Capitulo XII: Chizuru&Kaoru!!

"Ele apenas estava frustrado por sua amada irmã não lembrar de sua existência"

Osen-Chan e eu estávamos na sala de jantar, aguardando. Hijikata-san desmaiou do nada e Sanna-san que havia acabado de voltar do trabalho correu para nos ajudar. Ele ligou imediatamente para Kondou-san, ou melhor, Hiroshi-sama. Kenji nos pediu para aguardar.

Osen-san não pronunciou nada, apenas observava tudo atentamente. Eu tentava me acalmar.

– Onde esta a Kimigiku-san? Vocês sempre estavam juntas. - Comentei tentando quebrar aquele silêncio.

– Esta coletando algumas informações... - Ela disse seriamente.

– Não me diga que...

– A volta dos Rasetsus!

– Ah! Chizuru-chan, ainda esta aguardando? - Kondou-san apareceu.

– S-Sim! Como ele está? - Perguntei preocupada.

– Não se preocupe, foi apenas uma tontura misturada a uma dor de cabeça, nada grave. Ele já esta acordado, quer vê-lo? - Ele perguntou sorrindo tranquilamente.

Minha vontade era de ir vê-lo sim, mas... O medo de receber aquele olhar frio e sem confiança era maior que minha vontade.

– Não sera necessário, eu tenho que ir.

– Chizuru nee-chan, esta cedo ainda. - Kenji apareceu.

– Perdão, eu preciso voltar antes de Kazama-san. - Falei sorridente.

– Ah! Não acredito que você finalmente se uniu a ele? Depois de tudo o que ele te fez? - Osen-chan pronunciou alto demais.

– Osen-chan! - Tentei alerta-lá.

– Ah! E eu me perguntando onde você estava todos esses anos. Você sabe como fiquei ao saber das mortes deles? Imagina como me desesperei por pensar que você estava sozinha, eu ia até me oferecer para cuidar de você, ah, não acredito que aquele desgraçado me passou a perna! - Ela falou dramaticamente.

– Osen-chan! - Eu a chamei mais alto, ela enfim me entendeu e tapou a própria boca com as mãos.

– Perdão! Eu... É que eu fiquei tão apavorada quando soube que eles haviam morrido... Sinto muito por não estar presente. - Ela falou hesitante.

Ninguém se pronunciava naquela sala e eu pude perceber Hijikata-san voltando para o quarto, achando que não havia sido visto.

– Tudo bem. Bom, temos que ir, perdão pelo incômodo senhor Hiroshi-sama. E Kenji, por favor, evite de ir na mansão, eu prometo vir visita-lo. - Eu falei me retirando.

Osen-chan estava calada... Depois de longos minutos caminhando tranquilamente, Kimigiku-san apareceu me assustando.

– Perdão! Não pretendia assustá-la.

Eu a tranquilizei enquanto Osen-chan desabava em dar risadas. Elas se afastaram por um momento e eu apenas continuei meu caminho de volta para a mansão... Na verdade eu estava pensando... Lembrando... Não culpava Osen-chan por não estar presente, a verdade era que eu vivi longos anos fugindo, creio que tenha sido pura sorte Kazama-san me encontrar.

– Chizuru! - Osen-chan me chamou ao me alacançar.

– Sim..

– Você se lembra do Kaoru?

Eu parei, não entendia o por que da pergunta repentina...

– Claro que sim. Kazama-san o... Matou. - Falei cabisbaixa.

Não gostava de me lembrar dele, a verdade era que eu me culpava sempre por sua morte, se eu não tivesse me esquecido de meu próprio irmão gêmeo, ele não teria feito nada daquilo.... Ele morreu chamando meu nome, arrastando-se para meus pés.

– Chizuru... Espero que entenda que... Os humanos... Quando se unem aos Onis, fazem coisas terríveis. E... No caso, um certo clã há muito esquecido, resolveu se unir á alguns humanos estúpidos e...

– Onde quer chegar? - A interrompi, a incerteza com que ela falava estava me matando.

– Seu irmão está vivo! - Kazama-san se pronunciou atrás de mim.

– Hey! Chikage eu pretendia contar com mais jeitinho. - Osen-chan disse enfurecida enquanto eu me virava para encarar aqueles olhos vermelhos.

– Se divertiu na casa daqueles cães? - Sua voz estava fria.

– O que... Você disse... Sobre Kaoru? - Eu perguntei.

– Que ele está vivo!

– M-Mas, eu vi... V-Você o matou, bem na minha frente... Eu e Okita-san o enterramos e...

– Calada! - Ele disse alto.

– Chizuru-chan. Um clã que aparentemente havia sido destruído, assim como o seu, deu sinais... Estou perseguindo eles a anos. Kimigiku se encontrou com eles... Eles estão agindo a mais de cem anos... Profanaram o túmulo que você fez para Kaoru, e desde então, junto com alguns humanos, eles o trouxeram de volta, não só ele, como tambem os rasetsus. - Osen-chan pronunciou seriamente.

Kaoru foi revivido? Meu irmão estava de volta e estava envolvido novamente com os rasetsus. Não! Não pode ser! Depois de tudo o que passei... Por que?

– Está falando muito ao ar livre. Não acha? - Kazama-san se pronunciou.

– Creio que você não me permitira em sua casa, não é mesmo?

– É uma garota inteligente. Tenha uma boa e longa viagem para o mais distante de minha mansão! - Ele falou de forma seca e grosseira.

– Aiai! Chizuru-chan, como você aguenta esse cara? Ainda te prefiro com o Hijikata-kun. - A fala de Osen-chan me despertou e eu me vi surpresa.

– Saia daqui. - Kazama pronunciou friamente e foi andando para dentro da mansão, ao qual eu não havia notado que ja tinhamos chegado.

– Ele se morde de ciumes. Isso é divertido! - Ela falou risonha.

– Ele... Está realmente vivo? - Perguntei num fio de voz.

– Sim, e mais louco do que pensa. - Ela me respondeu séria.

– Kaoru... - Sussurrei aquele nome e Osen me deu um abraço longo.

– Não se preocupe, vamos cuidar de tudo juntas ta legal. Agora vá descansar.

~*~*~*~

Eu estava tentando relaxar em minha enorme banheira, adorava banhos cheios de espuma. Mal percebi a presença dele.

– Ainda pretende me desafiar? Pretende continuar vendo aquele humano fraco. - Kazama estava na porta e deu ênfase na palavra "Fraco".

– Você pretende matá-lo novamente? - Eu perguntei baixo. Porém, não estava me referindo a Hijikata-san.

– Se ele tentar matá-la, como fez da última vez, não hesitarei. - Sua voz continuava indiferente.

– Por que eles tinham que voltar? Por que todos tinham que voltar? - Perguntei entre meus soluços.

Eu estava chorando tanto, eu queria entender, minha mente estava muito confusa, confusa até demais.

Kazama-san me envolveu com seus braços e deitou sua cabeça em meu ombro.

Ele tentava me confortar, sussurrando as mais belas frases... Ele havia lidos vários poemas comigo, e sabia que apenas ele poderia me acalmar com qualquer trecho de qualquer poema que lemos juntos.

Aos poucos, meu choro foi cessando, e sua voz ficando mais distante... Kazama-san distribui leves beijos entre meu pescoço e rosto. O último que senti antes de adormecer foi nos lábios.

Eu não estava preocupada com o fato de estar dentro de uma banheira, nem com quem me levaria para o quarto, apenas queria dormir e esquecer de tudo e todos. Eu queria esquecer até de mim mesma.