Segure minha mão escrita por NT


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Olá meu povo lindo, tudo bem por aí? Mais um capítulo de Segure minha mão, chegando queeentinho *-*

Comentem o que estão achando, preciso saber o que pensam sobre a estória para continuar :D

Boa leitura e divirtam-se!



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Capítulo 7

Luiza

Sexta-feira chegou, linda e maravilhosa! À noite iríamos todos para a boate e eu estava ansiosa. Ansiosa porque estava com vontade de dançar, relaxar. Ansiosa também por alguma coisa a mais que eu sabia explicar. Gabriel. Ansiosa talvez, porque ele estaria lá também.

De manha acordei, fiz a higiene, coloquei uma calça jeans e a blusa da escola, desci e saí. Como todos os outros dias o Gabriel estava me esperando no portão. Ele conseguia ser bastante irritante as vezes, mas por outro lado, eu sabia que ele era legal.

— Oi coisa linda. — Gabriel falou quando eu saí.

— Querendo apanhar garoto? — resmunguei, ele sabia que eu não gostava que ele falasse daquele jeito. Um pouquinho de cavalheirismo aos homens não faria mal nenhum ao mundo.

— Nossa, que estressada. — ele sorriu.

— Eu não, você que me irrita logo cedo.

— E você adora...

— Odeio.

— Você me ama, eu sei. — ele piscou.

— Sonha, Gabriel... Sonha...

— E se eu te pegar hoje na boate?

— Hein?! — Ele quer ficar comigo? — mas você não vai. — dei de ombros.

— Nossa. Magoou. — ele fez um bico com os lábios. — Por que não posso?

— Porque não quero te beijar ué.

— Eu beijo tão mal assim?

— Sim.

— Não foi isso que pareceu aquele dia

— Chato. — dei um tapa no braço dele.

— Ai! Doeu... — ele fez uma cara de dor.

— Fresco.

— Marrenta.

— Implicante.

— Linda.

— Idiota.

— E você me adora.

— É.

— Hã?

— Mentira. Rá-rá.

— Ah, achei que você estivesse se declarando.

— Você não acordou ainda não? Para de sonhar Gabriel... — Falei e dei um empurrão de leve nele enquanto caminhávamos.

— Ok, vou falar a verdade sobre você então.

— Diga, tudo o que você pensa de mim. — olhei desafiando ele.

— Você é feia, chata, burra e... eu sou um mentiroso. — ele me parou antes da casa da Vic e olhou nos meus olhos com um sorriso brincalhão, fiquei meio zonza, estávamos perto, bastante perto e aquele sorriso mexia comigo.

— Eu... — pigarreei — É... olha a Vic vindo ali... — Salva pelo gongo, pensei. Passei pelo Gabriel e fui ao encontro da Vic.

— Vic, eu acho que... — parei de sussurrar e olhei para trás, Gabriel ainda estava um pouco longe de nós. — estou com medo.

— Medo de que? — Ela me olhou assustada.

— De me envolver com ele. — confessei.

— Eu avisei você.

— Não, é viagem minha, sem chances de eu me envolver com ele. Isso é porque ele me irrita. Só. — Gabriel chegou até nós.

— Ei, eu estava pensando, todos devem estar falando de mim na escola. — ele disse olhando o céu de um jeito que me pareceu um pouco metido, mas como a curiosidade é a melhor amiga das mulheres, Vic e eu não deixaríamos de perguntar.

— Por quê? — perguntamos curiosas.

— Cheguei a semana toda com as duas meninas mais lindas da escola. Estou até me sentindo o Rodrigo Lombardi.

— Aff, Gabriel! — virei os olhos para ele. — você realmente precisa de umas aulas sobre como agradar uma mulher, porque as suas cantadas, vou te contar...!

— Sim, sim, também te adoro. — ele riu.

Nossa, ele me irrita tanto e mesmo assim o sorriso me acalma. É incrivelmente frustrante.

