P.O.V. DIGGLE

Três semanas e nada de você Oliver, eu tento ser forte, eu tento não desmoronar por que eu preciso ser forte pela Barbie, pelo Roy e pela Thea, que agora sabe o seu segredo. A Lyla é forte por mim, não consigo fingir pra ela, choro muito em casa.

Depois que contamos pra Thea e ela superou tudo, ela começou a viver no porão, perguntando sobre as missões, sobre tudo, então temos que passar mais tempo que o necessário lá, isso dói.

Nós precisamos que você, Oliver estivesse aqui, a Felicity está perdendo a fé, ela me disse isso, disse que não quer se iludir, pra depois sofrer mais, ela me falou quando a encontrei no porão semana passada. Eu não posso perder a minha fé, é só o que eu tenho .

FLASHBACK ON

Estou indo treinar na caverna, quando vou descendo a escada escuto choro e gritos, desço devagar, é quando vejo Felicity batendo no boneco de treino e gritando com ele como se fosse o Oliver. Ao lado dela uma garrafa de tequila vazia, eu estava desconfiado que ela andava bebendo mas não tanto assim.

– Idiota! Idiota! Disse que me amava e foi embora! Você se entregou pra morrer, e eu? O que eu faço agora? - Ela gritava e chorava. - Nós contamos a Thea, ela reagiu mal, gritou, nos ofendeu. Eu não ligo, EU NÃO LIGO! Eu queria que fosse você a gritar comigo, mas VOCÊ NÃO ESTAVA AQUI!

Ela parou de bater, caiu no chão e joelhos e gritou, gritou como se ador fosse diminuir, e então voltou a falar com ela mesma (não que antes ela não estivesse fazendo isso).

– Talvez se eu dissesse que te amava também, você teria ficado. Mas eu travei, TRAVEI. Eu poderia ter te dito isso e te beijado, mas não, eu travei. Eu sinto como se me mutilassem a cada maldito novo dia de merda, achando que se você morreu, eu não disse que te amava. Eu perdi a fé Oliver, EU PERDI A MALDITA FÉ, a esperança se foi, e com ela o que restou de mim.

Quando eu vi que ela tinha acabado de falar tudo que ela queria, desci, abracei minha barbie e chorei com ela.

– Eu não disse Dig. Eu não disse que o amava também. Ela falou em meio aos soluços, e em meio aos meus tudo que consegui dizer foi... Ele sabia, ele sempre soube.

Horas depois, já mais calmos, ouvimos passos na escada, era o Roy, ele nos viu sentados no chão, com os olhos vermelhos, os dele estavam iguais, ele suspirou e sentou a nosso lado. Passamos o resto da noite assim.

FLASHBACK OFF

Acabei de deixar a Barbie em casa e estou indo em direção a minha, quando sinto algo errado e começo a voltar. Sinto um aperto no peito e começo a acelerar.Quando paro em frente ao prédio dela saio, subo as escadas correndo, não querendo esperar o elevador, chego na porta do apartamento dela, bato, chamo, nada, arrombo, vou a procura dela, quando a vejo caída no banheiro numa poça de sangue, que saía de um ferimento na cabeça.

– Qual é Barbie, o que aconteceu? - Começo a ficar preocupado, checo seus batimentos, estão baixos, começo a me desesperar, afinal ela perdeu muito sangue. - Você não pode nos deixar Barbie, não pode morrer, não aguentaríamos, precisamos de você.

Eu a pego nos braços e vou em direção ao carro, coloco ela no banco de trás e arrasto em alta velocidade para o hospital. No meio do caminho ela meio que acorda, mas fala coisas sem nexo, entendo uma coisa.

– Oliver... - E então ela apaga.

Chego ao hospital, ligo para o Roy e Lyla e mando ela ligar para a Thea e ir para o hospital. Começo a esperar notícias, quando o doutor passa pergunto a ele sobre o estado, o que me choca e muito.

– A srtª Smoak ela está anêmica, e com uma quantidade absurda de alcool no sangue. Mas a pior parte é que ela tem um sangue raro, B- e está em falta nos hospitais da região. Ela só tem mais 48, pra acharmos um doador...

Parei de ouvir o doutor quando ele falou que não tinham o sangue disponível aqui. Liguei pra Lyla de novo e mandei ela ir no porão, ver se tinha uma bolsa com sangue do Oliver, eles tem o mesmo tipo sanguíneo.

Passados alguns minutos, que mais pareceram horas o meu celular apita uma mensagem de Lyla.

"Sinto muito John, acabou. Te amo, Lyla."

Eu sinto o chão sumir de debaixo dos meus pés. E rezo pra que pareça um doador.