Por você mil vezes - Se não fosse amor escrita por Suy


Capítulo 37
O que fazer, quando não se sabe o que fazer?


Notas iniciais do capítulo

Oi meninas!!!!! Prontas para descobrir o segredo da demônia? hahaha
Obrigada pelos LINDOS e MARAVILHOSOS comentários, vocês são incríveis, de verdade!
Beijão!



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Black estava parado na minha frente, esperando eu abrir o envelope que ele colocou em cima da mesa. Olhei para aquele simples papel e respirei fundo. Lindsay tinha estragado tudo entre Matthew e eu, talvez o que quer que estivesse ali pudesse... Sophie, e o Ethan? Claro, o Ethan... Não posso esquecer dele. Não quero magoá-lo de forma alguma, ainda mais agora que estamos nos dando bem de verdade. Mas, ainda quero acabar com a demônia.

Peguei o envelope, o abri e retirei várias fotos que estavam dentro dele, um relatório e um pendrive. Olhei para Black e voltei minha atenção para as fotos.

“Fizemos o levantamento dos últimos seis meses, a senhorita vai encontrar nesse relatório um resumo de todos os lugares que a Srta. Willians costuma frequentar, ciclo de amizades, a rotina dela e afins.” Black explicou e eu assenti.

Continuei passando as fotos e não via nada demais. Lindsay em um café lendo, almoçando com alguns amigos, fazendo compras, falando ao celular...

“Black, não estou vendo nada de absurdo aqui...” Falei confusa e uma foto me chamou atenção. Matthew de costas com as mãos na cintura de Lindsay enquanto ela o beijava. “Essa daqui você não precisava ter colocado...” Revirei os olhos.

“Qual?” Black se aproximou olhando para a foto que eu estava examinando.

“Ela beijando o Matthew. Desnecessário...” Disse e quando ia passar a foto adiante, Black me parou e apontou para a data na foto. “Setembro?” Falei incrédula. “Mas, o Matthew já estava trabalhando aqui em setembro... Como ele pode estar em Nova Iorque e na Califórnia ao mesmo tempo?”

“Passe a foto.” Black disse calmamente e eu o obedeci.

A próxima foto pegava o rapaz, que eu achei ser o Matthew, de frente. Não era Matthew. Olhei para Black boquiaberta.

“Se não era o Matthew... Então que é?”

“Mason Davis.” Ele passou mais algumas fotos e me mostrou uma foto mais nítida de seu rosto. Puta merda, puta merda, puta merda.

“Ela está traindo o Matthew, com o próprio irmão?!” Falei em choque. “Meu Deus...” Recostei-me na cadeira.

“Correção...” Black falou. “Estava. Lindsay e Mason estavam juntos, a mais ou menos, dois anos.” Black começou a explicar.

“Então por isso ela não queria que Matthew se mudasse para Nova Iorque... Queria o melhor dos dois mundos, ficando com os dois irmãos.” Sorri ironicamente.

“Acredito que sim. Mas, em novembro ela retornou para Califórnia e aparentemente, queria algo a mais do irmão do Sr. Davis, mas ele não quis assumir o compromisso com ela.”

“Black, como raios você descobre essas coisas?” Perguntei incrédula.

“Eu sou um homem influente...” Ele deu de ombros e sorriu. “Aqui nesse pendrive tem as gravações de algumas conversas por telefone dos dois. Mason ligou para Lindsay no dia 23 de dezembro, pondo um fim a todo tipo de relação que ele tinha com ela. Ele disse, abre aspas...” Black fez um sinal de aspas com os dedos. “’Você para mim agora, é simplesmente a ex noiva do meu irmão. Nada além disso.’”

“Isso tudo faz sentindo...” Esbocei um sorriso. “Ela volta achando que vai ficar com Mason, mas no fim, ele dá um fora nela. Matthew vai passar o natal em casa e ela aproveita pra se aproximar dele... Essa mulher quer entrar de qualquer jeito na família, pelo visto.”.

“Parece que o desejo maior dela é o sobrenome ‘Davis’ em seu nome.”.

“E não importa com qual dos irmãos ela tenha que ficar...” Terminei o raciocínio e olhei para Black sorrindo mais abertamente. “Isso é perfeito!” Falei animada. Juntei todas as provas que Black tinha me dado e me levantei rapidamente, mas Black me impediu de sair, segurando levemente em meu braço.

“Aonde vai?”

“Aonde você acha que eu vou?” Falei sarcástica. “Provar para Matthew que Lindsay não é tão perfeita como ele acha que ela é.”

“Sophie...” Black disse com aquele tom de ‘Você não está fazendo a coisa certa. ’.

“O que foi?” Franzi a testa.

“Eu acho que se eu estivesse sendo traído pelo meu irmão e minha noiva...” Eu o olhei feio. “Ex noiva, desculpe.” Ele sorriu. “Enfim, eu iria gostar de saber a verdade.”.

“Mas...?”

“Mas, quando o Sr. Davis descobrir que a senhorita mandou investigar a Srta. Willians e invadir sua vida particular, não acha que ele vai ficar um pouco bravo?” Black disse e eu parei pensativa por um momento.