Chegamos na escola e logo deu o sinal, fomos para a sala. A aula passou devagar, acho que porque eu estava ansiosa pela boate. Sempre que se quer que o tempo voe ele parece passar cada hora mais lento. Para contribuir com a demora, as aulas estavam tão monótonas, a maioria dos alunos mal prestava atenção quando a aula era em vídeo, ainda mais em uma sexta-feira. Quando finalmente chegou o intervalo saímos para o pátio, respirar ar puro e descansar alguns minutos antes de enfrentar mais dois períodos maçantes. No pátio todos parecíamos novos em folha outra vez, fomos sentar nos bancos de sempre, Kauã se adonou de um dos bancos só para ele e a Vic, que deitou colocando a cabeça no colo do Kauã, em outro banco sentaram a Pati e a Leti, o Pietro sentou na grama encostado em uma árvore e fechou os olhos, e no outro banco sentamos Bruno, eu e Gabriel, nesta ordem.

— Então a gente se encontra lá em casa as dez, pode ser? — perguntei para confirmar.

— Claro minha linda. — Bruno disse e me abraçou de lado, ainda sentado. Ele anda me abraçando de mais ultimamente.

— Claro minha linda. — Gabriel imitou o Bruno e me abraçou também, os outros riram dele, mas o Bruno não gostou muito, ele ficou em pé e encarou o Gabriel.

— Qual é?

— Relaxa cara, é só brincadeira. — Gabriel falou dando de ombros.

— Mas eu não gostei. — Bruno respondeu olhando feio.

— Azar o seu. — Gabriel ficou em pé também, os dois estavam se encarando.

Kauã perguntou alguma coisa para o Bruno fazendo ele se distrair, Gabriel voltou a sentar ao meu lado e o Bruno também sentou depois. As coisas já havia voltado ao normal e continuamos conversando.

Quando soou o sinal novamente, voltamos para a sala e as duas últimas aulas foram um pouco melhores porque teve um pouco mais de movimento e participação, além da conversa geral sobre a boate, todos estavam comentando.

No final da aula, fomos todos juntos para casa. Nos despedimos na esquina e Gabriel seguiu comigo.

— Até a noite então.

— Com certeza. — sorri.

Entrei em casa e fui almoçar, esquentei um pedaço de pizza no micro—ondas enquanto pegava um copo de refrigerante, almocei e depois lavei o prato, copo e talheres que havia sujado. Assisti ao jornal do meio dia na TV e depois fui deitar, queria estar descansada para aproveitar bem a boate.

Acordei pelas cinco horas da tarde, entrei no MSN e fiquei conversando com a Vic, Lê e Pati, combinamos de elas virem até a minha casa mais tarde para nos arrumarmos juntas e já estarmos prontas quando os meninos chegassem.

As sete horas da noite elas chegaram, as meninas começaram a ver suas roupas enquanto eu fui tomar banho, começamos a nos arrumar, cabelo, maquiagem e roupa levam tempo, mas o resultado fica bom. Quinze para as dez os meninos chegaram e, por milagre, nós estávamos prontas. Também, quase três horas se arrumando tem que ser o suficiente.

— Nossa amiga, você está gata! — Vic disse para mim.

— Você também, vou dizer para o Kauã não desgrudar o olho. — pisquei e ela riu.

Eu estava com uma saia de cós alto e uma blusa branca com parte das costas nua, com um salto fino de oito centímetros. Vic estava com um shorts de cós alto e uma blusa azul fraca com botões na frente que ficava por dentro do shorts e um salto fino fechado, Lê vestia um vestido roxinho e saltos pretos e a Pati uma calça jeans e uma tomara que caia comportada com uma sandália alta.

Quando descemos as escadas os meninos ficaram nos olhando sem falar nada, o primeiro a falar alguma coisa foi o Kauã.

— Uau! Você está linda, assim eu vou ter que te amarrar em mim. — Ele disse para a Vic segurando na cintura dela e dando um selinho.

— Você todas estão lindas. — Pi concordou com a cabeça.

