Por você mil vezes - Se não fosse amor escrita por Suy


Capítulo 6
Um fora a gente nunca esquece.




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Depois de mais de meia hora trancada, abri uma fresta da porta e vi que a sala de Matthew estava fechada ainda. Juntei minhas coisas rápido, tentei parece decente o suficiente para sair em público e assim que ponho o pé fora do escritório, vejo Emily sentada mexendo no computador.

“Nossa... Que susto! Você já não deveria estar em casa?”

“Eu só queria saber se a senhorita precisava de algo.”

"Matthew já foi embora?"

"Foi sim..."

"Ufa..."

“Então se a senhorita não precisa de mais nada, eu só vou desligar o computador e pegar minhas coisas para ir para casa.”

“Tudo bem.” Esbocei um sorriso e fui andando em direção ao elevador. “Emily...” Parei e me virei em sua direção. “Sobre o que aconteceu hoje... Eu queria pedir o máximo de discrição.”

“Sobre o que aconteceu hoje?” Ela perguntou. “Senhorita, a única coisa que aconteceu é que por causa de uma queda de energia a senhorita e o Sr. Davis ficaram presos no elevador. Apenas isso.” Ela piscou pra mim e eu entendi que dali, não iria sair nada a respeito. Sorri e voltei a fazer meu caminho para a saída, escolhendo a escada ao invés do elevador... Só pra garantir.

Dirigi até meu condomínio, com uma única pessoa em meus pensamentos. Matthew. Quando entrei em casa, Luke estava na sala assistindo televisão.

“Você demorou...” Ele falou sem tirar os olhos do que estava assistindo. “Já pensou em parar de trabalhar um pouco? Você sabe, tem pessoas que recebem pra fazer essas coisas em seu lugar.”

“Na verdade eu não estava trabalhando, eu meio que fiquei presa no elevador.” Coloquei minha bolsa sobre o balcão e tirei meus sapatos.

“Sério? E não enfartou?”

“Não... Eu estava com Matt, ele tentou me deixar mais tranqüila.” E como ele deixou... Passei os dedos em meus lábios lembrando que apenas uma hora atrás, eram os lábios dele que me tocavam ali.

“Ainda bem não é?” Ele se virou pra mim e levantou uma sobrancelha. “Espera ai... Aconteceu alguma coisa!”

“Como assim?!”

“Você está com aquela cara...” Ele estreitou os olhos e veio pra perto de mim, me encarando.

“Que cara Luke? Tá louco?”

“Aquela cara de pós-foda. Meu Deus!” Luke disse espantado. “Você transou com ele no elevador não é?” Ele começou a dar pulinhos de comemoração,

“Claro que não, retardado.” Dei um tapa em sua cabeça, peguei minhas coisas e fui em direção ao meu quarto. “Nós só nos beijamos...” Fiz minha cara de inocente.

“Eu sabia!” Ele disse rindo. “Pode ir me contando tudo agora!”

“Não tem o que contar... Foram só alguns beijos...”

“Embora eu torça que esse homem te leve pra cama logo, estou um pouco aliviado que não rolou nada a mais no elevador.”

“Ah é? Por quê?”

“Os elevadores não têm câmeras? Eu não ia aprovar um filme pornô com você sendo a estrela principal.”

“Que droga... Eu esqueci das câmeras completamente.”

“Mas vocês só se beijaram, não é?”

“Sim, mas estávamos encaminhando para algo mais... Preciso apagar essas filmagens.”

“Não tem problema, amanhã cedo você vai até a sala de segurança e apaga, antes que alguém veja.”

“Tudo bem, vou fazer isso sim. Mas agora, preciso mesmo ir dormir.”

“Durma por que você me deve explicações amanhã, quero detalhes sobre o que rolou nesse elevador.” Comecei a rir.

“Vou te dar detalhes, pode deixar.” Dei um beijo em seu rosto e fui para o meu quarto.

Tomei um banho e fiquei divagando sobre o que tinha acontecido. O que esse beijo significou pra Matt? Será que ele tinha suas duvidas sobre o casamento? Talvez ele termine o noivado e nós possamos nos conhecer melhor, quem sabe... Depois de uma discussão interna comigo mesma, decidi que era hora de ir dormir mesmo.

Acordei e me sentia de ótimo humor, escolhi um vestido justo branco e saltos pretos. Arrumei-me e fui para cozinhar comer algo. Luke já tinha acordado e me fez contar tudo sobre o que aconteceu noite passada, contei com riqueza de detalhes, como ele exigiu.