“Um pouco bravo?” Sorri amargamente. “Ele vai me odiar...”. Voltei meu caminho e sentei em minha cadeira. “Mas, o que eu faço então Black?” Disse nervosa.

“Eu sinto muito Sophie, mas eu realmente não sei.” Ele falou sério. “Só pense bem antes de agir, para não se arrepender das consequências depois.”.

“Tudo bem...” Assenti. “Eu vou pensar bem, antes de tomar qualquer atitude em relação a isso, pode deixar.”.

“Ótimo. Então era só isso, nos vemos por ai.” Ele sorriu e saiu.

E agora? O que eu faço? Não vou deixar a Lindsay se safar dessa... Ah, mas não vou mesmo... Mas, se eu mostrar essas fotos para Matthew, ele vai saber que eu mandei investigar, quero dizer, pesquisar, sobre ela e vai surtar comigo, no mínimo. Dos dois modos eu me dou mal... Ai Hamptons, que saudade de você! Apoiei minha testa na mão e meu celular vibrou em cima da mesa. O peguei e vi uma mensagem de Ethan.

Ethan: Me questionando no momento sobre o que a minha CEO preferida está fazendo nesse momento...

Sorri lendo e apertei em responder.

Sophie: Nesse momento, sentindo falta do mar, do sol e de você.

Enviei a mensagem e em poucos segundos o celular vibrou de novo.

Ethan: Eu também estou sentindo falta... Almoça comigo hoje?

Sophie: Vou adorar...

Ethan: Passo ai pra te buscar 12hrs.

Larguei o celular e me recostei na cadeira de novo. Conto, ou não conto? Como toda boa economista, eu precisava pesar os prós e os contras desse investimento que eu estava prestes a fazer. Pensei em todas as possibilidades, todos os lados positivos e os negativos das duas vertentes e me decidi. Vou contar!

Levantei decidida, sai da minha sala e andei para a de Matthew parando em frente á porta. Eu vou fazer isso mesmo? Fiquei para ali e cruzei os braços, pensativa. Emily me olhava com diversão e eu sorri sem graça ao perceber que ela estava me observando. Luke! É claro... Vou falar com Luke. Eu converso com ele e vejo o que ele acha sobre isso... É muito melhor ter uma segunda opinião. Concordei comigo mesmo e quando virei de costas para sair, ouvi a porta atrás de mim se abrindo.

“Sophie?” Matthew falou surpreso. Oh cacete...

“Oi!” Virei de novo em sua direção e respondi educadamente.

“Eu estava indo falar com você agora mesmo, entra, por favor.” Ele falou calmamente e abriu mais a porta para que eu entrasse.

“Claro...” Assenti e entrei me amaldiçoando por ter ficado parada igual uma estátua ali. Matthew se encostou em sua mesa e eu fiquei em pé, em sua frente, com as mãos para trás. “Então...?”. Disse e Matthew colocou a mão no queixo me avaliando de cima a baixo.

“Você está diferente...” Ele cerrou os olhos. “Está mais bonita.” Ele sorriu e eu me senti corando. Vá para cama com Ethan, vai ver como os benefícios são incríveis.

“Viajei com Luke no fim de semana, peguei um pouco de sol... Nada demais.” Dei de ombros.

“Ah... E foi bom?” Você nem imagina como...

“Foi ótimo.” Sorri. “Mas, o que queria falar comigo?”

“Eu só... Estou me sentindo mal com toda essa confusão envolvendo nós dois e me sinto mal por ter te colocado no meio disso. Eu estava lembrando de como nos dávamos bem e sinto que estraguei tudo isso em nós. Não só em questão a nós dois como um casal, mas em nós como amigos e eu queria, de verdade, me desculpar.” Ok... Isso me pegou de surpresa.

“Acho que eu te devo desculpas também... Tenho que aprender a controlar mais a minha língua nervosa. E eu sinto de falta do que tínhamos. Como você disse, não só quando éramos um casal, mas, sinto falta do companheirismo que tínhamos como amigos e como parceiros de trabalho.”.

“Sophie Trammer me pedindo desculpas?” Ele disse com divertimento e eu sorri.

“Aproveita que não é todo dia...” Revirei os olhos e cruzei os braços.

“Será que dá pra gente esquecer um pouco toda essa história e só tentar ser como éramos?” Ele perguntou sério.

“Eu não sei Matthew...” Desviei o olhar dele.

“Eu sei que você deve pensar que eu estou com a Lindsay, mas eu não estou. Estou seguindo seu conselho, me dando um tempo sozinho e me dedicando a Megan, o que está sendo ótimo na verdade.”.

“Ai meu Deus...” Bati em minha testa. “Megan deve estar me odiando, eu simplesmente sumi!”

“Ela nunca vai te odiar, eu contei que as coisas aqui estavam complicadas e ela entendeu. Ela é doida por você, não tem com o que se preocupar.” Ele sorriu.

“Mesmo assim... Preciso ligar pra ela. Quando ela volta pra Califórnia?”

“Ela vai ficar aqui esse primeiro semestre. Eu a matriculei hoje na verdade, um colégio muito bom, várias atividades extras... Vai manter ela ocupada e garantir créditos pra faculdade.”

