Bad Girl II escrita por Sweet Girl


Capítulo 15
Capítulo 14




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Como eu havia conseguido dirigir até a casa de Shantaw era um mistério. Tudo se tornara um borrão confuso para mim depois que Could foi embora. Eu estava com raiva de mim mesma por ter cedido; por não ter tido força de vontade o suficiente para resistir a ele. Entretanto, eu sabia por que não havia conseguido: este era o resultado da montanha russa emocional em que eu vivia desde que Could chegara aqui. A bola de neve das minhas emoções, uma hora ou outra, ia explodir na minha cara. Entre Could, Will, Clarisse, Adam, Stefany e os interrogatórios de Shantaw, eu estava exausta.

Tudo o que meticulosamente planejei para Will, quando vim para cá, estava dando errado. Minha vontade era de jogar tudo para o alto, sem me importar com mais nada, ir embora para qualquer lugar e nunca mais voltar.

Era nesse momento que você deveria me perguntar: Anika, mas e o plano, como fica?

E minha resposta seria: sinceramente não sei mais. Ao que parece, agora, estou metendo os pés pelas mãos.

Destranquei a porta do apartamento, segurando a com força a alça da bolsa esportiva em meu ombro. Shantaw, que estava assistindo algo na televisão da sala, ergueu o olhar para mim assim que ouviu o barulho da porta sendo fechada. Ela deve ter visto alguma coisa na minha expressão, algo que me denunciou, porque praticamente pulou do sofá e correu até onde eu estava parada.

— Meu Deus, Anika, o que aconteceu? - Ela perguntou, e foi isso. As lágrimas, que eu vinha segurando desde que deixara o hotel, voltaram com força total. - Shh, me desculpa, eu não devia ter falado daquele jeito com você. - Shaw murmurou, mas eu balancei a cabeça, negando que fosse isso. Ela me abraçou e me ajudou a caminhar até o sofá, onde eu desabei ao seu lado. Eu gostava de pensar que era melhor que isso; mais forte. No entanto aqui estava eu, chorando como uma idiota, por causa de Could Montgomery. Burra, burra, burra. Mil vezes. Onde estava Anika Olsen, a destruidora de corações, que eu cultivei durante cinco anos? Onde? Eu me deixara envolver novamente pela emoção, me permiti ser fraca novamente. Tornei-me de novo aquela garota vulnerável que tanto quis deixar no passado.

— Isso tem alguma coisa a ver com o Could? - Ela questionou, quase sussurrando.

Apenas assenti. Não confiava em minha voz naquele momento.

— Minha nossa, Anika, o que ele fez? Vocês brigaram de novo, é isso?

Balancei a cabeça negativamente e apoiei minha testa em uma das mãos. Que situação mais patética! Eu estava parecendo uma criança precisando de colo, porque o brinquedo favorito quebrou.

— Não, Shaw - falei depois de um tempo, tomando respirações profundas. - Nós não brigamos dessa vez, acho que eu preferia que tivesse sido isso.

— Então o que foi?

— Nós... nós - não consegui terminar.

Ela arregalou os olhos, em choque.

         - Vocês foram pra cama?!

 Como se tivesse dado tempo de chegar na cama!

 Suspirei, tentando me acalmar, pois, embora não quisesse relembrar o que aconteceu, não podia ficar guardando aquilo para mim; apenas pioraria meu estado fazer isso. E se havia uma pessoa com quem poderia me abrir, essa pessoa era a Shantaw, já que somente ela sabia sobre Could e eu (pelo menos por alto).

Então, reunindo toda a coragem que possuía (que, diga-se de passagem, não era muita depois do que tinha passado), contei tudo, claro que censurado em algumas partes, mas falei (entre soluços e suspiros) sobre Could me surpreendendo na sala de pole dance (Shaw olhou-me incrédula quando mencionei que fazia aulas de pole), a proposta que fez de termos mais uma noite juntos, pois não aguentávamos mais aquela tensão, e finalizei contando como ele me fez sentir uma idiota, e como eu estava com raiva de mim mesma por ter caído em sua lábia, por ter cedido e me entregado novamente a ele. O que eu não disse, contudo, foi que minha raiva era mais por ter perdido naquele jogo de poder, do que por qualquer outra coisa. Agora Could era o vitorioso. Droga!

