Por você mil vezes - Se não fosse amor escrita por Suy


Capítulo 7
Lindsay Willians.


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem lindas, obg pelos comentários. Bjs!!!



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SEMANAS DEPOIS...

“Vocês sabem que aqui nós trabalhamos com prazos a serem cumpridos, eu exijo que sejam. Eu não vou mais adiar nada, eu quero a divulgação dessas lojas pra ontem.” Gritei em meio as outras oitos pessoas que estavam na sala de reunião comigo, incluindo Matthew.

“Acho que o que a Srta. Trammer quer dizer...” Matthew pôs a mão em meu braço, basicamente era um sinal nosso pra eu me acalmar e deixá-lo resolver. “Nós perdemos por cada dia de material não divulgado. A propaganda é a alma do negócio, literalmente falando. Demos o prazo que vocês pediram, adiamos esse prazo e não podemos adiar novamente. Será que vamos mesmo ter que contratar uma equipe de fora pra trabalhar nesse projeto? Por que sinceramente, eu acredito no potencial de vocês, mas vocês parecem que não acreditam em si mesmos.” Ele disse com uma calma de se invejar.

“Nós realmente pedimos desculpas pelos transtornos...” Rachel, uma das responsáveis pelo setor de marketing disse. “Srta. Trammer e Sr. Davis, iremos apresentar um projeto digno da Trammer, pode deixar.”

“Maravilha.” Falei me levantando. “Nos reunimos segunda então.”

“Mas hoje já é sexta!” Ela disse surpresa, ignorei os olhares de todo o resto do pessoal na sala.

“Então vocês tem três dias. Aproveitem o fim de semana.” Matthew me deu um olhar de reprovação, que eu liguei nenhum pouco e saí da sala.

“Espero que perceba que deu um prazo absurdo pra uma equipe preparar uma campanha desse porte.” Ele disse me seguindo até as escadas.

“Que bom que sabe que é uma equipe. Absurdo seria deixar uma pessoa cuidar de tudo sozinha.”

“Mesmo assim Sophie...”

“Mesmo assim nada. Ao todo já se vão quase dois meses pra essa campanha. Se o Richard descobre isso... Tem noção do quanto ele vai me encher?” Matthew parou de subir e riu, o olhei sem entender nada.

“No fundo Sophie, por mais que negue isso, você só quer a aprovação do Sr. Trammer.”

“Patético.” Continuei subindo até que chegamos a nosso andar de costume. Entrei em meu escritório e Matthew no dele, após alguns minutos fui a sua sala. “Estou com Luke no telefone, ele quer saber se você vai jantar na nossa casa hoje.” Falei após bater e abrir um pouco a porta. A verdade é que com o passar dos dias, Matthew, Luke e eu, ficamos bem próximos. Eram raras as vezes que não fazíamos algo juntos. Geralmente, nosso programa preferido, era ficar em casa, pedir comida e ver algum filme até tarde.

“Depende do que for a janta...” Ele disse rindo.

“Luke, ele quer saber qual o cardápio de hoje.” Falei sem tirar os olhos de Matt.

“Diga que eu deixo ele escolher...” Luke disse ao telefone.

“Hoje é por sua conta garotão...”

“Então eu vou.” Matthew piscou e eu sorri em resposta. Fiquei conversando besteiras com o Luke, até quase dar a hora de ir embora. Quando finalmente o expediente acabou, dirigimos até meu condomínio.

“Eu estou, simplesmente, morrendo de fome.” Falei abrindo a porta do apartamento.

“Bom, culpe o responsável pelo jantar...” Luke veio em nossa direção.

“Para o conhecimento dos senhores, já liguei pedindo nossa janta. Estão inclusos no cardápio: Sanduíches, batatas fritas e milk-shakes.” Matt tirou o casaco e pôs em cima do balcão.

“Uma coisinha light pra terminar a semana não é?” Luke tirou sarro.

“Você sabe que eu sou a definição de light!”

“Engordei 300kgs só em te ouvir falar.” Choraminguei. “Vou tomar um banho primeiro.”

“Precisa mesmo...” Luke torceu o nariz em minha direção.

“Como se eu fedesse...” Revirei os olhos. “Sou muito cheirosa ta?” Dei língua pra ele e fui andando para meu quarto.

Tomei um banho, lavei os cabelos e vesti uma roupa confortável. Um short branco, blusa regata roxa, penteei os cabelos e deixei que secasse naturalmente. Quando voltei para a sala, Matt estava sem a gravata e os sapatos. A blusa estava com dois botões abertos, mangas arregaçadas e ele e Luke estavam sentados no chão conversando alguma besteira. O interfone tocou e fui atendê-lo.

“Trammer.”

“Boa noite senhorita, tem um entregador de comida aqui embaixo, podemos permitir que suba?” O rapaz da portaria falou.

“Pode mandar subir, obrigada.” Desliguei o telefone. “A comida, finalmente, chegou.”

“Até que enfim...” Luke gritou de forma dramática. Matthew e eu começamos a rir.

“O dinheiro está em cima do balcão Sophie.” Matt apontou na direção. Assenti com a cabeça e fui pegá-lo.

