Theory of Nothing escrita por Mari Hime


Capítulo 3
III - Tempo está Próximo




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Saint Seiya pertence ao Masami Kurumada

Baseado em um sonho que tive em 2008

~O~o~O~

Theory of Nothing

~O~o~O~

III

O Tempo está Próximo

"Algumas vidas estão ligadas ao longo do tempo... Elas estão ligadas por uma vocação antiga que ecoa o pensamento dos tempos... Destino." - O príncipe da Pérsia

~O~o~O~

...Tic Tac... Tic Tac...

Tic Tac

– Mestre, por quê os cavaleiros existem?

O mais velho, sentado ao chão acariciando uma armadura prateada, olhou para a criança. Os olhos grandes e verdes mostravam a confusão em seu interior.

– Ora Mu, existimos para proteger a nossa deusa.

– Mas se ela é uma deusa, então é mais poderosa que os cavaleiro, não é mesmo?

– Mas é claro.

– Então por que ela mesma não pode se proteger?

Aquilo assustou o mais velho, ele não esperava essa pergunta.

– Por quê todas essas perguntas?

O mais novo, envolto de pesados panos para protege-lo do frio, sentou-se no chão de pedra, de frente ao adulto.

Algo atormentava aquela criança pequena.

– Só fiquei curioso, Mestre.

– Sabe que pode me falar qualquer coisa.

O pequeno acenou com a cabeça e, evitando olhar o mais velho, passou a encarar a armadura prateada. Uma águia.

– A sua antiga armadura de Aries...

Sua testa estava franzida.

– Ela me chamou.

– E o que foi que ela disse? - perguntou gentilmente.

– Que o tempo estava próximo... - o martelo caiu da mão do mais velho, produzindo um som metálico alto. - O que isso quer dizer, Mestre Shion? Estou com medo.

...Tic Tac... Tic Tac...

Tic Tac

Já tinha passado por tantas coisas que já não sentia medo, ele estava com fome e frio apenas. A chuva caia insistentemente e forte do lado de fora.

Sentado no chão de terra batida e protegido por um telhado de plástico, o brasileiro observava a cidade do alto do morro. Lá em baixo, as luzes das casas e dos prédios acendiam, assim como as luminárias das ruas. O mar estava revoltoso e o vento uivava pelas frestas das janelas.

– Preciso sair daqui antes de anoitecer... - seus olhos estavam quase se fechando por conta da exaustão.

O menino ouvia o tamborilar das gotas de chuva. Era como se o céu estivesse chorando. Aos poucos, começou a ouvir passos sendo dados naquele chão de barro.

Andando calmamente até sua direção, um homem alto e forte, o encarava com seus olhos negros.

O homem parou a poucos centímetros do menino, olhando-o por cima, avaliando-o.

Subitamente, e em um único movimento, ele retirou o casaco que estava vestindo e colocou-o sobre os ombros do jovem, ajoelhando-se a sua frente.

– Vamos embora daqui. - sua voz estava carregada por um sotaque engraçado.

– Quem é você? - o menino não estava assustado, mas receoso. Ninguém jamais fora gentil consigo.

– Amigo. - suas mãos pousaram sobre os cabelos escuros do menino. - Eu sou seu amigo.

– Pra onde quer me levar? - sua pele gelada contrastava com as mãos quentes do homem.

– De volta para o Santuário.

...Tic Tac... Tic Tac...

Tic Tac

Os dois estavam sentados juntos nas ruínas ao chão do Santuário. O Sol se punha no horizonte e o maré subia.

Um deles vestia uma bonita toga de seda branca e sapatos de couro.

O outro vestia trapos de linho velho e faixas sujas enroladas em seus pés.

Um deles tinha em seu braço direito um bracelete de ouro. Uma coleira.

O outro tinha em seu rosto uma máscara que cobria a sua boca. Uma focinheira. (1)

Um deles, dizia o Senhor daquele Santuário, era abençoado.

O outro, dizia o Senhor daquele Santuário, era amaldiçoado.

– Vamos nos encontrar aqui todos os dias. Vou te trazer comida e roupas limpas.

– Não precisa se preocupar comigo. As pessoas desse lugar ficarão bravas com você.

– Não me importo com elas, eu vou cuidar de você.

– Eu vou cuidar de você também, só que pelas sombras...

Um homem de feições hostis fez-se presente para os gêmeos. O menino mais velho se levantou e deu um abraço no menino mais novo.

– Eu vou voltar aqui a noite! - prometeu.

– Depois me conte como são os outros. - pediu.

E lentamente, seus destinos começaram a se separar.

...Tic Tac... Tic Tac...

Tic Tac

Não entendia por quê o destino pregava peças.

Não entendia por quê tinha nascido.

Não entendia por quê tinham o abandonado.

Não entendia por quê estava ali.