— Olha, Anika, eu estou com tanta raiva do Could neste momento que, se o visse agora, não responderia por mim. - Shantaw disse, após um tempo, enquanto afagava minhas costas. - Acho melhor você ir deitar agora, o dia de hoje foi exaustivo demais, e fora tudo que teve de enfrentar na viagem com seu irmão, o babaca e eu ainda te estressamos. Desculpa pelo modo como falei mais cedo, tá? Eu não acho você uma mentirosa. E não posso julgar o Adam sem conhecê-lo, atribuindo qualidades que talvez não sejam verdadeiras.

Limpando as lágrimas remanescentes com as costas da mão, dei um sorriso débil em sua direção.

— Obrigada, Shaw. É claro que eu te desculpo.

— Okay, agora trate de ir dormir.

— Acho que vou comer algo antes, eu não como desde... - Parei por um momento ao me dar conta que a última vez em que havia me alimentado fora quando almocei no avião, várias horas atrás. Era um verdadeiro milagre que eu não tivesse desmaiado ainda.

— Pode deixar que levo um copo de leite quente com biscoitos para você no quarto. Já está tarde para comer algo mais substancial, e acho que você não conseguiria ficar acordada para isso. - Ela estava certa, eu estava exausta. Então, para que questioná-la?

 

*** * ***

 

No dia seguinte, acordei com o corpo todo dolorido e o rosto inchado pelo choro da noite passada. Eu não conseguiria melhorar minha aparência nem com toda a maquiagem do mundo. Could ficaria muito satisfeito em me ver destruída. Maldito! Só de pensar nele sentia o sangue ferver de ódio. Quem quer que houvesse dito que amor e ódio andavam lado a lado estava certo, porque agora eu odiava Could Montgomery. Odiava-o por ter despertado sentimentos em mim que nunca quis sentir. Odiava-o ainda mais pelo que aconteceu na noite passada, por ter usurpado meu poder.

 Sentei-me na cama, apertando meu roupão, enquanto pensava sobre o que faria. Se eu fosse à faculdade com minha aparência atual todos iriam se perguntar o que aconteceu comigo e Could certamente sorriria, vitorioso. Por outro lado, se eu não fosse seria apenas mais outro dia de aula perdido e ninguém estranharia, no entanto, Could saberia que me atingira na noite passada. Não havia como eu sair vitoriosa dessa situação. Porra!

Peguei um travesseiro e joguei contra a porta, inconformada com a situação em que havia me metido.

— Anika? – Shantaw abriu a porta e espiou pela fresta. – Você está bem?

— Só um pouco acabada, como dá pra perceber – ri, sem humor. – Vou rebocar minha cara, para ver se fico mais apresentável.

— Quer ajuda? – Perguntou, entrando totalmente no quarto.

— Não precisa – fiz uma careta. – É melhor eu cuidar dessa bagunça sozinha.

— Okay, se precisar de mim estarei na cozinha.

Suspirei quando a porta se fechou atrás dela. Precisava me preparar psicologicamente para o que iria enfrentar.

Levantando-me da cama, caminhei até onde minha bolsa estava e peguei o frasco de calmantes que sempre carregava comigo, mas que – até a noite passada – não usava há muito tempo. Eu sempre repunha o estoque apenas por segurança, para ter algo a que me agarrar se precisasse.

Como agora. A sensação foi a de ter quinze anos outra vez, de ser a garota que precisava da ajuda de remédios para suportar um dia após o outro. Eu não podia permitir que isso acontecesse. O inferno congelaria antes que Anika Olsen retornasse ao estado lamentável de uma garota com o coração partido. Eu era mais forte do que isso, e iria mostrar para o Could.

Sentindo essa nova convicção me dominar, procurei uma roupa que mostrasse o que estava sentindo, e peguei uma calça jeans escura, uma blusa azul royal com o decote generoso e meu par de coturnos. Após me vestir, cuidei da maquiagem, passando bastante corretivo nas bolsas sob meus olhos.

Ainda parecia abatida. Merda!

Dei alguns tapinhas nas bochechas, para fazê-las ganhar cor, e apliquei um batom vinho escuro nos lábios. Depois do delineador e da máscara para cílios nos olhos, eu podia dizer que não estava tão mal. Só precisava conseguir sustentar minha fachada de durona pelo resto do dia, e todos pensariam que meu semblante cansado era consequência da viagem.