“Sério? Que bom, ela deve estar amando!”

“Ela está! Podíamos combinar de fazer algo, nós três... O que você acha?”

“Acho que podemos tentar.” Sorri.

“Ótimo!” Ele sorriu abertamente. “E o que você queria falar comigo?”

“Como assim?”

“Você estava parada em frente a minha porta, não tinha nada pra falar comigo?” Ele falou e eu gelei por um momento.

“Ah... Sim... Pois é, é que...” Gaguejei e percebi várias sacolas em cima do seu sofá. “O que é tudo isso?” Perguntei desviando o foco da conversa.

“Eu comprei logo o material escolar da Meggie.” Ele olhou também para as sacolas e eu me aproximei animada para olhar tudo. Mas, quase enfartei quando vi o que ele tinha comprado.

“O que é isso?” Disse incrédula tirando uma mochila, rosa choque, com desenhos da Cinderela, Bela Adormecida e Branca de Neve.

“Mochila de menina ué.” Ele deu de ombros.

“É... De menina de 6 anos de idade.” Revirei os olhos. “Pelo amor de Deus e isso aqui?” Tirei o caderno que ele comprou de dentro da sacola, era enorme. “Isso é um livro ou um caderno?” Perguntei em choque. “Vai aleijar as costas da Megan e sério que comprou das Meninas Super Poderosas?” Cobri o rosto com as mãos impaciente.

“Não é isso que as meninas usam?” Ele perguntou tentando não rir.

“A Megan não é uma menina Matthew, é uma jovem adulta.” O corrigi. “Por que não levou ela pra comprar isso com você?”

“Por que vocês levam, no mínimo, 2hrs, só pra escolher uma simples roupa. Ia perder toda a tarde comprando isso com ela.”.

“Vem, a gente vai sair.” Disse guardando as coisas de volta nas sacolas.

“E pra onde a gente vai?”

“Comprar um material escolar descente pra ela. Não vou deixar a Megan passar vergonha por culpa sua.” O olhei. “Pega essas coisas ridículas, por que a gente vai devolver tudo.” Ele começou a rir e se levantou e não pude conter minha risada também.

“Eu sou um péssimo irmão mais velho né?” Ele falou enquanto pegava todas as sacolas.

“Só um pouco brega demais.” Sorri e saímos da sua sala. “Eu só vou pegar minha bolsa, espera aqui.” Ele assentiu e se encostou no balcão de Emily que nos olhava sem entender nada.

Entrei em minha sala e olhei para o relógio, eram 11h30min. Droga... Não ia dar tempo ir com o Matthew comprar as coisas de Megan e ainda almoçar com o Ethan. Peguei meu celular e liguei para ele.

“Oi, tô atrasado? Já já eu saiu da boate, só estou terminando de me reunir com o pessoal.” Ele atendeu no segundo toque.

“Não, não. É que... Eu vou ter que sair pra resolver umas coisas. Fica bravo se marcamos o almoço para amanhã?” Disse receosa.

“Claro que não! Mas, por que ao invés de almoçar amanhã, não jantamos hoje?” Ele disse calmamente.

“Soa bem para mim...” Sorri.

“Então vem pra minha casa depois dai?”

“Não é você que vai cozinhar né?” Falei exasperada.

“Qual problema se eu cozinhar?”

“Nenhum problema, é que você só sabe fazer água fervida e olhe lá...”.

“Eu poderia ficar ofendido com isso, mas como é verdade não vou ficar.” Ele disse eu comecei a rir. “Pode ficar tranquila, eu vou a algum restaurante e compro o jantar. Satisfeita?”

“Muito satisfeita.” Terminei de guardar minhas coisas na bolsa. “Então eu vou indo, até mais tarde.”.

“Até mais tarde!” Ele disse e desligamos.

“Pronta?” Matthew disse quando eu saí da sala.

“Sim, vamos lá, salvar a Megan da vergonha do século!” Falei e saímos do prédio.

Dirigi até a loja em que Matthew tinha comprado todas aquelas coisas e devolvemos tudo. A atendente ficou tão chocada quanto eu, quando expliquei que ele tinha comprado aquilo para uma menina de 15 anos e que eu me recusava a deixar ela usar aquilo em pleno ensino médio.

Entramos na loja, passando reto pela sessão infantil. Paramos em frente as bolsas e eu comecei a olhar algumas.

“Desculpe a minha burrice, mas o certo não seria uma mochila?” Matthew disse por detrás de mim, enquanto eu analisava uma bolsa de colo.

“Não necessariamente. Essa aqui é grande o suficiente para ela guardar as coisas dela...” Mostrei para ele a bolsa, era preta com alguns detalhes em branco.

“Não dou uma semana pra essa bolsa rasgar com o peso dos livros...” Ele cruzou os braços e a olhou com desdém.

“Primeiro, pra isso tem os armários nos colégios. Ela não precisa levar os livros, eles ficam lá guardadinhos. E segundo, você não pode avaliar a bolsa só por esse tecido de fora.” Abri o zíper e a mostrei por dentro. “Isso se chama forro, que você talvez não conheça, é um termo muito moderno, usado nos anos 60...” Disse ironicamente e ele me ouviu com divertimento. “O tecido de dentro é bom, grosso e firme. Só estou em dúvida entre essa e a branca com rosa...” Falei pensativa.

