Theory of Nothing escrita por Mari Hime


Capítulo 2
II - O Início


Notas iniciais do capítulo

Datas:

1 de janeiro de 2008 à 1 de novembro de 2009 - Guerra no Santúario (Guerra Galática, luta contra os cavaleiros negros, busca da armadura de sagitário, luta contra os de cavaleiros de prata, batalha contra os cavaleiros de ouro nas doze casas).

1 de dezembro de 2009 à 10 de dezembro de 2009 - Guerra contra Odin e Poseidon.

2010 à 1 de agosto de 2011 - Paz.

1 de agosto de 2011 - Ínicio da Guerra Santa.

3 de dezembro de 2011 - Morte dos Cavaleiros de Ouro.

6 de dezembro de 2011 - Fim da Guerra Santa.

6 de janeiro de 2012 - Data Atual



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Saint Seiya pertence ao Masami Kurumada.

Baseado em um sonho que tive em 2008

~O~o~O~

Theory of Noything

~O~o~O~

II

O Início

"Bem-Aventurados aqueles que leem e aqueles que ouvem as palavras da profecia e guardam as coisas nela escritas, pois o Tempo está próximo." - Apocalipse 1:3

~O~o~O~

Ping...

Ping...

Ping...

Tudo o que ouviam era o gotejar se algum líquido.

Eles próprios estavam mergulhados naquele líquido.

Treze homens jogados naquele mar de breu sentiam na pele nua a viscosidade gélida daquele líquido.

Treze homens absortos naquele abismo estavam todos próximos uns dos outros, tentando sentir um calor que não mais existia. Tentando sentir uma faísca de um coração que não mais batia.

Por mais que andassem não chegavam a parede alguma. Por mais que mergulhassem não chegavam ao fundo daquele líquido.

O silêncio reinava naquele mantro de escuridão. Não haviam cores, nem cheiros, nem sensações. Tudo era engolido pelas trevas.

Sabiam que estavam lá, mas não podiam se comunicar pois a voz não saia. Eles mesmos não conseguiam ouvir os próprios pensamentos. Quando o cansaço vencia, então eram inundados por pesadelos que os afogava naquele mar de nada. O frio era absoluto.

Apenas continuavam ali. Ouvindo o gotejar do líquido. A mente exausta não os permitia a rezar a Deus algum. Não havia paz. Não havia nada.

Apenas eles e o líquido.

E uma voz.

Uma voz de pesadelo, arranhada e seca. No início era um gemido. Em seguida um grito. E então...

"...Vai começar..."

E uma risada.

E o tormento em suas mente voltava. Mortes, gritos, infames, fome, desespero. O verdadeiro inferno. E novamente, e novamente, eternamente em sofrimento.

"Eu quero morrer" - pensavam.

"Você já está morto" - a voz respondia.

"Dê um fim na minha existência, então. Me tire desse sofrimento. Quanto tempo mais..."

"Extinguindo sua existência, ninguém jamais se lembrará de você. Tudo o que passou do outro lado será apagado do coração das pessoas que lá viviam"

"Ser... Esquecido...?"

O silêncio voltava a reinar.

Quem está perguntando?

Quem está respondendo?

Perdoe-me, eu não posso falar mais alto.

Eu não sei quando você vai me ouvir, você, a quem me dirijo.

E será que você vai me ouvir?

Eu lhe rogo, coloque seu ouvido perto da minha boca, por mais longe que você esteja de mim, agora ou em qualquer momento. Caso contrário, não conseguirei me fazer entender por você. E mesmo que você consinta em atender meu pedido, ainda assim muitas coisas não serão ditas, e você as terá de completar por sua conta. Preciso da sua voz, sempre que a minha ficar presa na garganta.

Ping...

Ping...

Ping...

~O~o~O~

6 de janeiro de 2012, 03h21min

Pompéia, Itália

O silêncio jazia naquele campo, de forma que apenas o som de cigarras cantando pudesse ser ouvido.

Mas aquele lugar já conhecera a magia. As guerras. O sofrimento. Sim, aquele templo, majestoso e gigantesco conhecera o Passado e tinha pleno conhecimento sobre o Futuro.

Erguido por um imponente vulcão, o Vesúvio, cujo poder de erupção sempre foi assombroso e por esse motivo, seus arredores são desabitados e permanentemente silenciosos. No topo do vulcão a imensa construção de mármore branco se erguida por colunas e guardada por anjos delicadamente esculpidos no topo da mansão. Não haviam flores ou grama, devido à devastadora atividade vulcânica de 79 d.C, dando ao local uma aparência mórbida, como o de um grande mausoléu.

Por entre as colunas e estatuetas era possível escutar o suspiro do vento e das vozes das almas perdidas, como uma sinfonia macabra. Não haviam luzes nas ruas, ou casas, ou pessoas. Tudo estava parado no tempo. Parecia que a morte era dona daquele lugar.