Perfeito!

Peguei minha bolsa e fui para a cozinha, onde Shaw estava terminando seu café da manhã. Enchi uma xícara com café e comecei a bebê-lo, amargo mesmo. Nossa, que coisa ruim! Tenho certeza de fiz uma careta grotesca.

  - Esse visual nada me abala é pra mostrar ao babaca que você não foi atingida por ele na noite passada?

 Dei de ombros.

— É minha armadura – tomei mais um gole do café. Ia ter que descer sem açúcar, pois hoje eu estava amarga e até o café iria combinar com meu humor.

— Senta aí, Anika. Está me dando agonia ver você tomando o café em pé, e ainda por cima sem doce!

— Nossa, quanto drama para essa hora da manhã – revirei os olhos, mas me sentei em uma das banquetas. O celular dela apitou com uma mensagem, e foi a vez de Shaw fazer uma careta. Ela guardou o aparelho sem responder e murmurou algo baixinho, soou como uma maldição. – Tudo bem, Shaw?

— Tudo, tudo sim. – Ela suspirou. - Só o Jack que continua me enviando mensagens. Parece que não consegue entender o significado de acabou.

— Vocês terminaram? – Questionei, arregalando os olhos. – Por quê?

Deus, eu só havia passado três dias fora? Sério?! E foi nesse instante que me dei conta de que não sabia nada do que havia se passado durante o tempo em que fiquei fora. Eu havia me esquecido totalmente de me atualizar sobre o que acontecera. Droga de drama com Could! Aquele infeliz me fazia esquecer das coisas importantes.

— É como eu te disse no sábado, Anika. Jack não era nada sério. – Shantaw deu de ombros. – Simplesmente chegou a um ponto em que não era mais tolerável. Ele estava querendo mais do que eu podia dar. Quem diria? – Ela riu. – Jack Collins queria um relacionamento sério!

— Jura? Jack surpreendeu, mesmo.

— Pois é. Isso foi na segunda. Quando ele sugeriu isso, eu imediatamente disse que não, que tudo o que tínhamos era só diversão, e que se ele não podia entender isso, bem, então era melhor terminar nosso envolvimento. – Ela balançou a cabeça. – Só que o Jack não quer aceitar e fica me mandando essas mensagens, dizendo que falou sem pensar, pois pensou que era que eu queria. Realmente? Até parece que eu iria querer que ele fosse meu namorado. Pelo amor de Deus, todos no campus sabem que ele é tão galinha quanto o idiota do amigo.

— Falando no Will – aproveitei a deixa -, alguma informação interessante sobre ele?

— Não, nada. Por incrível que pareça, ele não fez nada de notório, o que quer dizer que ainda não voltou ao comportamento de antes de você chegar. – Ah, Shaw, Will nunca havia mudado o comportamento, para começo de conversa, apenas começou a ser discreto, o cretino. Eu havia recebido relatórios de seu comportamento desavergonhado enquanto estava em Nova York. Norman estava atrasado, mas antes tarde do que nunca. Não sei por que tive esperanças de ele estar envolto totalmente em minha armadilha. Eu sabia que ele daria trabalho. E hoje ia ter que colocar mais uma parte do plano em ação. Se Will agisse do modo como eu esperava, quer dizer.

— Bem, que bom. – Dei um sorriso, mas não foi verdadeiro. – E... há mais alguma coisa que eu precise saber?

— Er... bem – Shaw se remexeu na banqueta -, Could e Stefany têm andando muito próximos esses dias.

Choque se abateu em mim por alguns instantes, antes que conseguisse controlar minha expressão. Oh, meu Deus! Será que ele...     

 Eu nem sequer consegui completar esse pensamento. Meu estômago se agitou.

— Desculpa, amiga, eu não devia ter...

— Não, Shaw – a interrompi. Shantaw não tinha culpa do que acabara de me contar. Eu precisava saber. – Você tinha de me dizer, então não se desculpe. – Forcei um sorriso. – É melhor sairmos agora, já está ficando tarde.

