Os dias em Hogwarts parecem normais, os membros da ordem em Hogwarts espionavam e coletavam informações sobre os comensais de Hogwarts sempre que possível, parece que seu grande objetivo era recrutar mais e mais pessoas para o lado de Voldemort. No entanto aos poucos os comensais foram notando a presença dos membros da ordem e duvidando cada vez mais deles, o que tornou o trabalho muito mais perigoso.

Em uma manhã os marotos acordam para tomar o café da manhã e Sirius não aparece, por volta das nove horas, James volta para o dormitório com um pouco de cereal para seu amigo, que ele não pensou que desceria.

– Sirius, você está bem? - James perguntou quando ele entrou no dormitório com a bandeja nas mãos.

Sentado ali, no chão de madeira não era outro senão o próprio Sirius Black, encostado na porta que levam ao banheiro.

– Bem - Sirius murmurou.

– Tem certeza? - James perguntou fechando a porta atrás dele e atravessando o dormitório para sua cama - você perdeu o café da manhã, estávamos todos muito preocu-

– Eu disse que estou bem - Sirius interrompeu seu melhor amigo e depois de um minuto de silêncio, ele deixou escapar um longo suspiro - me desculpe. Eu não tive a intenção de falar assim com você.

– tudo bem - James deu de ombros - o que aconteceu?

– Marlene e eu terminamos ontem depois do jantar - Sirius recostou a cabeça contra a porta.

– Só isso? - as sobrancelhas de James se levantaram - não há razão em tudo isso?

– Bem, não - Sirius gemeu - entre o choro histérico e livro que ela jogou em mim dizendo que se eu não podia levar a sério nós estávamos terminados.

– E?

– E-eu não respondi - Sirius explicou - eu não sabia o que dizer. O que se diz sobre isso?

James deu de ombros mais uma vez, mas não respondeu, enquanto observava Sirius passar as mãos pelo cabelo, frustrado.

– Eu estraguei tudo, não foi?

– Com certeza - afirmou James o que só deixou Sirius pior.

– Ela é diferente das outras garotas, sabe - Sirius olha para cima e encara James.

– Vai atrás dela, você já está perdendo tempo - Sirius se levanta e corre saindo do dormitório.

Ele a procura por todo o castelo, mas não consegue achar ela, frustrado ele faz o caminho para voltar à torre da Grifinória, quando se depara com Noah e Marlene, enlaçados um nos braços do outro, se beijando vorazmente como se estivessem colados.

Foi como se uma coisa grande estivesse se remexendo e apertando o estômago de Sirius e esmagado as sua estranhas com garras muito dolorosas, um afluxo de sangue quente pareceu inundar seu cérebro, extinguindo todo pensamento e substituindo-o pelo impulso selvagem de azarar Noah, transformando-o em geléia, para depois esmagá-lo com toda força. Tentando lutar contra esta súbita loucura que crescia cada vez mais dentro do seu corpo, ele não conseguiu resistir e quando viu já estava com a varinha na mão e tinha dito, as pernas de Noah começaram a bambear incontrolavelmente e mesmo com isso Sirius não conseguiu rir.

Marlene da uma rápida olhada pelo corredor e a única pessoa que vê é Sirius, que sai rápido em direção a torre da Grifinória enquanto ela fica para retirar a azaração de Noah.

– Olho de dragão! – disse Sirius irritado ao chegar no retrato da mulher gorda que xinga alguma coisa a Sirius antes de deixá-lo passar.

Sirius entra na sala comunal furioso, podendo soltar fogo pela boca se a abrisse, os marotos entendendo o recado não falam com ele até se acalmar um pouco, era como uma regra que eles tinham entre si, não falar com Sirius Black furioso, da última vez que isso aconteceu Pedro falou com ele e Sirius quase bateu no menino.

A sala estava apinhada, porque o café da manhã havia acabado a pouco tempo e era domingo, os garotos estavam sentados em uma mesa que parecia querer cair a qualquer momento. James olha para Sirius por um instante, mas continua o enorme e cansativo trabalho de história da magia, Remo percebendo que não deveria falar quando Sirius se senta, apanha então um exemplar do profeta diário que alguém largara em uma cadeira. E Lílian continuava a ler o seu livro, ela não sabia dessa pequena regra, mas não se atreveria a falar com Sirius no momento, ele parecia pronto a devorar alguém.