“E então...?”

“E então o que Luke?” Falei pegando minhas coisas colocando em minha bolsa.

“Como vocês vão ficar depois disso?”

“Eu não faço idéia Luke... Eu acho que ele, claramente, tem duvidas sobre o casamento.”

“Essa é a hora pra você atacar!” Luke falou batendo palmas comemorando.

“Talvez eu ataque...” Pisquei pra ele, sorri, lhe dei um beijo no rosto e fui para o trabalho.

Passei reto para meu escritório, por que ainda não queria dar de cara com o Matthew, iria ser no mínimo muito constrangedor. Aproveitei para ler uns e-mails, retornei alguns telefonemas e após alguns minutos, fui até Emily para tratar de assuntos rotineiros.

“Você entende o que quero dizer Emily? Já é a segunda vez que pediram pra adiar essa reunião...”

“Claro senhorita, entendo perfeitamente. Eu sei que vocês acabam ficando de mãos atadas esperando um posicionamento.” Emily e eu conversávamos calmamente.

“Isso mesmo, eu preciso de uma estratégia de marketing para ontem senão...”

“Desculpe interromper.” Matthew disse. “Emily tem algum recado pra mim?”

“Sim senhor, estão aqui.” Ela entregou os papeizinhos de costume.

“Certo, obrigada.” Ele pegou e sorriu educadamente. “Tenham um bom dia!” Ele disse me olhando sem graça e desviando o olhar rapidamente. Uou... Temos um clima estranho aqui. Matthew foi caminhando até sua sala, entrou e fechou a porta.

“Quer falar sobre a reunião depois?” Emily disse rindo.

“É... Falamos mais tarde.” Esbocei um sorriso também e voltei pra minha sala.

Eu estava completamente confusa. Não sabia se deveria ir falar com ele, ou esperar ele vir falar, ou fingir que nada aconteceu. A ultima opção estava descartada, por que baseado no clima de quando ele chegou, não iria dar pra esquecer o que aconteceu. Então ou eu iria falar com ele, ou esperaria ele vir falar. Ta bem, vou esperar ele vir falar. Passaram 10 minutos, 20 minutos, 30 minutos e nada dele aparecer. Ah quer saber? Eu sou uma mulher moderna, século 21 queridos, não preciso ficar esperando homem nenhum. É isso. Vou lá. Bastou chegar na porta pra toda a coragem ir embora. Respirei fundo, contei até três e decidi que agora eu iria. Quando ponho a mão na maçaneta, alguém do outro lado a gira e abre, fazendo com que a porta bata com tudo na minha cabeça.

“Aiiii minha testa!” Falei colocando a mão em cima de onde estava doendo.

“Caramba, me desculpe! Eu não sabia que você iria estar ai!” Matthew me conduziu até o meu sofá e me ajudou a sentar.

“Olha talvez, mas só talvez, se você pegasse o hábito de bater antes de entrar, essas coisas não aconteceriam.” Disse massageando minha testa que agora latejava.

“Espere, deixa eu ver.” Ele tirou minha mão de cima. “Você precisa por gelo, está muito vermelho.”

“Maravilha...” Revirei os olhos e gemi de dor.

“Não revire os olhos, machuca.” Bufei de frustração e levantei indo até um frigobar que tinha em uma das salas dentro do escritório. Peguei uma bolsa de gelo, coloquei na cabeça aonde doía e voltei sentando em minha cadeira.

“Então, veio falar comigo?” Perguntei tentando parecer indiferente.

“Sim, na verdade eu não sabia se deveria vir ou não, mas precisamos conversar sobre o eu aconteceu.”

“Eu concordo, totalmente.”

“Eu passei a noite me revirando na cama pensando no que aconteceu.” Então ele passou a noite pensando em mim?! “E eu não quero que isso afete o bom relacionamento profissional que nós temos...” Relacionamento profissional?

“Bom... Eu entendo e também não quero que as coisas mudem entre nós.”

“Isso é ótimo. E na verdade Sophie, a culpa foi toda minha... Eu que te agarrei e prometo que não irá se repetir.” Espera ai... Ele está me dando um fora? “Eu estava completamente nervoso por você não conseguir ficar calma e eu achei que isso iria te ajudar, você sabe, tentando tirar seu foco do elevador.”

“Então o motivo de você ter me beijado foi unicamente por que eu estava tendo um ataque de pânico no elevador?”

