Seja minha Valentine escrita por strangeland


Capítulo 2
Vestida para impressionar




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Cap. 2 – Vestida pra impressionar

Na hora do almoço, Jill, Chris e Barry almoçaram no tal restaurante “Nautilus”. Eles estavam cada vez mais distantes da terra firme. Uma imensidão azul os cercava, e a temperatura estava nos 30°C . Carlos falava sobre pescaria com Barry, e Jill só esperava sua vez para zombar ou Carlos, ou Barry.

– Sabe o que eu lembrei? Precisamos tirar fotos! A primeira foto vai ser de vocês... – Barry disse num tom animado. Tirou a câmera de seu bolso e verificou a câmera.

– Adoro fotos. Tira uma minha fazendo pose de milionário do petróleo! – Carlos tirou os óculos, afastou as pernas, cruzou os braços e olhou para o teto. – O que você acha, Jill?

– Hm... Não parece nada com um milionário do petróleo.

Carlos riu e esperou por Barry. O ruivo barbudo preparou a câmera e apontou para Carlos, que fazia força pra parecer sério na foto. “Ele tem cada idéia...” Jill pensou.

– Se você fosse um milionário do petróleo com essa cara de pobre, eu diria que você vende tinta preta invés de petróleo – Jill disse numa tentativa de estragar a foto de Carlos.

Carlos riu um pouco no momento exato que Barry tirou a foto.

– Essa foto deve ter ficado um lixo! – ele gargalhou. Carlos beliscou o braço de Jill bem de leve e voltou a falar – Hey, você está subestimando as empresas Petróleo Oliveira.

– Petróleo Oliveira? Péssimo nome para uma empresa! – Barry disse. Ele preparou a câmera e apontou para Jill – Hey, Jill, sorri para a foto!

– Não, Barry... Eu estou sem maquiagem, eu estou feia agora..

– Bobeira, Jill. Ficaria bonita até com sangue de Tyrant pelo seu cabelo. – Barry esperava Jill parar de cobrir seu rosto para tirar a foto

Carlos se aproximou para o lado de Jill e colocou seu braço por cima dos ombros de Jill.

– Vamos, Jill, por favor. Você não está feia.

Carlos já estava sorrindo para a câmera. Jill destampou o rosto bem devagar e fez um sorriso forte, sem mostrar os dentes.

– Agora é o Senhor que precisa de uma foto! – Jill tomou a câmera da mão de Barry e preparou para tirar a foto.

– Eu queria tirar uma foto agora, mas seria com minha Colt 44. Eu iria tentar fazer uma cara de Arnold Schwarzenegger.

Jill tentou não rir muito sobre esse comentário infame. Mesmo assim, ela tirou um monte de fotos de Barry e Carlos.

Um homem se aproximou com um violão até um palco que havia no fim do restaurante. Ele se apresentou no microfone, e ajustou o microfone para a altura que ele ficaria sentado num banco. Ele começou a cantar “Black Magic Woman” do Santana.

Carlos encostou as costas na cadeira e disse:

– Eu odeio esses cantores de restaurante. Eles cantam tão mal...

– Não fale isso... Eu até acho legal esse lance de música ao vivo num restaurante – Jill disse enquanto olhava para Carlos.

– Hum... Por que você não pede pra ele cantar New York, New York, ou algo assim? Aí você vai perceber o que estou falando – Carlos riu

Quando o cantor cantou o trecho “Yes, don’t turn your back on me, baby”, Jill percebeu o quão Carlos estava certo. A voz do cantor desafinou num tom tão chato, que seria quase impossível ouvir mais de uma música com ele.

– Nossa, esse cara canta pior que eu! – Barry coçou um pouco a barba, desejando também que esse cara não desafinasse mais.

– Todos cantam mal. E quando cantam bem, cantam musicas chatas pra fazer você pedir uma música mais legal. Aí quando você pede, eles cobram uns U$10 por isso!

– Eu estou mais impressionada por ele cantar pior que você, Carlos – Jill pegou um guardanapo e tentou começar um origami de barco.

– Hey, pra sua informação, eu canto bem... pelo menos em karaokê, eu canto bem – ele tentou puxar o guardanapo de Jill para irritá-la.

– Então, ta. Hoje à noite, quero ver você cantar num karaokê.

– Só se antes você jogar poker comigo – Carlos a desafiou num tom sexy.

À noite, Jill estava em seu quarto, procurando por uma roupa adequada. Estava se preocupando tanto em parecer bonita para Carlos, achando que faria alguma diferença se ela não fosse muito arrumada. Ela abriu sua mala, tirou um vestido na cor preta. Ele era tomara-que-caia, e era estilo tubinho. Pegou uma blusa azul de manga e um short preto. Colocou as roupas por cima do corpo e se olhou no espelho. “Qual delas eu escolho??” pensou um pouco nervosa. Resolveu colocar o vestido preto. Foi até o banheiro, e tirou sua roupa atual para colocar o vestido preto. Teve um pouco de dificuldade para fechá-lo, mas conseguiu. Olhou-se no espelho e penteou os cabelos. Pegou sua caixa de maquiagem e começou a se produzir. “Jill, Jill, Jill... por que tão nervosa? É só o Carlos, o cara que faz piadinhas sem graça num meio de uma cidade repleta de zumbis. Ele é muito bobão... Ele... ele... Será que estou passando sombra demais?”.

