Bad Girl II escrita por Sweet Girl


Capítulo 16
Capítulo 15




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Her Pov

 

Não, isso não estava acontecendo. Eu estava tendo uma alucinação. Só podia ser.

— Anika? - Ele repetiu, dessa vez caminhando em minha direção.

Droga! Era o Could mesmo.

Eu não tinha muita certeza se que conseguiria lidar com ele agora. Como se não bastasse tudo o que acontecera na noite passada, ainda tive que aguentar um beijo do Will. Céus, eu nem conseguia acreditar que deixara mesmo ele me beijar. Só de lembrar, me dava um embrulho no estômago. Porcaria! E o confronto com Stefany também me esgotara. Eu não sabia se tinha forças o suficiente dentro de mim para enfrentar o Could, principalmente depois de saber que ele estava tendo um caso com a loira aguada.

Respirei fundo e levantei o rosto para encará-lo. Eu odiaria ver o sorrisinho da vitória em seu rosto, mas que escolha tinha agora? Entretanto, não foi isso o que vi. Could parecia tão acabado quanto eu.

Mas o quê?

Talvez fosse minha imaginação me pregando peças?

Por via das dúvidas, ergui uma muralha bem alta ao meu redor, tentando, ao máximo, proteger o que restou de minhas emoções.

— O que você quer, Could? - Perguntei acidamente. - Se vangloriar por ter me enganado ontem? Parabéns, eu caí na sua conversa. Acho que agora estamos quites, então se me der licença, eu preciso ir estudar para uma prova importante.

Tentei passar por ele, mas fui impedida. O que não era nenhuma surpresa, considerando nossas interações anteriores.

— Anika, por favor, espere. - Seu tom era de súplica. - A noite passada foi um erro.

— Concordo plenamente! - Puxei meu braço com força, e ele me largou.

— Não, nós dois juntos não foi o erro, mas sim a forma como tratei você. - Could colocou as mãos em meus ombros e olhou profundamente em meus olhos. Senti meu corpo arrepiar sob seu toque, e repudiei com força essa sensação. Corpo idiota, é por sua causa que estou nessa situação!

Desviei o olhar e dei um passo para trás, me afastando de suas mãos. Eu não me deixaria levar por ele, isto não podia ser real. Não se Could estava mesmo de casinho com a Stefany.

— Tudo sobre ontem foi um erro. Você teve sua vingança, Could, agora pode voltar para a Stefany. - Meu olhar transmitia tudo o que eu sentia, não era preciso expressar em palavras. Ele devia me deixar em paz.

— Do que você está falando? Stefany e eu não temos nada! De onde tirou isso?

— É o que andam comentando na faculdade – respondi secamente.

— Isso não é verdade, não importa andam dizendo! Por Deus, será que você pode me ouvir por um minuto? - O tom dele beirava o desespero, e eu sinceramente não entendia o porquê. Se ele não estava aqui para tripudiar em cima de mim, então o que mais ele queria? E eu podia mesmo acreditar que ele não estava com a Stefany? Deus, eu queria acreditar. Muito.

— O que você ainda pode ter para me dizer, Could? - Se palavras pudessem cortar, as minhas teriam feito agora, pois eram tão afiadas quanto uma navalha. - Vamos, fale logo de uma vez! Eu te dou um minuto, antes de decidir que já perdi muito tempo e sair daqui. Coisa que já deveria ter feito.

Eu deveria me dar um tapinha nas costas nesse momento, por estar conseguindo manter minha pose de durona. Quem me visse, com o olhar desafiador, a postura intimidadora, não imaginaria o caldeirão de emoções borbulhantes que havia fervendo em meu interior.

Ele respirou fundo e passou as mãos pelos cabelos, deixando-os mais arrepiados do que já estavam. Minhas mãos estúpidas quase se contorceram de vontade de endireitá-los, correndo meus dedos pela maciez já conhecida.

— Anika, eu fui um idiota. Ter vindo atrás de você, achando que poderia te impedir de continuar sua vingança maldita foi um tremendo erro, porque não importa o que você faça, o quanto possa ser cruel, eu continuo apaixonado por você!

O quê?!

Dei um passo para trás, meus olhos arregalados, enquanto meu cérebro tentava processar o que tinha acabado de ouvir.

Could...

Não podia ser!

— Por favor, me perdoe por ontem - ele voltou a colocar as mãos em meus ombros, e dessa vez eu não desviei o olhar. - Eu fui um idiota. Quando cheguei em casa só quis me socar por ter agido daquela maneira com você.

Abri a boca e fechei, sem palavras. Será que eu havia adormecido no carro e estava sonhando? Geralmente meus sonhos com Could eram eróticos, mas, considerando os últimos acontecimentos, não seria nenhuma surpresa meus sonhos estarem tendo inclinações mais emocionais. Porque só em sonho para Could Montgomery estar dizendo que ainda era apaixonado por mim.