Sirius que ficará mal humorado desde que vira Marlene aos amassos com Noah no corredor, apenas se larga sobre uma cadeira, cruza os braços e fica olhando para o teto de testa franzida, não muito depois Marlene entra com o mesmo ódio no olhar que Sirius. James, Remo e Lílian indefesos se perguntam o que estava acontecendo, mas sem realmente falar até o momento.

– POR QUE VOCÊ FEZ AQUILO? ERA UMA ESPÉCIE DE DIVERSÃO COM A MINHA CARA? – Berrou Marlene furiosa procurando por explicações de Sirius. Então James guarda seu trabalho, sabendo que o trabalho sofreria algum dano se continuasse aberto naquele momento, Remo fecha o profeta diário e Lílian o seu livro, todos esperando pela guerra que teriam que apartar a qualquer momento.

– POR QUE VOCÊ ESTAVA BEIJANDO AQUELE IDIOTA? – ao momento que Sirius gritou de volta para Marlene, metade dos alunos que estavam na sala comunal saem com medo da guerra que ocorrerá a outra metade, só ficará, provavelmente para sair fofocando sobre isso depois que tudo acabasse.

– O QUE EU FAÇO NÃO É DA SUA CONTA! - explodiu a garota – TALVEZ EU DEVA TE AZARAR PARA VER SE VOCÊ GOSTA! – então ela puxa a varinha no mesmo momento em que a vêem James e Lílian se metem entre os dois, com James tentando a todo custo parar Sirius que também empunhará a sua varinha e Lílian fazendo esforço para parar Marlene que tentava lançar azarações por de baixo dos braços de Lílian, mas nenhuma delas conseguiu atingir Sirius.

– EU ESTAVA TENTANDO TE PROTEGER DAQUELE NOAH IDIOTA VOCÊ DEVERIA ME AGRADECER – rugiu Sirius.

– Noah? Noah Lewis? – questiona Lílian perplexa – aquele gato que está no sexto ano da Corvinal?

– Sabe Lils – disse James sarcasticamente enquanto tentava impedir que Sirius lançasse alguma azaração em Marlene – EU ACHO QUE ISSO NÃO VAI AJUDAR MUITO AQUI – James já chegara ao desespero e estava gritando com qualquer um que fizesse algo que pudesse piorar a situação e por incrível que pareça até com Lílian, pois segurar um Sirius raivoso não era das missões mais fáceis do mundo.

– QUEM PEDIU PARA VOCÊ ME PROTEGER? – berrou Marlene, com o rosto tão vermelho quanto os cabelos de Lílian, a raiva já dominará todo o seu corpo.

– SE VOCÊ VAI FICAR SE AGARRANDO COM O PRIMEIRO CARA QUE VÊ NA SUA FRENTE FICO FELIZ QUE TENHAMOS TERMINADO.

– VOCÊ FALA COMO SE NÃO SE AGARRASSE COM QUALQUER GAROTA QUE APARECESSE NA SUA FRENTE SIRIUS BLACK! – e dizendo isso Marlene retirou- se para o dormitório feminino enfurecida com Lílian logo atrás dela.

James soltou depressa Sirius, que tinha no rosto uma expressão homicida e foi para o dormitório dos meninos, depois de xingar enraivecido uns calouros apavorados, só porque olharam para ele. Remo e James se olham e em silêncio discutem quem deveria falar quando chegassem ao dormitório e James perde.

– Ei, Almofadinhas – disse James entrando no dormitório com todo o cuidado como se ele fosse um campo minado e ele é logo seguido por Remo entrando com maior cuidado ainda. – Você quer falar o que aconteceu?

– Não – respondeu Sirius secamente, o que de certo modo acalmou Remo e James, por ele não ter gritado.

– Sabe é muito mais fácil acalmar Remo é só dar um chocolate para ele e Pedro é só dar comida, agora você... – ponderou James – quer que eu traga uma garota?

– Cala boca Veado – retorquiu Sirius se forçando a formar um sorriso que nem saíra na sua boca direito, era na verdade apenas uma pequena curva no lado esquerdo do seu rosto.

Depois de um tempo em silêncio, Sirius pareceu ter se acalmado um pouco e contou toda a história para James e Remo.

– Isso é ridículo fala pra ela que você estava indo atrás dela – disse James – ela com certeza ainda gosta de você, só deve ter ficado com Noah pra te esquecer.

– Você e Marlene são iguais – falou Remo – acho que seriam ótimos amigos se não tivessem inventado de ficar se agarrando e agora deu nisso – Remo pensou que Sirius voltaria a gritar nesse momento, porem ele só fez um “hum” e não falou mais nada.