The Family escrita por Marina Fernandes Meirelles


Capítulo 6
Denguinho


Notas iniciais do capítulo

Passei dois dias praticamente fora e só com tempo de escrever a noite.
Aproveitem o capítulo!



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UM MÊS DEPOIS

Marina levantou e foi direto ao banheiro, tomou banhou e foi para o quarto do filho, notou que Clara tinha perdido o horário, ela estranhou pois Clara acordava até mais cedo que ela. Acordou Leozinho com beijos e levou o menino para o banho, depois arrumou o menino par ir para escola, foram em direção da cozinha, Leozinho pulou logo no sofá e pegou o controle da TV:

Leozinho: Cadê a tia Clarinha?

Marina: Fica aí quietinho que eu vou dar uma olhada nela.

Enquanto Leo passava os canais da TV, até chegar no desenho, Marina foi até o quarto de Clara estava enrolada na coberta, a fotógrafa sentou ao seu lado e passou a mão no rosto dela. Clara ardia em febre, Marina se desesperou, voltou no próprio quarto e ligou para Gisele. A prima chegou rápido, ela pediu para Gisele levasse Leo para tomar café, deixasse o garoto na escola e para avisar no estúdio que ela não iria. Assim que Gisele saiu, Marina voltou no quarto de Clara, tirou uma roupa do armário e acordou a morena, a levou para o banheiro e a ajudou tomar banho, se molhou um pouco, depois ela ajudou Clara a vestir a roupa e trocou a que usava, foram juntas até o hospital, Clara logo foi atendida e o diagnóstico não demorou: dengue. Enquanto a morena ficava um pouco no soro, ela foi rápido a farmácia e comprou os medicamentos necessários. Voltaram para casa após o almoço, encontrou Gisele no corredor, a porta da casa de Ju aberto, Leozinho saiu correndo de lá e abraçou Clara chorando:

Tati: Ele não para de chorar, pediu para ligar para vocês.

Leo: Eu quero ficar com a tia Clarinha. - Olhou para Clara. - Eu cuido de você tia Clarinha.

Clara: O meu bichinho! - Ela ainda estava fraca e por causa dar dor nas pernas andava com a ajuda de Marina. - Eu estou indo deitar, você vem comigo? - Ele fez que sim com a cabeça.

Marina: Tati, você esta livre essa tarde, mas qualquer coisa eu te chamo.

Após se despedir de todos, os três entraram no apartamento. Foram direto para quarto, Clara colocou um pijama e Marina colocou uma roupa leve, deitaram na cama, o menino e a fotógrafa ficaram cada uma do lado da morena.

Marina: Minha mãe sempre dizia que os melhores remédio para qualquer doença eram amor e carinho.

Clara: Inteligente ela. - Repousou a cabeça no ombro de Marina. - Eu ainda acho que você deveria ir para o estúdio.

Marina: Não. Meu lugar é aqui, cuidando de você. - Disse passando a mão no rosto de Clara.

Ficaram ali, abraçadinhos os três, assistindo desenhos, Leozinho dava risada as vezes e elas adoravam ver a felicidade do menino.

Clara: Estar tão bom assim, que acho que vou ficar doente mais vezes.

Marina: Não brinca com isso. Mas, estar bom assim mesmo. Vamos ter que fazer mais vezes. - Fazia carinho nos cabelos de Clara. Voltaram a olhar para TV.

Ficaram um tempo ali por um tempo, até Marina sair para atender a campainha e deixar Clara sozinha com Leozinho.

Flavinha: Oi chefinha! - Flavinha e Vanessa estavam na porta. - Viemos fazer uma visita para Clarinha.

Marina: Ela esta no quarto com Leo. Vão lá, eu vou aproveitar e fazer uma sopa.

Vanessa: Que lindo! Isso mesmo, mostre que você é uma esposa dedicada.

Marina: Só rindo viu Vanessinha?

Flavinha: Pode parecer até piada da Vanessa, mas vocês duas tem química. E muuuuita.

Marina: Acham mesmo é?

Flavinha: Vem cá, nunca considerou dar uma chance... uma experimentada? Vai que você gosta. E ó, o Leozinho amaria a Clara como mãe.

Marina: Eu não gay.

Flavinha: Nem a Clara. Ela bi.

Marina: Vocês falam como se gostassem dá coisa.

Vanessa: Eu já fiquei com uma, na faculdade, até que não é mau.

Flavinha e Marina olharam para ela surpresa.

Marina: Cheia de segredos, hein?

Vanessa: Ok, vamos falar sério. Eu acho que você e a Clara possuem sentimentos uma pela outra. Não estou falando da linda amizade das duas. Estou falando em termos românticos mesmo. - Marina permanecia em silêncio. - Eu sei que você praticamente se fechou pro mundo depois do Alvey...

Flavia: A questão é, desde que a Clara chegou você... nossa Ma, você precisa ver os seus olhos quando você a vê ou ouve a voz dela, ou simplesmente quando falamos nela. Eles brilham, parece até que tem fogos de artifício aí dentro. Sem falar nessa necessidade de uma estar sempre perto da outra, de ficarem se tocando, se abraçando.

