The Family escrita por Marina Fernandes Meirelles


Capítulo 3
Se você tiver pesadelos


Notas iniciais do capítulo

Boa Tarde,

Capítulo quentinho, saindo do forno para vocês.

Enjoy!



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Leozinho: Olha tia Clarinha! Tou cheloso! - Leo entrou na sala com a roupa de dormir, tinha acabado de tomar banho.

O menino tinha três anos de idade, com a voz de criança engraça, ora acertava o "R", ora trocava por "L". Ainda tinha as pernas curtas, andava retinho, mas de um jeito engraçado. O sorriso era o de Marina. A criança era sociável, carinhosa, adora pular no colo das pessoas, se agarrar como um macaquinho, tinha o hábito de encher a mãe de beijinhos.

Clara: Como esta lindo! - Puxou o menino para o colo e deu um cheiro nele. - E muito cheiroso.

Marina olhava a cena escorada na parede, ela tinha chegado no Brasil aquele dia, mas estar ao lado de Clara a fazia bem. E o filho tivera uma conexão imediata com a morena. Ele se dava bem com várias pessoas, mas com Clara tinha algo inexplicável. O modo como o menino estava agindo com a tia Clarinha, era comparado ao modo com a criança agia com Marina e apenas Marina.

Marina: Ele sempre foi muito sociável e amoroso. Mas, o jeito que você o conquistou, eu nunca vi nada parecido. Parece que ele te conheci desde que nasceu.

Clara: O sentimento é mútuo. Ele também me conquistou.

Leo: Tia, você conta historinha pla mim?

Marina: Mocinho, não incomoda a Clara! - Marina advertiu.

Clara: Que isso? Eu conto historinha sim. - Levantou carregando Leozinho no colo, que colocou os braços envolta do pescoço e as pernas envolta da cintura, como ele só fazia com Marina.

Leo: Vem também mamãe!

Clara: É mamãe, vem!

Marina seguiu os dois, o quarto de Leo ficava em frente ao de Marina e o de Clara ficava no centro do corredor no meio dos dois quartos. Eles entraram, a cama de Leozinho era de casal, assim como a de Marina e também de Clara. Ele subiu na cama e ficou no meio, Clara sentou de um lado e Marina de outro, ele recostou na morena e ficou segurando a mão da mãe, enquanto Clara contava sobre o pequeno Tarzan para ele. Não demorou até Leozinho pegar no sono.

Já parada na porta do seu quarto, enquanto Marina estava parada na dela.

Marina: Eu não vou cansar de te agradecer.

Clara: Estou fazendo de coração.

Marina: Sabe, mesmo morando com a Gisele, Vanessa e Flavinha, eu me senti tão sozinha e desamparada quando meu pai morreu. Era como se só existisse eu o Leo, apenas nós contra o mundo. Mas, ... é até inacreditável dizer, mas quando eu passei na porta do apartamento hoje mais cedo e ficamos eu, você e Leo, eu não me senti mais sozinha, me sinto protegida. Como uma criança que sabe que se tiver pesadelo, vai ter alguém para abraçar e dizer que vai ficar tudo bem.

Marina tinha lágrimas nos olhos. Clara quebrou a distância entre as duas e abraçou com força. Ficaram um pouco daquele jeito e a morena se afastou, limpou as lágrimas de Marina.

Clara: Se você tiver pesadelos, me chame. Eu venho correndo te proteger.

Uma semana tinha se passado desde a chegada da fotógrafa. Clara, Marina e Leo se tornaram inseparáveis. Essa primeira foi bem agitada, Marina estava fora do Rio de Janeiro a tantos anos, que Clara se tornou indispensável para ela, tanto no lado profissional, quanto no pessoal. A primeira coisa que elas fizeram foi procurar um espaço para funcionar como estúdio provisório para fotógrafa, chegaram então a um espaçoso apartamento em Copacabana com vista para o mar. Com o apartamento escolhido, chegava o trabalho de Vanessa, Flavinha e Gisele que cuidariam da papelada do aluguel.

Clara seguiu na busca por um mestre de obras para a casa de Marina, com a ajuda de Virgílio, elas encontram fácil. Não demoram a achar um engenheiro e um arquiteto. Voltaram então a pensar no estúdio, Marina pensava em cada detalhe da decoração e Clara a ajuda, encantada por todo o processo.