— Sem palavras. — Bruno sorriu.

— Vou ter um infarto. — Gabriel disse olhando para mim de baixo a cima.

— Nossa, como vocês são românticos. — Falei irônica. As meninas riram e concordaram.

— Muito românticos realmente. — Pati concordou também virando os olhos.

Kauã pegou a Vic pela mão, os dois não havia assumido nenhum namoro, mas todos do nosso grupo sabiam que aquilo não demoraria a acontecer. O Pi pegou a Lê, desde o jogo de verdade ou desafio aqueles dois andavam se trocando alguns olhares... Hmm... Quando chegou minha vez de descer o último degrau da escada o Gabriel e o Bruno pararam na minha frente, eles se encararam um minuto e para não ter que escolher nenhum dos dois, enlacei meu braço no da Pati e nós duas saímos juntas. Os meninos vieram atrás.

Fomos a pé, o local era só a três quadras de casa. Logo chegamos e tinha uma fila bem grande. Um dos seguranças cumprimentou o Gabriel quando nos viu chegar e os dois conversaram um pouco, nós acabamos passando na frente porque eles eram amigos.

Mal entramos na boate e o Gabriel já queria dançar, maluco. Pegamos umas bebidas no bar e começamos nossa festa calmos em uma rodinha. O Pi adorava aquelas músicas, logo ele estava bem solto. Eu saia mais por gostar de sair com os amigos, não era fã das músicas de boate. Na verdade aquilo me deixava um pouco tonta.

O ritmo da música mudou um pouco e as meninas se soltaram, eu acompanhei. O álcool ajudou a me deixar um pouco mais a vontade, então levantei um pouco os braços e deixei a música chegar em mim. Fechei os olhos e dancei com um sorriso no rosto, era relaxante, revigorante, muito bom.

— Então, você vai ficar comigo? — Gabriel chegou em mim e eu abri os olhos, ele estava com uma mão na minha cintura.

— Não sei não... — falei com um meio sorriso.

— Vai, gatinha.

— Gatinha? — virei os olhos, as vezes ficava insuportável ouvir ele com aquele “gatinha” ou qualquer coisa parecida. — Tchau Gabriel. — Saí para o lado, ele sabia que aquilo me irritava. Continuei dançando sem olhar para ele.

Gabriel ficou parado uns segundos depois saiu da pista e vi ele indo para o banheiro, continuei dançando com as meninas. Depois de uns minutos senti uma mão na minha cintura novamente e sorri, achei que fosse o Gabriel, e para falar a verdade eu queria que fosse ele. Quando virei vi que era o Bruno, parei de dançar, achei estranho o Bruno me pegando daquele jeito, não queria ficar com ele.

— O que foi? — ele perguntou e estava visivelmente bêbado.

— Nada, achei que... — dei de ombros e voltei a dançar com o Bruno, tomei mais uma lata de cerveja e me senti um pouco mais tonta que antes, eu era fraca com bebidas.

Vi o Gabi voltando do banheiro, ele estava vindo para a pista, então parou quando viu o Bruno me agarrando pela cintura por trás, o Bruno começou a beijar meu pescoço e antes que eu pudesse dizer qualquer coisa ele me beijou, não correspondi realmente porque não sentia vontade nenhuma de beijar ele, na verdade me senti estranha sabendo que o Gabriel estava vendo. Quando nos separamos ele ficou abraçado em mim se mexendo ao som da música, eu olhei para onde o Gabriel estava antes e ele não estava mais lá.

— O que foi Lu? Não gostou do beijo? — Bruno perguntou.

— Não é isso Bruno, eu só não te dei permissão... — falei tentado disfarçar.

— Mas você gostou... — ele piscou.

— Vou no banheiro, já volto. — falei me esquivando dele e saindo dali.

— Ok.

Saí da pista e fiquei tentando achar o Gabriel, não vi ele pelo salão e fui olhar lá fora, ele estava sentado no muro, ao lado do Diogo, fumando. Me decepcionei na hora. Ele me viu e falou alguma coisa para o Diogo depois levantou e veio em minha direção.