Vanessa: E você já parou para observar a presença dela na sua vida, ou a sua na vida dela? Vocês não vivem mais sem a outra. Nem mesmo com o gostoso do Daniel te ligando todos os dias.

Flavia: Se eu tivesse um homem lindo daqueles me ligando, mando flores e presentes o tempo todo como ele faz, eu já tinha casado. Mas se ele te chama para ir tomar uma água de côco no carinha que fica na frente do prédio do estúdio, o que você fala? “Clarinha, você também quer? Vamos com a gente?” E você não faz isso para fugir dele, você faz porque é assim que você age agora, não importa quem ou o lugar, o que importa é a Clara estar por perto.

Marina: A Clara me faz bem. Ela deixa segura e...

Vanessa: Marina presta atenção, para de criar justificavas, deixa o teu coração falar. Eu sei que pode ser assustador de início entrar em um relacionamento com uma outra mulher, quando você a vida toda se relacionou com homens, mas não foge disso não ou você pode se arrepender. - Marina olhava para duas e simplesmente baixou a cabeça. O celular tocou:

Marina: Oi Daniel. - Disse com a voz fraca.

Daniel: Eu fui no estúdio, não tinha ninguém.

Marina: A Clarinha esta doente, eu não fui trabalhar.

Daniel: O que ela tem? É sério?

Marina: Dengue.

Daniel: Ela esta precisando de alguma coisa?

Marina: Não. Estou cuidando dela direitinho.

Daniel: Qualquer coisa me liga. Depois eu faço uma visita para minha prima.

Marina: Esta bem. Tchau.

Daniel: Beijos. - Eles desligaram o telefone.

Flavia: A gente vai ver a Clara. - Saíram para o quarto deixando uma Marina pensativa.

P.O.V. MARINA

Olho no relógio, são 01:30 da manhã, ainda não peguei no sono. O meu problema? CLARA. Levanto da minha e entro no seu quarto. A porta não estava tranca, nunca esta, deito na cama com cuidado para não acordá-la, ela dorme tão tranquila, tão linda... passo os braços ao redor de sua cintura e a trago para perto de mim. Ela adoeceu há mais de um mês, durante aqueles dias eu dormi com ela, desde então, não conseguimos dormir sem a outra. A noite chega e quando vamos para quarto cada uma vai para seu quarto, não demora muito e buscamos uma a outra. Ou eu vou para o quarto dela, ou ela vem para meu quarto. Assim que deitamos juntas, não demora e o sono vem. Dormimos assim desde então, com a necessidade uma da outra. Acho que as meninas estão certas, não somos simplesmente amigas.

FIM DO P.O.V.

Toda a família Fernandes estavam no aeroporto, Filipe tinha saído da reabilitação e decidiu se mudar de vez para Goiânia, para dar apoio ao rapaz, todas a família resolveu passar a semana com ele na cidade.

Chica: Clara, eu já falei que roer unha é um ato feio.

Clara: Desculpa, estou nervosa.

Leo: Por quê?

Chica: Meu amorzinho, a Clarinha tem medo de avião. - Marina olhou para morena.

Clara: É apavorante.

Marina: Isso é fofo! - Disse abraçando ela. - Olha, eu posso ir durante todo o voo abraçadinha com você.

Clara: E o Leo?

Marina: Você se importa de ir com a vovó Chica meu amor? É que a mamãe tem que cuidar da tia Clarinha.

Leo: É bom que aí a vovó Chica me conta histolinhas. - Leozinho se apegou muito a Chica e ela ao menino, que já era seu netinho. - Não plecisa ter medo, mamãe protege você.

Clara: Daqui aqui um abraço que eu melhoro um pouquinho. - Ele rapidamente subiu no colo dela e ficaram assim até o voo chegar.

Clara foi praticamente chorando no colo de Marina que fazia de tudo para acalmar a morena. Leo e Chica se divertiam e riam de um modo que contagiavam a todos. Daniel estava sentado ao lado da sobrinha Bárbara, mas prestava atenção na interação de Clara e Marina. Não demoram a chegar na cidade e foram direto para a casa da família. A casa de Chica ficava de um lado e a de Selma do outro, a fronteira entre as casas era a piscina. Clara e Marina subiram para o quarto que pertencia a morena, Leozinho seguia com elas. Os três ficariam ali, Leozinho logo subiu na cama e deitou.

Clara: Cansou bebê?

Leozinho: Quelo dormir um pouquinho. - Disse esfregando os olhos.

Marina: Vamos colocar uma roupa mais fresquinha, aí você tira uma soneca.

Leozinho: Você vem mamãe?

Marina: Agora não. Mas mais tarde dormimos os três bem juntinhos, está bem?

Leozinho: Esta bom. - Disse levanto os braços para Marina tirar a blusa, enquanto Clara abria a mala e pegava outra roupinha para ele.