 

*** * ***

 

Acabou que toda a minha preocupação foi em vão. Could não apareceu na faculdade. Eu não entendia por que, talvez estivesse tramando alguma coisa, não sei, mas só o que sentia era alívio. Pois, sinceramente, apesar de toda a minha resolução, não sei se conseguiria suportar minha fachada se ele viesse me tripudiar.

Já estava no finzinho do horário do almoço, e eu começava a me preparar para minha próxima classe. Prova, urgh! Eu não tinha estudado nada, e, com a cabeça do jeito que estava, era improvável que conseguisse responder alguma questão corretamente. Mas este não era um problema muito grande, não quando eu tinha coisas mais importantes para me preocupar.

E certamente ter de lidar com o ser que vinha em minha direção não era algo que eu precisasse nesse momento.

Fingi estar concentrada em algo no meu celular, quando vi Stefany se aproximar de mim. Eu havia evitado ficar com o grupo de amigas de Shantaw hoje, principalmente para evitar a loira que estava agora parada a minha frente – preferindo comer algo em uma das lanchonetes.

— Anika, que bom que te achei – ela sorriu, aquele sorriso falso e cheio de veneno. Cobra. – Eu estava querendo mesmo falar com você.

Oh, Senhor, dê-me forças para me controlar!

Guardando meu celular na bolsa, arqueei as sobrancelhas em sua direção.

— Estou ouvindo, Stefany, pode dizer.

— Sábado eu não tive a oportunidade de falar o queria com você, para não estragar minha festa, mas hoje eu posso. Só o que quero, é deixar uma coisa bem clara: o Could é meu, eu o vi primeiro, e não vou deixar você tirá-lo de mim. Portanto, espero que não ocorram mais episódios como aquele.

Sorri friamente, ignorando a pontada que passou por meu coração. Só o modo como ela falou confirmou minhas suspeitas. O cretino estava mesmo saindo com ela.

— Stefany, querida, eu vou te dizer o que acho: sua atitude, além de infantil, é ridícula. Eu não estou atrás do Could, não preciso disso. Se eu quero um cara, ele vem até mim, não o contrário. Agora, se você não consegue dar conta do seu namoradinho, isso é outra história. - Levantei-me e peguei minha bolsa. – Mas para que fique registrado: se eu quisesse, teria o Could na palma da minha mão. Você não é concorrência para mim. – Como era libertador dizer esse tipo de coisa! Eu gostaria de poder registrar a cara da patricinha em foto, para não esquecer sua expressão de choque quando eu disse que ela não era concorrência para mim! – Nos vemos por aí, queridinha.

 

*** * ***

 

A prova foi um horror, como eu previra, e as outras aulas se arrastaram. Eu estava praticamente cantando Aleluia quando a última aula finalmente acabou.

Estava caminhando para a vaga onde havia estacionado meu carro quando o vi. Quase não consegui parar meu sorriso convencido ao avistar Will encostado no capô do meu porsche. Tão previsível.

— Hey, Anika – disse ele, se desencostando do carro.

— Will – falei de volta.

 - Como foi a viagem?

 - Bem – respondi simplesmente.

— Por que você está assim, tão monossilábica comigo?

— Você quer mesmo saber por quê? – O olhei com raiva. – Eu estou assim, porque você é um mentiroso, e nem sei por que sequer cogitei ter alguma coisa com você. – Comecei a andar em direção à porta do carro, mas ele agarrou meu braço, me impedindo de continuar.

— Do que você está falando?!

— Ah, Will, não se finja. Eu já sei que esse tempo todo você esteve ficando com outras garotas, e isto quando disse que não ia ficar com mais ninguém até eu me decidir! – Era melhor eu maneirar, as pessoas estavam começando a prestar atenção em nós. Eu não queria uma repetição da outra cena que protagonizamos aqui na faculdade.

— Você vem me enrolando há quase um mês. Um mês, Anika! O que você queria?! – Ele também se exaltou.

— Não sei, realmente não sei. Mas a Shaw estava certa o tempo todo. – Me soltei de seu agarre – Ainda bem que descobri a tempo, antes que virasse uma chifruda.

Abri a porta do carro e joguei a bolsa no banco do passageiro.

— Não é assim, Anika. Se eu tivesse você para que eu iria querer outra? Será que não entende – ele me virou para que estivéssemos cara a cara -, você é diferente. Eu nunca havia apresentado uma garota ao meu pai, nunca. Se você disser agora que acabou a enrolação, eu vou ser só seu.