Minutos depois o entregador tocou a campainha e eu fui abrir a porta.

“Olá, boa noite.” Ele falou me olhando de cima a baixo.

“Boa noite.” Sorri. “Aqui está o dinheiro, obrigada.”

“Eu que agradeço, boneca.” Ele riu enquanto me entregava as comidas. Tentei conter a vontade de gargalhar e fechei a porta. Quando me virei, Matt e Luke estavam atrás de mim.

“O que foi?”

“Só marcando território...” Luke falou tentando parecer sério, mas sem muito sucesso.

Comemos, rimos, vimos filmes e comemos mais um pouco.

“Eu acho que não consigo mais nem respirar.” Deitei no sofá, levantei um pouco minha blusa deixando de fora minha barriga. Os rapazes continuam sentados no chão, mortos iguais a mim também de tanto comer. “Onde eu vou parar com tanto pneu na barriga meu Deus?” Fiquei apertando minhas gordurinhas.

“E eu...” Luke levantou a blusa deixando o abdômen trincado a mostra.

“E eu também.” Matthew fez a mesma coisa, mostrando o mesmo abdômen sarado.

“Queria ter forças pra levantar agora e dar um murro em cada um de vocês...” Resmunguei cobrindo minha barriga com a blusa novamente.

“Relaxa gordinha... Um dia você chega lá.” Matt disse rindo.

“Gordinha?!” Sentei de uma vez. “Vou te mostrar quem é gordinha!” Joguei uma almofada na sua cara. Começou a passar uma cena muito quente do casal do filme que estávamos vendo prestes a ir pra cama. “Argh...” Revirei os olhos.

“Argh...” Luke resmungou igual a mim.

“Ok... Não estou entendendo nada.” Matthew mudou o canal.

“Quanto tempo já Lu?”

“Não vou dizer, só se você disser primeiro.”

“Quanto tempo o quê?” Matt se virou na nossa direção.

“Por que eu tenho que dizer primeiro? Eu perguntei antes!”

“Ai ta bom...” Luke falou se rendendo. “Dois meses!”

“Não acredito!” Gritei.

“Seríssimo, estou sendo fiel ao boy fotografo.”

“Estou chocada!!!”

“Na boa... Do que vocês estão falando?” Matt disse impaciente.

“Quanto tempo que a gente está sem fazer sexo, é óbvio.” Luke disse como se fosse a coisa mais normal do mundo. “E você Sophie? Agora tem que dizer, eu já falei.”

“Mais de três meses!” Choraminguei.

“Ai meu Deus, tadinha.” Luke ficou me consolando, mas se divertindo com a situação. “Um minuto de silêncio pra sua virgindade que já foi restaurada!”

“Hahaha... Muito engraçadinho. É apenas uma fase ruim, de vacas magras.”

“Vai passar, vamos ter fé!” Ele ajoelhou e juntou as mãos como se tivesse rezando. “Ai preciso ir ao banheiro...” Luke se levantou e saiu em direção ao seu quarto. Fui levando as embalagens da comida e os copos pra cozinha.

“Então heim...” Matthew veio rindo em minha direção. “Três meses.”

“Você não deve estar muito melhor que eu ta querido?” Disse sem virar pra ele.

“É, não está fácil pra gente não é?”

“Não mesmo...” Sentei em cima do balcão e ele em um banco do outro lado. “Sinto falta do sexo...” Respirei fundo.

“Nem me fale...”

“Você não tem problema em deixar que sua noiva fique sozinha lá na Califórnia? Quero dizer... Não tem ciúmes e nem ela de você sozinho aqui?”

“Eu confio nela e acredito que ela confia em mim.”

“Eu sei, mas mesmo assim... Eu nunca fui noiva, mas não sei se iria conseguir deixar ele sozinho tanto tempo em uma cidade nova, principalmente Nova Iorque.”

“A Lindsay é madura, sabe que eu vim pra cá para construirmos uma vida juntos. Só espero que ela entenda logo que não pode viver pra sempre em outro lugar.”

“Hum...” Desci do balcão em um pulo, o que fez minha blusa levantar um pouco nas costas.

“A tatuagem vai até ai embaixo?” Ele disse rindo. Olhei para trás e vi que um pouco acima do meu bumbum estava a mostra o resto do desenho.

“É...” Falei sem graça. “Coisas da adolescência.”

“Quando vou poder ver toda?”

“Acho que nunca.” Ele me olhou confuso.

“Pra você ver toda eu teria que tirar toda minha roupa.” Sorri maliciosamente e voltei pra sala.

“Um dia desses você me mata Sophie Trammer...” Ele sussurrou.

Cheguei ao escritório segunda feira, Matthew e eu oferecemos um café da manhã para uns investidores que trabalhavam conosco há muitos anos. Estávamos tendo uma manhã muito agradável na verdade... Era muito prazeroso trabalhar com essas pessoas que estão no ramo há muito mais tempo que eu, sinto que a cada encontro que tínhamos, era uma nova oportunidade para aprender.