“Ah então quando eu compro algo rosa, é brega. Mas, você pode?” Ele disse se fingindo de ofendido.

“O problema não é o rosa. Mulheres adoram rosa! Não importa se elas tem 5, 15, 25, ou 35 anos. Tudo depende da forma que você o utiliza. Se você compra tudo rosa e naquela tonalidade, dá uma aparência muito infantil e tudo o que meninas na idade da Megan não querem, é ser confundidas com crianças. Você só precisa escolher uns tons de rosa mais claros e discretos e combinar com outras cores.” Expliquei calmamente. “Mas, vamos levar a preta. Combina com tudo e qualquer roupa que ela usar, vai ficar ótimo.” Entreguei para ele e saí andando para os cadernos.

“Não sei se eu consigo assimilar tudo isso...”.

“Sorte sua que você me tem na sua vida.” Pisquei para ele e voltei minha atenção aos cadernos. “Bom, você não precisa comprar um caderno com 500 matérias que é tão grosso quanto um dicionário.” O olhei feio. “Vamos comprar dois cadernos de 10 matérias cada, é mais do que suficiente.”.

“Esse está bom?” Matthew me mostrou depois de alguns minutos procurando.

“Deixa eu ver...” Peguei da sua mão. “Cinza claro, borboletas cor de rosa... Gostei.” Olhei para ele que sorria vitorioso. “Deixa eu ver as folhas...” Abri o caderno e as folhas era todas decoradas com pequenas borboletas em um tom de rosa bem claro. “Discreto, elegante e feminino. Olha só Matthew, ainda há esperança para você!” Bati em seu braço rindo. “Agora vamos escolher um que não tenha folhas enfeitadas...”.

“Por quê?”

“Pra quando ela for produzir alguma redação. Os desenhos atrapalham as margens, por isso é bom um caderno sem esses enfeites nas folhas.” Expliquei e escolhi um preto com o desenho de um manequim em lilás. “Agora, canetas.” Matthew assentiu sorrindo. “Naquela daquelas coisas ridículas com glitter que você comprou!” Disse rindo. “Vamos levar um estojo dessas coloridas, duas azuis, duas pretas...” Falei enquanto ia separando tudo e entregando para ele. “Uma caixa de lápis, ela leva dois e deixa o resto em casa para quando precisar. Borracha, corretivo... E só.” Olhei para meu relógio. “E levamos menos de 1hr.” Sorri triunfante.

“Como você consegue? Tem algum manual pra isso? Estou disposto a ler ele!”

“Bom, é que pode não parecer, mas, eu já fui menina.” Disse sarcástica.

“Sua filha ia ser uma sortuda em ter você como mãe.” Ele falou sorrindo e eu fiquei séria. “Desculpe, deve ser difícil falar sobre isso não é?”

“Acho que já foi mais...” Esbocei um sorriso. “Eu ficava imaginando como ela seria. Se ela ia parecer comigo, se ia ter o mesmo gênio difícil que eu.” Eu ri. “Mas, sempre que sonho com ela, ela é a cara do Connor. Acho que é tipo um castigo.”.

“Ele ainda te procurou?”

“Não depois daquele dia... Acho que nossa história teve um ponto final, até que enfim.”.

“Quantos anos sua filha teria hoje?”

“12... 12 anos.” Desviei o olhar dele.

“Ela ia adorar a mochila que eu comprei...” Ele falou com diversão.

“Jamais, nunca, enquanto eu estivesse viva, ia permitir que minha filha usasse uma mochila tão feia quanto aquela.” Disse rindo e ele riu também.

“Você ia ter sido uma mãe incrível.”.

“Acho que nunca vamos saber.” Dei de ombros.

“Não precisa responder o que eu vou perguntar, é só uma curiosidade minha... Nunca pensou em adoção?” Fomos andando até a fila do caixa.

“Já, na verdade. Uns anos atrás eu tinha essa ideia de adotar uma criança, até entrei em contato com alguns assistentes sociais e eles vieram até a Trammer’s conversar comigo, mas...” Parei virando de frente para ele, que me olhava com atenção. “Parece que não bastava eu ter estabilidade financeira e querer muito um filho, eles me disseram que era muito difícil eu conseguir essa permissão pra adotar, por que não sou casada. E ai que logo depois disso veio a promoção na empresa e eu me foquei mais no profissional e deixei essa história de lado.”.

“Então você desistiu da ideia?”

“Eu não sei...” Sorri. “Quero dizer... Não seria esquisito? Eu sendo mãe?” Não Sophie, não seria...

“Não consigo imaginar ninguém melhor para ser mãe.” Ele disse sério.

“É... Quem sabe, talvez, daqui um ano ou dois, se eu conseguir manter a empresa estável como está hoje...” Comecei a me perder em meio a pensamentos e planos. “Acho que eu posso diminuir o ritmo, ficar mais casa... Ai quem sabe eu possa tentar...” Olhei para Matthew que me observava sorrindo. “Enfim, só pensando alto.”

