– ACORDEM! AGORA! – disse Sirius fervendo de raiva e aflição ao mesmo tempo, ele não demora muito para acordar Remo, Pedro e Frank contando a eles tudo o que aconteceu e escutou.

Os garotos correram para o dormitório das meninas com intenção de acordar Lílian e Alice, no entanto são parados por uma porta invisível que impede meninos de entrarem no dormitório feminino, e o impacto é tão grande que caem os quatro no chão.

A pressa era tanta que haviam se esquecido que não podiam entram no dormitório feminino.

– O que vocês estão fazendo? – pergunta Lílian após um grande bocejo, pois estava meio sonolenta.

– Vai buscar Alice! Rápido! – disse Remo – Dorcas, Marlene e James estão em perigo.

Lílian corre para acordar Alice, com tanta velocidade que era como se o sono, tivesse abandonado completamente do seu corpo ao ouvir aquela frase.

Não demora 5 minutos e as duas descem as pressas pelas escadas, ao encontrar os meninos na sala comunal, descobrem tudo o que Sirius conseguiu ouvir.

O grupo anda as espreitas pelo castelo de Hogwarts, como todos já haviam se recolhido, corriam o perigo de serem pegos por Filch, madame Nora ou algum monitor, só que no momento tudo que importava a eles era salvar seus amigos.

Ao chegarem à sala comunal da sonserina demoram um tempo para conseguir acender o fogo e achar pó de flu no lugar.

– Já sabem o que temos de fazer certo? – questiona Remo olhando para o grupo que era iluminado pelo fogo da lareira.

– É claro Remo, não precisamos de outra minuciosa explicação sua. – debochou Sirius.

– Será que da pra vocês dois pararem de discutir, se continuar assim não vai ter mais Marlene, Dorcas nem James pra ajudar quando chegarmos – disse Alice apreensiva, sua fala causou um rouco suspiro vindo de Lílian.

O fogo toma a cor verde e pouco a pouco eles vão partindo.

Eles correm por corredores escuros, apenas iluminados pelas luzes das suas varinhas. Abrem diversas salas e nada de seus amigos, até que escutam gritos de aflição vindos do final daquele grande corredor, lugar com uma luz que pouco iluminava, tão fraca era a luz que nem haviam notado antes de ouvirem os gritos.

– Marls! - Grita Sirius e sai correndo na frente de todos, apenas seguindo o som da voz de sua amada.

Chegam a uma sala sem móvel algum, apenas repleta de pessoas. Estavam todos rindo e debochando, perto de dois corpos sendo torturados no chão, eram Dorcas e Marlene. Uma das pessoas realizando a tortura com um sorriso maldoso no rosto era James.

Sirius o primeiro a chegar à sala, quando as vê tomadas pela dor, uma grande fúria domina o seu ser e lança um feitiço pela sua varinha.

Vários lampejos de luz voam de diversas varinhas na sala, todos se separam e começam pequenos duelos. Sirius acaba enfrentando a pessoa que ele menos queria encarar, James, o seu melhor amigo a quem ele nem mais conhecia, estava diante dele empunhando uma varinha, pronto para matá-lo.

Ainda estava difícil para Sirius acreditar que James se tornará aquilo. A pessoa com quem ele compartilhará cinco anos da sua vida, agora era irreconhecível ao seu olhar. Enquanto via os olhos frios de James, uma raiva lentamente começou a se instalar no seu coração, intensificando-se aos poucos como uma pulsação dominando o seu corpo, ele queria a todo custo fazer o seu amigo voltar.

Daquele jeito Sirius poderia fazer algo que não queria e machucar James, então ele aperta a varinha com cada vez mais força, tentando de alguma forma acalmar o corpo, que não parava de estremecer em fúria. Apertou com mais e mais força a ponto de quebrar a varinha com as mãos. Mesmo assim, não era fácil controlar as emoções, tendo bem diante dos olhos o seu melhor amigo, que não conseguia reconhecer.

Realmente ele era incapaz de aceitar. Como tudo aquilo era possível? Como era possível perder James assim? Sirius olhou para James e se recordou do rosto alegre e sorridente presente no rosto do amigo. Balançou a cabeça freneticamente tentando se livrar desses pensamente, e por esse momento de fraqueza quase fora atingido por um feitiço vindo do seu oponente. Não conseguindo se controlar memórias o atinge como uma flecha.