“Claro que sim. Por que mais seria?!” Ele sorriu. Essa doeu Matthew, doeu lá no fundo...

“Por que mais, não é?” Tentei sorrir também.

“Você achou que eu...?”. Ele franziu a testa.

“Eu não achei nada Matthew. Aliás, eu sabia que você só estava tentando me acalmar. E bom, eu não morri no elevador o que é maravilhoso... E já deixamos bem claro que isso não vai acontecer de novo, o que me deixa mais tranqüila também.”

“Não irá, pode deixar. Até por que, você não faz meu tipo, acredite.” Ele riu. Eu ri também, mas percebi o que ele acabara de dizer.

“Por que não faço seu tipo?” Perguntei séria.

“Eu quis dizer... Bom é que...” Matthew começou a gaguejar. “É que eu não penso em você ‘daquela forma’. Somos companheiros de trabalho não é?! E você é muito bonita, qualquer homem teria sorte em ter você do lado, mas, eu vou casar em breve. Você me entende?”

“Entendo perfeitamente. Já terminamos de resolver tudo? Eu tenho uns compromissos agora.”

“Sim, claro, desculpe incomodar. Estamos bem então?”

“Estamos ótimos.” Comecei a fingir que mexia em uns papeis na mesa, só pra não ter que olhar para ele.

“Não esqueça do gelo. Senão você vai ficar com um galo na cabeça.”

“Pode deixar.” Disse sem levantar o rosto. Ele saiu e eu apoiei a cabeça na cadeira. Por isso eu te digo pra não se apegar Sophie. Se apegar dói. Coloquei a mão na testa onde estava agora latejando.E como dói...

Tentei trabalhar ainda, mas não consegui parar de pensar no fora que recebi e minha cabeça estava realmente doendo. Inclinei toda a minha cadeira, até ficar quase deitada e coloquei gelo de novo. Estava tudo em silêncio, paz, tranqüilidade... Até que bateram na porta.

“Quem é?” Perguntei sem me mover.

“Sou eu!” Brian entrou antes que eu falasse que podia.

“O que você quer?”

“O que aconteceu contigo?” Ele sentou de frente a mim.

“Acidente de trabalho. Diz logo o que quer...”

“Meu Deus mulher, como você é amarga.”

“Faltam 5 segundos pra eu perder a paciência e mandar o Black vir te tirar daqui a força...” Ele gargalhou.

“Bruta.” Brian falou rindo. “Você não sabe quem me ligou hoje...”

“Não sei e não quero saber.”

“Mas é da sua conta...”

“Jesus Brian... Diz logo quem te ligou, na boa, você me estressa.”

“Um Sr. Hastings...” Sentei de uma vez, o que me fez protestar de dor na cabeça.

“Connor te ligou?” Ele assentiu com a cabeça. “O que ele disse? O que ele queria?”

“Queria o seu telefone.” Brian enfiou o dedo em minha testa, onde estava vermelho. E eu dei um soco em seu braço.

“E o que você fez seu demente?”

“Eu dei seu número.” Ele sorriu.

“Você fez o quê?” Levantei e gritei.

“Calma Sôsô... Eu dei aquele número que você dá pros seus ‘paqueras’. Aquele que você nunca atende.” Sentei respirando fundo, tentando me manter calma.

“Pelo menos...”

“Você não ta de rolo com esse cara não né?” Ele ficou sério.

“Nem se eu estivesse louca, na seca e ele fosse o ultimo homem da face da terra.”

“Se esse cara vier te encher de novo, você me avisa que eu resolvo.”

“Ta bom He-man, relaxa. Eu sei me defender.”

“Eu estou falando sério Sophie.” Quando ele me chamava de Sophie, é por que ele realmente estava falando sério. “Ele era meu amigo, mas a família vem em primeiro. Sempre.”

“Família Brian?” Disse irônica. “Você acha que eu tenho família?”

“Chame do que quiser então...” Ele deu de ombros. “Mas, estou aqui, quando precisar.” Suspirei.

“Eu sei... E agradeço. Só me deixa ficar um pouco sozinha agora ta?”

“Está bem. Tome cuidado.” Ele saiu da minha sala, me deixando finalmente, tentar descansar um pouco.