Não entendia por quê o levaram embora daquele orfanato idiota.

Não entendia por quê falaram que ele seria importante para proteger um moça.

Não entendia por quê o obrigaram a usar toda aquela seda e aqueles acessórios de ouro.

Não entendia por quê estava sentado em uma roda junto com outros dez meninos.

Não entendia por quê daqueles velhos estarem orando para as estrelas.

Não entendia por quê gostou quando seus dedos tocaram pela primeira vez o ouro daquela armadura de câncer.

Não entendia por quê simpatizou com o menino bonito e o menino espanhol.

Não entendia por quê mas, de alguma forma, sabia que de agora em diante sua vida finalmente parecia ter algum sentido.

...Tic Tac... Tic Tac...

Tic Tac

Incessantemente o menino esmurrava a rocha com seus punhos ensanguentados tentando achar algum sentido naquilo tudo. Sem, no entanto, conseguir se quer quebrá-las. E sem conseguir achar o sentido.

De novo.

De novo.

Mais uma vez.

O céu começava a escurecer, mas mesmo assim o menino continuava a tentar.

"Cosmo, cosmo... Mas que porcaria é essa que as pessoas falam por aqui?" - pensava com si mesmo. - "Elevar meus sentidos... Estou a tanto tempo aqui que nem tenho mais o tato nas mãos".

Faziam poucos meses que estava naquele lugar estranho, e apesar disso as pessoas pareciam respeitá-lo, inclusive os mestres dos outros garotos.

"Cavaleiros de ouro..." - continuava a esmurrar a rocha. - "... que droga é essa que as pessoas vivem repetindo? É impossível que meus punhos quebrem essa pedra ou que meus chutes abram fendas no chão, as pessoas daqui são loucas".

"Por que meu irmão acreditou em toda essa bobagem?"

Sentindo o suor escorrer pelas costas, sentou-se ao chão olhando para as mãos calejadas e sanguinolentas.

Sua pela estava queimada pelo sol, os músculos das pernas doíam por ter de correr todos os dias, seus olhos perdiam o brilho da inocência de criança e ganhavam um ar de felino arisco.

E apesar de todo o trabalha, a rocha a sua frente continuava intacta.

– Cavaleiro de Leão... - seus olhos vagaram até encontrarem o palácio do Grande Mestre. - Estão todos enganados. Não sou um herói, não consigo sequer quebrar uma pedra, quem dirá alcançar a velocidade da luz.

Subitamente ouviu o farfalhar de folhas secas sendo pisadas, e olhou para trás, ferino.

– Já desistiu, filhote?

– Eu já disse que isso tudo é uma loucura! Eu não sou, e não consigo, ser diferente das outras crianças da minha idade. Eu não sou o herói que pensa que sou!

– Pessoas não nascem heróis, filhote. Elas se tornam heróis. - Um homem louro disse duramente. - Olhe ao seu redor.

E olhou. E para sua surpresa, haviam inúmeras lascas da rocha espalhadas pelo chão de terra batida.

...Tic Tac... Tic Tac...

Tic Tac

Como sempre, aquele ambiente era o mais intocável, sem nem mesmo uma lasca de pedra naquele chão de mármore.

O quarto estava completamente silencioso. Os raios de sol eram impedidos de adentrar pelas pesadas cortinas deixando o lugar uma completa penumbra,

Sentado no meio do ambiente, coberto por um leve tecido alvo, totalmente imóvel. Os cabelos loiros cresciam, assim como sua franja que já ultrapassava seus olhos.

Um prato de comida, algumas frutas e uma taça com água jaziam intocadas no chão. Seu mestre o recriminaria por não se alimentar novamente, mas não podia evitar. O mundo de seus pensamentos era muito mais interessante que o real.

Perdido em sua mente, o menino refletia sobre problemas que apenas pessoas grandes deveriam ter. A guerra, fome, doenças, pobrezas, dor, tristeza, morte. 'Pensamentos pessimistas' - dizia seu guia espiritual. Buda.

Mas não podia evitar tais pensamentos, queria compreender como a vida funcionava, e todos esses algozes faziam parte da vida do homem.

Sentado naquela sala escura, meditando e rezando, enquanto os outros meninos estavam do lado de fora treinando seus corpos, o menino continuava constantemente filosofando consigo mesmo.

Seus outros sentidos já estavam ultra sensíveis, desde que fechara seus olhos para o mundo. Por isso, conseguiu ouvir os passos do outro morador daquele templo, mesmo que estes estivessem muito longe. Em breve, seu mestre o chamaria para o treino físico da tarde com os outros aprendizes.

"Não gosta dos outros meninos, Shakya?"

"Eles me estranham. Acho que não gostam da maneira como encaro a situação."

