"Beckett respirou fundo pela milésima vez naquela noite. Castle as vezes- Sempre- passava dos limites, e ela já estava cheia disso.

– Castle não quero você aqui na delegacia, vá para casa. Agora!- Ele olhava tudo ao seu redor, tentando encontrar uma forma de contornar aquela ordem.- Rick! Agora...- A detetive viu-se perdida, queria-o ao seu lado naquela investigação, mas ele não estava agindo como sempre, estava distraído.

– Kate, eu não vou atrapalhar...

– Castle, você quase levou um tiro a pouco. Já atrapalhou o suficiente nessa investigação. Vá...

– Não precisa repetir detetive!- Ele foi áspero em sua frase.- Pretendo não voltar tão cedo. Feliz Beckett?

– Acredite Castle, é o melhor. Você já se colocou em riscos desnecessários. Você nunca precisou estar aqui, internet era o suficiente para as pesquisas dos seus livros. Gosto muito de nossa parceria, mas não quero por em risco um cidadão que não tem autorização nem para porte de arma.

– Eu sou um fardo Beckett. Isso é o que você sempre quis me dizer. E agora criou coragem e está acabando comigo.

– Castle...

– Adeus Detetive Katherine Beckett!

Richard sempre sabia o momento em que Beckett o expulsaria da delegacia... Ele sempre voltara no dia seguinte, mas não seria daquele jeito. Não dessa vez. "Deveria ter sido divertido, nossas discussões sempre foram divertidas." O escritor pensou com pesar.

– Pai? O que faz em casa? Pensei que você e a Beckett estivessem no meio de uma investigação.- Alexis fora a primeira a aparecer na sala de estar do loft.

– Esqueça isso. Nossa parceria acabou.

– O que? Como assim? E a Detetive Nikki Heat, como fica? A Kate não é a sua musa?

– Não mais. Boa noite filha.- O escritor tomou um grande gole do Whisky que estava em cima da mesinha de centro, passou pela filha, deu um beijo no topo de sua cabeça e caminhou até o quarto trancando a porta do mesmo.

...

– Você realmente pegou pesado com ele.- Esposito começara a perturbar Kate.

– A última coisa que eu quero é que um civil se fira Javier...- A detetive tentou desviar o assunto.

– Não Beckett, a última coisa que você quer é que o CASTLE se fira, é diferente.

– Está tão na cara assim?- Javier assentiu, dando um sorriso irônico logo em seguida.- Você acha que devo pedir desculpas?

– Acho que isso iria muito contra os seus princípios, mas sim deveria ir até a casa dele, agora, pedir desculpas.

– Agora não dá Javi...

– Kate.

– Está bem, não vou demorar. Peça ao Ryan para conferir os registros telefônicos novamente...- Esposito a interrompeu.

– Beckett, sabemos fazer o nosso trabalho. Vai logo.

– Tá, tá bem.

...

Katherine pensou uma, duas, três vezes antes de tocar aquela campainha, mas seu lado racional venceu.

– Kate?- Martha atendeu a porta.- Rick disse que se você viesse era para eu dizer que ele não estava.- A moça soltou um risinho.

– Posso falar com ele?

– Richard está trancado no quarto, não quer sair.

– Quer que eu tente?

– Fique a vontade.- Martha deu espaço para Kate entrar, e a mesma seguiu em direção a porta do quarto do escritor.

– Richard Edgar Alexander Rodgers Castle, você tem cinco segundos para abrir essa porta.- Ela batera na porta duas vezes.

– Vai embora!- A voz dele foi ouvida, mas estava diferente, embargada, talvez.

– Está bem, se você não abre vou ter que arrombar. Sabe? Como eu faço na casa dos suspeitos. Lembrando que o Estado não vai pagar uma porta nova...- Ele destravou a fechadura quase que de imediato e abriu a porta.

– O que você quer aqui?

Beckett procurara Martha ao seu lado, mas a senhora já havia sumido.

– Vim pedir desculpas...- Ela olhou nos olhos do rapaz.- Você estava chorando Rick?