“Como sempre, o café da manhã está impecável Sophie.” Albert, um dos mais antigos investidores disse educadamente. Ele era um senhor de aproximadamente uns 60 anos ou mais, um homem muito inteligente.

“Muito obrigada Sr. Reynolds.” Sorri e olhei em ao redor da sala, onde vi Matthew de costas conversando com alguém. Quando ele se virou um pouco para o lado, pude ver quem era. “Com licença um minuto Sr. Reynolds.” Toquei em seu braço educadamente e saí em direção a Matt.

“Sophie querida...” Amy, esposa de Richard, disse no tom mais falso do mundo.

“O que faz aqui?” Falei tentando conter a raiva que eu estava no momento.

“Já que você não nos convidou, eu vim representando seu pai e aproveitei para ver como estava encaminhando tudo.”

“É por que o convite se restringe a quem trabalha aqui, que não é o seu caso, não é querida?”

“Mas, eu sou a mulher do dono.” Ela falou sorrindo.

“E eu, filha. E sou filha a mais tempo que você é a esposa.” Sorri também. A tensão no local era palpável. Saiam faíscas dos meus olhos e dos de Amy, uma para a outra.

“Vamos apenas ter um bom momento, senhoras.” Matthew ficou entre nós duas. Como se isso fosse possível com essazinha aqui...

“Como vão os preparativos para a festa de 75 anos da empresa?” Ela perguntou para Matthew, ignorando a minha presença.

“Só temos decido o básico, estamos deixando passar o dia de ação de graças para nos empenharmos de cabeça nisso.” Ele respondeu de forma educada.

“Até por que ainda falta quase um ano...” Murmurei.

“Desculpe querida, não consegui te ouvir.” Amy disse arrogantemente.

“Nada demais, só estava reparando que você está muito bem vestida hoje...”.

“Oh...” Ela disse surpresa, ajeitando a postura e alisando a calça.

“Essa calça escura esconde suas celulites e disfarça o seu quadril largo desproporcional.” Sorri, virei e sai de perto dos dois.

Fiquei passando mais algum tempo na sala com todos e decidi ir até a varanda pegar um ar.

“Você precisa aprender a controlar mais essa sua língua nervosa...” Matthew se aproximou e ficou do meu lado.

“Você precisa parar de se meter na minha vida.” O olhei irônica.

“Já parou pra pensar que você seria mais feliz se deixasse de ter tão distante das pessoas?”

“Já parou pra pensar que eu tenho meus motivos?” Cruzei os braços.

“Amy é uma mulher adorável Sophie, você que não se permite ver isso.”

“Se eu precisasse dos seus conselhos Matthew, eu pediria.”

“Eu estou falando sério.” Ele pôs a mão em meu braço.

“Eu também estou.” Dei um passo pra trás. “Você não pode chegar aqui e simplesmente achar que tem que me consertar. Eu não estou quebrada pra ser consertada.”

“Será mesmo? Por que as únicas pessoas que vejo você tratando decentemente é Luke, eu e Emily. Até com Brian é só patadas. Com Richard você não tenta ter nenhum tipo de relacionamento e da mesma forma com Amy. Você trata mal os funcionários, as coisas têm que ser sempre do jeito... Até parece uma menina mimada do que uma mulher feita”.

“Isso não é da sua conta!” Gritei. “Você não cresceu com o Richard, você não teve que aguentar o que eu tive que aguentar e não teve que viver com a cobra da Amy, como eu tive. Ninguém é obrigado a estar aqui Matthew, inclusive você. Na minha posição, você tem que aprender a cobrar as coisas das pessoas, senão, nada é feito. Eu fui cobrada da mesma forma que cobro hoje dos meus funcionários e eu não morri por causa disso, pelo contrário, fez com que eu fosse mais rigorosa comigo mesma. Então eu que vou te dar conselho: Fique fora da minha vida pessoal, por que aqui você é um mero funcionário como qualquer outro. Estamos entendidos?”

“Muito bem entendidos.” Ele falou sério. Sai da área da varanda, Matthew voltou para a sala do evento e eu desci, precisava ficar longe daquele ambiente um pouco, colocar a cabeça no lugar e me acalmar.

Quando finalmente, depois de uma longa descida, chego a recepção principal, onde uma moça está aos berros com um dos nossos vigilantes. Meu Deus... Quem é essa louca? Aproximei-me da situação, que estava atraindo vários olhares de todos que estavam passando por lá.

“Senhorita, por favor entenda. Eu não posso deixa-la subir...” O vigilante disse, visivelmente tentando manter a calma com a mulher.

"Escuta aqui, eu estou cansada e estressada então não venha me dizer o que eu não posso fazer!"Ela respondeu de forma grosseira.

"Algum problema?"Interrompi os dois.

"Essa senhorita, quer subir, mas não tem autorização, não existe nenhum horário marcado em seu nome."

"Quem é você mesmo?"A olhei melhor, ela era bem vestida, ruiva, magra... Uma mulher muito bonita.

"Lindsay Willians. Sou noiva de Matthew Davis."Ela disse empinando mais ainda o nariz, se é que isso era possível. Então finalmente nos conhecemos... E não é que a noivinha 'sem sal' era até salgada demais.


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