Eu só queria um dia tranquilo, um diazinho de nada. Sem todo esse drama sabe? Pelos menos, Matt tinha deixando bem clara as suas intenções comigo, ou melhor, as suas não intenções. Eu iria por uma pedra nesse assunto, esquecer qualquer tipo de atração ridícula que eu sentia e seguir em frente. Então eu lembrei das malditas gravações de segurança do elevador. Que saco... Decidi resolver logo esse problema pra tocar minha vida adiante.

“Se alguém ligar, diga que eu retorno mais tarde está bem?” Dei as ultimas ordens a Emily antes de descer para a sala de segurança.

“Está indo almoçar também?” Matthew surgiu atrás de mim, me assuntando, pra variar.

“Não, vou resolver um problema.” Disse sem me virar em sua direção. “Emily peça pra Leonard mandar aquela sopa e a salada de sempre pra mim por favor? E peça o que quiser para você.”

“Certo senhorita. Algo para beber?”

“Vou tentar controlar a minha vontade de encher a cara em plena 13hr da tarde...” Sorri. “Peça que mande um suco.”

“Abacaxi e hortelã?” Ela perguntou. Assenti com a cabeça e sai em direção à escada.

“Pensei que estávamos bem...” Matt me seguiu todo o caminho.

“Eu falei, estamos ótimos.”

“Então por que está me ignorando?” Continuamos descendo as escadas.

“Não estou ignorando. Estou com a cabeça cheia e dolorida.” Coloquei minha mão na testa.

“Eu realmente sinto muito por ter te machucado.” Ri sem vontade, por que parecia que ele estava se desculpando tanto pela dor física como a dor emocional. “Disse algo engraçado?” Ele me olhou com diversão.

“Não. Apenas pensando...”

“Pensando? Posso saber em quê?”

“Não pode, sinto muito parceiro.” Abri a porta que dava acesso ao 10º andar. “Aqui é meu ponto, nos falamos depois.”

“Algum problema que eu deva saber?”

“Nada de importante.” Vi Black passando do outro lado do corredor. “Black!” Gritei por ele, que se virou e começou a vir em minha direção.

“É o cara da segurança não é?”

“Correção, é o chefe do setor de segurança.” Andei na direção dele também, Matthew atrás de mim igual um cachorrinho.

“Em que posso ajudá-la senhorita?” Black serviu o exercito por anos, mas após um acidente em combate, ele quase ficou paraplégico e desistiu da vida em campo. Ele se formou na área e comandava a segurança de todos os nossos empreendimentos faziam anos. Era um homem de total e plena confiança minha, que de vez enquando, fazia uns serviços de pesquisa pra mim. Tá bem, admito, ele fazia investigações sobre a vida de quem quer que eu pedisse. Era muito útil saber com quem eu estava fechando negócio.

“Eu preciso ter acesso as câmeras de segurança do prédio.” Disse calmamente.

“Claro, sem problemas. Mas aconteceu algo? Eu não fui informado de nada.”

“Nada em especial, não se preocupe. É mais de preocupação e assunto pessoal mesmo, se não se importa.”

“A senhorita é quem manda. Vai nos acompanhar Sr. Davis?”

“O Sr. Davis está de saída para o almoço Black.” O puxei delicadamente pelo braço e saí andando para a sala de vigilância.

“Na verdade, eu iria adorar acompanhar vocês.” Olhei com cara de poucos amigos para Matthew, mas achei melhor não discutir.

Entramos numa sala no fim do corredor e todos os computadores estavam lá, com todas as imagens de todas as nossas câmeras de segurança do prédio.

“Como é feito o monitoramento das câmeras se não fica ninguém nessa sala?” Matthew perguntou para mim.

“Não olhe pra mim, pergunte ao Black, ele é melhor explicando isso...”

“Nessa sala estão as imagens das câmeras dos nossos andares operacionais. Trabalhamos com o mais moderno sistema de reconhecimento facial. Todos os funcionários são cadastrados nesse sistema e se, por acaso, tiver alguém no prédio que não tenha autorização, um sinal de alerta é enviado para nossa equipe de segurança que vai averiguar os fatos. As câmeras da portaria principal, estacionamento e saída dos fundos, são monitoradas 24hrs por nossa equipe, assim como os demais prédios, como são prédios comerciais, não temos como cadastrar a identificação de todos que irão entrar. Mas, sabemos o quão desconfortável é para nossos funcionários, trabalhar sendo vigiados como se fossem fazer algo errado. Por isso nas nossas dependências, usamos esse sistema de reconhecimento. Assim, sabemos quem está no prédio e monitoramos a entrada de pessoas.” Black explicou como se fosse a coisa mais simples do mundo.