Realmente. Alguns deles, em especial o leão e o escorpião, não gostavam de algumas das atitudes do menino loiro. Era calado em demasia, raramento entrosava-se com os demais, era o menor e mais magro por não se alimentar direito, e agia como se fosse mais velho do que realmente é.

– Shaka. - a voz de um homem rompeu o silencio.

Em um único movimento o garoto levantou-se e saiu pela porta, atrás do homem.

"Ah, Shakya... Ainda falta muito para aprender..."

...Tic Tac... Tic Tac...

Tic Tac

~O~o~O~

6 de janeiro de 2012, 09h37min

Atenas, Grécia

O dia amanheceu belíssimo. O céu estava azul e sem qualquer nuvem, era possível ouvir o canto suave das aves ao sul e risos das crianças da vila de Rodoria.

Como todos os dias, Saori estava no enorme jardim, atrás do 13º templo, e como todos os dias estava colhendo flores para colocar no grande salão, afinal, antes de ser uma deusa ela era uma garota e o cheiro delas acalmava seu espírito, que estava agitado por sinal. Enquanto isso os cavaleiros de bronze, juntamente com Shina, Marin e Kiki estavam treinando.

– Vamos lá Kiki, se continuar desse jeito como vai se tornar cavaleiro?

– Ikki! Sai de cima de mim! – Gritava o pequeno enquanto tentava tirar o pé do cavaleiro de fênix de cima de seu peito.

– Vamos lá Ikki, o Kiki só tem nove anos. – Shiryu sorriu. – Deveria triplicar o treinamento dele.

– O que?!

– Já chega vocês dois, parem de implicar com ele. – Marin disse suave. – Está excelente Kiki.

– Obrigado. – deu um leve sorriso. – Mestre Mu me treinou bem. - falou com a voz mais embargada. - Tenho saudades dele, de todos.

Fez-se um silêncio incômodo. Mesmo tendo se passado um mês, estavam todos abalados, e só não demonstravam para não entristecer Atena mais ainda. Marin pensou em falar algo, mas a voz morreu antes de chegar aos seus lábios.

– Nós também, estamos todos com saudades. – disse Shun querendo acabar com o silêncio. – Mas sei que eles não gostariam de nos ver tristes, não é mesmo? - sorriu. - Vamos subir, Saori deve estar nos esperando no jardim.

– Ótimo, mais plantas desgraçadas para me fazerem espirar.

Acabaram rindo do sofrimento do cavaleiro, tanto que nem perceberam que alguém se aproximara deles.

– Com licença, poderiam-me dizer se este é o Santuário de Atena? – indagou uma figura não muito alta, encapuzada da cabeça aos pés, de forma que não podiam ver seu rosto.

– Hum? Quem é você? – Hyoga Perguntou.

– Estou procurando o Santuário da deusa Atena, imagino que sejam os cavaleiros dela, certo?

Aquilo os surpreendeu, ela tinha conhecimento sobre Atena? Mas como, se apenas deuses e cavaleiros sabia disso, e aquela garota não tinha nem sequer cosmo.

– O que veio fazer com Atena? – Perguntou um desconfiado Ikki

– Vejo que são cavaleiros, neste caso, me levem imediatamente até ela.

– Não obedecemos a ordens de garotinhas que acabamos de conhecer!

– Então fique ai, vou encontrar o Templo dela sozinha. – começou a andar, se dirigindo para a primeira casa. – E eu não sou uma garotinha!

– Então vai lá! Garota petulante.

– Hã... Ikki, você percebeu o que acabou de dizer?

– Que? – olhou para o irmão. – Eu só disse que... Ei! Espere um pouco pirralha, não pode ir entrando desse jeito!

A garota parou de andar, permitindo que os outros a cercassem.

– Neste caso, me levem logo à Atena. - a menina suspirou. - Não se preocupem, não vou atentar nada contra ela, até porque sei que derrotaram Poseidon e Hades, lutar sozinha contra vocês é o mesmo que pedir para morrer.

Eles se olharam.

– Como sabe que...

– Se sabe dessas coisas. - falou Marin. - Então sabe que Atena não está recebendo visitas. Está se recuperando da última batalha.

– Amazona, Atena vai me receber. Acredite em mim. - remexeu-se de dentro da capa.

– Ela não me parece inimiga... - Kiki disse.

– Fique quieto, projeto de gente. - Ikki resmungou.

– Você pode até ser mais velho, mas esta criança é muito mais sensata. - a menina provocou.

– O que veio fazer aqui? – indagou Hyoga à figura encapuzada.

– Pedir ajuda. – encarou os cavaleiros.

– Está bem. - Shun pressentia algo. - Vamos levá-la até Atena.

– Mas Shun... nem sabemos quem é ela. – sussurrou Shiryu.

– Mas eu confio que ela não irá fazer nada.