“Lindos pensamentos, aliás.” Ele piscou e colocou as coisas que tínhamos colocado em cima do caixa. Argh... Pode parar de ser você, por favor? Obrigada.

Eu tinha que decidir se ia contar para Matthew sobre a demônia, ou deixar ele descobrir por conta própria. Embora eu estivesse desejando muito ver a cara dela quando ele soubesse sobre o envolvimento com Mason, eu não queria que ele me odiasse, por que, querendo ou não, eu estava um pouco errada em mandar Black investigar Lindsay, por mais que eu não fosse admitir isso em voz alta. Assim que voltar para o prédio, eu ligo para Luke e imploro pra ele me dizer o que fazer.

“Tudo bem? Está séria...” Matthew me olhou preocupado. “Disse algo que não deveria, não é?”

“Não, imagina. Só pensando no que eu vou ter que fazer quando voltar para o prédio.”.

“Então, voltou de vez mesmo?” Ele perguntou e eu fiz que sim com a cabeça.

“Qual a forma de pagamento senhor?” A moça do caixa perguntou, educadamente. “Á vista, crédito ou débito?”

“Débito.” Ele respondeu tirando a carteira do bolso.

“Alguma chance de você deixar eu pagar?” Perguntei.

“Não mesmo.” Ele sorriu e entregou o cartão para a atendente. “Mas, aceito você me pagar um almoço.” Ele disse e eu sorri sem graça.

“Vou ligar para Emily e pedir para ela encomendar.” Peguei o celular e me afastei um pouco.

Liguei para Emily e pedi que ela fizesse o pedido do nosso almoço para entregarem no prédio. Voltamos com o novo, e descente, material escolar de Megan, fomos para minha sala e almoçamos uma massa deliciosa. Matthew e eu conversamos por um longo tempo, ele perguntou como Baby estava, se ainda tinha o péssimo hábito de destruir minhas roupas e sapatos e eu realmente senti como se as coisas estivessem voltando ao que eram, mas não esqueci do que aconteceu entre ele e Lindsay, qualquer aproximação que não fosse como amigos, estava fora de questão para mim.

Já tínhamos almoçado, conversado e a paz reinava – por enquanto – entre nós dois. Quando Matthew saiu, eu me atirei no sofá pegando meu celular e disquei o número de Luke.

“Eu espero que seja importante, eu estava tendo meu sono de beleza.” Ele atendeu mal humorado.

“Sono de beleza? Só se você entrasse em coma.” Disse ironicamente. “Não é importante, é urgente.”.

“Urgente?” Ele repetiu. “Eu sabia!” Ele gritou. “Não era pra você ter ido trabalhar, devia ter ficado em casa trancada! O que aconteceu? O que te fizeram?”.

“Ai meu Deus...” Bufei. “Não aconteceu nada comigo, menos drama. Mas, eu preciso te contar uma coisa, mas você tem que jurar, pela sua vida que vai ficar entre nós dois.”.

“Matou alguém, é isso né?” Ele disse mais calmo.

“Não Luke, é sério. Vem aqui pra empresa agora e sem o Kenny.”.

“Mas, o que eu digo pro Ken?”

“Sei lá, inventa alguma coisa... Diz que eu menstruei e você vai me trazer absorventes.”.

“Eca!” Ele falou e eu comecei a rir. “Não vou dizer isso!”

“Então diz qualquer coisa, mas vem pra cá, agora mesmo!” Disse impaciente.

“Tá bem, tá bem... Já já eu chego!” Ele disse e eu desliguei.

Minutos depois, Luke subiu e eu puxei ele para minha sala. Mostrei todas as evidências que provam o caso, ou melhor, ex caso, da Lindsay Demônia com o irmão de Matthew e Luke estava tão em choque quanto eu.

“Só pode estar brincando comigo!” Ele disse olhando as fotos. “Mais que vadiazinha sem vergonha!” Ele me olhou incrédulo.

“Falei que ela era uma vagabunda.” Sentei em minha mesa.

“E o que você vai fazer? Vai contar pra ele?”

“Eu não faço ideia, por isso te chamei. Pra ver se você me dá uma luz!”

“Querida, nem toda a companhia de enérgia elétrica é capaz de te iluminar desse jeito!" Luke me olhou e sorriu irônico.

"Eu não tenho ideia do que fazer Luke!" Sentei cobrindo o rosto com as mãos.

"Ele precisa saber disso, Matthew merece a verdade. Além daquela vagabunda ter traído ele, foi o próprio irmão também!" Ele disse colocando as fotos de lado. "Mas... Você vai se complicar quando souberem como você descobriu essa história. Ela pode te processar por invasão de propriedade.".

"Não é propriedade, é privacidade." Revirei os olhos e bufei. "Eu não estou nenhum pouco preocupada com processos... Mas, Matthew vai cortar relações comigo, com certeza... E logo agora, que a gente está tentando ficar em paz..." Falei pensativa.

