The Family escrita por Marina Fernandes Meirelles


Capítulo 11
Somos uma família


Notas iniciais do capítulo

E aí gente?
Olha, eu amei tanto o vestido que Tainá usou na festa de Babilônia, que o vestido preto que Marina vai usar no capítulo, será o mesmo da Tai, beleza?

Bom capítulo para vocês.



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Marina passou a mão no cabelo, o menino olhava para ela com olhos grandes e cheios de lágrimas. Ela respirou fundo e pediu que ele esperasse um pouquinho, foi até o quarto e pegou um álbum de fotos, Clara ainda estava no banho. Ela retornou sentando na cama do menino, abriu o álbum e olhou a foto de Alvey. Sentiu um aperto no coração.

Marina: Esse é o Alvey. Seu papai. - Falou com dificuldade, Leozinho mantinha os olhos parados na foto.

Leo: Cadê ele mamãe?

Marina: Ele não esta mais com a gente. - Tentava encontrar palavras para contar o menino o que aconteceu. - Ele... antes de você nascer, antes mesmo da mamãe saber que ia ter você... aconteceu um acidente e o papai... o papai... - as lágrimas desciam pelo rosto da fotógrafa. Ela já tinha falado do Alvey, mas contar a Leozinho o que aconteceu, era como viver tudo de novo.

Leo: Ele morreu. Foi isso né?

Marina: Foi. E-eu... - as palavras não vinham. - Eu queria que ele tivesse tido a oportunidade de te abraçar pelo menos uma vez. Ele amaria tanto você. - Passava a mão pelo rosto do filho, não conseguia parar de chorar.

Leo: Não fala mais nada não mamãe. - Ele passou os braços ao redor do pescoço dela. - Eu não gosto quando você chola.

Leo era pequeno, mas não queria ver a mãe chorando, ficaram um tempo ali, abraçados, sendo o consolo um do outro. Marina se acalmava com o filho beijando todo o seu rosto. Ele sorria, repetia que a amava. Ela sorria, olhava para o menino, a inocência de uma criança que acreditava que tudo ficaria bem era algo lindo se se ver.

Leo: Você ainda ama meu papai? - Perguntou quando tudo ficou mais calmo.

Marina: Claro meu filho. Seu papai vai sempre morar no meu coração. Ele foi muito especial para mim. Além do mais, se não fosse por ele, eu não teria você. E você é o que a mamãe tem de mais precioso.

Leo: Mamãe... se o papai não esta aqui, que dizer que a gente não pode ter uma família. - Marina olhou confusa. - E que eu vi na televisão que família é quando a gente tem mamãe e papai. - A primeira coisa que Marina pensou foi em controlar o que Leo assistia na TV.

Marina: Filho, família não é só mamãe e papai não. Família pode ser um um grupo de pessoas reunidos pelo amor. Por exemplo, a tia Flavinha e tia Van, elas podem não ter o mesmo sangue da gente, mas são nossa família, porque queremos o bem uns dos outros e cuidamos um dos outros.

Leo: A tia Clarinha é família. Eu amo a tia Clarinha. - Os olhos dele brilhavam e o de Marina também.

Marina: É... Eu amo muito a Clarinha, … e eu quero estar sempre com ela. Ela também quer estar sempre comigo e também me ama. E.. bom. Você pode não ter um papai, mas você tem duas mamães. Eu e a Clara.

Leo: Ela é minha mãe? - Ele tinha excitação na voz.

Marina: Sim filho. Ela e mamãe estão namorando. - Ela já tinha explicado a ele o que era um namoro, em um das perguntas curiosa do garoto. - Ela ama você como um filho e nós estamos começando a partilhar uma vida e fazer planos... - Marina sorria ao pensar na vida com Clara.

Leo: Ela é minha mãe. - Repetiu para si e sorriu.

Leo saiu do seu quarto correndo, entrou no quarto de Clara como um foguete, subiu na cama, a morena estava sentada vendo seriado. Ele colocou as mãozinhas no rosto dela.

Leo: Você é minha mãe. - A morena olhou para ele sorrindo. - Você é minha mãe. - Repetiu mais alto, começou a beijá-la e abraçá-la. - Eu te amo mãe.

Clara: Eu também te amo, filho. - Abraçava o menino já chorando.