— Could... Eu...

— Shh - ele colocou um dedo sobre meus lábios -, deixa eu terminar de falar, okay? - Apenas assenti, pois não iria conseguir falar de qualquer maneira. - Estar com você de novo me assustou, porque eu não estava preparado para o turbilhão de emoções que me fez sentir. Pensei que poderíamos ter uma noite de sexo sem compromisso, mas estava enganado. Uma noite com você, Anika, nunca será suficiente. Eu te amo, e quero mais que isso. Esqueça a vingança com Will, e vamos tentar contornar nossos erros. Eu finjo que nunca li aquele bilhete três meses atrás e você finge que a noite passada não aconteceu.

Estava tudo muito lindo, muito onírico, para ser verdade. Então a realidade deu as caras quando ele mencionou o Will. Se ele fosse simplesmente um de meus joguinhos eu aceitaria isso que Could estava propondo sem pestanejar, mas se havia uma coisa da qual eu jamais desistiria era da minha vingança contra Will McCoy. Foi nesse momento que voltei a mim e me afastei de Could.

— Não há como voltar atrás no passado e fingir que nunca aconteceu - falei em tom glacial. - Se você precisa do meu perdão para se sentir tranquilo, vou jogar o episódio de ontem no fundo da mente, então considere-se perdoado. Mas não vou desistir do Will. Não há nada que possa fazer para mudar isso.

Ele fechou as mãos em punhos, ao lado do corpo.

— Por que, Anika?! Por que este babaca é tão importante? - Could vociferou. - Eu sei que você me ama também, eu senti isso na primeira noite que ficamos juntos, não dava para fingir tamanha emoção. Então, por quê?!

Fechei meus olhos por um instante, e suspirei.

— Você jamais entenderia.

— E não entendo mesmo, maldição!

— Adeus, Could. Volte para casa, para sua família, sua presença aqui não alterará em nada meus planos. Você não pode me deter. Ninguém pode. - Essas foram minhas últimas palavras antes de me virar e caminhar para longe. Could não tentou me impedir desta vez.

— Eu não vou desistir! - Ele gritou, sua voz ecoando no estacionamento.

Uma lágrima solitária escorreu por meu rosto. Ele não desistiria de quê? De me impedir de continuar a vingança contra Will, ou de mim?

 

*** * ***

 

Os próximos dias se passaram em um borrão. Could não me procurou mais, mas também não foi mais visto acompanhado de Stefany, o que me trouxe certo alívio – parecia que ele falara mesmo a verdade e não estava tendo um caso com ela. Falando na víbora loira, eu a estava evitando como o diabo evita a cruz, e por causa disso não estava mais almoçando com Shantaw. Eu não gostava disso, mas não queria fazê-la escolher entre mim e a outra amiga, por isso resolvi deixar as coisas mais fáceis para ela e simplesmente almoçar sozinha. Quer dizer, nem tão sozinha assim. Will agora era como minha sombra, e sempre que surgia uma oportunidade estava perto de mim. Na cabeça dele, nós estávamos namorando, e era isso que toda a faculdade achava, também. Até mesmo Shaw. E como pensariam diferente se Will constantemente estava me agarrando? Era uma porcaria, e eu estava com nojo de mim mesma, mas não tive outra escolha. Só assim eu conseguiria chegar ao coração dele.

— Então, como eu estou? – Shantaw perguntou, ao dar uma voltinha em torno de si mesma. Analisei seu vestido curto amarelo, dando um contraste com seu cabelo escuro. Ela estava bonita, muito bonita para a festa que iríamos numa das fraternidades da faculdade.

— Está uma gata. Pobrezinho do Jack, vai ficar louco quando te vir e não puder tocar em você. – Pisquei e dei um sorrisinho cúmplice antes de voltar a olhar para o espelho, para poder terminar minha maquiagem.

— Ele não é o único que ficará louco nessa festa. Tenho certeza que Could vai amaldiçoar a si mesmo, por não poder tocar em você, quando te vir. E o Will vai te raptar pra ninguém mais colocar os olhos em você.

— Meu Deus, Shantaw! – Não aguentei e comecei a rir.

Contudo, ela estava certa. Eu havia me vestido para matar. Meu vestido, de um verde bem escuro, chegava só até o meio da coxa, e eu completei o look com uma jaqueta preta de couro, meia calça preta e ankle boots. Eu queria deixar Could e Will babando. Literalmente.

— É a verdade – ela piscou e saiu do quarto.

 

Assim que chegamos à festa, ouvi que estava tocando uma música da Britney Spears. Senti vontade de dançar na mesma hora e comecei a me remexer enquanto caminhava até a entrada da casa. Shantaw balançou a cabeça, rindo.