"Olha, você não pode decidir o que fazer assim, de uma hora para outra. Isso aqui é muito sério! Conhecendo ele o pouco que conheço, ele no mínimo, nunca mais vai olhar na cara do irmão dele, isso vai devastar toda a família! Vamos conversar mais em casa, não vamos tomar decisões precipitadas." Ele se levantou e eu fiquei de pé também.

"É, você tem razão. Mas, acho que não vou dormir em casa hoje..." Disse sorrindo.

"E aonde vai dormir?" Ele perguntou confuso depois começou a rir. "Óbvio, vai se agarrar com o outro... Eca!" Ele fez uma careta.

"Deixa de ser chato..." O olhei feio. "Você vai para casa e assim que chegar, vai pegar esse envelope..." Coloquei as fotos no envelope de volta e o entreguei. "E guarde ele no meu cofre do closet.".

"Precisa mesmo guardar isso em um cofre?"

"Bom, quando eu ficava sozinha em casa, não. Mas, todo mundo entra e sai daquele apartamento a hora que quiser, então... Guarde lá.".

"Está bem... Enquanto isso, você pensa no que vai fazer." Ele pegou o envelope das minhas mãos.

"Isso mesmo..." Andamos até a porta e saímos da minha sala.

"Luke?" Ouvi a voz de Matthew e Luke e eu viramos em sua direção. "Quanto tempo! O que está fazendo aqui?" Ele se aproximou de nós sorrindo. Olhei para Luke e depois para o envelope em suas mãos nervosa.

"Ele... Ér..." Gaguejei.

"A Sophie menstruou e eu vim trazer absorventes." Luke disse sorrindo e eu o olhei em choque, o fuzilando e Matthew ficou vermelho, constrangido.

"Você... Bem, podia ter pedido a Emily, Sophie. Ou eu mesmo poderia ter ido comprar..." Ele me olhou sem graça e eu queria um buraco pra enfiar a minha cabeça dentro.

"Ele não tá falando sério!" Olhei para Matthew. "Eu ainda não menstr... Quer dizer, enfim... Mudemos o foco da conversa.".

"É, ninguém quer saber sobre seu ciclo menstrual." Luke gargalhou. "Eu já estava de saída... Apareça depois Matthew!"

"Não posso." Ele respondeu esboçando um sorriso e Luke o olhou confuso. "Estou na lista de barrados na portaria." Ele olhou para mim e eu desviei o olhar dele.

"Ah... É mesmo. É o que acontece quando se trai Sophie Trammer..." Luke disse com divertimento.

"Já chega!" Disse impaciente. "Vai logo pra casa e faz o que eu mandei.".

"Certo, a senhorita que manda!" Luke piscou para mim e acenou para Matthew. "Nos vemos depois!"

"Até Luke!" Matthew falou rindo e ficou ao meu lado. "Você bem que podia liberar minha entrada no condomínio...".

"E por quê? O que você tem pra fazer lá?"

"Te visitar, tomar café da manhã... Relembrar os velhos tempos." Ele sorriu.

"Os velhos tempos em que você dormia na minha cama?!" Perguntei cruzando os braços e fiquei de frente á ele. "Vai com calma bonitão, um passo de cada vez. Se você se comportar, talvez eu deixe você entrar lá de novo." Bati em seu braço e voltei para minha sala.

As horas estavam se arrastando e eu me vi surpresa, percebendo que estava ansiosa para ver Ethan. Meu Deus mulher, só tem algumas horas que vocês se viram a última vez... Me repreendi e depois de arrumar várias coisas para fazer, na tentativa do dia passar mais rápido.

"18hrs! Finalmente!" Disse animada e guardei minhas coisas rapidamente.

Abri uma brecha da porta para ver se Matthew estava do lado de fora, como ele não estava, sai de fininho e rapidamente, não queria dar explicações de para onde eu estava indo tão empolgada.

"Até amanhã senhorita!" Emily disse educadamente.

"Até Emily!" Sorri e desci pelas escadas.

Entrei em meu carro e saí da garagem, parei por um momento e notei que eu não sabia chegar na casa do Ethan. Peguei meu celular e liguei para ele.

"Não vai me dar um bolo de novo né?" Ele atendeu e eu sabia que ele estava rindo.

"Eu juro que estou tentando não dar, mas eu não sei chegar na sua casa!"

“Já ouviu falar em GPS?” Ele disse e eu pude ouvir sua risada.

“Acontece que eu não tenho mais GPS...”.

“Por que não? Qualquer criatura que dirija um carro tem um GPS.”.

“Por que por causa dele eu já me perdi inúmeras vezes, então mandei tirar do carro.”.

“Olha só, o GPS informa a direção, mas, se você não souber distinguir os lados, vai se perder mesmo... Não culpe o aparelho!” Ele gargalhou.

“Estou desistindo de ir para sua casa em 3, 2, 1...” Falei impaciente.

"Tá bem, fica calminha ok? Aonde você está?"

"Na avenida da entrada principal do prédio...".

"Certo, é só seguir minhas instruções, vou ser seu GPS particular." Ele falou e eu sorri.

Ativei o viva voz do celular e o coloquei no colo, Ethan foi me guiando todo o caminho pacientemente.