“Uau...” Matthew disse piscando surpreso.

“Eu sei, o cara é bom.” Dei de ombros, Black sorriu.

“Vou deixá-los à vontade, qualquer coisa podem me chamar, estou aqui no corredor.” Ele falou saindo da sala. Sentei na cadeira e iniciei o programa das câmeras.

“O que nós estamos procurando?” Matthew perguntou sentando ao meu lado.

“Nós?” O olhei séria. “Você está aqui de metido.” Ele torceu o nariz.

“Então o que você está procurando?”

“Qual dos elevadores travou ontem?”

“O dois.”

“Elevador dois, por volta de 20hrs mais ou menos...” Digitei na busca e apareceram as imagens terríveis que eu queria esquecer.

“É pra isso que veio? Olhar essas imagens?” Ele me olhou confuso.

“Francamente né Matthew...” Virei pra ele já com raiva. “Vim apagar essas imagens. Coisa que você deveria estar agradecendo.”

“Eu nem tinha pensando em vir apagar isso...”

“Bom então...” Apertei o botão para apagá-las. “De nada.” Ele respirou fundo.

“Eu não quero que fique nenhum mal entendido...”

“Não existe mal entendido.” Virei para ele e cruzei as pernas, que ele olhou discretamente. Ai homens... Tão previsíveis “Eu já apaguei o que aconteceu igual como eu apaguei essas imagens.” Levantei na cadeira e fui andando para a porta. “Bom almoço.” Ele riu e logo depois saiu da sala também.

“Tudo certo?” Black perguntou para nós.

“Tudo sim Black, muito obrigada.” Respondi e fui fazendo meu caminho de volta para escada, enquanto Matthew pegava o elevador para descer.

“Você sabe que é mais rápido pegar o elevador não é?” Matthew falou rindo.

“Estou dando um tempo de elevadores.”

“Qual a probabilidade de um deles parar de novo em menos de 24hrs?”

“Eu não sei e nem quero descobrir.” Voltei e subi todas as escadas de novo para voltar ao escritório.

Um pouco antes de ir embora, no fim do dia, fui até a sala do Matt entregar alguns papéis que eu já havia assinado e que precisavam da assinatura dele também. Ao chegar em frente a porta, vi que estava um pouco aberta. Ele estava no telefone e sorrindo.

“Eu te amo também, você tem que vir logo pra cá.” Ele falou com uma voz melosa que me deu enjoou. Voltei e pedi que Emily entregasse os papéis pra ele depois.

Cheguei em casa e Luke estava na cozinha, preparando algo que cheirava muito bem.

“Olha só quem chegou...” Ele me entregou uma taça de vinho e eu sentei em cima do balcão. “Aconteceu algo? A conversa com o bonitão não foi boa?”

“Eu preciso te perguntar uma coisa, mas eu quero que você seja o mais sincero possível.”

“Isso é fácil, eu sempre sou sincero com você...”

“E eu quero que você me responda como um homem. Tipo homem hétero.”

“Ai eu não posso prometer nada...”

“É sério Lu...” Bati em seu ombro.

“Está bem. Pergunte...”

“Eu faço o teu tipo?” Ele começou a gargalhar.

“Isso é uma pergunta séria? Realmente?”

“Sim, é muito séria.”

“Desembucha... O que aconteceu?”

“O Matthew disse que eu não sou o tipo dele. Acredita?! Assim, na cara dura.”

“Sophie, meu bem...” Ele pôs as mãos nas minhas pernas. “Você é linda, gostosa pra cacete, inteligente e independente. Você é o tipo de todos.”

“Dele não!” Bufei e desci do balcão.

“Então vemos aqui, claramente, que ele tem algum problema mental.” Luke me seguiu até o sofá. “E também, por que ficar querendo perder tempo com ele? Você pode ter o cara que quiser, eu sei que botei muita pilha pra você ficar com ele, mas qualquer homem que não veja a mulher encantadora que você é, não vale a pena.”

“Quer saber? Você tem razão!” Tomei meu vinho todo em um gole. “Troca de roupa, a gente vai sair.”

“Sair? Hoje? Estamos no meio da semana louca. Amanhã você tem que ir trabalhar.”

“Essa é a graça de ser a chefe, eu posso chegar a hora que eu quiser.” Sorri. “Você tem 15min pra se arrumar.”

“Essa sim é a minha Sophie.”


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