De repente, silêncio retumbante se rompeu na forma de um grito desesperado de uma voz feminina.

Em um quarto do tamanho de um salão, deitada em uma cama que parecia ter sido feita para gigantes e enrolada em lençóis tão brancos quando a lua, estava uma garota que não aparentava ter mais que dezoito anos, com olhos violetas profundos em total terror, a respiração era rápida, tanto quanto as batidas do coração que parecia querer sair do peito delicado de tão eufórico.

Uma batida na porta foi ouvida e sem esperar um consentimento, uma mulher um pouco mais velha que a primeira entrou, com uma longa camisola esvoaçando aos pés e agilmente pegou um pano no criado mudo, molhou-o na pequena jarra que continha água e passou na testa da menina.

As marcas das unhas estampavam os braços da menor.

– Esta tudo bem querida – disse a mais velha, com uma voz gentil, tentando acalmar a jovem. - O que é que houve?

– Nada, só um pesadelo. – respondeu arfando, a voz estava rouca devido o grito. Os olhos frios percorreram o quarto em busca de algo.

– Novamente? É a terceira vez só esta semana!

– Eu sei, mas é sempre o mesmo sonho. – Ela olhava para as próprias mãos que tremiam. - E sempre quando eu vejo aquela sombra, eu... eu...!

– Eu compreendo, agora se acalme, foi apenas um sonho. – Tornou a molhar o pano e limpou o pescoço e as bochechas que estavam ensopadas de suor. - Está com febre novamente.

– Gritei muito desta vez, Artemis? – Perguntou, grata pela água gelada que refrescava seu rosto.

– O suficiente para deixar Apolo preocupado.

A menina olhou para a figura na sua frente. Ela era Artemis, a deusa da Lua e da Caça. Era muito bonita, tinha um longo cabelo cacheado e dourado até o fim das costas. Olhos amarelos como a lua cheia, gentis e atentos a tudo; era alta e tinha corpo moldado pelos anos de vida caçando e correndo nas florestas. Sempre foi uma grande amiga, para não dizer que era como uma mãe para si, e apesar de ser calada na maior parte do tempo, era amável e gentil com si.

– Ele não conta. – Disse encostando-se à cabeceira da cama. – Apolo fica nervoso com qualquer espirro que eu dou.

– O que tem a minha pessoa? – Disse um belo jovem entrando no quarto. Ele era uma cópia idêntica de Artemis, cabelos curtos dourados e cacheados, tinha a mesma altura que a irmã, o mesmo tom de pele dourado pelo Sol, um corpo moldado pelos deuses, os mesmos lábios pequenos, apenas uma coisa se destacava naquele clone, eram seus olhos. Laranjas como o pôr-do-sol. Apolo, o deus do Sol e das Artes. Ele trazia um candelabro de velas na mão, clareando o quarto.

– Parece que sua pessoa esqueceu-se de bater na porta, de novo. – Disse a menina, que agora era visivelmente mais nova que os outros dois.

– Desculpe, mas quem gritou foi você, dava até para ressuscitar os mortos de Pompéia. – Apolo tentava se justificar. – Pesadelos novamente?

A menina fez um 'sim' com a cabeça e Artemis lançou um olhar para o irmão se calar, mas este a ignorou.

– Isso está ficando estranho, é coincidência demais para ser normal.

– Tenho uma novidade para te contar. Não somos normais, deus do Sol.

– Apolo, mesmo sendo inconveniente, está certo. – Disse Artemis. – Desde a última Guerra Santa, entre Hades e nossa irmã Atena...

– Que foi no mês passado - Completou Apolo. - Você tem esses sonhos esquisitos, com sombras que nada falam, apenas choram e...

– E uma sombra, e além disso...

– Além disso, você disse que viu aquele cavaleiro que desafiou Posseidon, Hades e Odin, o Pégasus, nos sonhos. - O homem fez uma careta ao se referir ao humano.

– E até onde vai nosso conhecimento, esse cavaleiro se encontra em coma, com os cuidados de Atena. – Finalizou Artemis, que misturava algo em uma xícara de porcelana fina.

– Eu sei, eu sei. E parem de completar as frases um do outro, é estranho. – Disse a jovem. – Mas o que posso fazer? Duvido que Atena saiba algo sobre isso, e mesmo se soubesse, a irmã de vocês não está com cabeça para me dizer qualquer coisa, está desolada demais com a perda de tantos cavaleiros. E depois, isso não deve ser nada, apenas...

– Como nada? Todas as noites você grita, acorda com o coração na garganta e com olhos negros de terror! – O deus do sol perdera a paciência, via como a menina ficava após os pesadelos e algo lhe dizia que aquilo era um sinônimo de problemas.