Marina se juntou ao abraço dos dois e ficaram por ali, dormiram abraçadinhos, Leozinho estava mais feliz do que nunca com as suas duas mamães. Na manhã seguinte, Leozinho acordou radiante, chamava Clara o tempo todo, tinha prazer em chamá-la de mãe. No caminho para escola, Marina sugeriu que no dia da festa dos pais, Leozinho convidasse o vovô Ricardo, o menino amou a sugestão, assim ele poderia ir para festinha e aproveitaria do lado de toda família. Ele se despidou das duas na porta da escola e entrou radiante na sala:

Leo: Professola, eu não posso trazer meu papai para festinha, ele já morreu, aí as minhas mães falaram para eu tlazer o vovô Ricardo. - Fala com brilho nos olhos.

Colega: Você tem mais de uma mãe? - Perguntou antes da professora se pronunciar.

Leo: Tenho sim. Marina e Clara.

Colega 2: E pode ter duas mamães?

Colega 3: Não pode não. É feio. Elas são meninas, é errado.

Leo: Minha mãe não disse que errado. Disse que é amor e que amor não errado.

Colego 4: Papai do céu não gosta!

Professora: Chega crianças! A mãe do Leo esta certa, se tem amor, não é errado. - Olhou para o menino, que apesar de pequeno, tinha uma expressão firme. - Papai do céu quer que a gente ame uns aos outros, isso é o que importa. Ser menino ou menina tanto faz, contato que acha amor e felicidade. E é claro que você pode trazer seu vovô para festinha.

Leo sorriu de orelha a orelha e a professora de um beijinho no menino e pediu para turma sentar. Ele foi para uma das mesinhas. A sala era composta de mesinhas com quatro cadeiras cada. Do lado dele chegou Daniela, ela colocou a lancheira atrás das cadeiras e antes de sentar abraçou o menino.

Dani: Eu tenho dois papais. Vou falar com eles, assim você pode ir lá em casa brincar comigo.

Leo: Esta bem. Eu falo com minhas mães.

Leo passou o resto do dia na companhia da Dani. Outras crianças também brincaram com eles, o menino era muito popular, mas para a menina, Leo era o amiguinho que faltava. Na hora da saída, eles foram andando junto até o portão e Dani aproveitou para segurar a mão de Leo. Clara observou de longe.

Clara: Amor, acho que ganhamos uma nora. - Marina abaixou o celular.

Marina: O que? - Olhou para frente e viu o filho andando com Dani. - Quando isso aconteceu.

Leo: Oi. - Chegou sorrindo e deu um beijo nas duas. - Essa é a Dani.

Clara: Oi princesa.

Marina: Tudo bem?

Dani: Sim. Vocês são as mães do Leo, né?

Leo: É Dani. Olha, essa é Marina e essa é a Clara. - Mostrou cada uma das mães.

Marcos: Oi! - A voz de homem apareceu atrás dela.

Dani: Papai! - Pulou no colo dele.

Marcos: E aí filha? Como foi a aula?

Dani: Foi ótima. Papai, esse é o Leo. - Apontou para o menino. E eles se cumprimentaram. - E essas são as mães do Leo, Clara e Marina. - Eles também se cumprimentaram.

Leo: Cadê seu outro pai?

Dani: Ele trabalha no hospital, quase nunca almoço com ele. - Virou para o pai. - Eu chamei o Leo para ir lá em casa.

Marcos: Mesmo?

Leo: Eu posso ir? - Olhou para as mães.

Marina: Pode sim, a gente marca um dia. - Marcos sorriu de orelha a orelha e Dani mais ainda.

Marcos: Nossa, eu acho que fico até mais feliz que a Dani. É muito importante para ela isso.

Dani: É que nenhum amiguinho foi na minha casa.

Clara: Por que não princesa?

Marcos: Eles brincam com a Dani na escola, mas fora isso, nada de ir na casa, porque eu sou casado com outro homem. Aí a Dani fica bem solitária.

Marina: Nossa que horrível.

Leo: Eu não ligo. A Dani tem dois papais e eu duas mamães.

Clara: Marcos, o Leo e a Dani vão brincar muito se depender da gente. Na sua casa ou na nossa. A Dani não precisa mais ficar sozinha.

A convença não se prolongou muito, pois todos estavam com fome, apenas trocaram contatos, para depois levarem as crianças para se divertirem juntas.