"Agora você dobra a próxima a esquerda... Espera, você sabe qual é a esquerda né?" Ele falou debochando de mim.

"Sei, é com a esquerda que eu vou te dar um soco quando te ver..." Revirei os olhos.

"Vai nada... Já passou de um prédio enorme e preto?"

"Estou passando por ele agora...".

"Agora você conta três ruas e dobra para a direita na terceira.".

"Estou dobrando...".

"Agora você vai ver um cara extremamente gostoso e gato na calçada, falando ao celular, ele está de frente ao seu destino final." Avistei Ethan e comecei a rir.

"Acho que errei o caminho... Só estou vendo um idiota, ridiculo, no meio da rua, pedindo para ser atropelado..." Falei enquanto estacionava o carro. Ele veio até mim, parando do lado da porta e eu abaixei o vidro.

"Muito engraçadinha..." Ele disse com o celular ainda no ouvido e depois o colocou no bolso. Guardei meu celular na bolsa e desci do carro, ficando de frente para Ethan. "Acho que prefiro você de biquíni..." Ele disse me olhando de cima a baixo.

"Não gostou da minha fantasia de CEO?" Coloquei a mão na cintura e ele ficou me avaliando por um instante com a mão no queixo.

"É linda de todo jeito!" Ele disse sorrindo e me puxou me beijando. Coloquei uma mão em seu rosto, ele se separou nossos lábios, mas ainda se manteve bem próximo a mim. "Oi...".

"Oi." O beijei rapidamente e andamos em direção á sua casa. "Espera..." Parei de frente a porta e ele me olhou com a testa franzida. "Vão ter três vagabundas ai com você, igual da última vez que eu vim aqui?" Ethan começou a gargalhar.

"Só pra explicar..." Ele desceu um degrau da escada da entrada e cruzou os braços. "Nunca, desde que me mudei para cá, trouxe alguma vagabunda pra essa casa. Somente boas amigas.".

"Então, eu sou uma 'boa amiga'?" Perguntei séria.

"Eu ainda estou tentando descobrir como te classificar... É diferente de todas as outras, definitivamente..." Ele se virou e abriu a porta para mim.

"Diferente, tipo... Bizarra?" Coloquei minha bolsa em cima da mesa da sala.

"Diferente, tipo, especial." Ele me abraçou por trás e beijou meu rosto.

"Sei..." Disse com desdém.

"É sério!" Ele me virou, me fazendo ficar de frente á ele. "Está com fome?"

"Muita fome..." Sorri maliciosamente e ele riu jogando a cabeça para trás.

"E fome de comida?"

"Um pouco também..." Dei de ombros.

"Então vamos comer, enquanto nossa janta está quente."

Fomos para a cozinha e eu tirei meu blazer, o colocando na cadeira e comecei a mexer nas sacolas, vendo o que Ethan tinha comprado. O telefone começou a tocar e ele atendeu.

"Alô? Sério? Já é a terceira vez que fazem isso..." Ele disse impaciente. "A nota fiscal está comigo, precisa do número? Tudo bem, eu vou pegá-la, aguarda na linha..." Ele afastou um pouco o telefone e se virou para mim. "Eu só vou até meu quarto pegar o número dessa nota fiscal, problemas na boate. Eu volto em um minuto." Ele disse e eu assenti.

Ethan saiu da cozinha e eu comecei a procurar por pratos, copos e talheres. Ouvi o toque conhecido do meu celular e saí rapidamente para a sala, o procurando dentro da bolsa. Quando finalmente o achei, vi o número de Megan na tela.

"Hey!" Atendi sorrindo.

"Oi sumida!" Ela disse rindo.

"Eu sei, me odeia muito ou demais?"

"Eu até odiava, mas, andei sabendo que você me deu uma forcinha hoje com o Matt!"

"Ah... Imagina, não foi nada!".

"Mas, me conta, como você está?".

"Eu estou bem Megan, ótima na verdade... E você?".

"Bom, eu amei as coisas que você comprou com ele e eu até consigo imaginar as coisas esquisitas e horríveis que ele comprou que fizeram você ir com ele trocar tudo!" Ela gargalhou. "E que horas vocês foram? Eu poderia ter ido junto também!".

"Ah, vai por mim... Você nem imagina!" Comecei a rir. "Fui com Matthew na hora do almoço e eu sabia que você ia adorar! A gente precisa marcar outra tarde de compras!" Me virei e Ethan estava parado atrás de mim com os braços cruzados e com uma cara de raiva. Me ferrei... O olhei sem graça.

"Eu acho maravilhoso!" Ela falou animada.

"Ótimo, vamos marcar então..." Falei constrangida por Ethan estar me observando e o vi andando de volta para a cozinha. "Eu tenho que desligar agora lindinha, mas, eu prometo que não vou sumir e estou muito feliz que você vai passar esses meses aqui com a gente. Devia aparecer de novo na empresa, as meninas iam ficar contentes em te ver!".

"Eu posso voltar a frequentar lá?".

"Mas é claro que pode! Vá amanhã, aproveitamos e almoçamos nós duas, combinado?".

"Combinado Sophie! Muito obrigada, até amanhã!"