Eles se entreolharam. Parecia que a garota estava mesmo desesperada e mesmo não podendo ver seu rosto ela, pela voz sabiam que era bastante jovem, e como não tinha cosmo, talvez não fosse uma ameaça para eles. E, além disso, eles juraram ajudar a todos que precisassem de socorro.

– Ta bom, ta bom, se o Shun confia em você, então eu confio também. Eu sou Shiryu, e estes são Shun, Hyoga, Marin, Ikki, Shina e Kiki. – indicou cada um.

– Prazer, mas será que poderiam andar logo com isso? Vim da Itália e meus pés doem. – recomeçou sua subida.

– Apressadinha você, hein. Não vai nem se apresentar?

– Irei me apresentar na presença de Atena, amazona de cobra.

Todos acharam aquilo estranho, estranho até demais. Como uma garota que não possui cosmo poderia saber que Shina é uma amazona de cobra? Ela se quer estava com sua armadura. Correram atrás da jovem que não parou para descansar nem um minuto, continuava a passar pelas casas do zodíaco e só parou na sexta quando caiu de joelhos em frente à porta.

– Você está bem? – perguntou-lhe Hyoga.

– Viu? É isso que dá sair correndo pelas escadas! – disse Ikki.

– Eu estou bem, obrigada. – ignorou o comentário do outro. – Está é a casa de virgem?

– Sim.

– Seu guardião morreu?

– Sim. – Shun abaixou a cabeça, os outros também.

Tocando a grandiosa porta que ocultava o interior da casa, a menina iluminou seus dedos com uma breve luz azulada.

– Lamento muito. Sinto um pequeno cosmo, quase nada, protegendo esta casa. Nas outras também para falar a verdade, mas é bem menor.

– Que?!

– Seus corpos podem estar mortos, mas sinto que suas almas estão acessas. Não fiquem tristes, eles estão, de certa forma, vivos.

– Espere um segundo! Como pode sentir cosmos?

– Sentindo. Mas a questão é: Como vocês ainda não sentiram?

Shun olhou para o irmão e depois à menina. Ele sentia sim um leve Cosmo oscilando nas casas. Mas ele sentia pois era o Corpo Humano de Hades, ele sentia algo a mais que humanos. Se ela também sentia, então ela...

– Ta bom, garota. Eu quero respostas, e é melhor que diga agora.

– Seja paciente Fênix. Vou contar tudo depois, prometo. – recomeçou a corrida, e desta vez só parou quando chegou no 13º templo.

Quando chegaram, logo entraram e deram de cara com Saori, que estava com um vaso cheio de lírios nas mãos.

– Finalmente chegaram, pensei que não viessem mais. E... Quem é você? – indagou à figura encapuzada.

– Olá Atena. Provavelmente não se lembra de mim, afinal quando nos conhecemos éramos bebês, embora você fosse mais velha. – tirou a capa.

Ela era menor que Saori, e mais jovem, provavelmente devia ter quatorze ou quinze anos. A pele era branca e os olhos violetas, quase púrpuras; lábios vermelhos esboçavam um pequeno sorriso debochado. Cabelos longos que desciam pelas costas e chegavam à cintura, ondulados e cor de mel, castanho dourado. Vestia uma saia com uma blusa do Pink Floyd.

– Apola?! - Atena a olhava de um jeito estranho. - O que está fazendo aqui?

– Vejo que se lembra de mim. - sorriu sarcasticamente. - Apenas de passagem por essas terras gregas.

– Claro que sim – a deusa zombou, andando até a garota para segurar-lhe as mãos. - E a Guerra Santa não tem nada a ver com isso, certo?

– Claro que não. – e se dirigiu aos cavaleiros que pareciam ter congelado. – E vocês? Não estavam preocupados em eu ser uma ameaça para Atena? Por essa não esperavam hein. - riu.

Após ter dito isso os cavaleiros piscaram algumas vezes e olharam de Atena para a outra e visse versa. Shiryu, então, perguntou à Atena:

– Vocês se... conhecem?

– Mais ou menos.

– Meninos, essa é Apola. Antes de eu ser trazida até o Santuário, morávamos juntas.

– Uma creche de bebês deuses? - Ikki sussurrou.

– E Apola, estes são meus cavaleiros.

– Já estou estou familiarizada com eles. - sorriu forçadamente para Ikki. - Mas vejo que suas memórias de deusa retornaram. Quem foi que te despertou?

– Digamos que lutar contra Poseidon tenha valido pra algo. Vamos conversar mais lá fora. - dito isso, guiou a outra para o jardim, onde estaria uma mesa posta, com chás, sanduíches e bolos.

Os outros ainda permaneceram parados, e aos poucos foram absorvendo o fora dito ali. Quem era Apola?! E aos poucos foram se dirigindo para o jardim, encontrando as duas jovens conversando e rindo.

– Você e seus irmãos... O fascino que vocês têm por humanos nunca muda, hein.