SEXTA FEIRA

Enquanto Clara saiu para reunião na Casa de Leilão, Marina chamou Flavinha no apartamento. Elas não estavam trabalhando naquele dia, Vanessa estava em um grude só com o noivo que chegou no Brasil e Gisele estava com o namorado. A fotógrafa abriu a porta de casa e a assistente entrou:

Marina: Aí Flavinha, que bom que você chegou. Eu estou desesperada, não sei o que vestir, o que fazer com o cabelo, acho que nem mais como ir no encontro. - Falava quase mil palavras por segundo.

Flavinha: Marina, calma. Primeiro, você marcou a depilação? - Sorria com o despero da amiga.

Marina: Marquei. Aí... não marquei... se bem... nem sei. Liguei e marquei horário no salão para tudo, mas não especifiquei. Marquei para você também. Não posso ficar sozinha.

Flavinha: Que roupa você vai usar?

Marina: Nenhuma, nós vamos comprar. Quero algo novo.

Flavinha: Acrescenta na lista uma lingerie. A Clara vai amar. Falando nela, onde esta a morena que arrasa corações no Leblon?

Marina: Na casa de leilão. Ela disse que de lá pega o Leozinho.

Flavinha: E onde vamos primeiro, senhorita drama queen?

Marina: Não é drama Flavinha, é despreparo. Estou enferrujada. - Tentou se acalmar. - Vamos, ver minha roupa, depois salão.

As duas saíram do prédio e foram direto para um shopping que tinha ali perto, entraram em um loja de grife e Marina diversos vestidos. Flavinha logo descartou um rosa e outro azul. Logo depois fez Marina desistir dos dois brancos. Descartado mais alguns, ficaram em dúvida entre um preto e outro vermelho.

Flavinha: O vermelho ficou esplêndido, mas o preto é sua cor.

Chegaram a conclusão que o preto era o ideal. Saíram de lá e Marina escolheu uma lingerie, assim foram para o salão, onde passaram boa parte da manhã e da tarde. Saíram de lá e Marina correu para o apartamento de Chica, Leozinho pulo nos braços dela e depois de muitos beijinhos ela retornou ao apartamento, Clara tomava um suco na cozinha e antes de ir se arrumarem, elas se beijaram calorosamente e a fotógrafa foi para o antigo quarto onde ficou.

Já pronta, Marina respirou fundo antes de sair do quarto, Clara estava na sala e perdeu a fala com a visão da fotógrafa. Com esta aconteceu a mesma coisa, Clara estava perfeita, aliás, ela era perfeita. Saíram de mãos dadas, parte do caminho foi feito no carro, mas como o restaurante ficava perto da orla, Clara parou bem antes, caminharam um pouco, observando o mar e sentindo a brisa calma. A noite estava linda. Elas se olharam antes de entrarem no restaurante, o ambiente era agradável, a mesa reservada para as duas, ficava em uma parte que oferecia bastante privacidade, pediram logo um champanhe, bebida favorita de Marina e brindaram ao momento. Conversaram sobre coisas leves, alguns assuntos da infância, Clara fazia de tudo para Marina ficar confortável e estava obtendo sucesso, a fotógrafa estava radiante. Assim que saíram do restaurante, voltaram a caminha pela orla e Marina ficou surpresa ao ver que o rumo que Clara tomou não era o de casa. A duas foram parar em uma suíte do Copacabana Palace e enquanto a artista estava na varanda, Clara voltou oferecendo uma taça de champanhe.

Marina: Você é incrível! Sempre me surpreende.

Clara: Você merece. Trouxe uma paz, uma leveza para minha vida. Eu vivo um sonho, tudo graças a você. Eu te amo! Quero te dizer isso todos os dias da minha vida.

Marina: Eu aceito que você me diga todos os dias, porque eu também quero dizer isso para você todos os dias. Eu te amo!

Deixaram as taças de lado e se beijaram, enquanto uma delicada música tocava, a morena fez uma seleção de músicas românticas e no momento The Way You Look Tonight invadia o quarto. Beijos, dança, amor, tudo se misturava, naquela noite que para as duas estava sendo perfeita.


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Notas finais do capítulo

Maldade parar aí né?
Mas, é o seguinte, a outra parte esta escrita, só que eu cortei. Me inspirei na Globo e cortei. Mas, sou boazinha, se vocês quiseram saber mais da noite dela, é só da um gritinho, que eu posto.

Beijos.