“James e eu sempre estivemos juntos, desde o dia que nos encontramos pela primeira vez no beco diagonal e explodimos livros na Floreios e borões fazendo uma grande confusão; quando voamos juntos de vassoura pela primeira vez e rimos de Pedro tentando subir na vassoura que fugia dele; quando usamos a capa da invisibilidade para roubar doces da cozinha; quando brigavamos para saber quem ficaria com a melhor cama no dormitório; cada vez que passei as férias com os Potter; cada travessura; cada falsa briga.” Pensou Sirius e um grito furioso surge nele ao encarar esse garoto irreconhecível.

– James eu não quero te machucar – disse Sirius que se esforçava para conter suas emoções, e a ideia que começou a percorrer sua cabeça, a ideia de perder o seu melhor amigo.

– Ah mais eu quero te machucar Black – disse James que tinha uma voz serena não habitual, e denotava certa frieza através dela, lançando um feitiço que passará muito perto de Sirius.

Eles trocavam feitiços como se não houvesse mais ninguém na sala.

– Volta James, esse não é você – disse Sirius aflito, a beira de ter seus olhos lagrimejando – ESSE NÃO É VOCÊ!

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Lílian corre de encontro ao James, mais alguém agarra o seu braço, ela se vira com a varinha pronta para estuporar a pessoa, mas era Severo que a estava impedindo de chegar até James.

– Não vai atrás desse idiota – disse Severo ainda segurando Lílian com força – esse é ele de verdade.

– Você pode ser assim, mais ele não é – disse Lílian se soltando do braço de Severo e correndo em direção a James.

– Eu cuido dele – disse Lílian se colocando no meio do duelo entre Sirius e James – pode acabar com Severo pra mim?

– Com prazer! – disse Sirius feliz ao não ter que enfrentar James, ele sabia que Lílian conseguiria melhor do que ele salvar o seu amigo.

Um lampejo vermelho vai em direção a Lílian, esse fecho de luz vem de um James com as sobrancelhas franzidas e uma expressão que poderia fazer alguém correr de medo de apenas olhar, como se fosse matar alguém com os olhos, feito um basilisco, “Como aquele traidor do sangue poderia estar fugindo de mim assim? Eu não sou bom o suficiente para enfrentá-lo?” James pensou então se surpreende ao ver Lílian ricocheteando o seu feitiço com tanta facilidade. Um sentimento forte subiu por todo o seu corpo como se devesse fugir da menina que estava na sua frente, porém ele toma fôlego e continua mandando feitiços o mais rápido possível, enquanto a cada feitiço Lílian conseguia se aproximar cada vez mais do menino que foi tomado pela fúria, por nenhum de seus feitiços tê-la atingido.

Lílian finamente conseguiu o feito que estava querendo, chegou perto o bastante de James e ela parte para cima do menino como se confiasse que ele nunca a machucaria.

James sente uma dor profunda como se precisasse se lembrar de algo, quando a garota que ele xingou e estava ameaçando de morte o abraçará tão confortavelmente que ele sentirá vontade de recostar a sua cabeça sobre os ombros dela e não sair daquela posição pelo resto de sua vida, quase deixará a sua varinha cair no chão e perderá totalmente o sentido do porque estava ali, “Ela é apenas uma sangue ruim” dissera alguma voz na sua mente e ele ouvirá essa voz tentando com muito esforço se soltar dos braços de Lílian, mas parece que esses fincaram em James de uma maneira que nunca se soltariam.

– Esse não é você! – afirmou Lílian em uma voz quase rouca, James começa a sentir algo quente e molhado cair sobre as suas costas e novamente seus pensamentos ficam confusos.

James toma conta de seu corpo novamente e tenta com mais determinação se soltar de Lílian. A menina não consegue aguentar por muito tempo e já cansada acaba perdendo a briga contra o corpo de James e é empurrada com tanta força que sua varinha cai no chão.

– Adeus sangue ruim! – disse James, mais então antes de lançar o feitiço ele encontra os olhos verdes e profundos de Lílian que estavam cheios de lágrimas teimosas que insistiam em rolar sobre o rosto que já estava bem molhado, James perde a razão naquele momento o seu braço se abaixa, mais ainda empunhando a varinha tenta lutar contra si mesmo.

– Acredito que você ainda está aí dentro – diz Lílian se aproximando de James e falando com a voz mais doce e amável que conseguiu – volte para mim.

– Lírio – disse James se libertando do feitiço e sem memórias do que ocorreu, até que em um grande baque essas memórias o atingem e ele se lembra de todas as coisas horríveis que disse e fez.

– Idiota – disse Lílian abraçando James ainda mais forte que da outra vez e deixando que as lágrimas rolassem pelo seu rosto – nunca mais faça isso comigo!