– Está... vivendo com eles? - Atena retirou a xícara dos lábios lentamente.

– Depois que o velho do meu pai morreu, alguns deles resolveram ficar comigo e me atormentarem. - mordiscou um dos pães doces. - Minha casa se tornou uma pensão de deuses que não tem nada para fazer o dia todo.

– Então estão todos em seu castelo? - a outra balançou a cabeça. - Isso explica o porquê de nunca ter ouvido notícias deles.

– Sim, e devo dizer que seus irmãos são loucos, um pior que o outro.

– Ares ou Apolo?

– Os dois. Eles competem para verem quem me irrita mais.

– Não fale assim. - Atena riu. - Pelo menos não está sozinha.

– Preferia estar sozinha, acredite. - cutuco uma das tortas com um garfo. - Não olhe agora, mas seus servos estão vindo para cá.

– Não são meus servos. - dizendo isso, virou-se na cadeira. - Meninos, venham nos fazer companhia.

Os quatro aproximaram-se da deusa, mas permaneceram em pé. As duas amazonas, enquanto isso, retornaram a área de treinamento e avisar aos outros da nova visita.

– Não vão comer?

– Preferimos ficar de pé. - disse Hyoga.

– Fiquem calmos, eu não envenenei a comida. - Apola continuava a cutucar a torta de morango. - E também não vou me transformar em um dragão.

– Já estamos acostumados com anjinhos que se viram demônios, obrigado.

– Ikki!

– Ora, ora... quanto ódio no coração. - pegou um dos morangos e levou até a boca.

– Perdoe-nos Atena. - Shun começou. - Mas quem a senhorita é, exatamente?

– Quem eu sou...? Que pergunta difícil. Mas você, eu sei que é Andrômeda, o cavaleiro que Hades escolheu. Bom gosto. - pegou outro morango. - Meu nome é Apola, já falei quem sou.

– Não perguntamos o seu nome, perguntamos quem diabos é você!

– Ikki! – Exclamaram todos, exceto Atena que continuava a olhar a prima.

– Vejo que tem um cavaleiro que não é nada cavalheiro. – sorriu. – Sou uma deusa, Obviamente. Você já notou isso lá em baixo, não é mesmo? - Olhou para Shun.

– Você... me lembra alguém.

– Deusa? Deusa do quê? - Ikki olhava do irmão para a menina.

– Da comédia. - pegou uma uva.

– Nunca ouvi falar de você.

– Era uma piada, não achou graça?

– Nem um pouco!

– Você é uma pessoa sem senso de diversão ou nasceu com algum bloqueio para emoções?

– REPITA!

– Então por que não sentimos seu cosmo? - Shiryu cortou o diálogo entre os dois.

– Porque se o sentissem, ficariam assustados e não me deixariam ver Atena. Ou então teriam morrido com a pressão que ele exerce. - bebericou o chá. - Eu o escondi. Nunca fizeram isso?

– Mas disse que veio da Itália.

– Eu sou da Itália. O povo romano me cultuou mais intensamente, então ergui meu palácio no topo do vulcão Vesúvio, na antiga cidade de Pompéia. Não existem apenas deuses gregos. Aliás, os deuses não possuem, exatamente, uma nacionalidade, sabiam?

Eles a encararam por algum tempo. Aquilo ainda estava estranho. Que tipo de deusa ela era? Inimiga ou aliada? E além do mais, o estava fazendo ali? Dúvida que foi sanada quando Saori tomou a palavra.

– E posso saber o porquê devo a honra de sua visita?

– Ver se continuava inteira depois da Guerra Santa.

– Não brinque. - Serviu-se de mais chá. - Não viria atá aqui por qualquer bobagem.

– Muito bem. - limpou os lábios com o guardanapo. - Atena, me diga, há quanto tempo foi à última guerra Santa?

– Hoje completa um mês. - estranhou a pergunta.

– Entendo. - a garota se levantou. - Neste caso me ouça com atenção. já faz um mês eu tenho tido pesadelos, muitos pesadelos, não sei o que está acontecendo, mas acredito que esteja relacionado com você e seus preciosos cavaleiros.

– Por que acha isso? – indagou erguendo as sobrancelhas.

– Porque, quando não tenho pesadelos, sonho. E nos sonhos aparece o cavaleiro de pégasus.

– O QUE?! – exclamaram todos.

– O Seiya? - a deusa balbuciou. - Mas ele está em coma!

– Só porque seu corpo está dormindo não significa que a alma também esteja. - andou até a deusa - Nos sonhos, ele está na minha frente me encarando, não se mexe, não diz nada, apenas fica me olhando, estático. E não é só isso. Já sonhei com um local escuro e úmido, e lá pude sentir cosmos iguais aos que sinto neste santuário, acredito que sejam os cavaleiros de ouro, que destruíram o muro das lamentações.

– M-mas... como?