— O quê? — ele perguntou me olhando.

— O que, o que? — perguntei confusa.

— Você está me olhando com essa cara...

— Você disse que não ia mais cheirar.

— E não cheirei. To fumando cigarro só. — ele deu de ombros. — Estava nervoso.

— Hum. Nervoso por quê? — perguntei.

— Nada, já passou. — ele respondeu mas parecia um pouco triste.

— Vamos lá dentro dançar? — convidei.

— Ah, pode ir... o Bruno já deve estar te esperando. — senti ironia na voz dele.

— Hã?

— Esquece. Vamos então.

O resto da boate o Gabriel passou sentado no bar. O Bruno estava na pista dançando e a todo momento colocava a mão na minha cintura tentando me puxar para ele, mas eu não estava a fim. Também não deixei ele me beijar outra vez, o Gabriel parecia chateado com alguma coisa e eu fiquei um pouco preocupada com ele. Fui até o bar conversar.

— Oi Gabi lindo. — sim, quando minhas palavras saíram eu percebi que o álcool não tinha um efeito bom sobre mim.

— Oi. — ele disse sem olhar.

— O que você tem? Vem dançar comigo? — pedi pegando no braço dele e puxando um pouco.

— Não. To pensando em ir embora...

— Ah, já?

— Daqui a pouco...

— Você me chama? Ai não preciso andar a nossa rua sozinha depois...

— Aham. — ele murmurou.

— Vou lá dançar mais um pouquinho. — Pisquei para ele e ele fez que sim com a cabeça.

Voltei para a pista e ajudei as meninas em mais uma lata de cerveja. O Bruno chegou em mim segurando na minha cintura e me deu dois selinhos, queria começar um beijo.

— Bruno... você é meu amigo cara, para de ficar se aproveitando porque eu to bêbada. — falei tentando ficar séria.

— Ah, deixa eu aproveitar, deixa?

— Não, pode parar... — falei empurrando ele mais um pouco como já havia feito, nisso e o Gabriel chegou do meu lado.

— Vou ir, Luiza, vai querer carona? — ele perguntou sério.

— Eu levo ela depois. — Bruno falou olhando para mim com malicia.

— Falei com ela, Bruno. — Gabriel disse ainda sério.

— E daí? — ele respondeu encarando o Gabriel.

Percebi um clima meio pesado entre os dois e decidi ir embora com o Gabriel, já que o Bruno só estava tentando me agarrar, ele é meu amigo e tudo, mas quando exagera no álcool muda completamente.

— Eu vou com o Gabriel, Bruno... Já tinha pedido para ele me chamar. — falei ficando praticamente entre os dois.

— Ah, fica Lu, eu te levo depois... — Bruno ainda pediu.

— Não, eu vou indo mesmo. Amanhã a gente se fala... Tchau.

— Tchau então... — ele me agarrou e me deu um selinho demorado, só vi o Gabriel virar as costas e sair dali, fui atrás dele.

Andamos em silêncio praticamente até chegarmos no portão da minha casa.

— O que foi, Gabi? — perguntei tentando entender porque ele estava estranho.

— Nada. — ele respondeu quando paramos.

— Hum. Então tá... até amanhã...

— Boa noite.

— Boa noite, Gabi.

Abri o portão de casa e entrei, Gabriel foi andando até a casa dele com as mãos nos bolsos de cabeça meio baixa. Eu não tinha ideia do porque dele estar daquele jeito, não podia ser só porque eu não quis dar um beijo nele, alguma coisa devia ter acontecido. Entrei em casa e subi para o meu quarto, tirei a maquiagem e vesti minha camiseta do Led Zeppelin e um shorts para dormir, depois deitei na cama e fiquei fitando o teto até pegar no sono.


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Notas finais do capítulo

Comentários, recomendações e favoritamentos são sempre bem vindos e fazem vir mais e mais capítulos haha

Beijos!



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