Já lá dentro, nos misturamos à massa de corpos dançando, e eu disse que iria pegar algo para bebermos, antes de me afastar dela. Peguei dois copos e enchi com um líquido vermelho, que parecia ponche, mas que eu tinha certeza de que havia sido batizado. Quando me virei para voltar ao local onde Shaw estava senti duas mãos em minha cintura. Endureci imediatamente.

— Gatinha... – Fiz uma careta involuntária ao ouvir a voz de Will em meu ouvido. Olhei por cima do ombro e dei um pequeno sorriso.

— Hey, Will.

— Está querendo me matar do coração com essa roupa? Porque você tá gostosa demais.

— Talvez, Will, talvez – pisquei e dei um sorrisinho, já me afastando dele.

— Onde você pensa que vai? – Ele perguntou, vindo atrás de mim.

Eu ia responder com algo sarcástico, mas meu olhar encontrou Could do outro lado da sala nos observando e minha diabinha interior resolveu que queria provocá-lo.

— Só estava indo para a pista improvisada, Will. Você não quer dançar?

— Claro que quero!

— Então vamos! – Fingi um entusiasmo que não sentia, mesmo que a música que tocava naquele momento fosse boa.

Dei uma das bebidas para ele e bebi um pouco da minha, enquanto movíamos nossos corpos, mais próximos do que eu gostaria, ao som de . O tempo todo meu olhar estava cravado em Could, que ostentava uma expressão de desgosto ao nos observar.

Você não deveria estar aqui, Montgomery.

— Você gosta de provocar não é, Anika? – Will disse depois de termos dançado mais algumas músicas. A noite já havia avançado bastante e neste meio tempo ele havia bebido mais, enquanto eu apenas ficara no primeiro copo – eu não queria correr o risco de permitir que o álcool me deixasse cometer alguma burrice, como eu já havia feito no passado, e preferi ficar sóbria. Álcool e eu não éramos melhores amigos. No entanto, Will parecia ser seu fã. O odor de álcool no hálito dele já estava quase se tornando insuportável.

— Um pouco – falei, me afastando dele. Contudo, de nada adiantou, pois ele se aproximou novamente. Chegou um ponto em que não havia mais para onde eu ir, já que estava rodeada de pessoas, imprensada naquele mar de corpos, com Will se esfregando em mim. Estiquei meu pescoço, mas não consegui ver nenhum sinal de Shantaw. Eu precisava sair dali. Rápido.

Comecei a passar pelas pessoas, sem nem pedir licença, tentando colocar a maior distância possível entre Will e eu. Quando finalmente cheguei do lado de fora, passei as mãos pelo cabelo tentando entender que merda estava acontecendo comigo. Com tudo.

— Fugindo de mim, gatinha? – Certamente que sim, Will. Parecia que não havia jeito de me livrar dele hoje.

— Eu? De jeito nenhum – Me fiz de inocente. – Só precisava de um pouco de ar, lá dentro estava quente demais.

— Concordo, lá dentro estava quente e não oferecia nenhuma privacidade – antes que eu me desse conta estava pressionada contra uma parede, de um dos lados da casa. A pouca luminosidade proveniente de um dos postes da rua não servia de nada.

— Will, me solta – empurrei seu peito, tentado afastá-lo de mim, sem sucesso.

— Não, hoje você vai ser minha. Aqui. Agora. Cansei de esperar. – Um de meus braços foi preso acima da minha cabeça por sua mão, e eu comecei a me desesperar.

— Me solta! – Tentei me libertar de seu agarre, mas ele intensificou a força com a qual me segurava.

— Cala a porra dessa boca, Anika! Eu não sei que tipo de jogo você está querendo jogar comigo, mas as coisas agora serão do meu jeito. – Tentei me desvencilhar mais uma vez de suas mãos, porém não consegui. – Fica quieta, cacete! – Ele deu um tapa forte em meu rosto, e meus olhos começaram a lacrimejar. Em que enrascada fui me meter? Droga de vingança estúpida! – Está me ouvindo? Vou terminar o que começamos lá dentro. – Will encostou sua ereção em mim enquanto beijava meu pescoço, e tudo o que senti naquele momento foi nojo, repulsa.

Eu estava perdida, absolutamente perdida. Ninguém apareceria para me salvar, isto aqui não era um filme com um enredo bonitinho, onde um príncipe montado em um cavalo branco apareceria para salvar a donzela indefesa.

Depois de um tempo, simplesmente desisti de tentar me soltar e me desliguei do mundo externo. Eu sabia que aquilo iria estar presente em meus pesadelos a partir de agora.


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Notas finais do capítulo

Demorou, mas saiu! Ainda não consegui ajustar meus novos horários, por isso a demora na atualização



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