Seja minha Valentine escrita por strangeland


Capítulo 1
1 - Prevendo os próximos dias




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Um consolo para um aparente fim da Umbrella. Um cruzeiro como recompensa para os únicos sobreviventes dos S.T.A.R.S e da U.B.C.S. Carlos, Jill e Barry ganharam um cruzeiro de luxo que passaria pelo lado oeste do Caribe. É claro que eles não foram os únicos sobreviventes de Raccoon City. Alguns saíram horas antes do aviso do míssel, outros eram traidores que não mereciam nenhum tipo de dinheiro ou viagem como presente.

Até que Jill ficou um pouco contente em receber esse grande presente. 5 dias num cruzeiro de luxo por ter descoberto os podres da Umbrella e por ter escapado da cidade. Mikhail também ganharia esse cruzeiro se ele tivesse sobrevivido. Ele estava machucado, mas não queria ficar parado. Defendeu o bonde dos zumbis e morreu bravamente tentando salvar a vida de Carlos e Jill. Infelizmente aquela granada que explodiu dentro do bonde e jogou Nemesis para fora do vagão não foi suficiente para matar o monstro, porém Carlos nunca esquecerá desse ato de coragem. Mas uma coisa ele tinha certeza: foi melhor Mikhail ter morrido através de suas próprias mãos do que ter levado um tiro vindo de uma arma do traidor Nicholai.

Jill estava na fila de entrada do cruzeiro esperando por Carlos. “Por que ele está demorando tanto?!” pensou. Enquanto esperava Carlos, sua mente produziu uns flashbacks de momentos logo depois que a cidade foi destruída. Estava no helicóptero com Carlos e em poucos minutos, uma bomba limpou a cidade do mapa. Ela não nasceu em Raccoon City, mas já tava vivendo lá por tanto tempo que havia criado algum tipo de laço com aquela cidade. Lembrou de como se orgulhava de ser uma S.T.A.R.S., aí lembrou daquela criatura horripilante que depois ela foi saber o nome, “Nemesis”. Lembrou que quando estava no helicóptero, houve um momento que estava quase chorando. Havia passado tantas horas em alerta para não morrer, que nesse tempo todo não havia quase expressado suas emoções. Uma lágrima escorreu pelo seu rosto enquanto olhava pela janela do helicóptero. Barry estava conversando alguma coisa com Carlos, mas ela não estava prestando atenção. De repente, Carlos olhou para Jill e percebeu que ela estava chorando. Ele se aproximou e perguntou se ela estava bem. Ela disse que apenas estava triste e ele a abraçou e disse: “Se eu puder fazer qualquer coisa pra acabar com sua tristeza, me diga que eu vou tentar fazer” e ele beijou a cabeça de Jill.

- OLHA ISSO! – Barry disse enquanto segurava um panfleto do cruzeiro – eles tem uma piscina com ondas!

Jill voltou a si e suas lembranças foram dispersas com a voz de Barry.

- Eu não sabia que eles tinham uma piscina com ondas!!!

- Odeio ondas, sempre me dou mal com elas. Só vou ficar nas piscinas sem ondas mesmo - ela disse carinhosamente.

- Bom, eu vou tirar proveito de tudo que tiver já que não vou pagar... E também vou aproveitar que ainda tenho energia pra me mover. Um dia vou me aposentar e o que vai sobrar pra mim será pintar quadros!

Jill sorriu ao mesmo tempo que fazia "não" com a cabeça. Ficou imaginando um dia Barry pintando quadros e fazendo uma exposição em sua casa enquanto suas filhas, provavelmente, diriam que os quadros são sem-graças. Ela olhou para o relógio e olhou para o fim da fila. Havia umas 10 pessoas atrás dela e Carlos não aparecia. Ela olhou para todos os lados daquele porto e não o encontrou. Ela saberia que Carlos iria ter que furar fila e talvez aquelas 10 pessoas poderiam ficar com raiva... E então, ela avistou Carlos. Ele estava com uma camisa branca de botões e manga curta e um short preto. Ele também estava com sapatos marrons dockside, bem discreto e um óculos escuro. Carregava sua mala com a mão direita com um jeito super despreocupado

Jill sentiu um frio na barriga ao ver Carlos assim. Ele parecia algum ator de Hollywood pronto pra ser assediado por paparazzis. Carlos avistou Jill e disse um "hey" bem inaudível, talvez foi aquele "hey" que Jill só entenderia se lesse os lábios deles. Jill sentiu outro frio na barriga e sentiu também suas bochechas ficarem rosas. "Por que tô me sentindo assim? Por que estou tão envergonhada??? Só, porque Carlos está extremamente diferente e lindo?" Jill pensou um pouco nervosa.