Meu Deus, eu queria rir. Não sabia quem de nós dois era melhor ator. Will fingia tão bem quanto eu. Era por isso que eu e tantas outras garotas havíamos caído em suas graças.

— E como eu posso acreditar em você? – Sussurrei, quase sem fôlego, parecendo uma boba apaixonada. Eu merecia um Oscar. Melhor atriz do ano: Anika Olsen.

 - Eu vou mostrar que sou digno da sua confiança – e com isso seus lábios desceram sobre os meus.

 

His Pov

 

   O único som audível naquele momento era o atrito dos meus tênis contra o chão enquanto corria na trilha de um parque ecológico, não muito longe de onde eu morava. Já passava de uma da manhã, mas eu não conseguira dormir. Tinha estado inquieto desde que voltara daquele maldito hotel.

Uma noite...

Uma noite, uma ova! Nada jamais saciaria minha fome pela Anika, muito menos uma mísera noite juntos. Só que eu fui muito estúpido para enxergar além da névoa de luxúria que havia me cercado ao vê-la na academia.

         E o pior de tudo era que eu não reagi bem. Depois de senti-la contra mim após todos esses meses, eu me perdi. Saber que era apenas um “cessar fogo” para que pudéssemos recuperar o foco, trouxe meu lado ruim à tona, e eu quis machucá-la, tratá-la como uma qualquer. E agora estava me sentindo péssimo, porque a queria novamente, mas, dado o modo como deixamos as coisas entre nós naquele quarto, eu diria que as chances de isso acontecer eram mínimas.

Anika era orgulhosa, e eu havia ferido seu orgulho. Mas isso não significava que eu iria desistir. Estava mais do que na hora de termos uma conversa séria, franca, e deixar tudo em pratos limpos. Se ela concordasse em desistir de sua vingança absurda, eu a perdoaria por tudo o que me causou, apenas porque não conseguia ficar mais longe dela.

 

*** * ***

 

Desliguei o despertador com um soco e virei para o outro lado da cama. Eu não queria acordar, não ainda. Fazia apenas duas horas que eu consegui pegar no sono, e não havia chance alguma de eu me levantar para ir para a faculdade. Principalmente com a cara de zumbi que eu devia estar depois de ter passado a madrugada em claro, pensando nela.

Anika.

Fechei os olhos e quase pude sentir a sensação de seus lábios sobre os meus.

A próxima vez que acordei, o relógio marcava dez e meia da manhã. Eu queria continuar deitado, me perdendo na fantasia vívida que estava tendo por baixo das pálpebras, mas não podia. Por isso, com muito esforço, me levantei da cama.

Hoje eu falaria com a Anika. Precisava me preparar, pois tinha certeza de que não seria nenhum pouco bem recebido.

Minha manhã se arrastou, e com isso meu humor só piorou. Me forcei a almoçar perto de duas da tarde e depois não aguentei mais ficar quicando dentro do apartamento, como uma bola cheia de ansiedade. Desci até o estacionamento do prédio e resolvi ficar dando umas voltas de carro perto do campus enquanto não dava o horário de Anika sair da faculdade.

Já eram quase quatro da tarde quando avistei seu carro. Comecei a segui-la, igual a ontem. Só que desta vez esperava que as coisas terminassem de modo diferente.

Estranhei um pouco quando a vi manobrar para a rua que Shantaw morava, mas não pensei o suficiente sobre isso para realmente me importar. Talvez as duas tivessem combinado algo para depois da aula. No entanto, antes de fazer o que quer que ela tivesse planejado, Anika iria me ouvir. E ia ser aqui mesmo.

Entrei no estacionamento atrás dela e saí do carro antes que ela pudesse entrar no elevador. Isso me lembrou do meu primeiro dia na cidade, quando a segui até seu prédio e discutimos no estacionamento. Parecia que foi há uma eternidade.

 - Anika? – A chamei, e ela interrompeu sua caminhada, quase como se tivesse congelado.

 


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Notas finais do capítulo

Olá, desculpe a demora, mas antes tarde do que nunca, não é? Alguém tem algum palpite de como esse encontro vai terminar?



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