– E o que quer que eu faça? – Perguntou enquanto tomava o remédio que Artemis havia lhe preparado.

– Vá falar com Atena, diga a ela o que está acontecendo e pergunte o porquê que aquele mísero cavaleiro de bronze aparece em seus sonhos. – cerrou ser olhos laranjas.

– Concordo com meu irmão. E Apola, querida, assim que amanhecer você irá até a Grécia e se quiser, o que eu duvido, podemos ir com você, mas por hora, concentre-se em dormir, este chá vai te ajudar e... – Artemis mal terminou de falar e a jovem já estava dormindo. - Acho que exagerei na dose.

– Acha que ela irá? – Apolo indagou à irmã, enquanto cobri a menina.

– Talvez, sei que ela quer saber o que está acontecendo.

– Estou com calafrios a respeito disso tudo.

– Não se preocupe. Já passamos por situações piores.

– Eu sei, mas o que me preocupa são essas sombras. – Apolo abriu a porta para a irmã e deu um último olhar para a jovem que dormia. - Está acontecendo novamente.

– Também estou achando estranho, as marés estão revoltosas e os ventos, fortes demais. - Artemis olhou para a janela, diretamente para a Lua que descansava no céu. - Vamos voltar a dormir, o dia será longo.

~O~o~O~

6 de janeiro de 2012, 03h45min

Atenas, Grécia

No alvo templo que erguia-se no centro do Santuário estava Atena, zelando pelo sono de seu cavaleiro. A cada duzentos anos ela, a deusa Atena, reencarnava e com ela seus 88 cavaleiros, para lutarem na guerra Santa contra o Imperador do mundo dos mortos, Hades. Já se passara um mês desde que a guerra acabou e desta vez ela fora a vencedora da batalha, mas em troca perdeu seus poderosos cavaleiros de ouro e seu querido cavaleiro de pégasus, Seiya.

Apesar deste não estar morto, estava inconsciente, graças à maligna espada de Hades que ultrapassou seu coração, e parecia que jamais iria acordar.

– Saori, não acha melhor ir descansar? – Perguntou-lhe um jovem de cabelos verdes.

– Shun tem razão, está ai o dia inteiro, nem jantou. – Disse um rapaz, um pouco mais velho que o outro, de cabelos longos e pretos.

– Não se preocupem comigo, estou bem. – Saori respondeu com um sorriso. – Mas vocês deveriam estar dormindo.

– Ah sim, claro! Vamos lá dormir, enquanto você fica aqui com essas plantas que me dão alergia, madrugada adentro! – Resmungou o mais velho de todos, tinha cabelos azuis e estava confortavelmente jogado na grande poltrona que havia no quarto. – Sinceramente, ficar presa nesse quarto o dia todo está fazendo mal para a sua cabeça e...

– Ikki! Não fale deste jeito com a Saori! – Disse o garoto loiro, enquanto tentava tampar a boca do outro. – Não escute ele senhorita, só está de mal humor.

– Hahaha, quem diria que o impiedoso Ikki de Fênix teria alergia a simples plantinhas! – Riu o garoto com os cabelos pretos.

– Shiryu isso não é engraçado, talvez um pouco. – Disse Shun. – E Hyoga, poderia soltar o meu irmão?

– Seus idiotas, se fizerem isso de novo vão perder a cabeça. – disse furioso, enquanto voltava a se largar na poltrona. - Estou falando sério Saori, vai ficar trancafiada nesse quarto até quando?

– Talvez tenha razão Ikki. – disse a menina – Mas não há muito mais que eu possa fazer, o Santuário está reconstruído e a fundação do meu avô já está cuidando das vítimas do terremoto no Japão. E depois, tudo o que eu puder fazer pelo Seiya, eu irei, e se pudesse fazer pelos outros também faria.

– Eu sei, mas talvez seja melhor você descansar, afinal, o Seiya é forte e eu tenho certeza que ele vai acordar cedo ou tarde.

– Sim. – sorriu. – Então vamos dormir, estou com a sensação de que amanha o dia será cheio.

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Notas finais do capítulo

01/01/2015

Olá pessoal!

Feliz Ano Novo!!! Que seja um excelente ano para vocês, e que tenham forças para enfrentar os problemas que terão de enfrentar em 2015, já que problemas é a única garantia de todos os anos hahaha. Brincadeiras a parte, o Ano do carneiro, ou cabra, promete ser mais calmo e tranquilo do que o que se passou. Pelo menos é isso o que dizem os sites de horóscopo hahahah

Como prometido, um novo capítulo. Obrigada a todos que estão lendo, e caso queiram, deixem comentários!

Eu tentei encaixar a sequência cronológica do Mestre Kurumada no nosso calendário, é uma invenção da minha cabeça, então por favor não fiquem grilados!

Beijos a todos e bom começo de ano!
Volto dia 17!




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