- Olha, se não é nosso rapaz de ouro - disse Barry enquanto Carlos dava os últimos passos para chegar perto de Jill e Barry.

- Me desculpem por ter chegado atrasado - ele abraçou Barry e depois abraçou Jill de forma calorosa, mas sem tirar os olhos do navio. - É um navio bem grande! Nunca entrei em um desses! - ele agora deu um beijo na cabeça de Jill e escutou as pessoas na fila reclamam por ele não estar no final da fila. Ele ignorou, visto que eles seriam os próximos a entrarem no navio.

Os três deram suas passagens para um homem que ficava num estreito corredor que dava para a entrada do navio. Eles entraram e foram conduzidos para seus quartos particulares. Os três se separaram ao entrar em seus devidos quartos. Jill abriu bem seus olhos para enxergar um dos quartos mais bonitos que já viu. Não aparentava nem um pouco ser um quarto de navio, pois parecia mais um quarto de hotel na beira da praia, mas a janela era redonda e isso lembrava muito um navio. O chão era de cor bege, o teto era branco, as portas eram de madeira, assim como os móveis. E toda a decoração se baseava no marrom, branco, preto, laranja e bege. A cama era de casal e possuía três almofadas em ordem de tamanho: a maior era branca, a média era marrom e as menores eram laranjas. Havia um abajur branco em cima do criado mudo ao lado esquerdo da cama. A janela ficava no lado direito da cama, e estava um pouco tampada pelas cortinas beges. Havia uma televisão de 50 polegadas em frente a cama, bem presa numa alcova da parede.

Jill largou sua enorme mala em cima da cama e caminhou para a janela redonda ainda admirada com tudo. Olhou pela janela e viu um pedaço da cidade de Los Angeles. Ouviu alguém bater na porta e foi abri-la. Era Carlos, ainda com óculos escuros, fazendo o parecer irresistível.

- Você consegue acreditar nisso tudo, Jill? Eu achei que nunca conseguiria me hospedar num lugar assim! – ele passou por Jill e andou até a janela redonda. Apoiou o braço no topo da janela e olhou para o mar – Mas isso é o mínimos que eles poderiam fazer após uma cidade inteira ser infectada por causa da Umbrella!

Jill se aproximou um pouco da TV e observou Carlos. Ela olhou para baixo e perguntou:

- Já sabe o que vai fazer daqui em diante agora que não está mais com aqueles carniceiros da Umbrella?

- Mais ou menos... Talvez eu volte pro Brasil. Quando entrei pra Umbrella, eu saí do Brasil e fui diretamente para aqui para treinar. Sabe, Jill, tudo isso ainda é muito irônico pra mim... Umbrella é a responsável pelos vírus, a Umbrella manda um time para salvar civis, em cada time havia traidores, e a própria Umbrella lançou monstros para testarem suas próprias criações? – Carlos olhava para Jill com um olhar de indignação – Isso é loucura demais. Mas, sabe, tudo isso meio que me traumatizou um pouco.Chego a ter pesadelos todas as noites... – Carlos olhou para baixo e lembrou de zumbis nas ruas, Nicholai atirando em Tyrell, Nemesis na torre do relógio, Jill infectada com o T-vírus... – Se houver qualquer rastro da Umbrella, pode ter certeza que eu vou tentar a acabar com isso. Mas eu acho que tudo está bem agora. Pelo menos, eu acho...

Jill ficou quieta pensando em Chris. Ele estava sumido há muito tempo. Algo estava errado. Até a irmã de Chris havia sumido. Ela iria recompor suas forças pra saber o que aconteceu com o S.T.A.R.S. restante. Afinal, Chris também merecia essa viagem.

- Jill? Jill? – Carlos perguntava enquanto se aproximava.

- Ham?! O quê? – ela perguntou assustada.

- Eu disse “Temos que ter pensamentos positivos sobre isso, certo?” E você não me respondeu. Está preocupada com algo? – ele se aproximou e colocou as mãos nos ombros dela.

