naquele momento que ela veio. Ao fundo eu podia ouvir Sirius gritando alto "ELE É O MEU HOMEM! O MEU HOMEM". Ella não estava nada feliz com o que eu havia feito. Minha história com Ella é mais longa do que se possa imaginar. Nos conhecemos há milênios, antes dos treinamentos para cupidos, sim, até nós precisamos ser preparados. Principalmente nós. E bem, nos odiamos a primeira vista. Eu, cético sobre o amor, guerreiro de diversas batalhas. Ella, romântica, sonhadora, uma jovem presa a um castelo de mentiras esperando um idiota para cumprir sua missão e enganá-la mais.

E esse idiota era eu.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Meu Cupido Me Odeia" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.