"Por nada lindinha, até!" Desliguei o telefone e respirei fundo me preparando para o que estava por vir. Voltei para a cozinha e Ethan estava preparando os pratos com nosso jantar.

"Então... Por isso desmarcou o almoço comigo. Os 'assuntos' que você tinha pra resolver é sair com aquele cara?" Ele disse sem me olhar.

"Não foi assim, eu não saí com ele, só fui ajudar a comprar os materiais da Megan, ela vai estudar aqui..." Falei calmamente.

"Ele não podia ir sozinho comprar?" Ele me olhou sério.

"Ah ele comprou, comprou todo o material dela sozinho. E chegou com uma mochila rosa choque das Princesas Disney." Falei tentando não rir.

"Pra uma menina de 15 anos?" Ele disse perplexo.

"Pra você ver..." Sorri e me aproximei ficando ao seu lado e alisei seu braço. "Eu só fui por que não queria que ela passasse essa vergonha em pleno ensino médio, não teve nada a ver com o Matthew." Ele apoiou as mãos na mesa, suspirou e olhou para mim.

"Eu acredito que você teve boa intenção, eu sei que gosta dessa menina de verdade." Ele desviou o olhar de mim. "Então por que continuo com raiva?".

"Por que está com raiva?" Disse confusa.

"Basicamente, por que você escolheu sair com ele do que comigo." Ele me encarou.

"Ethan... Está com ciúmes?" Cerrei os olhos e sorri.

"Ciúmes? Tá bom... Vai nessa..." Ele falou ironicamente.

"Parece ciúmes para mim..." Tentei conter minha risada

“Eu não tenho ciúmes Sophie. Nunca tive, nunca vou ter de ninguém. Isso é coisa de gente insegura e covarde.” Ele me olhou sério.

“Certo... Então se eu quiser sair com o Matthew ou com outro cara, está tudo bem por você?” Disse e ele cerrou a mandíbula.

“Não força a barra...” Ele disse entre os dentes e terminou de colocar nossa comida.

“Relaxa Ethan...” Revirei os olhos. “E é impossível que você nunca tenha dito ciúmes. Nunca sentiu isso por alguma ex namorada?”

“Nunca namorei.” Ele disse secamente.

“Nunca? Sério?” Disse surpresa.

“Sophie eu nunca sequer fui á um encontro, dirá namorar.”.

“Como assim nunca foi á um encontro?” Disse com divertimento. “Isso sim que é impossível...”.

“E por que mesmo?”

“Basicamente, você é lindo, divertido, charmoso... Deve ter dezenas de mulheres se jogando pra você.”.

“E tem, mas nunca precisei chamar nenhuma para um encontro.” Ele sorriu triunfante e eu fechei a cara.

“Comentário desagradável, como sempre.” Ethan sendo Ethan...

“Desculpe.” Ele sorriu. “Eu só não pensava em namorar quando era mais jovem e quando entrei para o exército isso ficou mais fora de questão ainda.”.

“E piorou quando você saiu. Aliás, se é que você saiu...”.

“Como assim?”

“Ás vezes parece que seu corpo saiu do exército, mas sua cabeça não. Talvez, você gostasse de servir e honestamente, acho que queria estar servindo ainda.”.

“Não mesmo!” Ele riu irônico. “Hoje eu tenho um lar, um emprego normal, uma vida normal...”.

“Vamos ver até quando isso vai ser suficiente para você.” Peguei meu prato e talheres, andei até a sala e sentei no chão.

“Eu tenho uma sala de jantar...”.

“Aqui está bom para mim.” Disse sem olhar para ele. Ele pegou seu prato e se juntou a mim.

“Olha... Você tem razão. Eu sinto falta ás vezes, eu não nego isso. Mas, o que eu tenho, hoje...” Ele pôs a mão em minha perna. “É mais do que suficiente para mim.”.

“Não quero que volte a servir.” Disse calmamente.

“Por que não?”

“Por que se você se machucar...” Comecei a falar e parei por um instante. “O Kenny... Ele ia ficar muito preocupado.” Desviei o olhar dele.

“Só o Kenny?” Ele sorriu.

“Somente ele.” O olhei mais calma agora. Se você não admite que tem ciúmes, eu não vou admitir que me preocupo.

“Tudo bem. Prometo que não vou voltar a servir... Feliz agora?”.

“Um pouco...” Sorri.

“Posso te deixar muito mais feliz...” Ele sorriu mordendo o lábio e começou a se aproximar de mim.

“Não deveríamos jantar?” Falei colocando os braços ao redor do seu pescoço.

“A comida pode esperar, eu não.” Ele me puxou e me beijou me deitando no chão e ficando por cima de mim.

Você realmente está me fazendo bem Ethan... Eu sabia que não podia me empolgar muito com ele. Não sabia o que ele queria de mim, se era algo sério ou só diversão. Mas, não consiga parar de enxergar esse envolvimento com Ethan, como uma segunda chance, quer dizer, terceira chance, de tentar ser feliz com alguém.


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Notas finais do capítulo

E ai meninas, se fossem vocês no lugar da Sophie, contariam ou não para o Matthew? Hummm... Dúvida cruel heim!



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