- Não – ela ainda olhava para o chão – Me desculpe, Carlos, mas quando você disse que tem pesadelos todas as noites, bom, eu também tenho.

- Hey – Carlos levantou o queixo de Jill para ela olhar para ele – você é uma mulher forte e eu sei que vai superar isso. Você me disse que havia passado por outra situação 2 meses antes de Raccoon ser destruída, lá naquela mansão nos arredores da cidade. Você ficou bem, você e o Barry sobreviveram, você sobreviveu mais uma vez... – ele sorriu, e então Jill sorriu – Eu sei que você consegue. Hey, estamos num navio de luxo, estamos aqui pra nos distrair e termos um pouco de paz. Não podemos ficar paranóico e... – ele passou a acariciar o rosto de Jill – eu não quero que você fique deprimida ou paranóica com essa situação toda. Você merece um descanso.

- Obrigada, Carlos. Eu vou tentar me distrair, sim. Obrigada mais uma vez por ser compreensível – ela sorriu e olhou para os lados um pouco envergonhada.

Carlos aproximou um pouco mais o rosto dele e disse:

- Hey, que tal a gente jogar poker hoje no cassino? E depois podemos jantar... Lembra que você me disse que me devia uma logo depois quando te salvei de um monte de zumbis naquela fábrica abandonada? Então, que pena que você disse isso porque, vou te cobrar.

- Pode cobrar, eu aceito! Eu jogo com você e janto também.

Carlos olhou para os lábios de Jill. Eles estavam pertos demais e ele não estava conseguindo resistir à moça. Havia sido enfeitiçado pela beleza dela desde quando a viu em Raccoon City. Não foi a toa que ele soltou uma das piores cantadas-brincadeiras que ele já disse. Insinuou que ela queria chamá-lo pra sair no meio de uma cidade repleta de zumbis e um monstro como o Nemesis pra lá e pra cá. Mas ele achou que iria morrer, então não viu problema em zombar da situação com aquela piadinha. Porém, aos poucos percebeu que poderia sobreviver com Jill, então foi ficando mais sério.

Quando Carlos pensou em tomar coragem para beijar Jill, eles dois escutaram uma batida na porta. Era Barry e ele dizia “Jill? Jill?”. Carlos se afastou um pouco de Jill.

- Eu estou indo, Barry! – Jill gritou.

- A gente se vê na hora do almoço, eu você e Barry. Acho que ele quer ficar meu amigo. – Carlos sorriu e ficou um pouco convencido por ver que Jill não havia saído do local mesmo depois de ter gritado para Barry que ela estava ido atender a porta.

- Bom, seria legal ouvir um pouco sobre seu passado brasileiro – ela sorriu e apertou de leve o nariz de Carlos.

Carlos riu e deu um beijo bem rápido na bochecha de Jill.

- Até mais tarde.

Ele foi andando até a porta e a abriu. Barry levou um susto por ter visto que Carlos já estava no quarto de Jill. Ele pensou em falar algo ‘Estou interrompendo algo?“, mas preferiu ficar calado. Carlos disse algo rápido com Barry e seguiu caminho para seu quarto.

- Jill, eu tinha dito para o Carlos que poderíamos almoçar no restaurante “Nautilus”. Pelo panfleto, ele parece ser melhor que o “Almirante Benbow”.

Jill estava se controlando para não rir de vergonha pelo beijo de Carlos.

- Sim, Barry, Nautilus parece ser ótimo! Na verdade, você será nosso guia nesse navio.

Barry sorriu com satisfação. Ele se despediu de Jill e saiu do quarto dela. Jill se jogou na cama e tampou o rosto com as duas mãos. Refletiu que mais cedo ou mais tarde acabaria dando uns amassos em Carlos. Então, ela pensou em como o tinha achado metido e convencido quando o viu. Mas havia algo nele que ela gostava: a lealdade. Todo o esforço dele em sobreviver junto com ela de Raccoon City era algo gratificante. Ele foi no hospital de Raccoon preparar um antídoto de T-vírus para ela e quase morreu por causa de Nicholai. E se Carlos morresse, ela morreria logo depois de se tornar um zumbi. Mas havia algo a mais que Jill estava gostando... Talvez, o sotaque do rapaz dava um ar exótico, um ar de “quero conhecer mais sobre você”. E ele também sabia ser sensual quando não estava em combate.


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