– Não sei. Na verdade ninguém sabe, por isso eu vim aqui. Apolo está com um mau pressentimento, e eu também. É de nosso conhecimento que Hades enviou suas almas ao Limbo, entre este e o outro mundo, nada agradável, vê? Mas aparentemente, parte de suas almas conseguiu sair de lá...

– Eles estavam bem? - Atena já erguia-se da mesa.

– Não são sonhos agradáveis, sabe. - Apola olhou para a prima, dizendo algo com seus olhos. - E existe mais uma coisa que está no Limbo. - Atena, que até então a olhava assustada, ficou séria de repente.

– E como são seus pesadelos?

Silêncio. Apola fechou os olhos violetas e Atena apenas meneou a cabeça.

– Eu não faço a menor idéia do que está acontecendo, nem os outros deuses e aposto que você também está perdida.

– Sim... não compreendo, o que meus cavaleiros fazem em seus sonhos?

– Por isso vim aqui Atena, tenho uma proposta a você. – colocou as mãos atrás do corpo. – Eu, Como deusa, irei interceder o destino diante da morte e trarei seus cavaleiros de ouro de volta. Eu traria o Pegasus, mas duvido que eu tenha poder o suficiente contra a espada do Hades.

– Vai fazer o que? - Hyoga a olhou. - Isso é impossível! Eles...

– Não pode trazer pessoas morta de volta a vida. - continuou Shiryu. - Isso é heresia!

– Não me diga o que posso ou não fazer, cavaleiro de bronze. - a garota o olhou torto. - Minha situação está em um nível que você não entenderia. Atena.

– Se fizer isso, o que vai querer em troca?

– Em troca? Você e eles, juntamente com esses garotos impacientes, deverão viver em meu palácio durante um tempo.

– Mas, por quê?

– Algo me diz que a Terra... não. Todo o universo não é mais seguro, e se eu estiver certa talvez uma nova guerra comece e desta vez vou precisar de toda ajuda possível. O que me diz? Aceita a proposta? – sua voz saia dura.

Atena apenas concordou com a cabeça e olhou para seus cavaleiros, que estavam extremamente confusos, e para o santuário abaixo deles. Parecia que ela e seus protetores estavam destinados a lutar, mas sabia que Apola não era uma deusa qualquer, e se os rumores que ouvia sobre sua prima estavam certos, seus sonhos, bons ou ruins, se transformavam em realidade, e se este era o caso, a ajuda de sua elite dourada era muito bem vinda.

~O~o~O~

...Tic Tac... Tic Tac...

Tic Tac

Os anos o ensinavam e ele aprendia. Segundo após segundo sua sabedoria aumentava. Sua intuição aguçava-se. E suas premonições tornavam-se em realidade.

O dia ainda não tinha amanhecido, apenas o horizonte apresentava alguma claridade naquele breu.

O som das águas ricocheteando contra as pedras era ensurdecedor. A brisa suave balançava as copas das árvores.

Sentado no alto de uma colina, o homem olhava para as águas da cachoeira caírem. A longa barba branca aquecia suas mãos. Em seu peito, o coração bombeava sangue lentamente.

As estrelas estavam calmas naquela madrugada. E isso preocupava o senhor. Sinal de que um tempestade em breve acabaria com toda aquela calmaria e o caos se reergueria. Ele sabia disso. Essa fora a lição mais importante que o tempo lhe dera.

Outra coisa que aprendera foi que o Universo, embora muito controverso, sempre buscava o equilíbrio. A felicidade, por exemplo, é resultado das situações ruins vivenciadas. Chorar é equivalente a rir. A morte nada mais é do que um reflexo da vida. Como um espelho no espelho. O inverso do real.

Se as coisas não fossem assim, então o mundo entraria em colapso. Em caos.

Hoje, as constelações estavam em paz.

Amanhã, elas arderiam no fogo do inferno.

E em breve o elenco seria composto, as danças coreografadas, as cortinas se reabririam e o ballet entre vivos e mortos se iniciaria.

Quanto tempo mais eles teriam?

"Pobres crianças..." - pensava o velho.

"Que destino mais cruel e inevitável".

Destino... Que loucura, não é mesmo?

...Tic Tac... Tic Tac...

Tic Tac

Aquilo estava o deixando-o louco.

A dor das quatorze picadas já nem eram mais sentidas devido a intensidade da dor do veneno em seu sangue.

Conseguia sentir que a cada minuto que se passava, mais e mais o veneno se espalhava pelo seu corpo. Estava quente como o inferno e sentia um frio percorrendo a espinha. O coração batia tão rapidamente que achava que sairia de seu peito.

Jogado aos pés do monte Profeta Elias tentava manter a respiração e os batimentos cardíacos.

