Dor, meu corpo todo dói, parece que um caminhão passou em cima de mim e meu corpo umas três vezes.

Eu tento abrir os olhos, mas não consigo. Faço eles abrir, mas quando consigo, estou dentro de um quarto de motel barato, eu acho, tento levantar e não consigo. Antes de vagar de volta à inconsciência eu a vejo. Tão linda, num vestido verde longo. Ela me olha e sorri, eu não consigo me impedir de retribuir. Então ela começa a falar.

– Lute Oliver. Você tem que lutar. - Como eu sentia falta da sua voz. Mas eu não consigo nem me mexer quanto mais lutar.

– Por que? - Ela me olha e sorri.

– Você tem que voltar pra mim. - Eu vou colocá-la em perigo. De novo. Não, se for assim não vou lutar. Não quero lutar. Ela franze a testa e fica vermelha.

– Você não sabe como é ficar sem você. Não ouse desistir. - Como ela sabe o que pensei? Claro, ela me conhece melhor do que ninguém. Felicity faz uma cara pensativa e então sorri.

– Eu tenho duas coisas pra te dizer. Você não está sozinho. Eu acredito em você.

E abre um largo sorriso, não consigo conter o meu.

– Eu vou lutar.

– Promete?

– Sim, prometo. - Depois de me fazer prometer que lutaria eu vago de volta à inconsciência sorrindo.

Meu corpo dói menos, eu consigo me sentar e olho ao redor, realmente estou num motel, minha surpresa é quando a porta se abre.

– Maseo? - Ele dá um meio sorriso.

– Oi Oliver. Como está seu corpo? Dói tudo? Só os ferimentos? Se lembra de algo que aconteceu antes de você acordar?

Ele me fez tantas perguntas que me lembrou ela. Minha Felicity. Eu não impeço o pequeno sorriso que brotou nos meus lábios.

– Oi. Dolorido. Não. Sim. De tudo. - Ele arqueia uma sobrancelha. - A liga me deu 48 horas pra achar o assassino de Sara, não consegui. Me entreguei pra salvar aqueles que amo e minha cidade. Escalei uma montanha. Lutei contra Rha's Al Ghul, perdi. Fui empurrado de um penhasco. Agora estou aqui. Esqueci algo? - Ele negou com um pequeno sorriso.

– Por que me ajudar?

– Por que você merece. Merece ter uma família, estar ao lado da mulher que ama, ter filhos com ela, você merece uma vida. Eu já sonhei com isso. Não dá. Eu vou me afastar, eles já devem estar seguindo em frente. Superando minha "morte".

– Eu não vou voltar para Starling. Eu não vou voltar para a vida deles, eles já devem estar seguindo em frente.

Ele negou com a cabeça e respirou fundo.

– Já estamos em Starling. Seu Ajudante, Roy não é? Ele é uma máquina, desconta a sua falta nas ruas. Sua irmã já sabe. Ela te odiou no começo mas agora te acha um herói. O seu amigo Diggle? Ele tenta ser forte na frente de todos, mas chora igual um bebê em casa.

– Uma pergunta. Quem falou a Thea sobre mim?

– Você não faz ideia de quem teria contado? Hãn? - Felicity.– Acho que já sabe.

" A pequena é a pior, não se faz de forte, chora em casa, no trabalho, na caverna, onde falem de Oliver Queen. Ela está mais magra do que quando viemos te buscar. Ela não sorri desde aquele dia. Ela está em pedaços, morrendo por dentro...

Eu preciso vê-la, nem que seja de longe, só pra ver se ele não está mentindo. A caminho da porta Maseo volta a falar.

– Ela não está em casa, está no... Hospital. Ela caiu e bateu a cabeça, perdeu muito sangue e está na UTI. A região não tem o tipo sanguíneo dela no banco de doações. Nenhum dos seus amigos tem o tipo de sangue dela. Advinha quem tem? - Não, não, não, não pode ser. Como vou ficar longe se preciso salvá-la agora? - Vamos Oliver, você sabe quem pode doar sangue pra ela.

– Eu. - Ele abre um sorriso e assente.

– Vamos, você tem que ser o herói que sua pequena precisa. – Ele fala sorrindo largamente.

– O nome dela é Felicity. - Eu digo com os dentes cerrados, o que só aumenta seu sorriso.

No caminho para o hospital, uma pergunta encheu minha mente, até que tive que fazê-la.

– Por que Maseo? Não adianta me dizer que é por que eu mereço uma família que não é e você sabe disso.

Ele suspirou e respondeu.

– Eu quero sair da liga, mas não posso. Aí tudo aconteceu, voce pediu um duelo e perdeu. Eu vi a chance e aproveitei. Fui ver se estava vivo, e estava, peguei seu corpo, ia te levar ao poço de Lázaro, mas Rha's pediu seu corpo, quando não achou mandou fecharam a entrada do poço e tive que me virar com os seus ferimentos.

Eu franzo a testa e ele dá um riso sem humor.

– É o lugar onde ele mergulha pra se curar de ferimentos de luta, dizem até que já o jogaram morto e ele ressuscitou. Eu ia te jogar lá. Não deu.

Ok, poço de Lázaro é onde Rha's mergulha pra se curar, mas eu ainda não sei o por que ele me ajudou. Eu paro de andar e seguro o braço dele.

– Por que você me ajudou? Seja honesto agora.

– Por que eu preciso que você mate Rha's Al Ghul.

Eu franzo a testa pra ele. Ele quase me matou. Eu não vou conseguir.

– Não vai dar Maseo, ele quase me matou, eu não vou conseguir agora.

– Vai sim, a Nyssa vai assumir a Liga e a dívida de sua irmã será paga, se ela entregar Merlin a liga.

A Thea não vai entregar o Merlin, ela não vai entregar o pai.

– Ela não vai entregar ele.

– E se você contar a verdade? E se ela souber quem ele realmente é?

– Eu não tenho coragem de fazer isso com ela.

Ele assente e vamos em direção ao hospital. Chegamos na porta eu vou entrar e ele em direção ao prédio em frente.

– O que você está fazendo? - Eu perguntei intrigado.

– Ficar de olho. Do 7º andar da pra ver o quarto dela.

Eu não quero nem descobrir como ele sabe disso. Entro no hospital com a missão de salvar a vida da minha loirinha. O amor da minha vida.