Ela terminou de se arrumar e se olhou no espelho mais uma vez. Sentiu um pouco de vergonha, mas encarou a saída do quarto. Fechou a porta e andou até o elevador. Havia um homem dentro do elevador que se admirou com a beleza de Jill num vestido preto curto. Ele a olhou dos pés a cabeça. Jill percebeu que ele estava olhando para ela. Se sentiu incomodada a ponto de querer perguntar por que ele estava olhando tanto, mas se limitou a ficar quieta.

– Desculpe perguntar, mas você sabe pra que lado fica as piscinas? – ele perguntou com um ar inocente.

Jill desconfiou da pergunta. Não havia motivos para ele perguntar, já que havia mapas e mapas espalhados pelo navio.

– Eu acho que fica no primeiro deque...

– Obrigado. Eu fico perdido nesse lugar. Meu nome é Corey – ele estendeu a mão direita para ela. – Qual é o seu?

Jill levantou a mão bem devagar e apertou a mão dele.

– Jill...

– Que nome legal. Então, Jill, posso saber para onde está indo?

– Eu estou indo pra uma reunião muito importante. Preciso investigar uma pessoa. Desculpe-me por não falar muito – ela saiu do elevador assim que a porta abriu e abandonou Corey. Ele se limitou em dizer “até mais, Jill” antes que as portas do elevador fechassem.

“Bom, até que não posso reclamar sobre esse vestido” ela pensou.

Caminhou pelo cassino e procurou Carlos pelo olhar. Não o encontrava de jeito nenhum. Ela se aproximou de um bar e ficou parada olhando para todas as mesas do local. De repente, sentiu uma mão encostar na sua cintura e um vulto passar por trás e dizer:

– Pensei que não viria mais.

– Carlos, que susto me deu! – Jill se virou para Carlos e o encarava. Ele estava vestindo uma blusa preta e uma calça preta. – Me desculpe se eu demorei... Eu não sabia que roupa vestir num lugar como esse. Achei que deveria vir bem arrumada.

Carlos analisou as palavras de Jill e riu. Ele abaixou um pouco o rosto e disse:

– Não precisava. Mas qualquer roupa que você usa, consegue distrair qualquer cara. Mesmo se você tivesse vestida com aqueles casacos pesadões para invernos russos.

Os dois sorriram. Carlos pegou Jill pelo braço e a carregou pelo cassino.

– Parece que hoje a noite vai ser um pouco cheia. Temos poker, temos jantar e temos... karaokê, certo?

– Certo. Tenha em mente que eu vou te ganhar no poker e no karaokê.

– Vamos ver sobre isso, lindona.

Ele mostrou uma mesa com um baralho e algumas fichas em cima. Ele iria puxar uma cadeira pra Jill, porém ela se apressou para puxar sua própria cadeira e sentar.

– Ok...

– Eu sei que você parecer cavalheiro, mas não precisa puxar as cadeiras.

– Posso pelo menos abrir portas?

– Pode..pode... – ela colocou a mão direita no rosto e apoiou o cotovelo na mesa. – Cadê o Barry?

– Ele não vem. Ele comeu tanta lagosta há poucas horas que acho que foi descansar no quarto. E antes disso, Barry tinha me dito que tinha jogado “21” a ponto de ganhar uns U$500. Até que ele teve sorte, pra quem começou as apostas com U$20!

Os dois sorriram. Carlos começou a embaralhar as cartas.

– Eu sei que você é boa de armas, mas não tenho certeza se é boa no poker...

– Carlos, eu sou uma S.T.A.R.S. Só há duas mulheres na equipe inteira: eu e Rebecca. Há 11 homens na equipe. Quando tínhamos tempo livre, ficávamos jogando poker na nossa sala na R.P.D. Chris era o melhor de todos. Barry de vez em quando ganhava. Eu aprendi aos poucos e quando percebi, já estava ganhando de todos.

– É engraçado, mas quanto mais te conheço, mais percebo que você é completa...Digo, especial...

– Carlos, por favor. Se um dia conhecer meus defeitos, não vai ficar falando essas coisas.

– Se você ta falando sobre seu lado barraqueira, pode ficar calma que eu nem considero isso um defeito.

Ele olhou para Jill para ver sua reação. Ela estava com um olhar felino de raiva. “Presta atenção no que fala, senhor” ela pensou.

Jill ganhou Carlos no poker. Carlos ficou bobo como ela era boa naquilo. Ele havia perdido mais de U$10,000 em fichas fictícias. Ele já estava debruçado sobre a mesa, não acreditando o quanto tinha perdido. Jill ria demais enquanto puxava todas as fichas restante de Carlos. Jill disse:

– Querido, você deveria ter parado logo no início.

Carlos batia a palma da mão bem devagar na mesa, ainda sem olhar para Jill.

– Eu não estou acreditando nisso! Eu perdi tudo! – Carlos falava em português, sem nem ligar se Jill estava entendendo ou não.


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