As ordens do mestre tinham sido bem claras. Ao amanhecer ou ele estaria morto, ou vivo. Apenas vivo receberia a armadura e finalmente terminaria a última fase de seu treinamento na ilha de Milos. Tinha que manter seu coração batendo até o sol raiar.

Sua boca estava seca, sedento, mas suas pernas latejavam tanto que era impossível manter-se de pé e buscar água.

Seus olhos estavam turvos e por várias vezes via imagens que se embaralhavam em sua mente. Sua mãe morrendo. A fome. O medo. Os treinamentos insanos.

Quando suas alucinações paravam por um tempo conseguia enxergar o seu redor. Os quatorze escorpiões que o picaram, cada um com seu diferente veneno, o cercavam, mas não se aproximavam mais. Pareciam estar entretidos com o menino. Havia, porém, mais um escorpião, bem maior que os outros e completamente negro, que estava no peito do garoto. Olhando-o bem de perto.

E novamente os sonhos voltavam e a loucura tomava conta de seu ser.

O sangue fervia em suas veias e artérias.

Não sabia quanto tempo ficou assim, gemendo de dor. Poderiam ter sido meses e talvez anos. Mas depois de tanto tempo em agonia uma brisa passou e refrescou todo o seu corpo.

Pouco a pouco o Sol subia no horizonte, trazendo um novo dia. E uma Nova Era.

De súbito, toda a dor tinha passado, assim como o frio, o calor e a sede. O escorpião em seu peito caminhou calmamente até o chão, juntando-se aos outros quatorze.

A agonia passou e deixou para trás o símbolo do rei escorpião. Um ferrão rubro com o veneno de quatorze escorpiões. E um novo cavaleiro.

...Tic Tac... Tic Tac...

Tic Tac

O coração do cavaleiro batia com força, animado.

Faltava pouco, mas em breve todos os doze cavaleiros estariam trajando suas armaduras. O Grande Mestre parecia feliz, agora que finalmente sua armadura tinha um novo dono depois de anos. Seu irmãozinho fortalecia-se mais e mais a cada dia. Todo aquele mundo de magia tornava-se sua família.

Mas estes não eram os motivos para a alegria do jovem naquele fim de tarde.

O céu estrelado não mentia para o Grande Mestre em Star Hill.

Um bebê.

Um bebê. Finalmente. Finalmente a alma de Atena despertava e em breve um bebê nasceria das estrelas.

Um bebê que protegeria o mundo. E ele, como cavaleiro e homem, protegeria o bebê.

Sabia, porém, que deveria ser cauteloso com seus sentimentos. As histórias de seu antecessor, Sísifos, tinham chegado aos seus ouvidos por seu Mestre, agora já longe do Santuário.

Um cavaleiro nobre que, apesar de toda a máscara de seriedade, acabou por apaixonar-se. Amar uma mulher comum para eles já era algo inadmissível, que dirá amar uma deusa.

Mais em seu coração, sabia que de certa forma amaria o bebê que estava por vir.

Descia as escadarias dos templos em paços largos. A vinda de Atena era um segredo para si e para Gêmeos, os mais velhos.

Mais do que nunca sentia-se determinado.

Protegeria com todas as suas forças o bebê que nasceria.

Zelaria por seus amigos, a sua família. Principalmente aos mais novos.

Cuidaria de seu irmãozinho como pai.

E mesmo se a morte o levar, continuaria cumprindo suas promessas. Proteger, Zelar e cuidar tudo que seus olhos podiam enxergar.

...Tic Tac... Tic Tac...

Tic Tac

Morte... Que entidade mais misteriosa.

Caía uma chuva fina e gelada. Mas ele não se importava. Aliás, nada mais importava para ele. Nem a chuva, nem o barro em seus pés ou o choro da criança a poucos metros de si.

Já fazia um ano desde que cometera seu primeiro assassinato. E este ano demorara para passar.

Ocultando o corpo em uma lápide grande e velha (provavelmente de algum cavaleiro de Touro do passado), observava um ponto qualquer afastado para além do horizonte.

A armadura que tanto lutara para receber estava sozinha em seu templo. A armadura chorava, tal como a criança de cabelos revoltosos.

Apenas dez cavaleiros trajavam armaduras. O Grande Mestre já não era mais o mesmo. Atena foi escondida no interior do templo e ninguém teria permissão para se quer vê-la. As coisas não eram mais as mesmas e um nuvem negra de tempestade pairou sobre o Santuário. E pelo visto, demoraria para que um dia ensolarado voltasse.

Ele isolara-se do resto do mundo, preferindo o silêncio. Preferindo não ver ninguém a menos que solicitado. Preferindo não encarar Aioria. Porque sabia que o que fizera fora o correto. Mas ainda assim...

Ainda assim, lá estava ele. Sentado no meio da chuva, ouvindo o menino esmurar a lápide do mais velho, mesmo sabendo que ali não havia corpo algum.

Ele estava certo.