Deixaram o menino dormindo, falaram para Tati ficar de olho caso ele acordasse. Desceram até a cozinha, Rosa e Daniel estavam por lá:

Daniel: Vai cair na piscina? Você me disse que adora.

Marina: Quando o Leo acordar, ele esta dormindo um pouco, cansou do voo. Vim fazer um lanche com a Clarinha.

Daniel: O medo de avião não deixa a Clara comer. Sei bem como é. Lembra das nossas viagens para fora do país? Você ficava horas dentro do avião e não comia nada. Em compensação quando chegava no aeroporto, procurava logo uma lanchonete. - Clara riu das palavras do primo.

Marina: Vocês viajavam muito juntos?

Daniel: Clarinha é minha irmã, gêmea. - Marina olhou com um ar de duvida.

Clara: Learte, Leninha e Filipe nasceram aqui em Goiânia, em e o Dani no Rio. Nossas mães estavam grávidas ao mesmo tempo, lembra Rosa?

Rosa: Como se fosse hoje, Daniel nasceu e a Clara nasceu uma semana depois. Os dois cresceram juntos, até a turma que estudavam na escola era a mesma.

Enquanto preparavam o lanche, ouviam histórias que Rosa contava sobre a infância dos dois. De quanto Clara escondia os carrinhos dele ou ele escondia estojos de lápis de cor que ela amava. De quando Chica e Selma descobriram o esquema de cola nas provas dos dois. De como um brigava pelo outro na escola. De quando Daniel proibiu os amigos de se aproximarem de Clara. Marina dava risada, estava adorando aquela situação toda.

Os dias em Goiânia apesar de curtos foram relaxantes, Daniel conseguiu se reaproximar da prima, já que nos últimos tempos eles se falavam pouco. Primeiro por conta do trabalho do rapaz, que trabalhava como a área de relações-públicas de uma grande empresa, depois, por conta de Marina. Ele também se aproximou mais de Marina e de Leozinho, que adorava aprender sobre cavalos com ele. Com a aproximação do rapaz do menino e toda atenção que a família dava ao garoto, as mulheres principalmente, Clara e Marina tinham bastante tempo para ficarem sozinhas, adoravam passar a tarde conversando sobre diversos assuntos enquanto estavam deitadas na rede.

Já era noite, Marina, Leozinho, Luiza, Gisele, Laerte e Shirley estavam dentro da piscina, o resto do pessoal estava ao redor conversando, Clara foi até a cozinha pegar mais refrigerante, ninguém estava bebendo nada alcoólico por causa de Filipe.

Daniel: Clarinha..

Clara: Também que mais Coca?

Daniel: É seria ótimo. - Ela serviu os dois. - Lembra do outro dia, aqui na cozinha? … Eu estava pensando, nós sempre fomos como irmãos, gêmeos mesmo e onde estamos agora... apaixonados pela mesma mulher.

Clara: Não toca nesse assunto não, esta tudo tão bom.

Daniel: Por isso que eu quero falar logo tudo. Para que nada mude. O que vocês duas têm é lindo. Eu queria muito ter uma chance com a Marina, mas eu a quero feliz, sabe? E acima de tudo, eu quero você feliz.. - Ela saiu de onde estava e o abraçou.

Clara: Eu quero você seja feliz também.

Daniel: Eu vou. Enquanto isso, me faz um favor. - Sorriu para ela. - Fica logo com ela. Não precisa ser agora porque esta todo mundo lá fora e eu acho que você prefere que seja algo mais privado, mas, é isso. Não demora não viu?

Ela sorriu para ele e afirmou para cabeça, voltaram lá para fora e se jogaram os dois na piscina.

P.O.V. CLARA

Voltamos de Goiânia ontem, foi uma semana incrível, eu e o Daniel voltamos a ser como antes, o que é ótimo por estava com saudades do meu primo querido. Acabei meu trabalho no estúdio agora, Marina esta no telefone, ela fala com algum cliente. DEUS! Como eu amo ficar olhando para ela. Vou para varanda, ela desligou o celular. Copacabana no por do sol, que coisa perfeita e Marina ainda mais. Ela sorri quando percebe que estou na varanda, coloca o celular na mesinha, diz que fechou mais um contrato com uma grande campanha, vamos ter muito trabalho pela frente, ela sorri... amo seu sorriso. Ela olho para frente:

Marina: O mar é tão lindo. Tão inspirador. Dá vontade de comprar um apartamento por aqui, assim quando bater a vontade de ficar admirando o mar, eu venho para cá. - Ela continua sorrindo. - Olha esta vista, não é linda?

Eu olho a vista, mas olho através dos olhos de Marina e assim tudo fica ainda mais bonito.

Eu: É sim... linda. - Não consigo tirar meus olhos dela e ela me olha de volta. Acabou. O espaço entre a agente não existe mais. E os meus lábios acariciam os dela.

FIM DO P.O.V.


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Notas finais do capítulo

Beijos!