Estrelas cadentes escrita por Red Queen


Capítulo 1
Prólogo




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/577492/chapter/1

Por que decidi escrever isso? Por que eu precisava falar com alguém, até mesmo sendo uma folha de papel... Nesses últimos dias não tenho falado com ninguém mesmo. A única coisa que ainda confirma a minha existência é a minha respiração que persisti em continuar.

Eu insisto em viver.

Viver pra quê?

Todo o universo que eu criei pra mim tinha sido destruído sem dó ou piedade. Anos construindo uma vida pra que?

Senti uma tristeza tão grande se apoderou de mim quando eu recebi a notícia. A tristeza se transformou aos poucos em algo pior... medo. Medo de não me adaptar, de não ser bem vinda. O medo de odiar a vida que me aguardava...

Sinceramente achei a decisão da minha mãe precipitada e egoísta.

Ela conseguiu uma promoção ótima, tenho que admitir. Mas isso não significa que eu e meu pai tenhamos que abandonar tudo por causa dela.

Meu pai é economista então acredito que arranjar um novo emprego não seja umas das tarefas mais difíceis que ele já fez.

A oferta do sr. Paul, que é o chefe da mamãe, era inegável. Principalmente para a minha mãe que não tem achado trabalho com facilidade.

Talvez eu devesse parar de ser tão egoísta e parar de fazer bira. Pensar que vai ser bom para o futuro profissional dela e tal. Mas não consigo deixar de pensar em tudo que estou deixando para trás. Meus amigos, namorado, meus avós. Meus pais até queriam deixar o meu cachorro para atrás alegando que seria melhor ele ficar com os cuidados da vovó! Após eu gritar por dias seguidos e pedir pra que eles me deixarem morar com os meus avós eles permitiram que eu levasse o Donald, meu Samoieda.

Meu quartinho... Lembro quando meus pais decoraram ele ,quando eu tinha 8 anos, como presente de aniversário. As paredes cor de rosa baby, as cortinas rosada (eu amava quando o vento batia elas iam de um lado para o outro como se estivessem dançando em perfeita sintonia com as árvores que estavam no jardim, a cama enorme de casal branca (passei anos implorando por uma, até que o meu pai conseguiu aumentar o cargo na empresa e decidiu decorar o meu quarto... após anos prometendo), um lustre no lugar da antiga lâmpada que eu era tão acostumada, uns pufes. Mas nem é desse luxo todo que tinha no meu quarto que eu vou sentir saudade, e sim da janela do meu quarto... a minha janela. Incontáveis vezes eu sentei bem encolhida ali observando as nuvens, as estrelas, a lua... o céu.

Nossa como eu amo isso! Todas as vezes que me sentia triste eu olhava através daquela janela e apenas observava. Pensava. As vezes eu abria ela, raramente, apenas para sentir o vento bater suavemente no meu rosto. E pensar que eu nunca mais sentiria aquela sensação de completa segurança outra vez. Em pensar que outro alguém vai sentar perto da MINHA janela e não dar o mínimo valor que ela merece.

Naturalmente no dia que minha mãe disse que teríamos que nos mudar de cidade eu corri e me tranquei no meu quarto por horas(acho que passei umas quatorze horas lá dentro, no fim a fome me venceu e tive que descer para pegar qualquer coisa comestível e voltar para meu refúgio que tinha se tornado o meu quarto). Mas o tempo que eu passei trancada ali dentro eu fiquei chorando encolhida perto da minha janela. Eu olhava e gritava para o céu: "Porque?".

Meus olhos doíam no dia seguinte. Mas após quatorze horas chorando eu ainda queria chorar. Meu pai bateu várias vezes na porta pedindo para conversar e eu gritava "Vá embora!".

Só conseguia pensar que nunca mais veria minha melhor amiga Lily ou meu namorado Jack outra vez, isso partia o meu coração.

Então me obriguei a fazer a coisa mais inteligente a se fazer: Seguir em frente.

Continua...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!