Mas se sentia errado. Tudo ao seu redor parecia errado.

Continuaria ali, parado na chuva, esperando apenas o mais novo cavaleiro de ouro a cair no sono de exaustão e então, levá-lo de volta para seu templo.

As coisas jamais seriam as mesmas e o tempo continuava avançando. O universo mudava.

...Tic Tac... Tic Tac...

Tic Tac

"... Uma possibilidade é aquilo a que se chama condições-fronteira caóticas. Estas presumem implicitamente que o Universo é espacialmente infinito ou que há infinitamente muitos universos. Sob condições-fronteira caóticas, a probabilidade de descobrir uma região particular do espaço numa dada configuração logo após o 'big bang' é a mesma, em certo sentido, que a probabilidade de a descobrir em qualquer outra configuração: o estado inicial do Universo é escolhido puramente ao acaso... ao acaso..." (2)

Tsc.

Já era a terceira vez que perdia a concentração enquanto lia.

Percebendo que não conseguiria continuar a ler aquela noite, resolveu deixar o livro de lado e recostar a cabeça na poltrona aveludada.

A atmosfera estava tensa e sabia que não conseguiria dormir.

Amanhã receberiam visitas e ele conhecia muito bem um dos visitantes. Bem mais do que gostaria de admitir.

Sua casa estava mais gélida que o costume, ou melhor, todo o Santuário parecia mais gélido.

Sua intuição o alarmava sobre algo que aconteceria em breve. Todo o seu corpo estava ansioso.

Ao fundo, a Moonlight Sonata (3) soava em um canto da biblioteca, retumbando seus ouvidos. Fechou seus olhos azuis, rezando para que conseguisse pegar no sono. Mas ao invés de tranquilidade, sua cabeça foi invadia pelos mais adversos pensamentos. Pensamentos que pairavam sobre o gelo e o frio do norte da Rússia. Uma moça adormecida no mar congelado. Um treinamento final. Sua armadura.

Podia quase sentir sua pele necrosar devido ao frio. Seus dentes rangerem. Seus músculos congelarem. E finalmente o Zero Absoluto.

Paralisia.

Seus olhos voltaram a abrir. As velas ao seu lado consumiam-se com vigor, e criavam uma penumbra apenas vista em pesadelos.

Aquela seria uma longa noite.

Que horas seriam? Bom isso realmente não importava. No entanto, o tintilar dos ponteiros era enlouquecedor.

...Tic Tac... Tic Tac...

Tic Tac

Tempo...

Que entidade tão relativa e tão perigosa. O tempo destruía tudo, inclusive o indestrutível. A beleza ia embora. Pessoas morriam. A felicidade tinha um fim. As Estrelas, invariavelmente, se apagavam. Um dia, todo o universo seria consumido pelo Tempo.

Ele não era exceção a regra.

Sabia que sua vida tinha acabado naquele momento. Envolto por rosas. Pétalas e Espinhos.

Sabia que naquele momento estava deitado, desconfortavelmente, em um caixão. Envolto por terra. E em sua cabeça, uma lápide com alguns dizeres em uma caligrafia horrenda.

Sabia que, em breve, tornaria-se pó e seria parte da natureza.

No entanto.

No entanto, se ele estava morto, então por quê estava pensando? Será que sua alma já estava no submundo?

Não... há algo a mais. Há algo gélido e sem vida que está protegendo a sua pele. Há algo frio que está escorrendo de seu peito. Sangue...?

"Você deseja?" - o nada perguntou.

"O que?".

"Voltar... Me servir... Matar." - o nada respondeu.

Hades...

Está certo. Ele está morto e nada mudaria aquele fato. No entanto... Algumas horas... Apenas algumas horas seriam necessárias.

Ele aceitou a oferta e lentamente o relógio começou a retroceder. As rosas sangraram.

O tempo estava próximo, e finalmente compreendia o que essas palavras significavam.

...Tic Tac... Tic Tac...

Tic Tac

.

.

.

~O~o~O~


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Notas finais do capítulo

Observações:

1- Nessa história, o Kanon (quando criança) utilizava a mesma máscara que o Defteros/Deuteros (como você preferir) usava. Ela cobre o rosto todo, exceto os olhos.

2- Camus está lendo o livro do Professor Stephen Hawking, "Uma Breve História do Tempo: do Big Bang aos Buracos Negros"

3- A sonata foi composta por Beethoven n.º .27 n.º2

~O~o~O~

21/01/2015

Prontinho, mais um capítulo!

Peço perdão pelos eventuais erros de gramática, se algo estiver gritante me avisem por favor! Mas espero que gostem dele, e espero que não tenha ficado longo demais. No próximo, muitas coisas acontecerão, então se preparem!

Críticas? Elogios? Deixem um comentário! (como sou cara de pau hahaha)



Em três semana eu volto!

Beijos!



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