Marina: Clarinha, você não gostaria de trabalhar comigo?

Clara: Esta falando sério?

Marina: Estou. Você falou que as vezes ajuda a Leninha na Casa de Leilões, mas que teve um emprego fixo. Se estiver interessada, eu adoraria ter você aqui.

Clara: Eu aceito. Vou amar. - Ela sorriu. - Quem sabe eu não descubro minha vocação?

Clara tinha 30 anos, era formada em psicologia, mas a verdade é que a morena ainda não tinha se encontrado profissionalmente. Vez ou outra ajuda a irmã na casa de Leilões, mas no dia a dia, não tinha muito o que fazer. Era solteira, uma das donas do negócio da família, tinha uma boa quantidade de dinheiro, herança do pai. Comprou um apartamento quando estava no meio da graduação, era no mesmo prédio onde a mãe vivia. Comprou um outro apartamento em Ipanema, que matinha sempre alugado, era mais uma forma de se garantir financeiramente. Sempre que podia, Clara viajava, não só pelo país, mas para o exterior também. Era fluente em inglês, francês, italiano, espanhol e alemão.

Tivera três namorados durante a vida, um na escola por seis meses. Um no começo da graduação, durou um ano e três meses, o segundo namoro durante a graduação durou quase dois anos. Depois disso, não teve mais nenhum relacionamento sério. Em algumas de suas saídas a noite, ela ficava com algumas garotas, geralmente eram apenas beijos, apenas com uma ela foi mais a adiante e passou a noite. A verdade era que Clara não gostava de ir para cama com estranhos, ela tinha que conhecer um pouco da pessoa. Ela não se arrependeu de ter ido para cama com aquela mulher, ela até gostou, mas preferiu não repetir a aventura de dormir com alguém desconhecido. A partir de então, ela sai, beijava homens ou mulheres, mas não passava de beijos.

Leo: Por que eu acordei cedo? - Eram oito da manhã e Leozinho reclamava. Assim como a mãe ele gostava de dormir. Mas desde que o menino nasceu, que Marina passou a acordar mais cedo.

Marina: Para você ir conhecer sua escolinha.

Leo: Por que? - Disse enquanto mordia o sanduíche com pão de forma que Clara fez para ele. Leo acordava com muita fome, curiosamente, Clara também.

Marina: Você ficou uma semana sem ir para escola, já é hora de retornar. Mas, hoje você só vai conhecer, aí depois vamos comprar o uniforme, material. Você vai passar o dia todinho com a mamãe.

Leo: OBA! - Ele vibrou, Leo ficava a tarde junto com Bia, a prima de Clara, filha da tia Juliana, ela tinha uma babá de confiança, Guiomar. Esta a pedido de Marina conseguiu uma babá para Leo, a prima de Guiomar, Tati. Mas, o menino continuou passando os dias na casa de Ju, como a tia de Clara não trabalhava, ela fez questão de falar com Marina que ele poderia passar o dia na casa dela, junto com Bia e as babás, assim era mais seguro. Leo terminou de comer o sanduíche e pegou o segundo, Clara tinha feito dois para casa um. - Tia Clarinha, você vai também não é?

Clara: Você quer que eu vá?

Leo: SIM! - Disse animado.

Clara: Então eu vou.

Leo: Mamãe, depois da escola a gente pode ir lanchar?

Marina: Filho, você não terminou o café e já quer lanche?

Clara: Um, eu conheço um local que tem um café gelado que você vai amar.

Marina: Bandida! Acha que pode me seduzir com café gelado? - Olho para Clara que riu. - Pode mesmo. - Elas riram mais ainda.

Leo: Mamãe, que escola é essa que eu vou.

Clara: A mesma escola que eu e a Lu estudamos, a Bia também estuda lá.

O café seguia em ritmo animado, assim que terminaram, Clara e Marina deram um jeito rápido na cozinha, enquanto Leo assistia desenho na TV. Logo após eles saíram, Leo segurando a mão de Marina, assim que saíram do ele olhou para Clara:

Leo: Segula minha mão também. - Estendeu a mão para morena e saíram andando assim, Leozinho no meio segurando a mão das duas.


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Notas finais do capítulo

Tem alguma cena que vocês imaginem, alguma ideia que ronda a cabeça de vocês?
Contem aí...

Beijos!